sexta-feira, 30 de março de 2012

LIÇÃO 1 - CHAVES PARA A LEITURA DO APOCALIPSE

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Apocalipse
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João seu servo” (Ap 1.1).

Verdade Aplicada: O Apocalipse é um livro aberto, cheio de símbolos, profecias, juízos e condenações, mas relevante, majestoso e apoteótico.

Objetivos da Lição:

·   Introduzir de modo proveitoso e prazeroso o estudo do Apocalipse.
·   Oferecer informação à identificação correta de personagens e fatos do Apocalipse.
·   Corrigir possíveis erros de interpretação.

Textos de Referência: Ap 1.3,12-16

Introdução: Bem vindo à Escola Bíblica Dominical. Neste trimestre vamos nos ocupar com o livro do Apocalipse. Para melhor entendê-lo, nessa primeira lição, vamos estudar a categoria, conteúdo e destino das revelações que o apóstolo João recebeu. Mas também abordaremos o fundamento, propósito e tema principal do livro. E, ainda, ater-nos-emos aos métodos utilizados pela igreja durante sua história. Que o Deus Trino possa ajudá-lo a entender de forma prática as revelações contidas neste livro.

Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal (D. Stamps, 1995, p. 1978) a palavra Apocalipse deriva da palavra grega apokalypsis, que traduzida significa “revelação”. Esta palavra significa, no original, retirar, remover completamente, descerrar, tirar fora, como quando as autoridades fazem nas inaugurações de placas comemorativas, estátuas, retratos (A. Gilberto, 2003, p. 81), onde o pano em que tais objetos estão envolvidos é removido totalmente para se ver aquilo que até então estivera oculto. De forma geral pode-se dizer que o livro de Apocalipse é:

·   Uma revelação divina quanto à natureza do seu conteúdo: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21).  

·   Uma profecia quanto à sua mensagem: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações” (2 Pe 1.19)

·   E uma epístola quanto aos seus destinatários: “Toda a Escritura divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.16,17).

1. Categoria, conteúdo e destino – Para estudar com proveito este livro, além de crer de todo coração que se trata da Palavra de Deus escrita, precisaremos usar as chaves que o abrem à nossa compreensão.

Sl 49.3: “A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento”.

Sl 119.2: “Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração”.

Começaremos com o primeiro conjunto: A que categoria literária pertence o Apocalipse, o conteúdo do livro e a quem foi destinado. Portanto, ao estudar o Apocalipse considere que ele é:

1.1 Literatura apocalíptica – É a modalidade literária que se ocupa da escatologia (o término do mundo, o sistema que conhecemos e o começo de um novo ciclo que se estende até o estado eterno). Toda literatura apocalíptica é considerada escatológica.

A Escatologia é a doutrina das últimas coisas, ou seja, ela se ocupa do estudo dos eventos profetizados que ainda estão por acontecer. A importância desta doutrina pode ser percebida pelo espaço dedicado a ela ao longo dos 66 livros da Bíblia Sagrada, pois além do livro de Apocalipse, outros livros (Daniel, Zacarias etc...), epístolas inteiras (1 e 2 Tessalonicenses), capítulos inteiros (Mateus 24, Marcos 13) e diversos versículos da Bíblia se dedicam ao assunto. A Escatologia mostra os eventos finais dos “últimos dias” que tiveram início com a vinda de Jesus Cristo a este mundo e que terão o seu fim por ocasião de seu retorno. Os eventos finais dos “últimos dias” prepararão os céus e a terra para um novo começo que se estenderá então por toda a eternidade.

2 Pe 3.11-13: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”.

1.2 Conteúdo do Apocalipse – O Apocalipse é um livro aberto em que o Senhor revela seus planos e propósitos para sua igreja. Apesar de falar do futuro, não deve ser encarado apenas como revelação das últimas coisas, mas sobretudo da narrativa de Jesus Cristo como o Messias vencedor. O Apocalipse não fala somente de fatos escatológicos, mas da pessoa majestosa e gloriosa de Jesus. Na verdade, o Apocalipse é fundamentalmente a revelação de Jesus Cristo (1.1) e não apenas, como alguns querem, de acontecimentos futuros. O povo de Deus não pode divorciar a profecia da Pessoa de Jesus Cristo. No entanto, é possível ter uma melhor compreensão quando dividimos o livro basicamente em três sessões: Descrições da pessoa de Jesus “Coisas que vistes” (Ap 1.19), assuntos concernente à igreja “coisas que são” (Ap 1.19), eventos futuro das nações “coisas que hão de acontecer” (ap 1.19).

O texto de Ap 1.1 começa com o seguinte anúncio: “Revelação de Jesus Cristo” e segundo escreve Win Malgo (1999, p. 10) a expressão “apocalipse” (revelação) usada neste versículo é também usada, por exemplo em 1 Co 1.7 “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, em 2 Ts 1.7 “E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder”, em 1 Pe 1.7 “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo. O Apocalipse revela, portanto antes de tudo a Pessoa de Jesus Cristo. O texto de Ap 1.1 segue então com os seguintes dizeres: “A qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo”. Assim, o assunto do Apocalipse, além de ser o próprio Senhor Jesus é também “as coisas que brevemente devem acontecer”, sendo tais coisas reveladas antecipadamente àqueles que servem ao Senhor, pois conforme diz Am 3.7 “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. De forma geral o livro pode, segundo o texto de Ap 1.19 “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” ser dividido da seguinte forma:

·   Parte I – Corresponde as coisas passadas no tempo de João, “as coisas que João viu”, engloba o capítulo 1 sendo este concernente à Pessoa do Senhor Jesus Cristo.

·   Parte II – Corresponde as coisas presentes na época de João, ou “as coisas que são”, engloba os capítulos 2 e 3 concernentes à igreja.

·   Parte III – Corresponde às coisas futuras ou “as coisas que hão de acontecer depois destas”, engloba os capítulos 4 a 22 concernentes à nação de Israel, às nações gentílicas e o estabelecimento do Reino de Deus na terra.

1.3 Destinado à Igreja – Em primeiro lugar, o livro da Revelação foi endereçado aos crentes que estavam enfrentando o martírio na época do apóstolo João. Naquela ocasião houve grandes perseguições do império romano contra a igreja. No entanto, o texto do Apocalipse destina-se a todos os crentes, espalhados durante esta inteira dispensação da graça, que começa com a primeira até a segunda vinda de Cristo a esse mundo. A mensagem é purificadora para o povo de Deus (1 Pe 4.17; Ap 1-3).

Em Ap 1.4, João escreve: João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. Conforme pode-se perceber, o livro é endereçado inicialmente às sete igrejas que haviam na Ásia Menor (atual Turquia), sendo estas as igrejas localizadas em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal (D. Stamps, 1995, p. 1978) o livro retrata as circunstâncias históricas do reinado de Domiciano, o qual exigiu que todos os seus súditos lhe chamassem de “Senhor e Deus”. Este fato originou um confronto entre os que se dispunham a adorar o imperador e os crentes fiéis que confessavam que somente Jesus era Senhor e Deus. O Apocalipse, após a introdução, se inicia então com sete cartas enviadas à estas sete igrejas da Ásia Menor, onde o Senhor Jesus repreende a transigência e pecado presente nas igrejas chamando-as ao arrependimento; mas além disto, tendo em vista o endeusamento ao imperador, o propósito do livro de Apocalipse é também o de fortalecer os crentes na fé, firmeza e fidelidade a Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, cujo Reino, após se cumprir os propósitos de Deus em relação à igreja, à nação de Israel e às nações gentílicas, se manifestará com poder e grande glória. O livro de Apocalipse, conforme escreve o comentarista, destina-se também a todos os crentes espalhados durante a inteira dispensação da graça que começa com a primeira até a segunda vinda de Cristo a esse mundo, e isto é evidenciado em Ap 1.4 pelo termo “às sete igrejas”, sendo que o número sete indica aquelas igrejas como que representando “a igreja como um todo” em qualquer lugar e em todos os tempos ao longo da história do cristianismo.

2. Fundamento, propósito e tema – Vencida esta primeira etapa, lancemos mão de mais três chaves importantíssimas: As bases literárias e proféticas sobre as quais de desenvolveu o Apocalipse, o propósito a que se destina e o tema principal do livro.

Ap 1.3: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”.

Ap 22.10: “E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo”.

2.1 Bases literárias e proféticas – Leis, Escritos e Profecias do Antigo Testamento constituem as bases literárias e proféticas do Apocalipse. Este livro resume e ilumina toda a profecia da Antiga Aliança relacionada à redenção e acrescenta tudo o que Deus quis que a igreja soubesse a respeito dEle mesmo, do processo redentor, dos métodos divinos para redimir, do destino final dos remidos e de tudo que não quisesse ou não pudesse ser redimido. Além disso, o Apocalipse delineia e revela a trajetória da igreja bem como sua participação no processo redentor antes e depois do arrebatamento.

Muitas das profecias do Antigo Testamento já se cumpriram desde a primeira vinda de Jesus Cristo à terra e muitas ainda estão por se cumprir, estando estas relacionadas a segunda vinda de Jesus Cristo a terra. O livro de Apocalipse mostra o cumprimento final de todas estas profecias, tanto do Antigo Testamento, quanto do Novo Testamento. Por exemplo, o texto de Dn 9.24 revela um tempo de “70 semanas” (cada semana equivale a 7 anos) determinadas sobre o povo de Israel e sobre a cidade de Jerusalém. Destas 70 semanas, 69 já se cumpriram, faltando apenas “uma semana”, ou seja, sete anos. O livro de Apocalipse amplia a revelação dada ao profeta Daniel referente a esta “última semana”, mostrando com detalhes os acontecimentos que sobrevirão neste período de sete anos, quando então a terra viverá um período de grande aflição, exatamente como o próprio Senhor Jesus afirmou em seu sermão profético no monte das Oliveiras descrito em Mt 24. A Bíblia mostra desta forma, com exatidão o conhecimento de Deus quanto ao passado, presente e futuro e que em suas mãos o Senhor tem o controle de todas as coisas sejam estas relacionadas à igreja, à nação de Israel ou em relação às nações gentílicas.

