quarta-feira, 25 de maio de 2011

LIÇÃO 9 - A LUTA CONTRA AS INOVAÇÕES E OS MODISMOS NA IGREJA

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Profª. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “Todas estas coisas estão fadadas ao desaparecimento pelo uso, porque são baseadas em preceitos e ensinamentos dos homens” (Cl 2.22).

ARC: “As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl 2.22).

O texto de Cl 2.22 deve ser visto no contexto de Cl 2.18-23, onde Paulo refuta alguns falsos ensinamentos que estavam permeando a igreja de Colossos. Um destes ensinos parece estar relacionado com algum tipo de mediação a Deus através de anjos. Desta forma, os falsos mestres estariam induzindo os crentes a cultuarem e reverenciarem os anjos. Paulo denuncia a vaidade de tais falsos mestres, mostrando que por trás destes ensinamentos estava, na realidade, o desejo dos mesmos de serem vistos como espiritualmente superiores pelos membros da igreja de Colossos (ver Cl 2.18). O outro ensino refutado por Paulo nestes versículos é aquele relacionado à imposição de certas regras pelos falsos mestres como forma de demonstração de espiritualidade. Tais regras parecem estar relacionadas a algum tipo de ascetismo (doutrina que assegura, pelos sofrimentos físicos, a supremacia do espírito sobre os instintos) como forma de castigar ou disciplinar o corpo. No versículo 23, Paulo refuta estes ensinamentos dizendo que estes “têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”, sendo que o termo “satisfação da carne” no contexto da igreja de Colossos deve ser entendido como sendo a satisfação do ego daqueles que traziam e impunham tais ensinamentos sobre os membros da igreja de Colossos.
 
Verdade Aplicada: O Evangelho santo deve ser mantido na simplicidade; e a adoração não precisa de inovações e modismos, mas de fé e obediência humilde.

Objetivos da Lição:

·   Mostrar a importância do conhecimento bíblico para refutar as novidades doutrinárias perniciosas.
·   Destacar a mensagem cristocêntrica e de salvação eterna como princípio bíblico imutável.
·   Conscientizar o crente do perigo das inovações e modismos que descaracterizam as igrejas cristãs.

Textos de Referência: Gl 1.8,9,11,12

No texto de referência citado vale a pena ressaltar o significado da palavra “anátema”, já que Paulo, ao escrever sua epístola aos gálatas, coloca por duas vezes todos aqueles que apresentam ou que venham a apresentar “outro evangelho” além do genuíno evangelho de Jesus Cristo debaixo da condição apresentada por esta palavra. Assim, segundo comentário feito na Bíblia de Estudo Pentecostal (Stamps, 1995, p. 1794), a palavra anátema significa estar sob maldição divina ou condenado à destruição. Conclui-se então, pelas palavras de Paulo, que todo aquele que muda, tira ou acrescenta algo ao evangelho está sujeito à condenação eterna.

Introdução – O mundo vive a pós-modernidade impondo inovações a cada momento. Os modismos estão tomando conta das igrejas e mudando as suas tradições e afrouxando as doutrinas...

Entende-se por pós-modernidade, a condição sócio-cultural e estética que prevalece no capitalismo contemporâneo após a queda do Muro de Berlim e a conseqüente crise de ideologias que dominaram o século XX. A pós-modernidade foi antecedida pelo modernismo, quando então o homem, influenciado pelas idéias ligadas ao iluminismo nos séculos 17 e 18 se declara livre da opressão da religião, da crença em Deus, e assim ele passa a viver somente a luz do racionalismo. A modernidade é seguida pela era pós-moderna. O homem vê que viver apenas da razão intelectual não adiantou, e assim ele passa agora a não acreditar mais em verdades absolutas, entrando então na era do relativismo, onde tudo depende de um ponto de vista. É neste contexto que o mundo chega a chamada era da pós-modernidade, e uma das conseqüências do relativismo com o qual a pós-modernidade está engajada é o rompimento com as tradições ou com qualquer modelo tradicional. É dentro deste contexto que surgem as inovações, até mesmo dentro das igrejas, e combatê-las pode ser algo “muito perigoso”, pois dentro da era do relativismo isto pode agredir ou violar “o ponto de vista” daqueles que concordam com tais inovações. A Bíblia, no entanto, apresenta valores, princípios e modelos tradicionais absolutos, e ainda que o mundo pós-moderno tente impor a relativização até mesmo dos conceitos bíblicos, os cristãos são chamados a se comprometerem e a expressarem suas convicções baseadas na imutável autoridade da Palavra de Deus.

