quarta-feira, 20 de abril de 2011

LIÇÃO 4 - A LUTA CONTRA OS EXCESSOS E A MODA EXTRAVAGANTE

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Prof. Dc João Paulo Cruz - Classe Bereanos

Na lição anterior estudamos sobre o tipo de evangelho que estamos vivenciando hoje conhecido como genérico: Crentes preferem as coisas efêmeras às eternas. Igrejas vendendo as bênçãos de Deus; valor exterior sendo mais valorizados que o interior, cultos antropocêntricos e a perda dos valores éticos e morais.
Nesta lição o tema é excessos e moda extravagante:

·   Excessos: Diferença para mais; falta de moderação (prudência); ação desmedida; cúmulo.
·   Moda: É a tendência de consumo da atualidade. A moda é composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. Uso passageiro que regula, de acordo com o gosto do momento, a forma de viver, de vestir, etc; tendência de consumo da atualidade; certo tipo de composição musical; valor que detém o maior número de observações.
·   Extravagante: Estranho, fora do comum, tolice; absurdo (disparate).

Quando pensamos em moda vemos, um estilo devido pela sociedade ou por estilistas que vivem para produzir roupas que valorizam o corpo, a sensualidade - vaidade.

Texto Áureo: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12).

Os gregos sempre se consideraram semideuses, especialmente em Corinto, a maior e mais cosmopolita das cidades gregas na época de Paulo. Assim, a liberdade para os gregos era parte do fato de se acharem “filhos dos deuses”. Era comum dizerem “tudo me é licito!”, numa demonstração de certa arrogância. Paulo, entretanto complementa o pensamento com uma frase de grande sabedoria, bem ao estilo grego “mas nem tudo é realmente proveitoso ou útil”. Um direito transforma-se num erro (pecado) se prejudica - de alguma forma - outra pessoa ou a nós mesmos.

Verdade Aplicada

Mt 5.13-16: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.

“Vós sois o sal da terra” - A primeira coisa que entendemos quando lemos esses versículos é que o mundo está decaído, possuindo tendência à imundícia e à poluição mais ofensiva. Assemelha-se a carne que tende por putrefazer-se e ficar poluída de germes. Parece-se com algo que só pode ser mantido puro através de preservativos e anti-sépticos. A segunda coisa é que o sal é essencialmente diferente do material ao qual é aplicado, e em certo sentido exerce suas funções exatamente por isso. O crente é totalmente diferente de todas as outras criaturas humanas assim como o sal é diferente do material em que será aplicado. O crente é sal da terra quando ele não se deixa corromper pela sociedade ao seu redor.

“Vós sois a luz do mundo”- O mundo tal como está, vive em grosseiras trevas. A partir do momento em que as pessoas começam a considerar seriamente as coisas, facilmente pode comprovar que isso exprime a mais pura realidade. Mesmo com todo conhecimento que o homem possa conseguir atingir, se ele não conhece a Deus continua sendo um leigo. E o crente comum, embora nunca tenha lido qualquer ensaio filosófico, compreende e conhece melhor a vida do que o maior pensador que não é crente.

Ef 5.8: “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”.

Tg 1.17: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.

Textos de referência: 1 Tm 2.9,10; 1 Pe 3.3,4

1 Tm 2.9,10: Os apóstolos usavam a expressão original grega katastole,  que significa “traje”, para referir-se ao comportamento geral do cristão, e não apenas a um estilo único de se vestir. Paulo e Pedro, por exemplo, recomendam às mulheres, especialmente, que usem a moda e não sejam usadas por ela, pois a maneira que nos vestimos revela muito sobre o que pensamos de nós mesmos e como gostaríamos de ser tratados. Portanto as mulheres cristãs devem de certa forma, criar sua própria “moda”, testemunhando seu “bom senso cristão”, no original grego kosmios , “decência”. Paulo exorta a uma atitude marcadamente feminina, de bom gosto, sensibilidade e simplicidade, em contraste com o conceito de moda propagado pelo sistema mundial, e que sempre envolve luxo, exibicionismo, sensualidade apelativa e falsidade.

1 Pe 3.3,4: É natural e apreciável que as mulheres se arrumem de forma a valorizar a sua personalidade. A ênfase da instrução bíblica está no exibicionismo em geral, como os arranjos excêntricos para os cabelos, uso de roupas extravagantes ou luxuosas, os quais não conseguem superar e não devem – especialmente no dia a dia – a beleza e elegância de uma mulher graciosa, gentil, delicada, mansa, compreensiva e que não depende da sua capacidade de sedução e verbalização para realizar tudo o que deseja, pois sabe esperar confiante no Senhor.