Is 46.9,10: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade”.

Mt 5.17,18: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.

Mt 24.35: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.

At 3.20,21: “E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio”.

Ap 10.7: “Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos”.  

2.2 Propósito do Livro – Ele é a “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1.1). O Apocalipse deve ser lido nas igrejas para que todos tenham conhecimento da profecia. “Felizes os que lêem, e os que o ouvem e guardam as coisas que nele estão escritas” (Ap 1.3). O livro de Apocalipse com esta mensagem trata do triunfo de Jesus e de sua igreja. Revela a todos que a história da humanidade não caminha para o caos final, nem está dando voltas cíclicas, mas direciona para um final glorioso, a vitória total de Jesus e sua igreja.

Conforme já visto anteriormente, o assunto do Apocalipse é o próprio Senhor Jesus, estando relacionado a Ele “as coisas que brevemente devem acontecer”. O livro revela o triunfo de Jesus Cristo e da sua igreja, pois apesar de todas as investidas de Satanás contra a igreja; apesar da existência de falsos profetas, falsos mestres, heresias de perdição ao longo da história do cristianismo; apesar da apostasia revelada nos tempos finais, sempre houve e sempre haverá aqueles que permanecem fiéis ao Senhor, e desta forma a igreja é vista arrebatada ao céu, cumprindo-se assim o que o Senhor Jesus disse em Mt 16.18 “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
O livro revela também o triunfo de Jesus Cristo e da nação de Israel, pois apesar de todas as investidas do inimigo ao longo da história para tentar destruir a nação escolhida, a nação tem prevalecido e prevalecerá finalmente contra seus inimigos ao reconhecer o Senhor Jesus como o Messias enviado por Deus, o que culminará no cumprimento das promessas de Deus feitas aos patriarcas da nação escolhida, quando então se instalará em Jerusalém o Reino Milenar de Jesus Cristo que se estenderá por toda a terra o que indica o triunfo de Jesus Cristo também em relação às nações gentílicas: “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).
Por fim, o livro mostra o triunfo de Jesus Cristo e de toda a criação, pois Satanás, a morte e todo tipo de maldição serão totalmente eliminados e o propósito de Deus em relação à sua criação será totalmente restaurado dando início ao estabelecimento de novos céus e nova terra: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1).

2.3 O tema principal – Sem dúvida, o tema que mais se evidencia no livro de Apocalipse é a vitória de Jesus e de sua igreja sobre o reino das trevas e seu líder maior, Satanás (Ap 17.14). O Diabo, seus demônios e seus seguidores ímpios perecerão, mas a noiva de Cristo, a sua igreja verdadeira, triunfará. A morte, o inferno, o Dragão, a besta, o falso profeta, o sistema de governo deste mundo e os ímpios não vencerão o povo eleito de Deus e seu Cristo. Por isso, Jesus é sempre apresentado como vencedor e conquistador (Ap 1.18; 5.9-14; 6.2; 11.15; 19.9-11; 14.1,14; 15.2-5; 19.16; 20.4; 22.3).

Um dos pontos que deve ficar claro é o de que o Apocalipse não deve ser visto como o fim de um grande conflito entre forças do bem e do mal como se Deus e o diabo lutassem de igual para igual pela definição de suas posições em relação a humanidade e o universo como um todo. Um pensamento como este foi desenvolvido por uma antiga heresia que ficou conhecida como “maniqueísmo” (E. E. Cairns, 2008, p. 85), onde se ensinava que o universo é dominado por dois princípios antagônicos e irredutíveis Deus ou o diabo, sendo desta forma a soberania de Deus sobre Satanás e seus anjos anulada ou invalidada. Ainda que a Bíblia revele a existência do diabo e seus anjos em um conflito contra o Senhor e aqueles que lhe são fiéis, ela jamais mostra o diabo como alguém que tem poder para se opor a vontade soberana de Deus, mas sim como alguém que pode agir somente até onde Deus em sua soberania sobre todas as coisas o permitir. Deus reina majestosamente em seu trono de glória no céu sobre todo o universo, e sendo assim o que o Apocalipse revela é que nenhum dos planos de Deus podem ser frustrados, pelo contrário, seus justos juízos e sua vontade prevalecerão sobre todo universo e sobre toda criação. Diante disto, o tema que mais se evidencia no livro de Apocalipse é aquele relacionado à supremacia de Jesus Cristo, sendo esta enfatizada em relação à igreja, em relação à nação de Israel, em relação às nações gentílicas, em relação às autoridades constituídas e em relação a toda criação visível ou invisível e daí o Apocalipse mostrar, por fim a derrota de Satanás e de seus anjos que o acompanharam em sua rebelião contra Deus.

1 Rs 22.19: “Então ele disse: Ouve, pois, a palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda”.

Sl 93.1,2: “O Senhor reina; está vestido de majestade; o Senhor se revestiu e cingiu de fortaleza; o mundo também está firmado e não poderá vacilar. O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade”.

Ap 1.18: “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”.

Ap 4.10,11: “Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas”.

Ap 5.13: “E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre”.

Ap 15.3,4: “E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos”.

Ap 19.16: “E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.

Ap 20.10: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.

3. Métodos de interpretação – Durante a história marcante da igreja de Cristo, surgiram diversos métodos distintos de interpretação do livro de Apocalipse. O primeiro foi o método Preterista, seus intérpretes acreditavam que, em breve, Deus se ergueria de seu trono para abalar o governo das nações perversas, destruir todo mal e estabelecer o seu Reino na terra. Depois, o método Histórico que encara o Apocalipse como uma profecia simbólica. E por último, o método Futurista que lê o Apocalipse em grande parte como uma profecia de acontecimentos futuros.

O Apocalipse é um livro rico em simbologias e figuras de linguagem, por isto ele se torna um livro cuja interpretação não é fácil. Apesar disto, o cristão deve ter interesse em estudá-lo, pois sua mensagem contribui em muito para a edificação, consolação e exortação da igreja. À medida que o servo do Senhor se aprofunda em seu estudo, sua mensagem vai ficando clara e os métodos de interpretação preterista, histórico e idealista (o qual não foi citado pelo comentarista) tornam-se obsoletos. O Apocalipse testifica acerca do conhecimento e do poder de Deus sobre todo o universo e assim, ao estudá-lo o servo do Senhor se rende ainda mais ao Senhorio de Jesus Cristo a quem pertence honra, glória, louvor, adoração de geração em geração e por toda a eternidade.

Ap 22.6,7: “E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. Eis que presto venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”.

3.1 Método preterista – Essa escola de interpretação acredita que todas as profecias do Apocalipse já aconteceram. Os historiadores dizem que do ponto de vista deles, a Roma imperial era a besta do capítulo treze e a classe sacerdotal asiática que incentivava o culto a Roma era o falso profeta. Para essa linha, o livro narra apenas as perseguições sofridas pela igreja pelos judeus e imperadores romanos. Naquele tempo antigo, acreditavam que a igreja estaria ameaçada de extinção, sendo assim, para eles, João escreveu para fortalecer a fé dos crentes, pois mesmo com a perseguição acirrada, o Senhor interviria, Jesus voltaria, Roma seria destruída, e o reino de Deus seria completo. Obviamente o Senhor ainda não voltou, Roma não foi derrubada, e o suposto Reino de Deus não foi implantado. O livro do Apocalipse, portanto, para esse grupo de intérpretes não possui profecias.

O método preterista, conforme descrito acima considera que o Apocalipse e suas profecias cumpriram-se no contexto histórico original do Império Romano, mas segundo D. Stamps (1995, p. 1980) para esta escola, os capítulos 19-22 aguardam cumprimento. Seja como for um estudo minucioso dos capítulos 1-18 mostra que muitas das profecias descritas nestes capítulos ainda não se cumpriram no sentido exato de como estão descritas. Por exemplo, os juízos de Deus representados pelos selos, trombetas e taças, a batalha do Armagedon e diversas outras profecias descritas nestes capítulos não se cumpriram no contexto histórico do Império Romano, ainda que os defensores desta escola tentem manipular as datas e eventos, e sendo assim todos estes acontecimentos ainda pertencem ao futuro.

3.2 Método histórico – Os adeptos deste método vê o Apocalipse como profecia simbólica de toda a história da igreja até a volta de Cristo e o fim do tempos. Sendo assim, passam a entender o Apocalipse como uma profecia da história do Reino de Deus. Para eles o livro é rico em símbolos, imagens e números. Todavia, uma interpretação assim, poderá incorrer em confusão, porque não há menção clara quanto às quais eventos históricos estariam sendo abordados. Essa corrente pensa que a besta é o papado romano e o falso profeta a igreja de Roma.

