quinta-feira, 28 de abril de 2011

LIÇÃO 5 - A LUTA CONTRA A MORNIDÃO ESPIRITUAL

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Profª. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “No zelo, não sejas remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

ARC: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

O versículo em apreço é parte integrante do trecho de Rm 12.9-11, onde Paulo exorta a comunidade cristã ao exercício do amor fraternal. Assim, Paulo mostra que o tipo de amor a ser expresso entre os integrantes da comunidade cristã deve ser o mesmo que aquele demonstrado entre os membros de uma família. O versículo 11 especifica que os atos amorosos na comunidade não devem ser feitos de forma vagarosa ou negligente, antes, pelo contrário, devem ser feitos com zelo, com fervor, pois é servindo ao próximo que o crente demonstra, muitas vezes, estar servindo ao Senhor.

1 Pe 1.22: “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro”.

1 Pe 4.8: “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados”.

Verdade Aplicada: A chama do evangelho deve arder continuamente nos nossos corações, independentemente das situações externas ao nosso redor.

Objetivos da Lição

·    Mostrar que a “mornidão” é um estado de temperatura média entre o frio (água potável) e o quente (águas termais medicinais).
·    Alertar que a “mornidão espiritual” impede o crente de alcançar a vida cristã plena.
·    Conscientizar o cristão de que o estado de mornidão pode causar a morte espiritual.

Texto de Referência: Ap 3.14-16,19,20.

O livro de Apocalipse pode ser, de forma geral, dividido em três partes, segundo o que está escrito em Ap 1.19: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”. Assim, “as coisas que tens visto” corresponderia a primeira parte do livro, sendo esta concernente a revelação de Jesus Cristo, quando então João tem uma visão do Cristo glorificado (cap. 1); “as que são” corresponde a segunda parte do livro, sendo estas concernente à igreja (cap. 2-3); “e as que depois destas hão de acontecer” corresponde à terceira parte do livro, sendo estas concernente à nação de Israel, às nações gentílicas e ao estabelecimento do Reino de Deus (cap. 4-22). Em relação à igreja, Ap 2-3 apresenta sete cartas que foram enviadas pelo Senhor às sete igrejas listadas em Ap 1.9,10: “Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia. A maioria dos estudiosos, no entanto, concorda que o conteúdo das sete cartas se aplicava, não somente às sete igrejas listadas em Ap 1.10, mas a todas as igrejas existentes na época de João, e além disto, a maioria dos estudiosos da profecia bíblica concordam também que o conteúdo das cartas se aplica a todas as demais igrejas ao longo de todas as eras do cristianismo. De acordo com Tim LaHaye e Thomas Ice (2004, p. 7) há também alguns que defendem a opinião de que essas sete igrejas representam uma progressão na história da igreja, começando com o primeiro século e continuando até os dias de hoje. Segundo Tim LaHaye e Thomas Ice, Gary Cohen, um estudioso das profecias e autor de livros sobre o assunto, explica isso da seguinte maneira:

“A teoria de que as sete igrejas de Apocalipse 2-3 são proféticas, que elas representam sete períodos consecutivos na história eclesiástica, aparentemente foi sugerida pela primeira vez por algumas palavras do mártir Victorinus, Bispo de Pettau (morto em cerca de 303 d.C.). Essa crença, como afirmada hoje, não nega que as sete igrejas, ao mesmo tempo, são tanto históricas e simbólicas. Ela afirma que o elemento profético está em aditamento àqueles outros elementos e é inteiramente compatível com eles. Desse modo, essa posição contempla as sete congregações como (1) existentes historicamente no tempo em que João escreveu o Apocalipse em 95-96 d.C.; (2) como representativas de toda a igreja por meio dos sete tipos de igrejas locais, que existem ao longo de todas as dispensações; e (3) como prefiguração dos sete aspectos de igrejas confessionais que surgirão sucessivamente em proeminência antes da segunda vinda de Cristo”.

Em geral, os sete períodos são identificados de acordo com a seguinte seqüência descrita abaixo:

·   Éfeso – Igreja apostólica (30-100 d.C.)
·   Esmirna – Igreja perseguida (100-313 d.C.)
·   Pérgamo – Igreja do Estado (313-590 d.C.)
·   Tiatira – Igreja papal (590-1517 d.C.)
·   Sardes – Igreja reformada (1517-1730 d.C.)
·   Filadélfia – Igreja missionária (1730-1900 d.C.)
·   Laodicéia – Igreja apóstata (1900- d.C.)