Introdução

Nesta introdução aproveitamos para falar alguns pontos importantes sobre doutrina, usos e costumes.

·   Princípios Bíblicos: São bases estabelecidas por Deus para orientação da sociedade humana, que estabelecem parâmetros, dentro dos quais o homem é aceito e se relaciona com o Criador.
·   Tradição: É a transmissão de ensinos, práticas, crenças de uma cultura de uma geração a outra. A palavra grega para tradição é paradosis, usada biblicamente tanto no sentido negativo, como no sentido positivo.

Exemplo da sua utilização no sentido negativo:

Mt 15.2: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão”.

Exemplo da sua utilização no sentido positivo:

2 Ts 2.15: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.

Quando afirmamos que temos as nossas tradições, não estamos com isso dizendo que os nossos usos e costumes têm a mesma autoridade que a palavra de Deus, mas que os bons costumes, que por tradição recebemos dos nossos antecessores, devem ser respeitados com o propósito de manutenção da identidade de nossa denominação religiosa. O termo costume tem também sua origem no latim cosuetumen que significa prática antiga e geral, prática habitual, modo de proceder, jurisprudência baseada em uso, particularidade, moda, trajo característico, procedimento, modo de viver.
Não é biblicamente correto usar doutrina e costume como se fossem a mesma coisa. Os costumes vistos pela ótica cristã são linhas recomendadas de comportamento e formam a identidade estética da comunidade de fé. Estão ligados ao bom testemunho do crente perante o mundo. Estão colocados no contexto temporal e não estão comprometidos diretamente com a salvação.

Hb 5.14: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”.

Costumes são atitudes que permitem ao fiel manter o adequado “afastamento do mundo”.

1 Co 10.23: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”.

E o que podemos dizer acerca das doutrinas? As doutrinas são santas, divinas, universais e imutáveis. É fator altamente influente para o bem e para o mal. A sã doutrina é uma benção para o crente e para a igreja, mas a falsa corrompe, contamina, ilude e destrói. De forma geral podemos dizer que:

·   Quanto à origem:

Ø    A doutrina é divina
Ø    O costume é humano

·   Quanto ao alcance:

Ø    A doutrina é geral
Ø    O costume é local

·   Quanto ao tempo:

Ø    A doutrina é imutável (porque ela é divina e Deus não muda)
Ø    O costume é temporário.

A doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não geram doutrina bíblica.

1. A moda pode se tornar prejudicial

O vestuário do crente faz parte de seu testemunho ao mundo, quanto a uma nova vida transformada e diferente da moda do mundo. A santidade do crente consiste, não apenas em ser separado do mundo, mais principalmente em ser diferente do mundo (sal e luz).

1.1 A moda em geral dita costumes e condiciona pessoas

A maneira como o crente vive, o que ele come, bebe, veste, como ele trata sua família, patrão ou empregados, gasta seu tempo de folga, como pratica sua religião, o tipo de cristianismo que pratica, etc... revela qual a sua filosofia de vida, se baseada na cultura judaico-cristã (Bíblica) ou se nas filosofias humanistas do mundo em rebelião contra Deus. Isto se reveste de particular importância, pesando-se o fato, de que, a filosofia que norteia sua vida, a mesma revela para qual destino você está se encaminhando. Se pela filosofia da porta e caminho, ambos largos e sem muitas restrições ou da porta e caminhos, igualmente estreitos, porém, estreitados pelos ditames da palavra de Deus. Na realidade é mais que uma opção de estilo filosófico de vida, mas, uma escolha de destino: perdição ou vida.

Mt 7.13,14: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Na questão da indumentária cristã ou aquilo e como o crente se veste, está envolvida muito mais que uma questão de gosto pessoal, mas, uma questão que revela toda a filosofia que orienta a vida.