Rm 6.16,17: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues”.

Rm 6.17,18: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples”.

2 Ts 2.15: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.

2 Ts 3.6: “Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu”.

1 Tm 4.16: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”.

Tt 1.9: Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”.

Tt 2.1: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina”.

Tt 2.7: “Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade”.

Hb 13.7,8: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente”.

1. Os modismos vêm e passam – Modismo quer dizer coisas do momento e por imitação. A moda precisa sempre trazer novidades...

Na lição 8, o ponto 3 falou sobre os manipuladores de auditórios. Foi possível concluir que estes existem, porque cada vez mais existe uma multidão de pessoas que se deixam ser manipuladas. A questão aqui é a mesma. Os modismos existem porque cada vez mais existem aqueles que se deixam levar pelas novidades, e isto, sem dúvida alguma, é fruto de uma geração de cristãos superficiais, que pouco ou nada conhecem da palavra de Deus, que pouco ou nada se dedicam à comunhão com Deus, que pouco ou nada se dedicam à oração, que pouco ou nada querem com relação à separação do mundo, que pouco ou nada sabem acerca da crucificação do “velho homem”, da carne, do eu, pois o propósito em geral é a satisfação pessoal. Assim, tem se hoje o oposto do que é apresentando em Lc 2.52, onde diz que Jesus crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens, ou seja, primeiro no sentido vertical, e então depois no sentido horizontal. No evangelho das inovações, na maioria das vezes, o que se tem é a inversão desta ordem, um crescimento, primeiro para com os homens, no sentido horizontal, apenas de aparência, e talvez, em alguns casos, para com Deus.

1.1 A Palavra do Senhor permanece para sempre – “Passarão o céu e a terra, porém, as minhas palavras não passarão” (Lc 21.33). O evangelho não muda. Vem moda, vai moda...

Is 40.6-8: “Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor. Na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente”.

Is 55.11: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”.

Jr 1.12: “Disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la”.

Jr 23.28: “O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor”.

At 6.7: “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé”.

At 12.24: “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava”.

Cl 3.16: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”.

1 Pe 1.24,25: “Porque toda a carne é como a erva,e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada”.

1.2 Há uma grande expectativa por novidades – Mas não podemos implantar o que não é bíblico ou o que contraria a verdade divina. Estas são novidades que logo se vão... Paulo nos adverte a que não sejamos mais meninos na fé levados por todo vento de doutrina...

O texto de Ef 4.14 citado pelo comentarista, mostra que a busca por novidades e modismos transitórios é característica de crentes imaturos, meninos espirituais subdesenvolvidos, e isto porque muitas vezes estes não se deixam ser orientados por aqueles que foram constituídos por Deus na liderança da sua igreja: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Um outro ponto importante a ser considerado na questão das novidades é o comentário feito de que estas “logo se vão”. Tal fato é indicativo de que estas não estão em acordo com a palavra de Deus, pois o propósito de Deus é que o crente produza fruto e que o seu fruto permaneça, conforme diz Jo 15.16: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda”.

1.3 O uso do profano com aparência de santo – Blocos de carnaval evangélicos, boates, rodeios, pagodes, festas juninas, torneios de futebol “gospels” rede de danças com bailarinas e músicas com ritmos exóticos...

Toda esta mistura do santo com o profano é contraditório com a palavra de Deus, conforme pode-se perceber nos seguintes versículos que falam por si mesmo.

Rm 13.12: “A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz”.

1 Co 10.1-6: “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, e todos comeram de uma mesma comida espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto. E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”.

2 Co 6.14-18: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”.

Rm 14.21: “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”.

1 Co 10.32: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus”.

2. As superstições e os amuletos da fé – O Espírito Santo nunca precisou de ajuda por meio de truques ou de fórmulas mágicas...

2.1 Crentes usando bengalas da fé – Galhos de arruda para expulsar mau olhado, sal grosso para descarrego, copo d’agua em cima do rádio ou do televisor para cura interior...

2.2 O ensino sistemático e sadio da Palavra de Deus afasta as inovações e modismos – Querem trazer novidades, mas é o crente que deve viver em novidade (Rm 6.4)...         

2.3 Precisamos perseverar na doutrina dos apóstolos – Devemos, então, permanecer na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2.42). Deixar o misticismo maléfico...