Ainda que o Apocalipse seja rico em símbolos, imagens e números fica evidente que o livro não se trata da história da igreja até a volta de Cristo, pois após o capítulo 3, já não há nenhuma referência à igreja na terra. O capítulo 7 faz referência direta ao povo judeu e no capítulo 12 por inferência a nação de Israel é encontrada no texto. Assim, o livro de Apocalipse mostra a história da igreja e logo após o cumprimento dos propósitos de Deus através da igreja, o que se vê é o Senhor voltando a tratar com o seu povo Israel até a volta de Cristo e o fim dos tempos. O seguinte comentário feito por W. MacDonald (2008, p. 993) ajuda a compreender porque o método histórico não se ajusta a interpretação do Apocalipse:

“Como em todo estudo bíblico, ao investigarmos Apocalipse, precisamos ter sempre em mente a distinção entre a igreja e Israel. A igreja é um povo celestial, abençoado com bênçãos espirituais e chamado a participar da glória de Cristo como sua noiva. Israel é o povo antigo e terreno de Deus, ao qual ele prometeu a terra de Israel e um reino terreno literal sob o governo do Messias. A igreja verdadeira é mencionada nos três primeiros capítulos, mas só volta a aparecer nas bodas do Cordeiro em 19.6-10. O período de tribulação (4.1-19.5) é, primordialmente, de caráter judaico".

3.3 Método futurista – Segundo o teólogo pentecostal, Antônio Gilberto, o futurista é o que imagina o livro do Apocalipse como de cumprimento futuro. Considera que a igreja será arrebatada a qualquer momento à semelhança de João, vindo a seguir a Grande Tribulação para Israel e as demais nações da terra; com os juízos divinos sob as trombetas, selos e taças da ira de Deus (Ap 6-18). Depois de sete anos (Grande Tribulação) acontecerá o retorno de Jesus com sua igreja para pelejar e derrotar o Anticristo e seus exércitos; livrar com isso Israel e estabelecer o seu reino literal milenar (Ap 20). No término desse reino, Satanás será solto e seduzirá as nações para uma última peleja contra o povo de Deus e seu Cristo (Ap 20.7-10). Satanás será derrotado e lançado no lago de fogo preparado para ele e seus anjos (Mt 25.41; Ap 20.10). Em seguida a esse eventos, o Grande Trono Branco definirá a eternidade da humanidade sem Cristo (Ap 20.11-15), porque os santos já foram resgatados pelo sangue do Cordeiro de Deus. Há, entre os futuristas, alguns que ensinam que a igreja passará a Grande Tribulação, ignorando eles o que diz a Palavra de Deus (Ap 3.10; 1 Ts 1.10; Rm 5.9).

O método de interpretação futurista é o mais coerente não somente em relação ao próprio livro do Apocalipse, mas também em relação a todos os demais livros da Bíblia que o auxilia em sua interpretação. Após o capitulo 3 não existe nenhuma outra referência direta à igreja na terra, e a forma como o capítulo 4 se inicia onde então uma porta aberta é vista no céu, sendo João na seqüência “arrebatado em espírito” implica que o arrebatamento da igreja deve anteceder o período dos sete anos de Tribulação/Grande Tribulação, estando tal interpretação em concordância com outros versículos descritos no Novo Testamento como por exemplo Rm 5.9; 1 Ts 1.9,10; Ap 3.10.

Ap 4.1,2: “Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono”.

Rm 5.9: “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.

1 Ts 1.9,10: “Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura”.

Ap 3.10: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.

Além dos métodos citados, segundo escreve D. Stamps (1995, p. 1980) existe também a interpretação idealista. Esta considera o simbolismo do livro como a expressão de certos princípios espirituais, sem limitação de tempo, concernente ao bem e ao mal, através da história, sem prender-se a eventos históricos.
Assim, conforme pode-se perceber nem todos os cristãos interpretam Apocalipse segundo o método futurista; nas palavras de W. MacDonald (2008, p. 993) “alguns acreditam que o livro se cumpriu inteiramente na história das igrejas primitivas. Outros ensinam que apresenta um retrato contínuo da era da igreja desde o tempo de João até o fim. Para todos os filhos de Deus, entretanto, o livro ensina a insensatez de viver em função das coisas que logo passarão. Incentiva-nos a testemunhar àqueles que estão perecendo e esperar com paciência a volta do Senhor. Para os incrédulos, o livro é uma advertência séria sobre o terrível destino reservado para quem rejeita o Salvador”.

Que Deus abençoe a todos neste rico trimestre de estudo da Palavra de Deus.

Referências Bibliográficas:
A. Gilberto, Daniel e Apocalipse - O Panorama do Futuro, 2003, 4a Ed., EETAD, Campinas, SP.
D. Stamps, Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
E. E. Cairns, O Cristianismo Através dos Séculos, 2008, 2ª Ed., Edições Vida Nova, São Paulo, SP.
W. MacDonald, Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento, 2008, 1ª Ed., Mundo Cristão, São Paulo, SP.
W. Malgo, Apocalipse de Jesus Cristo – Um Comentário para a Nossa Época, 1999, Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Porto Alegre, RS.

quarta-feira, 28 de março de 2012

PASTOR YOUSEF NADARKHANI ESCREVE CARTA A CRISTÃOS DO MUNDO INTEIRO

Pastor Yousef Nadarkhani corre o risco de ser executado por apostasia no Irã. Ele escreveu esta carta na prisão em Janeiro de 2011, poucos meses depois de receber o veredicto por escrito confirmando sua sentença de morte. O pastor permanece preso em Rasht, sob a ameaça de uma execução que pode acontecer a qualquer momento

"Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”.

Portanto, tambem nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos foi proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Hebreus 12:1-2.

Quando alguém compreende a revelação da verdade, essa pessoa estará disposto a compartilhá-la com outras pessoas e com as gerações futuras. Somos gratos às pessoas que, no passado, lutaram pela Verdade, que nos permitem ter acesso a esta gloriosa revelação de Jesus Cristo. Esses crentes entenderam a riqueza e a beleza da revelação, e estavam prontos para lutar a fim de passar adiante o fruto da revelação.

Como podemos dar frutos semelhantes para a vida eterna? Depende das escolhas que fizermos. Primeiro temos que fechar os ouvidos para a voz das trevas, como está escrito no salmo primeiro: Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Salmo 1:1.

A segunda coisa é abrir os nossos ouvidos à voz do Espírito falando através da Palavra de Deus, como está escrito: Mas o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Salmo 1:2.

O fruto da comunhão com o Senhor através da Sua Palavra Vivificante é o que garante a estabilidade nesta vida e impacta a vida de outros gerando frutos eternos, como dizem as Escrituras: E ele será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. Salmo 01:03.

"Um passo de fé"
Muitas pessoas admiram Jesus como um modelo único a ser seguido por gerações, muitos gostariam de imitá-lo. Jesus não veio para ser apenas admirado, mas nos trouxe um modelo perfeito a ser seguido. Se queremos ser como Ele, precisamos dar um passo de fé, como Pedro. Quando Pedro viu o seu Senhor andando sobre o mar furioso, ele pediu para ir ao encontro de Jesus sobre as águas. Então Jesus disse: "Vem!".

Todos quanto escolheram seguir o Senhor, de alguma forma ouviram antes uma ordem D’ele, dizendo: "Vem!" Uma ordem que implica um passo de fé. Como é evidente nas Escrituras, aquilo que somos capazes de ver não é fé. A fé é bíblicamente definida como: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."

Temos que dar um passo de fé "apesar das dificuldades", a fim de experimentar o poder de Deus. Mas precisamos lembrar que tudo deve ser feito de acordo com a Palavra de Deus. Pedro não experimentou a possibilidade de andar sobre as águas porque ele simplesmente decidiu abandonar o barco, mas por causa da Palavra, da Ordem do Senhor. A Palavra de Deus nos diz que "deveremos passar por dificuldades" e desonra por causa do Seu Nome. A nossa fé não será genuina se ignorarmos estas palavras, se não manifestarmos a paciência do Senhor em nossos sofrimentos. Qualquer um que ignora-las será envergonhado naquele dia.

É bom lembrar que muitas vezes o passo de fé nos coloca diante de algumas dificuldades. Assim como a Palavra levou os filhos de Israel a sair do Egito e os colocou diante de um obstaculo chamado Mar Vermelho. Essas  dificuldade se colocam entre as promessas de Deus e cumprimento delas e servem para desafiar e fortalecer a nossa fé. Os crentes devem aceitar esses desafios como uma parte de sua caminhada espiritual. O Filho foi desafiado no Calvário, no caminho mais difícil, como está escrito nas Escrituras: "Durante os dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão; embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu ". Hebreus 5:7-8.

O clamor "Eli, Eli, lamá sabactâni?" É suficiente para expressar os sofrimentos de nosso Senhor no Calvário. Por trás desse pedido de socorro, podemos identificar a grande fé que o levou a aceitar a vontade do Pai. Sim, Ele sabia que Deus não permitiria que "seu Santo sofresse decomposição”, e que, em três dias, ele ressuscitaria  dentre os mortos. Além do poder da morte, o Senhor enxergou o poder da ressurreição vitoriosa.

Eu não preciso escrever mais nada sobre a base da fé. Lembremo-nos que indenpendente de momentos bons ou ruins, apenas três coisas permanecem: a Fé, a Esperança e o Amor. É importante para os cristãos se certificarem que tipo de fé, esperança e amor permanecerão. Somente o que recebemos de acordo com a Palavra permanecerá para sempre. Eu quero encoraja-lo a viver de forma digna do chamado da Santa Palavra. Permitam irmãos, vocês que são herdeiros da glória de Cristo, serem exemplos para outros, a fim de ser um testemunho do poder de Cristo para o mundo.

Peço-lhes que vivam segundo a Palavra de Deus, a fim de rejeitar as ações das trevas que geram dúvidas em seus corações. A verdadeira vitória que elimina as dúvidas, vem pelo ouvir a Palavra de Deus com fé.
Somente uma igreja baseada nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo subexistirá, longe do auxilio e da proteção da Palavra de Deus o devorador o destruirá.