1.2 A moda quase sempre é feita sem critérios e passa dos limites

O termo “mundo” pode ser definido como todo o sistema de filosofias e valores humanos que determinam como as coisas devem ser e acontecer na sociedade humana. Esta sociedade, por natureza secular (voltada prioritariamente para este tempo e século, com desprezo pela era vindoura), nunca foi um bom referencial para o crente, a não ser que este não teme a Deus e nem use a sua palavra como parâmetro de conduta. Entre os vários setores do sistema mundano, encontra-se a moda, que é a arte ou técnica de confeccionar o vestuário humano. A moda por natureza é volátil e descartável, por isso varia muitíssimo com o tempo, culturas, tendências, gosto, humor das pessoas e principalmente varia conforme o clima cultural e filosófico da época. Uma cultura mergulhada numa filosofia licenciosa e hedonista terá uma moda que refletirá está filosofia na forma da cultura do nudismo e de um vestuário voltado para a sedução e erotismo. Portanto, a moda mundana envolve muitissimamente mais que uma questão de gosto e preferência pessoais. De fato, a moda do mundo, e especialmente, do mundo pós-moderno de então, é a encarnação de uma filosofia que prega a total rebelião contra Deus e a sua palavra.
Entre outras coisas, o vestuário de uma pessoa revela o quanto ela teme a Deus e o quanto a palavra de Deus é realmente o seu referencial de conduta e vida ou, dizendo do modo clássico, o quanto a Bíblia é, não somente a sua única regra de , mas, também, e principalmente de prática. Lamentavelmente, para muitos ditos “cristãos” e “evangélicos”, os estilistas de moda é que servem de referencial para o seu vestir. A maioria destes estilistas, senão todos, são verdadeiros filósofos pragmáticos da cultura e doutrina hedonista e nudista do pos-modernismo.

1.3 A moda sempre se confunde com os extremos Os excessos e extravagâncias podem por tudo a perder...

Is 3.16-26: “Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião se exaltam, e andam com o pescoço erguido, lançando olhares impudentes; e quando andam, caminham afetadamente, fazendo um tilintar com os seus pés; portanto o Senhor fará tinhoso o alto da cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua nudez. Naquele dia tirará o Senhor os ornamentos dos pés, e as toucas, e adornos em forma de lua, os pendentes, e os braceletes, as estolas, os gorros, e os ornamentos das pernas, e os cintos e as caixinhas de perfumes, e os brincos, os anéis, e as jóias do nariz, os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e as bolsas, os espelhos, e o linho finíssimo, e os turbantes, e os véus. E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro; e por cinto uma corda; e em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, pano de saco; e queimadura em lugar de formosura. Teus homens cairão à espada e teus poderosos na peleja. E as suas portas gemerão e prantearão; e ela, desolada, se assentará no chão”.

Lc 17.1-2: “E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos”.

Mt 5.27-30: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno”.

2. A ânsia de andar na moda tem seu custo

2.1 Custo financeiro

Is 55.1,2: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura”.

Mt 11.7-10: “E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo,que preparará diante de ti o teu caminho”.

2.2 Custo da saúde

Ex 15.26: “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara”.

Pv 3.7,8: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isso será remédio para o teu umbigo e saúde para os teus ossos”.

3 Jo 2: “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma”.

2.3 Custo espiritual

Rm 8.4-9: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.

1 Co 3.16,17: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.

1 Tm 4.8: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir”.

QUEM SÃO OS CULPADOS PELOS MALES DA MODA MODERNA? 

1º) Satanás está por traz de toda maldade feita neste mundo, embora não seja o único responsável. Foi ele quem desnudou o primeiro casal e continua desnudando a humanidade através dos teatros, cinemas, televisões, vídeos, revistas, livros, praias de nudismo, vestuário mundano, que inclui a mini-blusa, mini-saia, decotes profundos, roupa transparente, roupa colada na pele, etc...
2º) O Mundo, como um sistema que jaz no maligno, é por natureza um sistema que tende a impureza e imoralidade. Moda e Mundo são sinônimos (1 Jo 2.15-17; 5.19).
3º) A Carne, a natureza depravada do homem, é inimiga de Deus e de sua santa lei, de modo que, sendo os ESTILISTAS em sua maioria, homens descrentes, farão sempre uma moda contrária a admitida pela palavra de Deus (Rm 8.4-10).
4º) Os consumidores descrentes, que compram e usam tais vestes (Ap 17.4; 18.15-16).
5º) Os consumidores crentes, que compram e usam tais vestes (Jd 22-23).