Conforme pode-se perceber, o estado espiritual da igreja de Laodiceia identifica o último período da igreja na terra, antes do arrebatamento. Apesar das características de todas as demais igrejas poderem ser ainda hoje encontradas entre as diversas congregações cristãs atualmente existentes, parece claro que o sistema que predominará antes da volta de Jesus será um sistema caracterizado pela apostasia, ou seja, pelo desvio do genuíno evangelho de Jesus Cristo.
Segundo descrito no Comentário Bíblico Pentecostal (Jenney, 2003, pp. 1854-1856), a cidade de Laodiceia situava-se na interseção de duas importantes estradas: A primeira de Éfeso até a Síria e a segunda de Pérgamo e Sardes em direção à costa do Sul. A cidade devia sua considerável riqueza a uma combinação de comércio, bancos, manufaturas e a produção de uma fina e lustrosa lã preta, assim como à produção de bálsamo para os olhos. Ao lado das cidades irmãs de Colosso e Hierápolis, situava-se em um vale formado pelo rio Lico, afluente do Meander. O caráter vulcânico desse vale era responsável pelas famosas fontes de águas quentes existentes nessa área. De acordo com Paul Lawrence (Atlas Histórico e Geográfico da Bíblia, 1993, p. 173) a referência de Jesus na carta dirigida à igreja de Laodiceia “a algo quente” pode ser associada às fontes termais de Hierápolis, enquanto que, “o algo frio” estaria relacionado ao imponente monte Honaz, que fornecia água fria à cidade de Colossos. Uma vez que Laodiceia não possuía abastecimento natural, a água tinha de ser trazida por um aqueduto das fontes termais de Hierápolis e quando esta chegava a Laodiceia ela já se encontrava morna. Laodiceia significa “direito do povo”. Assim ela simboliza a igreja que dá razão à vontade do homem e não à vontade de Deus. Por conseguinte, Cristo deixa de ser o centro desta igreja, o sentimento ligado à benção de sua vinda já não existe em Laodiceia, antes, pelo contrário, Laodiceia representa a igreja que quer ser grande e estimada pelo mundo. Em poucas palavras pode-se dizer que Laodiceia é a glorificação do homem e dos seus recursos na igreja.

Introdução – A mornidão espiritual é uma ferramenta usada por Satanás para descaracterizar...

Na introdução o comentarista descreve a mornidão espiritual como uma ferramenta usada por Satanás para descaracterizar o crente que teve um encontro verdadeiro com Jesus. Se a mornidão é uma descaracterização do crente, isto significa que o fervor espiritual deve ser uma das características, não somente do crente, mas também de toda igreja de Jesus Cristo. Vale ressaltar que o fervor espiritual é um indicativo da presença do Espírito Santo na vida do crente, já que, na Bíblia Sagrada, um dos elementos simbólicos da presença do Espírito Santo é o fogo, sendo isto evidenciado no fato de terem sido vistas, no dia de pentecostes, línguas repartidas como que de fogo quando o Espírito Santo veio sobre aqueles que haviam se reunido. O fogo como símbolo do Espírito Santo indica a ação purificadora e dinâmica do Espírito na vida daqueles onde Ele habita, pois foi a partir desta experiência que os discípulos começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

At 2.1-4: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.

Ex 27.20: “Tu, pois ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente”.

Lv 6.13: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”.

1. A mornidão espiritual leva à estagnação – A estagnação leva a pessoa a não se movimentar...

O comentarista fala da estagnação como conseqüência da mornidão espiritual. Uma das características da estagnação é a ausência de atividade e de progresso na obra de Deus. O cristão é chamado não somente para fazer a obra de Deus, mas também para expandi-la, caso contrário a estagnação poderá levá-lo a enterrar o talento que recebeu de seu Senhor.

Jo 14.12: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”.

Mt 25.15-18,28,29: “E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor... Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado”.

1.1 Ao distanciamento da palavra de Deus e da igreja – O afastamento da fonte de recursos espirituais, das proteínas e das vitaminas celestiais...