Neste ponto 2, o comentarista chama a atenção para um dos modismos atuais que mais tem proliferado no meio evangélico, o uso de objetos como pontos de contato para que alguém venha a ser beneficiado com algum tipo de bênção. Dentre estes objetos, além dos listados no ponto 2.1, uma infinidade de outros, alguns chegando a ultrapassar o nível do absurdo, como, por exemplo, “pedaços da cruz de Cristo com sangue do Cordeiro”, conforme foi propagado recentemente por uma denominação neo-pentecostal, tem sido oferecidos como alternativa para a fé cristã, porém tudo isto, juntamente com as “campanhas” que os acompanham é anti-bíblico, e não se sustentam quando confrontados com uma análise minuciosa das Escrituras.
Diversas passagens do Antigo Testamento são usadas como justificativa para o uso destes objetos. Dentre elas, podem ser citadas, por exemplo, o cajado de Moisés, a serpente de bronze, o manto de Elias, as águas do Jordão que serviram para curar Naamã etc... Do Novo Testamento dentre as passagens utilizadas, podem ser citadas, por exemplo, a cura do cego onde Jesus se utilizou de lodo, os lenços e aventais de Paulo utilizados na cura de enfermos e expulsão de espíritos malignos etc... Todas estas passagens poderiam até servir de base para o uso de objetos como pontos de contato, conforme alegam os “milagreiros atuais”, no entanto, uma análise minuciosa dos textos bíblicos onde elas se encontram, conduz a conclusão que cada uma destas situações foram únicas e exclusivas e é exatamente neste fato que elas evidenciam que o poder não estava no objeto ou na situação em si, mas sim, no poder extraordinário do Deus de Israel, o Criador dos céus e da terra e Sustentador de todas as leis que governam o Universo. Tal poder era demonstrado, não segundo a criação prévia de campanhas, métodos ou fórmulas humanas, mas segundo a vontade soberana de Deus, e todos os profetas, bem como os apóstolos, compreenderam isto muito bem, de forma que, eles nunca se utilizaram de tais fenômenos para impor a repetição do milagre ocorrido ou para mercantilizar o método a fim de atraírem seguidores para si mesmos. Aliás, nem mesmo Jesus utilizou-se de métodos, fórmulas ou de campanhas de curas, expulsão de demônios e prosperidade, para atrair a multidão. Em cada situação, Ele operou de forma distinta, sendo que cada uma delas tinha como propósito trazer algum ensinamento acerca da sua Pessoa, sua divindade, seu poder criador, sua soberania, sua obra para redenção do homem, sua bondade, sua compaixão etc...
Enquanto que a manifestação única e exclusiva de cada situação como as listadas do Antigo e do Novo Testamento evidenciavam o poder extraordinário de Deus e sua soberania sobre todas as coisas, o mesmo não se pode dizer acerca dos métodos, fórmulas e campanhas previamente criadas pelos homens, pois a partir do momento que o homem passa a utilizar-se destas passagens em campanhas pré-estabelecidas ou no uso de objetos como meio de impor que o milagre aconteça a evidência já não estará mais em Deus, e sim na campanha e no propagador da mesma ou no objeto utilizado, e desta forma, tais situações passam a ser caracterizadas como “idolatria”, algo que Deus abomina, conforme mostrado em toda a extensão da Bíblia desde Gênesis a Apocalipse. Além disto, a imposição de campanhas ou de objetos como pontos de contato para que o milagre aconteça mostra, não o homem reconhecendo a soberania de Deus e se submetendo a sua vontade, mas sim o homem tentando controlar o sobrenatural, e sendo assim, tal situação já não pode ser vista como parte do genuíno evangelho de Jesus Cristo, mas sim como “feitiçaria”, algo caracterizado tanto no Antigo como no Novo Testamento como rebelião contra Deus, já que o homem estará, nestas condições tentando impor sua vontade sobre a vontade de Deus, o que é uma afronta em relação a soberania de Deus.
Por tudo isto, a igreja nos dias atuais deve rejeitar e combater tais modismos, pois eles são nocivos para a fé cristã e lamentavelmente tem arrastado multidões iludidas com tal engano religioso.

Mt 7.22,23: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.

Mt 24.24: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”.

2 Ts 2.10-12: “E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”.

3. A confissão positiva e a teologia da prosperidade – A teologia da prosperidade financeira e o poder do pensamento positivo trouxeram tanta...