3. A moda extravagante leva a pessoa a ficar vulgar
3.1 O grande perigo da moda é que ela só mostra o exterior
3.2 Normalmente a moda desconsidera o bom senso
3.3 Os adornos e adereços devem ser usados comedidamente

Podemos observar em nossos dias que as igrejas evangélicas têm sido invadidas por uma onda de liberalização, no que diz respeito ao uso de adornos, roupas e cortes de cabelo. Os crentes, que antes se diferenciavam dos descrentes pela simplicidade e decência do vestuário, bem como ausência de atavios, hoje já começam a relaxar no cuidado, alegando que “Deus só quer o coração”. Sabemos que a entrega do coração é de suma importância, sendo indispensável à conversão, mas o Senhor quer muito mais do que isto. Ele quer dominar por completo todas as áreas de nossa vida, inclusive a nossa maneira de vestir. Este ensino se encontra corporificado em Rm 12.1, onde Paulo roga aos fiéis que apresentem seus corpos a Deus, bem como em 1 Ts 5.23 ao desejar que Deus santifique o espírito, alma e o corpo dos crentes de Tessalônica.

Rm 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

1 Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Observe também o mesmo ensino em 1 Co 6.20:

1 Co 6.20: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”.

Ao contrario do que muitos têm dito, Deus requer do homem uma completa conversão, que começa com uma transformação interior, de longe a mais importante, mas que acaba por refletir-se também no exterior, o que inclui sua maneira de vestir, adequando-se aos padrões bíblicos. Jacó foi exemplo de servo de Deus que entendeu corretamente que a conversão extrapola os limites internos da alma, atingindo também a aparência exterior. Vemos isto ilustrado na passagem de Gn 35.1-4, onde Jacó ordena à sua família e aos demais que os acompanhavam que se purificassem e mudassem suas vestes, ao que o povo atendeu, livrando-se também dos brincos que traziam nas orelhas.

Gn 35.1-4: Depois disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu, quando fugiste da face de Esaú teu irmão. Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos, que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. E levantemo-nos, e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho que tenho andado. Então deram a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham em suas mãos, e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém”.