Neste ponto o comentarista mostra o perigo da mornidão espiritual, já que ela pode levar o cristão a se distanciar da palavra de Deus e da igreja. Tal distanciamento provocará o enfraquecimento pessoal podendo levar o cristão até mesmo a desfalecer na fé. Esta foi a situação vivida por Pedro, quando então por ocasião da prisão de Jesus, ele se afastou dos demais discípulos, chegando ao ponto de negar a Jesus (ver Mt 26.69-75). O cristão deve procurar sempre estar unido a seus irmãos na fé, pois conforme diz Ec 4.12 o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.

Ec 4.9,10,12: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa”.

Hb 10.23-25: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.

Com relação à palavra de Deus como fonte de recursos espirituais:

Jó 23.12: “Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que o meu alimento”.

Jr 15.16: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.

Mt 4.3,4: “E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

Jo 6.27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”.

Jo 6.53-55: “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida”.

1 Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo”.

1.2 À falta de comprometimento com a obra de Deus – Muitos deixam, por desinteresse, de fazer o que está ao alcance, transferindo sempre a responsabilidade para os outros...

Mq 2.10: “Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente”.

Mt 20.6,7: “E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo”.

Jo 9.4: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”.

1.3 A mornidão espiritual é uma fraqueza cristã – A falta de crescimento diante de Deus é não olhar para frente...

Neste ponto o comentarista mostra a importância do progresso na vida cristã citando os seguintes versículos:

Fp 3.13,14: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

2 Pe 3.18: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém”.

Pv 4.18: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”.

1 Co 15.51: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.

Com relação a não deixar que a luz se apague e que o sal se torne insípido:

Lv 24.2: “Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente”.

Mt 5.15: “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa”.

Lc 12.35: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias”.

Mt 5.13: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens”.

Mc 9.50: “Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros”.

2. A autosuficiência leva à mornidão espiritual – Quando o homem toma as rédeas e acha que pode tudo, o Espírito Santo começa a ser extinto...

Em 1 Ts 5.19,20 Paulo diz: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias”. O fato de Paulo trazer junto estes dois conselhos na carta aos tessalonicenses, nos conduz a entender que uma das causas que leva o Espírito Santo a se extinguir na vida do crente é o desprezo em relação às profecias contidas na palavra de Deus, bem como em relação a manifestação dos dons espirituais, os quais Ele reparte para aquilo que for útil à edificação da igreja (ver 1 Co 12.7,11). Existem, no entanto, outras causas que podem levar o Espírito Santo a se extinguir da vida do cristão, podendo ser citado, por exemplo:

·   A não importância dada a sua presença, voz ou direção - Is 63.10,11: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles”.
·   A não importância dada a soberania de Jesus Cristo por aqueles que confessam o seu nome como Senhor e Salvador de suas vidas - Lc 6.46: “E porque me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?”.
·   A banalização da manifestação e dos dons espirituais, algo que tem sido visto de forma exaustiva na igreja evangélica dos dias atuais - Mt 7.21-23: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.
·   A glorificação do homem, não sendo dado importância a necessidade do homem diminuir, para que toda glória seja concedida a Jesus Cristo, único digno de toda exaltação, conforme disse João Batista - Jo 3.30: “É necessário que ele cresça e que eu diminua”.
·   O desprezo à santidade cristã, sendo esta totalmente oposta aos costumes mundanos, às práticas do velho homem conforme descrito em Ef 4.17-32, o que conduz ao entristecimento do Espírito - Ef 4.30: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção”.

2.1 À perda da humildade – A ausência de reconhecimento de Deus, de dependência do Senhor, de submissão e obediência às autoridades eclesiásticas constituídas geram mornidão...

Rm 13.1,2: “Toda alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação”.

Fp 2.3: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.

Tg 4.6: “Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.

1 Pe 5.5,6: “Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte”.

2 Pe 2.1: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”.

Jd 4: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”.

2.2 À mudança da visão espiritual – Pensar nas coisas terrenas e dar a elas prioridades é um grande erro...

Mt 6.19-21: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.

Mc 4.18,19: “E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”.

Cl 3.1,2: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”.

2 Co 4.16-18: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.

2 Pe 1.5-9: “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados”.

2.3 Ao pensamento de que as riquezas materiais substituem a vida com Deus – O apego à prosperidade material e o amor ao dinheiro são um fracasso...

