quinta-feira, 28 de abril de 2011

LIÇÃO 5 - A LUTA CONTRA A MORNIDÃO ESPIRITUAL

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Profª. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “No zelo, não sejas remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

ARC: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

O versículo em apreço é parte integrante do trecho de Rm 12.9-11, onde Paulo exorta a comunidade cristã ao exercício do amor fraternal. Assim, Paulo mostra que o tipo de amor a ser expresso entre os integrantes da comunidade cristã deve ser o mesmo que aquele demonstrado entre os membros de uma família. O versículo 11 especifica que os atos amorosos na comunidade não devem ser feitos de forma vagarosa ou negligente, antes, pelo contrário, devem ser feitos com zelo, com fervor, pois é servindo ao próximo que o crente demonstra, muitas vezes, estar servindo ao Senhor.

1 Pe 1.22: “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro”.

1 Pe 4.8: “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados”.

Verdade Aplicada: A chama do evangelho deve arder continuamente nos nossos corações, independentemente das situações externas ao nosso redor.

Objetivos da Lição

·    Mostrar que a “mornidão” é um estado de temperatura média entre o frio (água potável) e o quente (águas termais medicinais).
·    Alertar que a “mornidão espiritual” impede o crente de alcançar a vida cristã plena.
·    Conscientizar o cristão de que o estado de mornidão pode causar a morte espiritual.

Texto de Referência: Ap 3.14-16,19,20.

O livro de Apocalipse pode ser, de forma geral, dividido em três partes, segundo o que está escrito em Ap 1.19: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”. Assim, “as coisas que tens visto” corresponderia a primeira parte do livro, sendo esta concernente a revelação de Jesus Cristo, quando então João tem uma visão do Cristo glorificado (cap. 1); “as que são” corresponde a segunda parte do livro, sendo estas concernente à igreja (cap. 2-3); “e as que depois destas hão de acontecer” corresponde à terceira parte do livro, sendo estas concernente à nação de Israel, às nações gentílicas e ao estabelecimento do Reino de Deus (cap. 4-22). Em relação à igreja, Ap 2-3 apresenta sete cartas que foram enviadas pelo Senhor às sete igrejas listadas em Ap 1.9,10: “Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia. A maioria dos estudiosos, no entanto, concorda que o conteúdo das sete cartas se aplicava, não somente às sete igrejas listadas em Ap 1.10, mas a todas as igrejas existentes na época de João, e além disto, a maioria dos estudiosos da profecia bíblica concordam também que o conteúdo das cartas se aplica a todas as demais igrejas ao longo de todas as eras do cristianismo. De acordo com Tim LaHaye e Thomas Ice (2004, p. 7) há também alguns que defendem a opinião de que essas sete igrejas representam uma progressão na história da igreja, começando com o primeiro século e continuando até os dias de hoje. Segundo Tim LaHaye e Thomas Ice, Gary Cohen, um estudioso das profecias e autor de livros sobre o assunto, explica isso da seguinte maneira:

“A teoria de que as sete igrejas de Apocalipse 2-3 são proféticas, que elas representam sete períodos consecutivos na história eclesiástica, aparentemente foi sugerida pela primeira vez por algumas palavras do mártir Victorinus, Bispo de Pettau (morto em cerca de 303 d.C.). Essa crença, como afirmada hoje, não nega que as sete igrejas, ao mesmo tempo, são tanto históricas e simbólicas. Ela afirma que o elemento profético está em aditamento àqueles outros elementos e é inteiramente compatível com eles. Desse modo, essa posição contempla as sete congregações como (1) existentes historicamente no tempo em que João escreveu o Apocalipse em 95-96 d.C.; (2) como representativas de toda a igreja por meio dos sete tipos de igrejas locais, que existem ao longo de todas as dispensações; e (3) como prefiguração dos sete aspectos de igrejas confessionais que surgirão sucessivamente em proeminência antes da segunda vinda de Cristo”.

Em geral, os sete períodos são identificados de acordo com a seguinte seqüência descrita abaixo:

·   Éfeso – Igreja apostólica (30-100 d.C.)
·   Esmirna – Igreja perseguida (100-313 d.C.)
·   Pérgamo – Igreja do Estado (313-590 d.C.)
·   Tiatira – Igreja papal (590-1517 d.C.)
·   Sardes – Igreja reformada (1517-1730 d.C.)
·   Filadélfia – Igreja missionária (1730-1900 d.C.)
·   Laodicéia – Igreja apóstata (1900- d.C.)