Existem dois princípios básicos que norteiam o procedimento dos servos de Deus no tocante a aparência exterior: O princípio da simplicidade e o princípio da diferenciação. Tomemos primeiramente o princípio da simplicidade, expresso no versículo já citado do evangelho de Mateus e também presente na primeira epístola de Paulo a Timóteo: “Quero que, do mesmo modo, as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos dispendiosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras” (1 Tm 2.9,10). Notamos neste versículo que Paulo exorta as mulheres cristãs a usarem trajes simples, dispensando qualquer ostentação através do uso de adornos exteriores. Aqui também são condenados os trajes indecentes (que equivalem hoje aos transparentes, decotados, sensuais, colantes, curtos, os quais expõem o corpo da mulher à cobiça dos homens), pois Paulo fala da necessidade de decoro (decência) nas vestimentas.
O princípio da simplicidade é visto não somente no Novo, mas também no Antigo Testamento. Notamos, por exemplo, em Ex 33.5,6 que uma das formas de demonstração de sujeição à Deus pelo povo de Israel seria pelo despojamento de seus atavios: “Porquanto o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento subir no meio de ti, te consumirei; porém agora tira os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer. Então os filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, ao pé do monte Horebe” (Ex 33.5,6). O mesmo princípio se observa em Ex 38.8 quando então o despojamento da vaidade por parte das mulheres (sugerido pelo uso do espelho) é visto no fato da pia de cobre ser feita a partir da entrega dos espelhos das mulheres que se reuniam a porta da tenda da congregação: “Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se ajuntavam, ajuntando-se à porta da tenda da congregação” (Ex 38.8).
Os enfeites eram tidos na época do Antigo Testamento como símbolos de luxúria e prostituição, sendo um costume herdado pelo povo de Israel na época em que habitou no Egito. “Também te despirão os teus vestidos, e te tomarão as tuas jóias de adorno. Assim farei cessar em ti a tua luxúria e a tua prostituição, iniciadas na terra do Egito. Não levantarás os teus olhos para eles, nem te lembrarás mais do Egito” (Ez 23.26,27) (Ver ainda Pv 7.10 e Ap 17.1-5.). Nos dias de hoje este costume ainda é verificado, pois as prostitutas modernas continuam apreciando bastante os enfeites, ao ponto de não podermos imaginar uma prostituta sem atavios.
O uso de pinturas também é associado à prostituição na Bíblia Sagrada. Jezabel, a famosa perseguidora dos profetas de Deus, é o símbolo típico de mulher que usava pintura (ver 2 Rs 9.30 e Ap 2.20; ver ainda Ez 23.40-49).
Pedro, em sua primeira epístola universal, ensina que o enfeite da mulher fiel a Deus não é o exterior, mas sim o interior: O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos” (1 Pe 3.3-5). Aqui Pedro não está se referindo a uma simples questão cultural, como alguns dizem, afirmando que este conselho se aplicava apenas àquela época, não sendo mais válido em nossos dias. Ao afirmar que o enfeite deve ser o interior e não o exterior, Pedro alcança todas as épocas e culturas, por mais remotas que sejam, pois aqui ele não trata de uma questão cultural especifica, mas sim de uma ética comportamental universal. Também o argumento que diz que a regra só se aplica à época da Igreja Primitiva é fraco, pois o mesmo apóstolo afirma que desde há muito a simplicidade é característica das mulheres santas: “Pois assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus...”. Vê-se assim que este princípio bíblico se estende e é aplicado a distintas culturas e épocas, inclusive aquela em que vivemos.
Aqueles que defendem o uso de atavios freqüentemente lançam mão de versículos do Antigo Testamento referentes ao uso de anéis, colares e outros adereços. Poderíamos citar aqui o caso do anel e do colar dados a José (Gn 41.42). No entanto, José não optou por usá-los como enfeites em momento algum, mas tão somente aceitou a oferta de faraó. Além do que estes itens tinham como função não embelezar José, mas antes diferenciá-lo na função em que o soberano máximo do Egito acabara de estabelecê-lo. Seria o equivalente hoje à faixa presidencial ou ao uso de roupas brancas pelos profissionais da área de saúde. Outras passagens com referência a objetos de adorno também são citadas como Pv 1.9, mas que tão somente ilustram simbolicamente a preciosidade destes objetos, usados metaforicamente para ilustrar a preciosidade de coisas subjetivas, tais como a instrução dos pais, como é o caso do versículo referido anteriormente. Uma outra referência em relação ao uso de objetos de adorno poderia ser aquelas relacionadas ao uso de jóias pelas noivas. Tem-se neste caso uma situação de exceção, já que na cerimônia de casamento era costume a noiva usar jóias (ver Is 61.10).
É importante notar que a Bíblia exige do fiel à Deus a simplicidade na aparência, mas permite e até estimula o cuidado com uma boa aparência, o que não implica no uso de atavios. O caso de Ester é ilustrativo disto. No segundo capitulo do livro de Ester menciona-se o uso de cosméticos, bem como de óleos e especiarias na preparação de jovens virgens para cerimônias especiais. O próprio Jesus foi ungido com um bálsamo precioso (Mt 26.6-13).
O segundo princípio que orienta o cristão no trato com a aparência exterior é o da diferenciação, o qual é inato ao ser humano e jaz no seu subconsciente desde a mais tenra idade, pois foi nele incutido pelo próprio Deus: E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. A sociedade corrompida tem tentado de muitas maneiras desconsiderar esta característica da criação divina. Particularmente os grupos de homossexuais e feministas têm tentado ao longo dos anos abafar as diferenças entre os sexos, e muitos têm aderido ao seu desvio. O referido princípio se encontra exposto claramente no livro de Deuteronômio: “A mulher não usará roupa de homem, nem o homem roupa de mulher, pois quem faz tal coisa é abominável ao Senhor teu Deus” (Dt 22.5). Aqui Deus considera abominação o uso de traje peculiar ao outro sexo. Vemos assim que o Senhor quer diferenciação no vestir, de forma que seja possível distinguir se uma pessoa é homem ou mulher pelo traje que veste. O mesmo princípio se aplica ao tamanho do cabelo. Paulo chega a afirmar que a própria natureza ensina que o cabelo da mulher deve ser maior que o do homem. Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (1 Co 11.14,15).
A sociedade em que vivemos perdeu os referenciais de diferenciação. As mulheres atualmente vestem calça comprida e tosquiam o cabelo como homem, ficando completamente descaracterizadas. No entanto, frente aos apelos tentadores do presente século, as mulheres santas devem zelar pela diferenciação de trajes, conservando a decência e a simplicidade cristãs. A simplicidade, característica de Jesus e de seus seguidores através dos tempos deve permear a mente e o coração de todo fiel a Deus. Satanás foi o primeiro a se envaidecer devido à sua beleza (ver Ez 28.17), e uma vez corrompido em sua vaidade, quis usurpar o trono do Todo-Poderoso, pelo que foi precipitado na terra e agora tenta o coração dos homens para que cometam o mesmo pecado. No entanto, Jesus afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam contra a verdadeira Igreja, a qual sempre guardou e sempre guardará na íntegra a palavra de Deus.