1 Tm 6.9,10: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.

Com relação à igreja de Laodiceia, sua ausência de reconhecimento de Deus e de dependência do Senhor, de apego às riquezas e ao materialismo foi considerada por Jesus quando então Ele se dirige a ela mostrando-lhe sua arrogância e altivez pela auto-avaliação que ela fazia de si mesma - Ap 3.17: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”, Jesus, no entanto a exorta e lhe mostra a sua real situação quando Ele se dirige a ela com as seguintes palavras: “e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.

3. O aumento da iniqüidade leva à mornidão espiritual – A pós-modernidade chegou trazendo em suas bagagens a tecnologia de ponta, as invenções e sofisticações na área da cibernética...

Dn 12.4,13: “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias”.

3.1 Aos pratos oferecidos pelo mundo – Os prazeres crescentes, a concupiscência da carne como foco e a modernidade carregada de depravação, satisfazem a carne em detrimento do espírito...

Rm 8.5-8;12,13: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”.

3.2 Ao esfriamento do amor – O amor às coisas de Deus, à sua obra e aos irmãos de fé não pode esfriar...

Mt 24.12,13: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”.

Ap 21.7,8: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.

3.3 À conformação com o mundo – Paulo escreve aos romanos pedindo que eles não se conformassem com o mundo... misturar o santo com o profano, aceitar o impuro como puro...

Rm 12.1,2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

Ez 44.23: “E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro”.

Hb 10.29: “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”

Hb 12.16: “E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura”.

Ap 22.11,12: “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é santo seja santificado ainda. E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”.

Is 5.20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!”

Tg 4.4: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.

1 Jo 2.15-17: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

Ef 5.11: “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-a”.

4. A mornidão espiritual não tem aprovação de Deus – A igreja em Laodiceia foi severamente advertida pelo Senhor sobre a sua situação apática. Deus, conhecedor da situação do seu povo...

Sl 11.4: “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens”.

Hb 4.12,13: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”.

4.1 Deus não aceita mornidão em seu povo – A indiferença, a superficialidade, o formalismo, o conformismo, ficar em cima do muro, ser meio-crente, só parecido com cristão...

Is 29.13: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído”.

Mt 15.8: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

4.2 “Vomitar-te-ei da minha boca” – Antes de ser lançado fora da presença de Deus, somos repreendidos e disciplinados, porque o Senhor nos ama...

Ap 3.15,16: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.

A exortação de Jesus à igreja de Laodicéia encontra seu paralelo em Lv 18.28: “Para que a terra não vos vomite, havendo-a contaminado, como vomitou a nação que nela estava antes de vós” e em Lv 20.22: “Guardai, pois, todos os meus estatutos, e todos os meus juízos, e cumpri-os, para que não vos vomite a terra, para a qual eu vos levo para habitar nela”. A análise dos capítulos de Lv 18-20 nos mostra o Senhor exortando o povo de Israel quanto ao cuidado que eles deveriam ter em relação a diversos pecados, os quais teriam sido práticas comuns entre os povos cananeus que habitaram a terra prometida antes dos israelitas a possuírem. Assim os israelitas deveriam abster de se darem em uniões consideradas ilícitas pelo Senhor, uniões abomináveis tais como homossexualismo, prática de sexo com animais, idolatria, feitiçaria, sacrifício de crianças, profanação do nome do Senhor, adivinhadores no meio do povo de Deus, prostituição, adultério, desobediência a pai e mãe, incesto etc... O fato de Jesus utilizar-se da mesma linguagem descrita em Lv 18.28 e Dt 20.22 em sua exortação à igreja de Laodiceia, quando então Ele lhe diz que a vomitaria da sua boca, é, portanto, um indicativo da decadência moral e espiritual em que a igreja pode chegar quando ela se deixa ser tomada pelo estado de mornidão que se encontrava a igreja de Laodiceia.

Jr 6.7,8: “Como a fonte produz as suas águas, assim ela produz a sua malícia; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuamente. Corrige-te, ó Jerusalém, para que a minha alma não se aparte de ti, para que não te torne em assolação e a terra não habitada”.

Hb 12.5,6: “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho”.

4.3 Chamada ao arrependimento – Deus dá oportunidades aos mornos para voltarem a ser fervorosos e dinâmicos... O arrependimento deve ser acompanhado de atitudes positivas...

Ap 3.18-20: “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.