“Vamos dar um Testemunho Santo. "

Seu irmão em Cristo,
Youcef Nadarkhani

Fonte Christian Solidarity Worldwide (CSW)
Tradução Marcelo Peixoto

domingo, 25 de março de 2012

A INTEGRIDADE DO EVANGELHO: UMA AVALIAÇÃO DO NEOPENTECOSTALISMO

Alderi Souza de Matos


Elas ocupam um enorme espaço na televisão aberta, chegando a milhões de lares brasileiros todos os dias. As três mais conhecidas e salientes têm nomes parecidos — Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e Igreja Mundial do Poder de Deus. Esses nomes apontam para objetivos ousados e ambiciosos. Seus líderes máximos adotam, respectivamente, os títulos de bispo, missionário e apóstolo. Elas são o fenômeno mais recente, intrigante e explosivo do “protestantismo” tupiniquim. Trata-se das igrejas neopentecostais, denominadas por alguns estudiosos “pentecostalismo autônomo”, em virtude de seus contrastes com os grupos mais antigos desse movimento.

É difícil categorizá-las adequadamente, não só por serem ainda recentes, mas porque, ao lado de alguns traços comuns, também apresentam diferenças significativas entre si. A Igreja Mundial investe fortemente na cura divina. Seu apóstolo garante que ninguém realiza mais milagres do que ele. Seu estilo é personalista e carismático. Caminha no meio dos fiéis, deixa que as pessoas recolham o suor do seu rosto para fins terapêuticos, às vezes é ríspido com os auxiliares. O missionário da Igreja Internacional é simpático e bonachão; parece um pastor à moda antiga. É também polivalente: prega, canta, conta piadas, anuncia produtos e serviços. Controla com rédea curta o seu pequeno império. Todavia, nenhuma dessas igrejas vai tão longe na ruptura de paradigmas quanto a IURD. Dependendo do ângulo de análise, parece protestante ou católica. Seu carro-chefe é a teologia da prosperidade. Defende sem pejo a ética da sociedade de consumo. Seu líder está entrando na lista dos homens mais ricos do país.

Desde o início, o cristianismo tem exibido uma grande variedade de manifestações, algumas bastante inusitadas. Foi o caso do gnosticismo e do marcionismo nos primeiros séculos, das seitas apocalípticas na Idade Média e de alguns grupos resultantes dos reavivamentos nos Estados Unidos do século 19. Porém, nenhum movimento tem sido tão pródigo em termos de quantidade e diversidade de ramificações quanto o pentecostalismo contemporâneo. No atual ambiente pluralista e inclusivista, muitos observadores vêem nessa multiplicidade um sinal de vitalidade, de dinamismo. Todavia, há sinais preocupantes nos ensinos e práticas de certos grupos. Na célebre Confissão de Fé de Westminster (1647), os puritanos ingleses colocaram a questão em termos de diferentes graus de pureza das igrejas cristãs — cap. 25.4,5 (igrejas mais puras e menos puras). Uma avaliação simpática e honesta das igrejas neopentecostais aponta para alguns aspectos que precisam ser reconsiderados a fim de que elas se tornem genuínos instrumentos do evangelho de Cristo.

O problema hermenêutico
Uma grave deficiência dessas novas igrejas está na maneira como interpretam a Bíblia. Os reformadores protestantes insistiram no valioso, porém arriscado, princípio do “livre exame das Escrituras”, ou seja, de que todo cristão tem o direito e o dever de ler e estudar por si mesmo a Palavra de Deus. Acontece que muitos viram nisso uma licença para a livre interpretação do texto sagrado, o que nunca esteve na mente dos líderes da Reforma. Eles lutaram contra uma abordagem individualista e tendenciosa da Escritura, insistindo na adoção de princípios equilibrados de interpretação que levavam em conta o sentido literal e gramatical do texto, a intenção original do autor, o contexto histórico das passagens e também a tradição exegética da igreja. Por essas razões, eles rejeitaram o antigo método de interpretação alegórica, isto é, a busca de sentidos múltiplos na Escritura, por entenderam que ela obscurecia e distorcia a mensagem bíblica.

Em muitas igrejas neopentecostais nada disso é levado em consideração. A Bíblia se torna um joguete, uma peteca lançada para lá e para cá ao sabor das conveniências. Tomam-se diferentes declarações, episódios e símbolos bíblicos e, sem esforço algum de interpretação, passa-se diretamente para a aplicação, muitas vezes de uma maneira que nada tem a ver com o propósito original da passagem. O que é ainda mais grave, os textos bíblicos são usados de modo mágico, como se fossem amuletos ou talismãs, como se tivessem um poder imanente e intrínseco. A Bíblia é encarada prioritariamente como um livro de promessas, de bênçãos, de fórmulas para a solução de problemas, e não como a revelação especial na qual Deus mostra como as pessoas devem conhecê-lo, relacionar-se com ele e glorificá-lo.

Uma nova linguagem
Na sua releitura da Bíblia, os neopentecostais por vezes criam uma nova terminologia, muito diferente dos conceitos bíblicos tradicionais. Privilegiam-se expressões como “exigir nossos direitos”, “manifestar a fé”, “declarar a bênção”, todos os quais apontam para uma espiritualidade antropocêntrica, ou seja, voltada para as necessidades, desejos e ambições dos seres humanos, e não para a vontade e a glória de Deus. Alguns dos temas bíblicos mais profundos e solenes redescobertos pelos reformadores do século 16 são quase que inteiramente esquecidos. Não mais se fala em pecado, reconciliação, justificação pela fé, santificação, obediência. O evangelho corre o risco de ficar diluído em uma nova modalidade de auto-ajuda psicológica, deixando de ser “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”.

O conceito de fé talvez seja aquele que esteja sofrendo as maiores distorções. No discurso de muitas igrejas do pentecostalismo autônomo, a fé se torna uma espécie de poder ou varinha de condão que as pessoas utilizam para obter as bênçãos que desejam. Deus fica essencialmente passivo até que seja acionado pela fé do indivíduo. É verdade que Jesus usou uma linguagem que aparentemente aponta nessa direção (“tudo é possível ao que crê”, “vai, a tua fé te salvou”). Mas o conceito bíblico de fé é muito mais amplo, a ênfase principal estando voltada para um relacionamento especial entre o crente e Deus. Ter fé significa acima de tudo confiar em Deus, depender dele, buscar a sua presença, aceitar como verdadeiras as declarações da sua Palavra. O objeto maior da fé não são coisas, mas uma pessoa — o Deus trino.

Fundamento questionável
A teologia da prosperidade, que serve de base para boa parte da pregação e das práticas neopentecostais, é uma das mais graves distorções do evangelho já vistas na história cristã. Essa abordagem teve início nos Estados Unidos há várias décadas, sob o nome de “health and wealth gospel”, ou seja, evangelho da saúde e da riqueza. No neopentecostalismo, essa se torna a principal chave hermenêutica das Escrituras. Tudo passa a ser visto dessa perspectiva reducionista acerca do relacionamento entre Deus e os seres humanos. O raciocínio é que Cristo, através da sua obra na cruz, veio trazer solução para todos os tipos de problemas humanos. Na prática, acaba se dando maior prioridade às carências materiais e emocionais, em detrimento das morais e espirituais, muito mais importantes.

Tradicionalmente, as maiores bênçãos que o homem podia receber de Deus incluíam o perdão dos pecados, a reconciliação, a paz interior e, num sentido mais amplo, a salvação. Dentro da nova perspectiva teológica, as coisas mais importantes que Deus tem a oferecer são um bom emprego, estabilidade financeira, uma vida confortável, felicidade no amor e coisas do gênero. É uma nova versão da tese do sociólogo alemão Max Weber, segundo o qual os calvinistas buscavam no sucesso econômico a evidência da sua eleição. Os problemas da teologia da prosperidade são diversos: (a) falta de suporte bíblico — a Escritura aponta na direção oposta, mostrando a armadilha em que caem os que se preocupam com as riquezas; (b) empobrecimento da relação com Deus, concebida em termos interesseiros e mercantilistas; (c) incentivo a atitudes de individualismo, egocentrismo e falta de solidariedade; (d) tendência para a alienação quanto aos problemas da sociedade.

Conclusão
O neopentecostalismo representa um grande desafio para as igrejas históricas e mesmo para as pentecostais clássicas. Esse movimento tem encontrado novas formas de atrair as massas que não estão sendo alcançadas pelas igrejas mais antigas. Nem todos os grupos padecem dos males apontados atrás. Muitas igrejas neopentecostais são modestas, evangelizam com autenticidade e não se rendem à tentação dos resultados rápidos, dos projetos megalomaníacos e dos métodos incompatíveis com o evangelho. O grande problema está nas megaigrejas e seus líderes centralizadores, ávidos de fama, poder e dinheiro. Estes precisam arrepender-se e voltar às prioridades da mensagem cristã, buscando em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, para que então as demais coisas lhes sejam acrescentadas.

Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil.

sexta-feira, 23 de março de 2012

LIÇÃO 13 - JACÓ PROFETIZA O FUTURO DAS TRIBOS DE ISRAEL

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Jacó
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias” (Gn 49.1).

Verdade Aplicada: Como povo de Deus neste mundo, devemos nos ocupar com o futuro, mas nunca nos preocupar com ele.

Objetivos da Lição:

·      Ensinar que o Senhor tem um futuro glorioso para o seu povo.
·      Mostrar que a Palavra do Senhor se cumpre.
·      Apresentar o glorioso caminho do Senhor.

Textos de Referência: Gn 49.3,8,19,20,22,27

Introdução: Nesta lição, serão estudadas as bênçãos impetradas pelo patriarca Jacó aos seus filhos. Um homem que viveu intensamente na companhia de Deus e sua família. Erros e acertos são mencionados na sua biografia. Que possamos ter a posse do que é construtivo para a formação de nosso caráter e dispensar de nossa agenda aquilo que de ruim ele deixou registrado na sua história.