Nos itens 3, 3.1, 3.2, 3.3, a abordagem do comentarista diz respeito à “Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva”, doutrinas que tem também permeado o meio evangélico. Segundo o Jornal Mensageiro da Paz (2009, p. 4) a teologia da prosperidade é o ensino de que todo cristão verdadeiro obterá a prosperidade financeira e estará imune a todas as doenças, podendo inclusive exigir tais coisas de Deus durante a vida presente sobre a terra. Para isso, basta apenas que use o nome de Jesus e chame à existência aquilo que não existe, imitando o que Deus fez na criação do mundo. O primeiro propugnador desse ensino foi o norte americano Essek William Kenyon (1867-1948). Este, influenciado por idéias de seitas que pregavam o poder da mente, a crença na inexistência de doenças pelo poder da mente e o poder do pensamento positivo, criou sua doutrina de prosperidade. Apesar de Kenyon ser considerado o pai desse ensino, o homem que mais popularizou a teologia da prosperidade foi um de seus discípulos, o pastor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003). Kenneth Hagin fundou o Instituto Bíblico Rhema, grande centro divulgador de suas idéias. Hagin ensinava que todo cristão verdadeiro deverá ter sempre saúde plena e riquezas, de sorte que toda doença ou pobreza é sinal de maldição. Com relação à “confissão positiva”, o ensino de Hagin se resumia em quatro pontos: “Diga a coisa; faça a coisa, receba a coisa e conte a coisa”. De acordo com este ensino o crente ao declarar o seu desejo, deve agir como se já tivesse recebido o que decretou. Segundo Hagin, o crente ao orar deve utilizar termos como “exijo, decreto, determino e reivindico ao invés de dizer “peço, rogo e suplico”. Aliás, segundo ele, o crente nunca deve dizer “se for da tua vontade”, pois isso destrói a fé. Conforme pode-se perceber, a teologia da prosperidade e da confissão positiva possui muitos equívocos, dentre estes, pode-se destacar o fato de que ela fere um dos principais ensinos da Bíblia que é aquele relacionado à soberania de Deus.

3.1 Enfatizar que o crente pode adquirir tudo que quiser – Estas teologias atuais não estão centradas na Bíblia nem divulgam a salvação eterna, mas visam aos bens materiais...

Mt 6.31-33: “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Jo 6.27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”.

2 Co 4.16-18: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.

1 Tm 6.6-8: “Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”.

3.2 Palavras de ordem com o poder do pensamento positivo. “O que você pensar, isto acontecerá” – O cristão saudável não pode aceitar isto para sua vida, pois é evangelho sem cruz e sem redenção...

Lc 22.41,42: “E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”.

1 Jo 5.14: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”.

2 Co 12.7-9: “E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”.

3.3 Paulo ensina a se contentar com o pouco, mas não prega a teologia do sucesso material como foco – “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 4.13). Muitos dizem que pobreza é maldição, falta de fé ou conseqüência de pecado escondido...

Dizer que pobreza é maldição é algo totalmente contraditório com a palavra de Deus:

Dt 15.11: “Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra”.

Pv 19.1: “Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo”.

Pv 22.2: “O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez”.

Pv 28.6: “Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o de caminhos perversos ainda que seja rico”.

Sf 3.12: “Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor”.

Lc 6.20: “E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”.

Rm 15.26: “Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”.

Tg 2.5: “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”.

4. As liturgias modificadas – As igrejas não podem desvirtuar a sua destinação para palanques, teatros, circos, casa de shows, cinemas...

At 2.42-47: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.

Atos 2.42-47 mostra o modelo litúrgico para a igreja: Ensino, palavra, consagração, oração, reverência e temor à santidade de Deus, amor fraternal, oferta voluntária e não com interesse, quebrantamento, sacrifício de louvor a Deus por meio de Jesus Cristo (ver Hb 13.15), o que significa dizer que o único louvor que Deus recebe é aquele que estiver em concordância com as atitudes e pensamentos de Jesus,  são algumas das características do verdadeiro culto a Deus. Qualquer coisa que foge a este padrão não é culto a Deus e sim entretenimento para as pessoas.

Hb 13.15: “Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome”.

4.1 Liturgias para adequar os movimentos atuais – Os espetáculos e as gritarias dos movimentos evangélicos tomaram conta da maioria dos cultos...

1 Co 14.26: “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”.

1 Co 14.40: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.

4.2 Liturgias para o entretenimento – Muitas igrejas querem segurar as pessoas na comunhão com entretenimento...

Acerca do evangelho do entretenimento vale a pena conferir as frases ditas por Charles Spurgeon:

“O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice".

"O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo".

4.3 Liturgias para exaltar o homem e satisfazer a seus desejos – Alguns pastores querem, pelas suas habilidades, prender as pessoas às novas formas litúrgicas. A atração não é pela Palavra nem pelo poder de Deus...