4. A luta contra as modas que deixam marcas – Lipoaspirações, uso de silicones e cirurgias plásticas...

Pv 31.30: “Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada”.

Mt 6.27: “E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?”

Lc 12.25,26: E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?”

4.1 O perigo de ferir o corpo
4.2 O perigo das contaminações

Além dos perigos citados pelo comentarista aqueles que fazem tatuagem correm o risco de contrair o vírus HIV, contrair hepatite, infecções bacteriana e virais. Segundo a Clínica Mayo (EUA), numa pesquisa feita com 454 estudantes, um em cada dez usuários do piercing sofreu infecção. A Universidade de Yale informou que uma garota de 22 anos sofreu infecção no cérebro, causada por um piercing de língua. As bactérias da boca chegaram ao cérebro pelo sangue.

Lv 19.28: “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor”.

Roland de Vaux, ex-diretor da École Biblique de Jerusalém diz: “As leis antigas da Mesopotâmia presumem que o escravo seja marcado como uma rês, com uma tatuagem, um estigma feito com ferro em brasa ou ainda com uma etiqueta presa ao seu corpo [...] Sinal de identidade, como as tatuagens dos cultos helenísticos”.

Com relação ao piercing, a revista Época de 25/02/2002 aponta diversos perigos quanto ao seu uso:

·   Língua – Pode provocar fendas nos dentes e infecção geral
·   Sombrancelha – Inchaço e dor impedem a higienização correta do local e abre caminho para infecções
·   Umbigo – A pele pode ficar irritada com reações alérgicas
·   Nariz – Danifica os vasos sanguíneos e produz cicatrizes

Alexandre Farias[1] em um estudo feito acerca de tatuagens e pierceng diz:

Deus aprovaria algo que chega a mutilar o templo do Espírito Santo? Veja o alerta que a Bíblia faz em 1 Co 3.16-17. Existe a tese de que os locais mais perfurados estejam relacionados à salvação e que, co­mo certos adornos, o piercing constitui uma tranca que aprisiona a alma (Ez 13.18-21). Um sinal visível de escravidão espiritual. Leia os textos abaixo, faça sua própria avaliação e tire suas conclusões:

·   Nariz - fôlego de vida (Gn 2.7; 7.22-24; Is 2.22, 42.5; Ec 3.19, 21)
·   Boca - confissão (Rm 10.8-9; 1 Jo 1.9; Mt 15.18;21.16; Tg 3.10; Pv 21.23)
·   Sobrancelhas (olhos) - mente (Mt 6.22-23; Ef 1.17-18, 4.18; 2 Co 4.4)
·   Orelha - ouvir e crer (Rm 10.14-18; Hb 3.15; Is 6.10; Jr 17.23; Ap 3.6)
·   Umbigo (ventre) - sede da vida (Jo 7.38-39; 4.14; Fp 3.19; Rm 16.18)

Alexandre Farias, alerta ainda para o fato da prática do piercing ser proibida para menores [lei 9.828/97(SP)] e para o fato de que A. La Vey, fundador da Igreja de Satanás, defendia a tatuagem e o piercing, por entender que os mesmos são rejeitados em Lv 19.28 e Dt 14.1-2.
Por fim a palavra de Deus nos diz:

Rm 14.19,21: “Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”.

1 Co 10.32,33: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar”.

4.3 O perigo da estética

Pv 4.20-22: Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo”.

Para meditação: “Somos diferentes de tudo no mundo que não é cristão e esta contra-cultura cristã é a vida do Reino de Deus” (J. R. Stott).

“Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dEle e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela” (confissão de Westminst).

Referências Bibliográficas:

3 comentários:

Anônimo disse...

Li concordei e gostei.A paz do senhor! Que Deus te abençoe!!!!!!

Anônimo disse...

por favor poste+ cedo as liçoes daria para estudarmos melhor .miriam

Magda disse...

Miriam,

Nem sempre é possível postar mais cedo as lições, já que o preparo das mesmas demanda um pouco de tempo, mas farei o possível para atender a sua solicitação. Abraços e que Deus abençoe seus estudos.