A história de Jacó revela a vida de um homem transformado por Deus. De Jacó, nome este que significa enganador, suplantador, ele é transformado em Israel, príncipe de Deus. Sua história é marcada por acontecimentos onde Deus lhe ensina:

·      Que tudo que o homem semeia, ele colhe de volta, e em proporções maiores (Gn 29.21-31.55).

·      Que o homem deve reconhecer-se a si mesmo e as suas culpas e sendo assim, o único caminho a ser tomado diante de tal reconhecimento é o do arrependimento e da humilhação diante daquele com quem se errou (Gn 32.22-33.3).

·      Que o caminho da obediência e da dependência de Deus é o caminho a ser tomado por aqueles que são tocados por Ele, ainda que a velha natureza relute contra isto (Gn 33.18-35.2).

·      Que toda ação de Deus em favor do homem é fruto em primeiro lugar da grandeza, graça e bondade de Deus não somente em relação a si próprio, mas em relação a todos (Gn 34.1-35.6).

·      Que uma vida consagrada a Deus é aquilo que o Senhor deseja de seus escolhidos, e toda e qualquer atitude do homem para com Ele deve ser decorrente desta vida de consagração, comunhão, gratidão e amor a Deus (Gn 35.7-15) e não decorrente de uma troca (Gn 28.20-22).

·      Que o Deus Todo Poderoso é suficiente em si mesmo para cumprir seus planos e promessas no tempo determinado por Ele mesmo, por isso o homem deve saber esperar em Deus e caminhar sempre segundo a sua vontade (Gn 35.9-15).

·      Que apesar da comunhão com Aquele que tem todo poder no céu e na terra, tristezas e sofrimentos decorrentes desta vida advém também aos servos do Senhor, no entanto o Senhor tem o controle de tudo em suas mãos e diante disto, em sua soberana vontade, Ele pode transformar o mal em bem (Gn 35.16-20; 37.1-35; 42.1-45.28).

·      Que o único ponto de apoio que o homem possui para que ele veja seus planos concretizados não se encontra em si mesmo, mas em Deus, e sendo assim toda e qualquer situação em relação ao presente e futuro deve ser sempre apresentada diante de Deus, pois em suas mãos devem estar o querer e o efetuar de todas as coisas (Gn 46.1-6; 48.1-21; Hb 11.21).

Rm 15.4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”.

1. Tribos de Rúben, Simeão e Levi – Jacó profetizou para seus filhos Rúben, Simeão e Levi. Foram mencionados fatos históricos destes filhos que geraram alegrias e mágoas escondidas na sua despedida.

Nos momentos finais de sua vida, Jacó reúne seus filhos e profetiza a respeito do futuro que estaria reservado a seus descendentes. Algumas das profecias descritas em Gn 49 se cumprem por ocasião da posse da terra de Canaã pelas 12 tribos de Israel. Outras se cumprirão ainda no futuro, pois estão relacionadas à volta de Jesus quando então Ele reinará na terra sobre todo Israel e sobre as demais nações em seu Reino Milenar depois do período de Tribulação/Grande Tribulação, e daí Jacó se referir em sua fala aos “derradeiros dias”.
As profecias a respeito de Rúben, Simeão e Levi são as primeiras a serem anunciadas por Jacó, seguindo a ordem de seus nascimentos. Eles foram os primeiros filhos de Jacó que lhe nasceram em Padã-Arã, na casa de Labão, fruto de seu casamento com Léia, conforme descrito em Gn 29.32-34: “E concebeu Léia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi. O nascimento de cada filho trazia sempre a Léia a esperança de ser amada por seu marido, e sendo assim, os nomes que lhes eram dados refletiam esta esperança. Assim, o nome de Rúben significa “eis um filho”; Simeão significa “ouvido” e Levi “juntar”.

1.1 A Tribo de Rúben – Por ter tido relação sexual com a concubina de seu pai (Gn 35.22), Rúben perdeu o direito à primogenitura. A palavra severa de Jacó a Rúben o fez desperdiçar sua maior esperança de primogênito, talvez por isso, Jacó o expõe diante de seus irmãos. Um gesto que demonstrou a mágoa de seu pai, e foi horrendo diante dos olhos de Deus, que refletiu sobre a sua descendência. Rúben era o tipo de pessoa que poderia ter tido um futuro promissor nas mãos de Deus, mas que foi vencido pelos desejos carnais, e acabou revelando por que Deus não trabalhou em sua vida. O pecado afastou as excelências dos descendentes de Rúben. Pela palavra de Moisés seria uma tribo numerosa (Dt 33.6). No deserto, Rúben encabeçava a segunda divisão, que seguia os levitas que transportavam o Tabernáculo (Nm 10.17,18).

Gn 35.21,22: “Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além de Migdal Eder. E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. E eram doze os filhos de Jacó”.

O texto de Gn 35.16-22 relata a partida de Jacó e sua família de Betel, quando então antes de chegarem em Efrata, Raquel vem a morrer em seu trabalho de parto durante o nascimento de Benjamim. Depois de sepultar Raquel, Jacó e sua família passam a habitar em um local chamado Migdal Eder. Foi por esta ocasião que ocorreu o envolvimento entre Rúben e Bila, concubina de Jacó, serva de Raquel, o que trouxe profundo desagrado a Jacó, pois o ato de Rúben se constituía em uma desonra para Jacó, podendo ser considerado um ato de adultério. Em Gn 49.3,4, Jacó traz à sua memória, seu vigor quando mais jovem, por ocasião do nascimento de Rúben. Assim Rúben era a representação destas características na vida de Jacó. Ele reconhece qualidades no caráter de Rúben que demonstravam sua nobreza; tais qualidades, no entanto ficaram manchadas em seu ato incestuoso com Bila, o que leva Rúben a perder perante seu pai seu direito à primogenitura. Entre os atos de nobreza de Rúben encontra-se o fato de que foi ele quem aconselhou seus irmãos a não matarem José, sendo que ele também retornou a cisterna para libertar José (ver Gn 37.21,29). Também em Gn 42.37, Rúben oferece seus dois filhos a Jacó pela segurança de Benjamim. Rúben teve quatro filhos antes de descer ao Egito: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi (ver Gn 46.9). Por ocasião do primeiro censo feito no deserto foi contabilizado um número de quarenta e seis mil e quinhentos homens de vinte anos para cima integrantes da tribo de Rúben, o que indica que a mesma se multiplicara no Egito (ver Nm 1.21). No segundo censo o número foi de quarenta e três mil e setecentos e trinta o que indica que a tribo permaneceu numerosa (ver Nm 26.7). Em Dt 33.6, Moisés profetiza que a tribo de Rúben não desapareceria, e que ela seria numerosa. Tal fato mostra que apesar da tribo não ter ocupado o lugar de liderança na nação de Israel, ela não seria esquecida por Deus, o que indica a graça de Deus sobre os descendentes de Rúben. Na posse da terra prometida, a tribo de Rúben ocupou a região a leste do Jordão.

Gn 49.3,4: “Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o contaminaste; subiu à minha cama”.

1 Cr 5.1: “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado, na genealogia da primogenitura”.

Dt 33.6: “Viva Rúben, e não morra, e que os seus homens não sejam poucos”.

1.2 As Tribos de Simeão e Levi – A Bíblia, no Antigo Testamento, explica devidamente a diferença entre um massacre por decreto divino (Gn 15.16) e uma simples vingança (Am 1.1,6,9). É tão evidente, que não é necessário dizer que, entre os irmãos Simeão e Levi, houve uma simbiose de pecados, e suas armas são instrumentos de anarquia (6.11) e não de justiça de Deus. A violência praticada por eles em Siquém não lhes permitiu serem abençoados devidamente por Jacó. Levi não herdou a bênção da primogenitura; e a herança da terra que a tribo de Simeão herdou, ficava no extremo sul. A inclusão de Simeão, dentro do território de Judá, significou que as duas tribos foram misturando-se cada vez mais, e que Judá se tornou a tribo predominante dentre as duas. Cumpriu-se o que Jacó disse: Que essa tribo se espalharia.

Gn 34.24-26,30: “E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo o homem, de todos os que saíam pela porta da sua cidade. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, os dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todos os homens. Mataram também ao fio da espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram. Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e perizeus; tendo eu pouco povo em número, eles ajuntar-se-ão, e serei destruído, eu e minha casa”.