Tentar utilizar-se do entretenimento ou de qualquer outra coisa para segurar as pessoas na igreja, é dizer a Deus que o Espírito Santo não é suficiente para convencer o homem do pecado, que o evangelho não é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, e que a Palavra não tem poder para penetrar no íntimo e na consciência do homem para que ele reconheça a sua condição diante de Deus, a igreja, no entanto deve rejeitar tudo isto e permanecer naquilo que é ensinado pela palavra de Deus:

Jo 16.7-11: “Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.

Rm 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”

Hb 4.12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.

Referências Bibliográficas:
MacDonald, W.; Comentário Bíblico Popular, 2008, Mundo Cristão, São Paulo, SP.
Stamps, D. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, CPAD, Rio de Janeiro, RJ
Mensageiro da Paz, Confissão Positiva: Uma Praga no Meio Evangélico, 2009, Ano 79, No 1494, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

LIÇÃO 8 - A LUTA CONTRA AS HERESIAS E OS FALSOS MESTRES

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula da Escola Bíblica Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Profª. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

ARC: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

Paulo adverte os crentes da igreja de Colosso contra falsos ensinos. Neste versículo ele classifica estes falsos ensinos como sendo aqueles constituídos:

·   Por filosofias e vãs sutilezas segundo a tradição dos homens - No contexto da igreja em Colossos tais ensinos eram aqueles relacionados a imposição da circuncisão, a observância das leis dietéticas judaicas e à guarda de dias santos judaicos como sendo necessários para a salvação.
·   Por filosofias e vãs sutilezas segundo os rudimentos do mundo. No contexto da igreja em Colossos tais ensinos eram aqueles relacionados à suposta mediação de anjos e aqueles relacionados ao ascetismo, já que falsos mestres estavam impondo a observância de determinadas regras como forma de demonstração de maior espiritualidade.
  
Verdade Aplicada: O ensino falso perverte a fé cristã e produz divisões dolorosas no meio do povo de Deus.

Objetivos da Lição:

·   Mostrar que os falsos mestres aproveitam as oportunidades
·   Conscientizar que o cristão deve conferir na Palavra de Deus todos os ensinos recebidos
·   Deixar claro que precisamos crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo

Textos de Referência: 2 Pe 2.1-3

Em 2 Pe 2.1-3, Pedro fala do aparecimento dos falsos profetas no meio do povo de Deus, uma situação que já ocorrera no passado, e que ocorreria novamente através do aparecimento de falsos mestres entre os cristãos. Pedro adverte a igreja contra os tais, já que estes utilizam-se de métodos, onde de forma encoberta, heresias de perdição são introduzidas na igreja. Em 2 Pe 2.1, Pedro mostra que o ponto fundamental para conhecimento destes falsos mestres é o fato deles “negarem o Senhor que os resgatou”. Esta negação pode ser feita tanto por palavras e declarações contrárias à Palavra de Deus, bem como por meio de atitudes, pois existem “falsos mestres” que apesar de demonstrarem grande conhecimento da Palavra de Deus, no seu modo de viver, eles contradizem seus ensinamentos, conforme escreve MacDonald (2008, p. 946):

“De Bíblia em punho, esses homens se apresentam como ministros de justiça, entoam hinos evangélicos conhecidos e usam expressões das Escrituras. Tudo isso não passa, contudo, de camuflagem para seus ensinamentos heréticos e valores morais corruptos”.

Pedro indica o juízo de Deus porvir na vida destes homens, mostrando que eles acabarão por trazerem “sobre si mesmos repentina perdição” (2 Pe 2.1). Em 2 Pe 2.2, Pedro mostra a vasta influência destes falsos mestres, pois, segundo ele escreve “muitos seguirão as suas dissoluções”. A palavra “dissolução” usada neste versículo indica que uma das características dos falsos mestres é o desprezo pelos padrões bíblicos de moralidade e o incentivo a seus seguidores para que estes satisfaçam os seus desejos carnais, fato estes que leva o caminho da verdade a ser blasfemado. No versículo 3, Pedro aponta a avareza como sendo a motivação presente no coração destes falsos mestres e sendo assim, seus seguidores tornam-se para eles meio de negócios com fins lucrativos. Pedro fala novamente do juízo de Deus porvir sobre estes homens esclarecendo que ainda que o mesmo pareça tardio, “a sua perdição não dormita” (2 Pe 2.3).

Introdução - Muitos falsos mestres tem surgido no meio cristão trazendo heresias perniciosas... Eles tem levado os incautos (ingênuo, inocente), neófitos (iniciantes) e crentes que não lêem a Bíblia...

Jó 21.14: “E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos”.

Pv 1.7: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”.

Pv 1.28,29: “Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor”.