Jesus chama a igreja de Laodiceia ao arrependimento. Considerando que o estado espiritual de Laodiceia simboliza o último estado da igreja antes do arrebatamento, a igreja atual deve atentar com seriedade a exortação e o conselho que Jesus dá a sua igreja. Por causa da soberba, da vaidade, da arrogância espiritual, do materialismo, das riquezas, do humanismo, do relativismo, do egocentrismo etc... o Espírito Santo se afastou, sendo que tal fato não foi nem percebido pela igreja. É por isto que em Ap 3.20 Jesus aparece do lado de fora, à porta, batendo para que Ele possa entrar. Jesus aconselha a igreja a “comprar ouro provado no fogo”. Considerando que o ouro na Bíblia é símbolo de divindade, o fogo, símbolo de vida purificada pela presença do Espírito Santo e o termo “comprar” remete à necessidade de “se pagar o preço”, o conselho de Jesus conduz ao entendimento de que a igreja atual precisa retroceder em busca do genuíno evangelho de Jesus Cristo, o evangelho da cruz, da renúncia, da vida de comunhão com Deus, gerada não pelas inovações e modismos, mas pela vida de intimidade com Deus através da oração, jejum, santificação, consagração, verdadeira adoração, temor, reverência, obediência, separação, dedicação à Palavra de Deus etc... Jesus alerta também a igreja quanto ao estado em que ela se encontrava “nua”, despida da justiça de Cristo, o único meio através do qual o homem pode ser justificado diante Deus. Ele então aconselha a igreja a “comprar... vestes brancas”, símbolo da justiça de Cristo imputada ao pecador que se arrepende, “para que te vistas”, uma linguagem que remete, portanto a profunda necessidade de arrependimento, confissão e conversão dos pecados, acompanhado por frutos de justiça. Finalmente, Jesus aconselha também a igreja a “ungir os olhos com colírio, para que vejas”, linguagem esta que remete a profunda necessidade da igreja de buscar discernimento espiritual, pois ela perdeu totalmente a capacidade de discernir o que vem de Deus e o que não vem de Deus, o santo do profano, o puro do impuro, o certo do errado, o bem do mal, o verdadeiro do falso, tendo-se afastado completamente da simplicidade que há em Cristo Jesus. Apesar de tudo, o Senhor ainda demonstra seu amor pela igreja “Eis que estou a porta e bato”, o chamado, no entanto é individual, é para aqueles que se dispuserem a ouvir a sua voz e abrir a porta, conforme escreve Kelly W. (1989, p. 49):

“Pode, de fato, haver uma fé individual, sã e bem real, no meio do mais miserável afastamento da fidelidade e da dedicação gerais. E, aquele que, de fato, crer, não será julgado, porque ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (Jo 3.16).

Após o estudo da lição CLICK AQUI para ler a excelente mensagem do Pr David Wilkerson entitulada “A Mentira de Laodiceia”.

Referências Bibliográficas:
LaHaye, T.; Ice, T.; Glorioso Retorno, 2004, 1ª Ed., Abba Press , São Paulo, SP.
Lawrence, P., Atlas Histórico e Geográfico da Bíblica, 1993, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
Jenney, T. P.; Comentário Bíblico Pentecostal, 2003, 1a Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
Kelly, W.; Estudos Sobre a Palavra de Deus – O Apocalipse, 1989, Depósito de Literatura Cristã, Lisboa, Portugal.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá! Professora Magda, Graça e Paz...

Parabéns pelo seu maravilho trabalho,passei só para conhecê, no momento não irei fazer nenhum comentário porque o texto e muito bom, e eu preciso estuda-lo melhor, porém, se me permite, gostaria de segui o seu trabalho desde já, e convido-lhe a conhecer o meu humilde trabalho, quem sabe você não me motiva a continuar há escrever, pois eu já estou meio desanimado, não com a maravilhosa palavra de Deus, mas, com os assuntos corriqueiros da blogsfera.

Deus te abençoe em nome de Jesus...

Magda disse...

Pr. J. Fábio Scofield,

Agradeço por suas palavras de apreço e fico feliz de saber que o senhor poderá estar utilizando dos estudos aqui constantes. Agradeço também seu interesse em seguir o blog. Também já me senti assim como o senhor, desanimada, principalmente por ver algumas postagens que banalizam a graça de Deus. Mas o Senhor é Aquele que nos encoraja e dá força para continuar, e sendo assim, prossigamos para o alvo. Deus continue lhe abençoando.

Atenciosamente,

Magda