O texto de Gn 34 trata da violação de Diná por Siquém, filho de Hamor, o que causou um profundo desgosto em seus irmãos. Apesar do erro, Siquém se dispõe a casar com Diná, e diante disto, Hamor propõe fazer uma aliança entre eles e os filhos de Israel. Os filhos de Jacó, considerando então o pacto da circuncisão feito entre Deus e Abraão, propõem que todos os homens de Siquém se circuncidassem como eles, o que prontamente eles aceitam fazer. Simeão e Levi aproveitam-se da fraqueza daqueles homens quando então eles são circuncidados, e num ato de vingança, eles promovem um sangrento massacre sobre toda a população de Siquém. A atitude de Simeão e Levi, no entanto não agrada a Jacó, assim como também não agrada a Deus o sentimento de ódio vingativo no coração de seus filhos; causa, porém espanto ver o evangelho hoje tomado por canções com gosto de sabor de mel, que estão continuamente estimulando o desejo de vingança no coração dos servos de Deus, contrariando aquilo que a Palavra de Deus diz, por exemplo, em Mt 5.44,45 ou em Rm 12.17-21. Em Gn 49.5-7, Jacó traz os fatos relacionados a Siquém à sua memória, e mais uma vez ele mostra seu descontentamento em relação aos irmãos que utilizaram suas espadas como instrumentos de violência, matando homens e arrebatando bois. Uma palavra de maldição é lançada sobre o furor e a ira de seus dois filhos, que ficariam então divididos e espalhados na terra de Israel, o que acabaria enfraquecendo as duas tribos. A maldição, porém é condicional (isto fica subentendido no fato da maldição ser referida sobre o furor e a ira de Simeão e Levi, e não sobre os irmãos diretamente), e sendo assim a mudança de comportamento de seus descendentes desviaria a maldição de sobre si.
Simeão teve 6 filhos Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma mulher cananéia (ver Gn 46.10). Por ocasião do primeiro censo no deserto eles totalizaram cinqüenta e nove mil e trezentos homens de vinte anos para cima (ver Nm 1.21,23). No segundo censo, no entanto o número de homens da tribo de Simeão era bem menor, sendo estes vinte e dois mil e duzentos homens, a menor das tribos que teve por isto sua herança diminuída (ver Nm 26.14,54). Sua sorte na possessão da terra prometida situou-se entre o quinhão dos filhos de Judá (ver Js 19.1,9), fato este que indica que eles estariam continuamente debaixo da influência desta forte tribo que acabaria absorvendo os simeonitas. Eles não desapareceriam, no entanto de todo e sendo assim descendentes de Simeão, nunca deixaram de ser listados nas genealogias de Israel, e desta forma, eles aparecem listados também entre aqueles que se converterão a Jesus no período da Tribulação/Grande Tribulação (ver Ap 7.7).

Gn 49.5-7: “Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó, e os espalharei em Israel”.

Mt 5.44,45: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”.

Rm 12.17-21: “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.

1.3 A Tribo de Levi – Levi foi o terceiro filho de Jacó, que deu origem à tribo sacerdotal de Israel, e por ter a responsabilidade de ensinar a lei do Senhor ao povo foi espalhado na terra de Israel. Esta tribo não recebeu herança na terra. A herança da tribo de Levi era o Senhor. Eles receberam o ofício sacerdotal (Dt 33.8); e também a responsabilidade de julgar as demais tribos, pois coube a ela ter a lei do Senhor. No caso do bezerro de ouro, ela permaneceu fiel ao Senhor (Ex 32.25-29). Será que existem Levitas na era da igreja?

Ex 32.25-29: “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. E os filhos de Levi fizeram conforme à palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens. Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai hoje as vossas mãos ao Senhor; porquanto cada um será contra o seu filho e contra o seu irmão; e isto, para que ele vos conceda hoje uma bênção”.

Conforme já visto no ponto 1.2, Levi é citado por Jacó juntamente com Simeão em Gn 49.5-7, pelo fato de ter estado junto a Simeão no massacre em Siquém. Sobre Levi estaria então a profecia de que em Jacó seriam divididos e espalhados em Israel, fato este que acabaria enfraquecendo também esta tribo. Em Ex 32.25-29, o registro bíblico mostra, porém a tribo de Levi se posicionando ao lado de Moisés no caso do bezerro de ouro, o que demonstra a disposição desta tribo em permanecer fiel ao Senhor. Por esta causa, a sorte da tribo de Levi seria mudada e assim ela seria separada para o ofício sacerdotal em Israel. Em Dt 33.8-11, Moisés faz menção à fidelidade de Levi por esta ocasião, quando então eles não estimaram a seus familiares por preferirem guardar a aliança com o Senhor. Os descendentes de Levi não teriam herança na terra (ver Dt 10.8,9), no entanto a eles seriam concedidas 48 cidades distribuídas ao longo de todo território de Israel, onde então eles estabeleceriam suas moradias (ver Js 21.41). Entre estas cidades estavam aquelas que foram designadas “cidades de refúgio”, sendo estas Quedes na Galiléia, na montanha de Naftali, Siquém, na montanha de Efraim, Quiriate-Arba (esta é Hebrom), na montanha de Judá, Bezer, no deserto, na campina da tribo de Rúben, Ramote, em Gileade da tribo de Gade, e Golã, em Basã da tribo de Manasses (ver Js 20.1-9). Apesar de permanecerem assim espalhados, em suas mãos estaria a lei do Senhor e a incumbência de ensiná-la em Israel, e desta forma, pela presença de Deus em suas vidas, a tribo de Levi se manteria forte (ver Dt 31.9; 33.8-11). Levi teve três filhos Gérson, Coate e Merari (ver Gn 46.11). Os descendentes de Coate a partir de Arão formaram a linhagem sacerdotal. Os demais levitas foram encarregados de servirem aos sacerdotes (ver Nm 3.6; 18.1-7). Em Nm 3.39, no primeiro censo em Israel são contados entre os descendentes de Levi de um mês para cima vinte e dois mil homens, fato este que mostra o quão era pequena esta tribo, pois se fossem contados apenas os de vinte anos para cima, como no caso das demais tribos, o número seria menor ainda. No segundo censo, o número de levitas de um mês para cima foi de vinte e três mil homens (ver Nm 26.62); isto mostra que a sorte de Levi, aparentemente, não havia sido ainda mudada, no entanto por ocasião do reinado de Davi, o número de levitas de trinta anos para cima era de trinta e oito mil homens (ver 1 Cr 23.3) o que indica que a tribo se multiplicara, sua sorte, por sua fidelidade ao Senhor por ocasião do bezerro de ouro, de fato foi mudada, e assim a tribo manteve-se forte em Israel, conforme foi vaticinado por Moisés em Dt 33.8-11: “E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá. Aquele que disse a seu pai, e à sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos, e não estimou a seus filhos; pois guardaram a tua palavra e observaram a tua aliança. Ensinaram os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel; puseram incenso no teu nariz, e o holocausto sobre o teu altar. Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem”.

Em relação à pergunta feita pelo comentarista: “Será que existem Levitas na era da igreja?” Apesar dos cantores e músicos atuais advogarem este título para si, isto é anti-bíblico e contrário a revelação da palavra de Deus. Os levitas são exclusivamente aqueles que descendem dos três filhos de Levi, Gerson, Coate e Merari. No período da Tribulação/Grande Tribulação e do Milênio, com a reconstrução do Templo esta tribo estará novamente reunida em Israel exercendo o ministério sacerdotal (ver Ez 40-44). Os crentes pertencentes a igreja, sejam estes cantores ou músicos em nada diferem dos demais cristãos. Todos são vistos como sendo um em Jesus Cristo e todos são integrantes do sacerdócio universal dos crentes em Cristo, pois por meio dEle, o eterno Sumo Sacerdote, todos tem acesso ao Santo dos santos, à presença do Pai Celestial.

1 Pe 2.5: “Vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”.

1 Pe 2.9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.

Ap 1.6: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém”.

2. Judá, Zebulom, Isaacar e José (Efraim e Manassés) – Agora as bênçãos serão direcionadas aos da tribo de Judá, Zebulom, Issacar, Efraim e Manassés.         

Em Gn 49.9-15, Jacó fala a respeito de Judá, Zebulom e Issacar. Somente depois de referir-se a Dã, Gade, Aser e Naftali é que ele se refere a José. O comentarista não segue a seqüência descrita na Bíblia, porém ela é importante porque traz em si um sentido profético, conforme o seguinte comentário feito por Jean Koechlin (2007, p. 84):

“Temos diante de nós outro capítulo de natureza profética. Nessas últimas palavras de Jacó a seus filhos, toda a história do povo de Israel é tratada como se fosse exibida antecipadamente e resumida aqui. Sob os juízes e reis, o povo se corrompeu como Rúben; o povo deixou o Senhor pelos ídolos. Então como no caso de Simeão e Levi, a violência é demonstrada na rejeição dos profetas e do próprio Messias, causando a dispersão do povo judeu entre as nações. Cristo é representado por Judá, a sua tribo de nascimento. O domínio e o cetro do reino são seus. Depois disto, encontramos Israel dispersada debaixo do juízo de Deus em atividades comerciais e ao mesmo tempo odiada pelas nações. Este período atual é personificado em Zebulom e Isaacar. Quanto a Dã, ele representa o anticristo, um judeu que, no futuro próximo, será recebido por Israel como seu Messias. ‘Serpente junto ao caminho’ (v. 17), esta é a terrível figura do poder satânico que então operará sem resistência. Antes desta horripilante perspectiva, o remanescente fiel só então poderá contar com o livramento do alto: ‘a tua salvação espero, ó Senhor!’ (v. 18)”.

2.1 A Tribo de Judá – Judá recebeu a bênção espiritual. Ele foi o quarto filho de Jacó e Leia. Foi ele quem sugeriu aos irmãos que José fosse vendido aos ismaelitas em vez de ser morto. Foi Judá que se apresentou para ficar no lugar de Benjamim (Gn 44.33). De Judá viriam os reis de Israel, pois o cetro não se apartaria dele (Gn 49.10).

Gn 49.8-12: “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite”.