Pv 11.9: “O hipócrita com a boca destrói o seu próximo, mas os justos se libertam pelo conhecimento”.

Ec 7.12: “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor”.

Os 4.6: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”.

Os 6.6: “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos”.

Jo 5.39: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”.

2 Tm 3.15: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus”.

1. Forçando a interpretação bíblica – Os falsos mestres introduzem heresias perniciosas para enganarem os incautos... modificam versículos bíblicos para tirar proveito material e financeiro...

Dt 4.2: “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando”.

Pv 30.5,6: “Toda a palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”.

Ec 3.14: “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele”.

Ap 22.18,19: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro. E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro”

1.1 Eliminam versículos bíblicos ou mudam os significados – Para aproveitarem oportunidades, serem favorecidos e obterem lucros...

Acerca daqueles que falam somente aquilo que as pessoas querem ouvir:

Jr 23.21,22: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, contudo eles profetizaram. Mas, se estivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações”.

2 Tm 3.8: “E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.”

Como devem proceder e considerar aqueles que pregam, anunciam e ensinam a palavra de Deus:

At 20.26,27: Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.

Rm 15.4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”.

1 Co 4.6: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro”.

2 Co 2.17: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus”.

2 Tm 3.16,17: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.

1.2 Fazem interpretações particulares – Agem de forma subjetiva, secreta... Torcem a Palavra conforme seus bel-prazeres...

1 Tm 6.3-5: “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais”.

2 Tm 3.1-6: “Sabe, porém, isto: Que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.

2 Jo 9-11: “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras”.

1.3 Recebem revelações particulares – Estas os fazem “donos da verdade”, cujo evangelho não tem Cristo. Movimentos como assopros, quedas pelo chão...

Nos itens 1, 1.1 e 1.2, a abordagem do comentarista remete às heresias e doutrinas falsas que tem permeado o meio evangélico, sendo estas provenientes da “Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva”. Segundo o Jornal Mensageiro da Paz (2009, p. 4) a teologia da prosperidade é o ensino de que todo cristão verdadeiro obterá a prosperidade financeira e estará imune a todas as doenças, podendo inclusive exigir tais coisas de Deus durante a vida presente sobre a terra. Para isso, basta apenas que use o nome de Jesus e chame à existência aquilo que não existe, imitando o que Deus fez na criação do mundo. O primeiro propugnador desse ensino foi o norte americano Essek William Kenyon (1867-1948). Este, influenciado por idéias de seitas que pregavam o poder da mente, a crença na inexistência de doenças pelo poder da mente e o poder do pensamento positivo, criou sua doutrina de prosperidade. Apesar de Kenyon ser considerado o pai desse ensino, o homem que mais popularizou a teologia da prosperidade foi um de seus discípulos, o pastor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003). Kenneth Hagin fundou o Instituto Bíblico Rhema, grande centro divulgador de suas idéias. Hagin ensinava que todo cristão verdadeiro deverá ter sempre saúde plena e riquezas, de sorte que toda doença ou pobreza é sinal de maldição. Com relação à “confissão positiva”, o ensino de Hagin se resumia em quatro pontos: “Diga a coisa; faça a coisa, receba a coisa e conte a coisa”. De acordo com este ensino o crente ao declarar o seu desejo, deve agir como se já tivesse recebido o que decretou. Segundo Hagin, o crente ao orar deve utilizar termos como “exijo, decreto, determino e reivindico ao invés de dizer “peço, rogo e suplico”. Aliás, segundo ele, o crente nunca deve dizer “se for da tua vontade”, pois isso destrói a fé. Conforme pode-se perceber, a teologia da prosperidade e da confissão positiva possui muitos equívocos, dentre estes, pode-se destacar o fato de que ela fere um dos principais ensinos da Bíblia que é aquele relacionado à soberania de Deus.
No item 1.3 a abordagem do comentarista remete às heresias e doutrinas falsas que tem permeado o meio evangélico, estando estas relacionadas ao “experimentalismo”. Nestes ensinos a experiência sobrepõe a Palavra de Deus e aqueles que os pregam, dificilmente aceitam serem confrontados por uma análise minuciosa dos ensinos bíblicos. Os ensinos relacionados ao “experimentalismo” ganharam ênfase nos últimos anos, a partir dos fatos registrados em uma igreja em Toronto (Canadá), sendo o mais marcante desta igreja a chamada “unção do riso” (Mensageiro da Paz, 2007, p. 26). Afirmam os defensores da “unção do riso” que Deus os visita com um avivamento tal, que a presença do Pai torna-se tão intensa, e seu amor, tão claramente revelado, que as pessoas são enchidas pela alegria do Espírito Santo, passando a dar gargalhadas, risos incontroláveis, a ponto de cair no chão e rolar de rir. A partir do movimento da “unção do riso” outras aberrações como esta tem ganhado destaque no meio evangélico, podendo ser citadas, por exemplo: “Cair no Espírito ou cair no poder, dente de ouro, unção de lagartixa, onde o crente recebe uma unção tal que ele fica colado na parede, desmaiar arrebatado, reteté de Jeová, unção do Leão da Tribo de Judá, onde as pessoas saem engatinhando pelo chão imitando um leão. Essa unção do leão passou a se chamar unção do zoológico, já que os crentes podem também imitar outros animais como pássaros, cachorros ou outros animais durante os cultos. Conforme pode-se perceber são muitas as inovações, e a cada dia, outras novas vão surgindo. Tais movimentos, porém não resistem a um confronto com a Palavra de Deus por isto eles devem ser rejeitados pela igreja, podendo estes inclusive constituir-se em uma ofensa à Pessoa do Espírito Santo.