Judá é o quarto filho de Jacó e Léia, tendo ele também nascido em Padã-Arã na casa de Labão. Por ocasião de seu nascimento, Léia expressa através de seu nome que significa “louvor”, o louvor que era devido ao Senhor que lhe concedera a bênção de ser mãe pela quarta vez. Assim, Leia diz: “Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá” (Gn 29.35a). Em Gn 49.8-12, Jacó se refere a Judá mostrando a proeminência que seus descendentes teriam sobre todas as demais tribos que o admirariam por suas vitórias sobre seus inimigos. Jacó compara a tribo de Judá a um leão que, conforme escreve MacDonald (2010, p. 48) “sai em busca da presa e depois retorna para seu lugar de descanso, onde ninguém o ousa perturbar”. Judá teve 5 filhos sendo estes Er, Onã, Selá, Perez e Zerá; Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã (ver Gn 46.12). Judá já era uma tribo numerosa por ocasião do primeiro censo no deserto, sendo o número dos homens de vinte anos para cima setenta e quatro mil e seiscentos (ver Nm 1.27). No segundo censo o total dos homens acima de vinte anos da tribo de Judá era de setenta e seis mil e quinhentos (ver Nm 26.22), assim a tribo permaneceu numerosa e ocuparia, portanto uma boa parte da herança na terra prometida. De Judá veio Davi que ocupou o trono de Israel e a partir dele o cetro não se arredou da tribo de Judá, conforme vaticinado por Jacó, pois mesmo depois da divisão do reino de Israel, a descendência de Davi continuou ocupando o trono sobre o reino de Judá até o cativeiro babilônico. O termo Siló segundo escreve C. F. Pfeiffer (1984, p. 61) significa “Aquele a quem pertence” neste caso, o direito de reinar, e sendo assim fica evidente que o Messias seria oriundo da tribo de Judá, sendo que a Ele se congregarão todos os povos, uma linguagem que parece se referir ao futuro Reino Milenar de Jesus Cristo na terra. Antes, porém dEle ocupar o trono, Ele “amarrará o seu jumentinho à vide”, uma linguagem figurada para Israel, a videira da terra, “e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente” uma linguagem que parece se referir a Jerusalém, a cepa mais excelente, onde então sua roupa seria lavada no vinho, e sua capa em sangue de uvas, linguagem que parece se referir ao sacrifício do Messias, que séculos mais tarde cumprir-se-ia na cruz do Calvário a partir da entrada de Jesus em Jerusalém, sobre um jumentinho, filho de uma jumenta (ver Mt 21.1-9). C. F. Pfeiffer (1984, p. 61) interpreta os versículos de Gn 49.11,12 como se referindo a futura prosperidade da tribo de Judá conforme se descreve abaixo:

“Paz, abundância e prosperidade prevaleceriam na terra de Judá. As vinhas seriam tão viçosas e as uvas tão abundantes que o cavaleiro conquistador poderia amarrar as rédeas do seu cavalo nos grandes ramos e desfrutar de seus frutos suculentos. O vinho seria tão abundante que os homens poderiam lavar suas roupas nele, se assim o quisessem. Uvas excelentes forneceriam o mais fino sustento. Os olhos de Judá não ficariam vermelhos com excesso de bebida (cintilantes de vinho, v. 12), mas ‘brilhantes de prosperidade’ (NBC) e seus dentes seriam ‘mais brancos do que o leite’ (brancos de leite). Isto é, a terra de Judá seria divinamente abençoada”.

2.2 A Tribo de Zebulom – Zebulom foi o décimo filho de Jacó por ordem de nascimento e o sexto de Leia. Essa tribo recebeu uma terra pequena, mas frutífera. Certamente como Isaías profetizou (Is 9.1), a tribo de Zebulom comandava o “caminho do mar”, ocupando assim “a abundância dos mares e os tesouros escondidos da areia” (Dt 33.19).

Gn 49.13: “Zebulom habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios, e o seu termo será para Sidom”.

Zebulom, nome este que significa morada, o sexto filho de Leia, nasceu também em Padã-Arã, na casa de Labão, sendo que ela vê em seu nascimento mais um momento de esperança quanto ao amor de seu marido: “E disse Lia: Deus me deu uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom (Gn 30.20). Em Gn 49.13, Jacó profetiza sobre o local de habitação e sobre as atividades comerciais de Zebulom na terra prometida, sendo que seu termo seria nas proximidades de Sidom. Zebulom teve 3 filhos sendo estes Serede, Elom e Jaleel (ver Gn 46.14). No primeiro censo foram totalizados cinqüenta e sete mil e quatrocentos homens da idade de vinte anos para cima da tribo de Zebulom (ver Nm 1.31) e no segundo censo foram contados sessenta mil e quinhentos (ver Nm 26.27). Em Is 9.1, Isaías se refere a Zebulom como que habitando junto ao caminho do mar, além do Jordão, na região da Galiléia. O Novo Dicionário da Bíblia (J. D. Douglas, 1995, p. 1675) se refere a terra de Zebulom como sendo uma terra frutífera (ver 1 Cr 12.40) e além disto diz-se de Zebulom que a tribo detinha uma altíssima reputação de patriotismo em Israel (ver 1 Cr 12.33).

Is 9.1: “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações”.

Mt 4.13-15: “E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações”.

2.3 A Tribo de Issacar – Issacar significa “ele trará recompensa” e era o quinto filho de Leia, o nono por de nascimento. Essa tribo estava situada numa terra muito fértil, mas sempre propensa a invasão das potências inimigas. Nesta região ficava situado o vale de Esdrelom (Jezreel), bem como os frutíferos montes Gilboa. Essa tribo teria que pagar um preço para viver uma vida confortável “e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo” (Gn 49.15). Típico daqueles que hoje se colocam debaixo do jugo do mundo para desfrutarem de prazeres passageiros.

Gn 49.14,15: “Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo”.

Issacar nasceu também em Padã-Arã na casa de Labão e por ocasião de seu nascimento, Leia o viu como sendo uma recompensa de Deus: “Então disse Lia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou-lhe Issacar” (Gn 30.18). Issacar teve 4 filhos sendo estes Tola, Puva, Jó e Sinrom (ver Gn 46.13). Por ocasião do primeiro censo foram contados de vinte anos para cima cinqüenta e quatro mil e quatrocentos homens da tribo de Issacar (ver Nm 1.29). No segundo censo o número foi de sessenta e quatro mil e trezentos (ver Nm 26.25). Segundo o Novo Dicionário da Bíblia (J. D. Douglas, 1995, p. 779) na partilha de Israel, Issacar ficou na região central da planície de Jezreel, sendo seu território localizado entre os montes de Gilboa e Tabor. Acerca da profecia de Gn 49.14,15, C. F. Pfeiffer (1984, p. 62) escreve:

“O quinto filho de Jacó com Lia, está representado como um forte amante, do descanso e do sossego [...]. A palavra hamor, literalmente, jumento [...] designa a forte besta de carga que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre para deitar-se sossegadamente, com tranqüilidade e conforto. Jacó estava predizendo que a Tribo de Issacar se submeteria a invasão dos cananitas que lhe colocaria um jugo. Em vez de lutar, os homens desta tribo submissamente se tornariam escravos dos povos da terra. Preferiram a vergonha e a escravidão em lugar da ação corajosa”.

2.3 A Tribo de José (Efraim e Manassés) – José, o filho mais velho de Raquel e o predileto de Jacó, teve os seus filhos como patriarcas que deram origem a duas tribos de Israel. Efraim que recebeu a bênção de primogênito entre os filhos de José tornou-se a maior tribo do reino do Norte e algumas vezes a nação do Norte depois da divisão do reino foi chamada de Efraim (Ez 37.16). José como Judá recebeu as bênçãos mais detalhadas por parte de Jacó (Gn 49.22-26).

Gn 49.22-26: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (de onde é o pastor e a pedra de Israel). Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos do abismo que está embaixo, com bênçãos dos seios e da madre. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros eternos; elas estarão sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos”.

José, primeiro filho de Raquel recebeu este nome, pois através dele Raquel expressou o seu desejo de ser mãe novamente. Assim, por ocasião de seu nascimento ela lhe chama José dizendo: “O Senhor me acrescente outro filho” (Gn 30.24). José também nasceu em Padã-Arã na casa de Labão e seus dois filhos Manasses e Efraim nasceram no Egito, fruto de seu relacionamento com uma egípcia de nome Azenate (ver Gn 41.50-52). José através de seus dois filhos recebe o direito de primogenitura herdando assim porção dobrada da herança de seu pai na possessão da terra prometida. Efraim seria uma tribo mais numerosa e, além disto, ela seria também uma influente tribo no Reino do Norte depois da divisão do reino. Efraim por ocasião do primeiro censo no deserto totalizava quarenta mil e quinhentos homens de vinte anos para cima (ver Nm 1.33). No segundo censo o total era de trinta e dois mil e quinhentos (ver Nm 26.37). Os filhos de Manasses contabilizados no primeiro censo foi de trinta e dois mil e duzentos (ver Nm 1.35); no segundo censo foram contabilizados cinqüenta e dois mil e setecentos (ver Nm 26.34). Estes números indicam que seria somente após a possessão da terra prometida que a tribo de Efraim começaria a se sobressair em relação a tribo de Manasses.
Em Gn 49.23,24, Jacó em uma linguagem figurada traz a sua memória os fatos relacionados à separação de José de sua família, quando então ele foi vendido ao Egito. José, porém foi fortalecido “pelas mãos do Valente de Jacó”, ou seja, pelo Deus de Israel. Em Gn 49.22, Jacó se refere a José como um ramo frutífero cujos ramos correm sobre o muro. Tal linguagem indica que a abundância dos frutos provenientes de José ultrapassaria as fronteiras de Israel, sendo assim compartilhados com o mundo. Sendo José “um tipo de Cristo” este versículo pode ser visto como uma figura do futuro Reino Milenar de Jesus Cristo, quando então o “verdadeiro José” estará reinando sobre a nação de Israel ultrapassando suas fronteiras para reinar sobre todo o mundo. Os descendentes de José recebem ainda a promessa de bênçãos abundantes, pois o Deus de seu pai, o Todo-Poderoso os abençoaria, de forma que, nas palavras de C. F. Pfeiffer (1984, p. 63) “de cima, eles teriam chuva e orvalho abundante. De baixo, o solo seria suprido com os ingredientes que produziriam o alimento e as colheitas. Por dom divino especial, a fertilidade entre os homens e os animais garantiria a fertilidade sem limites da família”.