Mt 7.22,23: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.

Lc 13.25-27: “Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois; então começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E ele vos responderá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniqüidade”.

2 Co 11.2,3: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo”.

Hb 10.29: “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”

2. Usando o relativismo – Cuidado com o relativismo, ele é sorrateiro! A Palavra de Deus declara valores e conceitos absolutos e verdades imutáveis e inegociáveis...

Is 5.20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!”

Ez 22.26: “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles”.

2.1 “Tudo depende do contexto atual” – “A verdade depende do ângulo de visão... O bem, o mal e as verdades morais e éticas são funções dos tempos, dos lugares e dos grupos sociais” dizem. Como obedecer a Bíblia?

Jr 15.19: “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles”.

Ml 3.18: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve”.

Ap 22.11: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda”.

2.2 “Sem maldade no coração não se caracteriza o pecado” – Muitos pensam que viver amistosamente com alguns preceitos do mundo...

Gn 6.3: “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne”.

Mt 5.19,20: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”.

Mt 7.13,14: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Tg 4.4: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.
           
2.3 Ensinam que “a nova vida é acrescentada à antiga” – E não precisa substituí-la por completo... Este é o evangelho sem morte, desprovido de renuncia...

A Bíblia não ensina que “o velho homem” pode ser melhorado, ela ensina que o “velho homem” deve morrer para dar lugar “a nova criatura”.

Rm 6.3-6: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado”.

2 Co 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

Ef 4.22-24: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”.

Cl 2.12: Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”.

Cl 3.3: Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”.

3. Manipulando o auditório – Os manipuladores de auditório sabem trabalhar as emoções das pessoas, fazem-nas fantoches e marionetes...

Os manipuladores de auditório normalmente querem atrair discípulos para si e não para Cristo:

At 20.29,30: “Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”.

3.1 Mexendo com a baixa imunidade emocional das pessoas – Levam seus públicos ao delírio... Uma característica dos falsos mestres é agradar os ouvintes para não espantá-los... Dizendo que a partir de hoje a sua vida vai mudar, iludem os incautos.

Uma das características do engano dos tempos atuais é o fato dos falsos mestres iludirem a sua platéia com a idéia de que o evangelho não exige mudanças de atitudes, bem como com promessas de que todos os seus problemas estarão solucionados. Em Mt 11.28 Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Assim, Jesus apresenta o chamado à salvação, sendo este estendido à todas as pessoas que tem experimentado em suas vidas as conseqüências do pecado. Aqueles que reconhecem o fardo do pecado são aliviados quanto à sua consciência culposa pela obra da redenção efetuada na cruz do calvário. Jesus, porém nunca iludiu ou manipulou as pessoas com promessas enganadoras para que estas se tornassem seus seguidores. No próprio versículo em questão, na seqüência Ele diz: “Tomai sobre vós o meu jugo”. Através desta frase, Ele mostra que todos aqueles que respondem ao seu chamado devem entrar em submissão à sua vontade, transferindo o controle de suas vidas para Ele. Jesus propõe então que todos aqueles que vem a Ele aprendam a andar em seu caminho, o caminho da mansidão e da humildade, e nisto está a leveza de seu jugo, pois sua intenção é ensinar e não esfolar aqueles que se põem debaixo do seu jugo com um pesado autoritarismo. No versículo 30 Jesus complementa esta questão dizendo: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Através desta frase, Ele mostra que a vida cristã não estará isenta de problemas, seu jugo é suave, seu fardo é leve, porém ambos estarão presentes, o que significa dizer que sofrimentos, trabalhos ou preocupações poderão advir durante a caminhada. A diferença na vida cristã estará, não na ausência dos problemas, conforme já foi dito, mas no fato de que aqueles vem a Ele não terão de suportar tudo sozinho, pois ao seu lado estará o Senhor para compartilhar tudo com eles.