3. Dã, Gade, Aser, Naftali e Benjamim – O que Deus fez por meio de Israel tipifica o que ele quer fazer por meio da igreja. Deus quer que a igreja seja um instrumento abençoador na terra. Onde houver um salvo aí estará a bênção do Senhor. A incumbência da igreja é cumprir a obra restauradora de Deus. A igreja é o vaso de Deus na sua obra de restauração. Israel deveria ser uma bênção na terra para encaminhar as demais nações ao encontro de Deus e hoje a responsabilidade da igreja é pregar o evangelho para que todo o homem tenha conhecimento do Senhor Jesus.

2 Co 5.20: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.

3.1 A Tribo de Dã – Dã foi o quinto filho de Jacó com a sua concubina Bila, criada de Raquel. A profecia a respeito do futuro de Dã não era boa; Dã seria uma serpente em cada aspecto e muita rebelião viria dele. Neste ponto ele imediatamente disse: “A tua salvação espero, ó Senhor!” (Gn 49.18). Era ele vendo a sua incapacidade e não tendo nada que fazer a respeito.

Gn 49.16-18: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás. A tua salvação espero, ó Senhor!”

Dã, filho de Jacó com sua concubina Bila, recebeu seu nome que significa juiz, por parte de Raquel como resultado de seu sentimento por ocasião de seu nascimento em Padã-Arã quando então ela sentiu-se julgada por Deus que ouviu sua voz lhe concedendo um filho através de sua serva. Em Gn 30.6, Raquel se expressa quanto a este momento através das seguintes palavras: “Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome Dã”. Dã teve somente um filho Husim (ver Gn 46.23); a tribo de Dã, porém se multiplicou e por ocasião do primeiro censo eles eram sessenta e dois mil e setecentos homens acima de 20 anos (ver Nm 1.39) e no segundo censo sessenta e quatro mil e quatrocentos. A profecia de Jacó em relação a Dã começa mostrando a tribo julgando seu povo. Esta profecia se concretizou quando Sansão, um descendente de Dã (ver Jz 13.2) julgou o povo de Israel por um período de 20 anos (Jz 16.310). Jacó se refere então a Dã, na seqüência, como uma víbora junto à vereda, sendo que isto pode se referir à idolatria introduzida por Dã a qual fez muitos caírem por este caminho em Israel (ver Jz 18; 1 Rs 12.28-30). O versículo 17 é também considerado por muitos estudiosos como que fazendo uma alusão ao Anticristo que surgirá por ocasião do período da Tribulação/Grande Tribulação, o qual será recebido pelos judeus como se fosse o Messias (ver Jo 5.43). Supõe-se que ele será um descendente da tribo de Dã e daí a tribo não ser listada entre os 144000 assinalados em Ap 7.4-8. Isto não significa, porém que a tribo será de todo rejeitada, pois a tribo é listada em Ez 48.1 como que fazendo parte do Reino Milenar de Jesus Cristo. O Anticristo fará uma aliança com os judeus no período da Tribulação/Grande Tribulação (ver Dn 9.27), um remanescente dos descendentes de Israel, porém será fiel ao Senhor e desta forma, eles estarão, como Jacó se expressa no versículo 18, aguardando a salvação do Senhor durante este período de aflição o qual Israel estará sujeito sob o governo do Anticristo.

3.2 A Tribo de Gade – Gade foi o sétimo filho de Jacó, filho de Zilpa, criada de Leia. Gade recebeu uma palavra profética que se aplicava a toda nação israelita, eles seriam atacados, mas no final da história ele sairia vencedor “ele, por sua vez, os atacará por trás” (Gn 49.19). Desde que Israel declarou sua independência em 1948, tem sido acometido pelos árabes e condenado pela ONU, mas isto acabará brevemente (Am 9.14,15).

Gn 49.19: “Quanto a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim”.

Gade, filho de Jacó com Zilpa sua concubina nasceu também em Padã-Arã e recebeu seu nome por Leia, que se considerou afortunada com o seu nascimento (ver Gn 30.11). Gade teve sete filhos sendo estes Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli (ver Gn 46.16). A tribo de Gade era de quarenta e cinco mil e seiscentos e cinqüenta homens da idade de vinte anos para cima no primeiro censo (ver Nm 1.25). No segundo censo eles eram quarenta mil e quinhentos (ver Nm 26.18). A tribo de Gade recebeu sua porção territorial ao leste do Jordão juntamente com Rúben e meia tribo de Manasses (ver Nm 32.33). Jacó prevê em Gn 49.19 os constantes ataques que eles sofreriam em seu território, no entanto, por fim seriam vitoriosos sobre os seus inimigos. 

3.3 As Tribos de Aser e Naftali – Aser foi o oitavo filho de Jacó, filho de Zilpa. O território que coube a essa tribo era extraordinariamente fértil. O nome Aser significa feliz ou abençoado, e o nome cumpriu suas expectativas. Essa prosperidade era tão grande que a tribo haveria de banhar os seus pés em azeite. Essa riqueza trouxe segurança para eles (Dt 33.25). Naftali foi o sexto filho de Jacó e o segundo de Bila. A palavra dita por Jacó sobre Naftali o compara com uma gazela, animal ágil e que se reproduz em grande quantidade. A igreja pode ser comparada com o que se diz de Naftali, porque como uma gazela é livre, a igreja tem essa liberdade e a palavra formosa é o que procede da boca dos que anunciam o evangelho (Sl 45.1).

Gn 49.20,21: “De Aser, o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais. Naftali é uma gazela solta; ele dá palavras formosas”.

Aser, nome este que significa feliz, expressa o sentimento de Leia por ocasião de seu nascimento que ocorreu também em Padã-Arã na casa de Labão: “Então disse Lia: Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou-lhe Aser” (Gn 30.13). Aser teve 4 filhos, sendo listado entre eles também uma filha, irmã deles conforme Gn 46.17: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Sera, a irmã deles. O primeiro censo listou de Aser quarenta e um mil e quinhentos homens da idade de 20 anos para cima (ver Nm 1.41). No segundo censo foram listados cinqüenta e três mil e quatrocentos (ver Nm 26.47). A prosperidade proveniente das terras férteis de Aser produziria iguarias dignas da mesa de um rei, daí Jacó se referir a “delícias reais”.
Naftali, nome este que significa “lutando” expressa o sentimento de Raquel, já que ele é filho de sua serva, por ocasião de seu nascimento também em Padã-Arã, quando então ela diz: “Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e chamou-lhe Naftali” (Gn 30.8). Naftali teve quatro filhos sendo estes Jazeel, Guni, Jezer e Silém (ver Gn 46.24). No primeiro censo os homens de vinte anos para cima totalizavam cinqüenta e três mil e quatrocentos (ver Nm 1.43) e no segundo censo quarenta e cinco mil e quatrocentos (ver Nm 26.50). As palavras de Jacó em Gn 49.21 denotam um notável amor à liberdade por parte de Naftali, porém liberdade para servir ao Senhor levando as boas novas da salvação.
Gade, Aser e Naftali em Gn 49 são listados entre Dã e José. Sendo Dã uma alusão ao Anticristo do período da Tribulação/Grande Tribulação e José um tipo de Cristo em seu Reino Milenar, Gade, Aser e Naftali podem ser vistos como que tipificando o remanescente dos filhos de Israel que passarão pelo período da Tribulação/Grande Tribulação sendo fiéis ao Senhor, apesar da angústia que virá sobre Israel em função do governo do Anticristo. Eles, porém sofrendo perseguição (Gade), serão bem-aventurados crendo em Jesus como seu Messias (Aser), e desta forma, permanecerão firmes anunciando as boas novas da salvação em Cristo Jesus (Naftali).

3.3 A Tribo de Benjamim – Benjamim seria um guerreiro incansável, arrasador e irresistível. Alguns pais da igreja disseram que, indiretamente, esta profecia se refere ao apóstolo Paulo, por ser ele da tribo de Benjamim (Gn 49.27).

Gn 49.27: “Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo”.

Benjamim, filho mais novo de Raquel é o único filho de Jacó que nasce na terra de Canaã: “E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim” (Gn 35.16-18). Ele simboliza, portanto dentro do aspecto profético de Gn 49, os descendentes de Israel que serão gerados em Israel durante o período do Reino Milenar de Jesus Cristo na terra, depois do dia de angústia de Jacó, ou seja, das dores de parto do período da Tribulação/Grande Tribulação. Benjamim teve 10 filhos sendo estes Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde (ver Gn 46.21). No primeiro censo no deserto foram contados da tribo de Benjamim trinta e cinco mil e quatrocentos homens acima de 20 anos (ver Nm 1.37) e no segundo censo quarenta e cinco mil e seiscentos (ver Nm 26.41). A profecia de Jacó a respeito de Benjamim mostra seus descendentes como corajosos guerreiros, sendo notável o fato de Saul e Jônatas, seu filho (dois guerreiros) serem descendentes de Benjamim (ver 1 Sm 9.1,2), e Paulo conforme escreve o comentarista (ver Rm 11.1; Fp 3.5).

Referências Bibliográficas:
C. F. Pfeiffer; E. F. Harrison, Comentário Bíblico Moody, 1984, 1ª Ed., Imprensa Batista Regular, São Paulo, SP.
J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia, 1995, 2ª Ed., Edições Vida Nova, São Paulo, SP.
J. Koechlin, Comentário Bíblico do Antigo Testamento, 2007, 1ª Ed., Depósito de Literatura Cristã, Diadema, SP.
W. MacDonald, Comentário Bíblico Popular – Antigo Testamento, 2010, 1ª Ed., Mundo Cristão, São Paulo, SP.