Lc 9.23: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”.

Lc 14.27: “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”.

Jo 6.66-69: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente”.

Jo 16.33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.

3.2 Mexendo com as necessidades humanas – Usam, inescrupulosamente, a falta de alimentos e a carência financeira, defendendo a teologia da prosperidade material, fazendo acordos e negociatas com Deus... pregam um evangelho falso, sem cruz...

Quanto às negociatas com Deus, onde os pregadores propõem aos homens fazerem votos a Deus como forma de receberem de Deus aquilo que desejam, observe como isto é contraditório com os ensinos do Novo Testamento:

Mt 5.33-37: “Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”.

Tg 5.12: “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação”.

Quanto ao evangelho sem cruz observe como este é também contraditório com os ensinos do Novo Testamento:

Gl 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”.

Gl 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.

Quanto ao versículo de Fp 4.13: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”, apesar deste ser freqüentemente utilizado pelos propagadores do evangelho triunfalista, dentro de seu contexto o que este versículo mostra é que o cristão pode passar por diversas situações, tanto de abundância, como também de necessidade, no entanto em Cristo, ele poderá suportá-las, ainda que elas sejam de adversidade.

Fp 4.11-13: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”.

3.3 Buscando popularidade – Investem na autopromoção; só eles têm a revelação de Deus...

Apesar de toda esta auto-promoção, não é isto que a Bíblia mostra acerca dos verdadeiros servos de Deus:

Mt 10.24: “Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor”.

Mt 20.25-28: “Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”.

Lc 17.7-10: “E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer”.

Fp 2.5-7: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.

Observe a denúncia que a Bíblia faz àqueles que se auto-promovem:

Lc 16.15: “E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”.

1 Co 4.7: “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?”

4. Defendendo teses teológicas absurdas – Cristo já nos libertou com as verdades bíblicas absolutas. Não podemos continuar vivendo debaixo de ensinos distorcidos...

Ef 4.14,15: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.

4.1 Descaracterizando alguns livros bíblicos – Muitos cristãos, impensadamente, dizem que certos livros da Bíblia não são verídicos, são lendas ou histórias...

1 Co 2.13: “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”.

Gl 1.11,12: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo”.

2 Pe 1.21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.

Acerca de 1 Pe 1.21, MacDonald (2008, p. 944,945) escreve:

“Encontramos aqui um dos versículos-chave da Bíblia acerca da inspiração divina. Em tempos como os nossos, nos quais tantas pessoas negam a autoridade das Escrituras é importante termos convicção da inspiração verbal, plenária e inerrante da Bíblia. A inspiração verbal indica que as palavras redigidas por pelo menos quarenta escritores humanos foram inspiradas por Deus (cf. 1 Co 2.13). Deus não deu um esboço geral ou algumas idéias básicas e depois permitiu que os escritores as expressassem como lhes parecesse melhor. As próprias palavras que usaram foram dadas pelo Espírito Santo. A inspiração plenária indica que a Bíblia toda foi igualmente inspirada por Deus, desde Gênesis até Apocalipse. É a palavra de Deus (cf. 2 Tm 3.16). Dizemos também que a Bíblia é inerrante porque não contém absolutamente nenhum erro no original não apenas no tocante à doutrina, mas também à história, ciência, cronologia e todas as outras áreas”.

4.2 Explicando versículos de acordo com suas conveniências – A respeito daquilo que não está claro na Palavra de Deus, empregam a lógica da filosofia humana...

2 Pe 3.16,17: “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza”.

4.3 Pregando retidão para parecerem justos perante os homens – Querem passar o ensino do evangelho sem poder; expõem altos padrões de retidão farisaica. Precisamos, entretanto, testar os mestres na conduta, na firmeza, na fé, no fruto produzido... Vêm vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores...

Mt 23.27,28: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade”.

Mt 7.15,16: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?”

Referências Bibliográficas:
MacDonald, W.; Comentário Bíblico Popular, 2008, Mundo Cristão, São Paulo, SP.
Mensageiro da Paz, Bênção de Toronto é Farsa Diz Ex Pastor do Movimento, 2007, Ano 77,  No 1468, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
Mensageiro da Paz, Confissão Positiva: Uma Praga no Meio Evangélico, 2009, Ano 79, No 1494, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.