Conforme pode-se perceber, o estado espiritual da igreja de Laodiceia identifica o último período da igreja na terra, antes do arrebatamento. Apesar das características de todas as demais igrejas poderem ser ainda hoje encontradas entre as diversas congregações cristãs atualmente existentes, parece claro que o sistema que predominará antes da volta de Jesus será um sistema caracterizado pela apostasia, ou seja, pelo desvio do genuíno evangelho de Jesus Cristo.
Segundo descrito no Comentário Bíblico Pentecostal (Jenney, 2003, pp. 1854-1856), a cidade de Laodiceia situava-se na interseção de duas importantes estradas: A primeira de Éfeso até a Síria e a segunda de Pérgamo e Sardes em direção à costa do Sul. A cidade devia sua considerável riqueza a uma combinação de comércio, bancos, manufaturas e a produção de uma fina e lustrosa lã preta, assim como à produção de bálsamo para os olhos. Ao lado das cidades irmãs de Colosso e Hierápolis, situava-se em um vale formado pelo rio Lico, afluente do Meander. O caráter vulcânico desse vale era responsável pelas famosas fontes de águas quentes existentes nessa área. De acordo com Paul Lawrence (Atlas Histórico e Geográfico da Bíblia, 1993, p. 173) a referência de Jesus na carta dirigida à igreja de Laodiceia “a algo quente” pode ser associada às fontes termais de Hierápolis, enquanto que, “o algo frio” estaria relacionado ao imponente monte Honaz, que fornecia água fria à cidade de Colossos. Uma vez que Laodiceia não possuía abastecimento natural, a água tinha de ser trazida por um aqueduto das fontes termais de Hierápolis e quando esta chegava a Laodiceia ela já se encontrava morna. Laodiceia significa “direito do povo”. Assim ela simboliza a igreja que dá razão à vontade do homem e não à vontade de Deus. Por conseguinte, Cristo deixa de ser o centro desta igreja, o sentimento ligado à benção de sua vinda já não existe em Laodiceia, antes, pelo contrário, Laodiceia representa a igreja que quer ser grande e estimada pelo mundo. Em poucas palavras pode-se dizer que Laodiceia é a glorificação do homem e dos seus recursos na igreja.

Introdução – A mornidão espiritual é uma ferramenta usada por Satanás para descaracterizar...

Na introdução o comentarista descreve a mornidão espiritual como uma ferramenta usada por Satanás para descaracterizar o crente que teve um encontro verdadeiro com Jesus. Se a mornidão é uma descaracterização do crente, isto significa que o fervor espiritual deve ser uma das características, não somente do crente, mas também de toda igreja de Jesus Cristo. Vale ressaltar que o fervor espiritual é um indicativo da presença do Espírito Santo na vida do crente, já que, na Bíblia Sagrada, um dos elementos simbólicos da presença do Espírito Santo é o fogo, sendo isto evidenciado no fato de terem sido vistas, no dia de pentecostes, línguas repartidas como que de fogo quando o Espírito Santo veio sobre aqueles que haviam se reunido. O fogo como símbolo do Espírito Santo indica a ação purificadora e dinâmica do Espírito na vida daqueles onde Ele habita, pois foi a partir desta experiência que os discípulos começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

At 2.1-4: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.

Ex 27.20: “Tu, pois ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente”.

Lv 6.13: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”.

1. A mornidão espiritual leva à estagnação – A estagnação leva a pessoa a não se movimentar...

O comentarista fala da estagnação como conseqüência da mornidão espiritual. Uma das características da estagnação é a ausência de atividade e de progresso na obra de Deus. O cristão é chamado não somente para fazer a obra de Deus, mas também para expandi-la, caso contrário a estagnação poderá levá-lo a enterrar o talento que recebeu de seu Senhor.

Jo 14.12: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”.

Mt 25.15-18,28,29: “E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor... Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado”.

1.1 Ao distanciamento da palavra de Deus e da igreja – O afastamento da fonte de recursos espirituais, das proteínas e das vitaminas celestiais...

Neste ponto o comentarista mostra o perigo da mornidão espiritual, já que ela pode levar o cristão a se distanciar da palavra de Deus e da igreja. Tal distanciamento provocará o enfraquecimento pessoal podendo levar o cristão até mesmo a desfalecer na fé. Esta foi a situação vivida por Pedro, quando então por ocasião da prisão de Jesus, ele se afastou dos demais discípulos, chegando ao ponto de negar a Jesus (ver Mt 26.69-75). O cristão deve procurar sempre estar unido a seus irmãos na fé, pois conforme diz Ec 4.12 o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.

Ec 4.9,10,12: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa”.

Hb 10.23-25: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.

Com relação à palavra de Deus como fonte de recursos espirituais:

Jó 23.12: “Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que o meu alimento”.

Jr 15.16: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.

Mt 4.3,4: “E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

Jo 6.27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”.

Jo 6.53-55: “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida”.

1 Pe 2.2: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo”.

1.2 À falta de comprometimento com a obra de Deus – Muitos deixam, por desinteresse, de fazer o que está ao alcance, transferindo sempre a responsabilidade para os outros...

Mq 2.10: “Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente”.

Mt 20.6,7: “E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo”.

Jo 9.4: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”.

1.3 A mornidão espiritual é uma fraqueza cristã – A falta de crescimento diante de Deus é não olhar para frente...

Neste ponto o comentarista mostra a importância do progresso na vida cristã citando os seguintes versículos:

Fp 3.13,14: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

2 Pe 3.18: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém”.

Pv 4.18: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”.

1 Co 15.51: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.

Com relação a não deixar que a luz se apague e que o sal se torne insípido:

Lv 24.2: “Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente”.

Mt 5.15: “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa”.

Lc 12.35: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias”.

Mt 5.13: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens”.

Mc 9.50: “Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros”.

2. A autosuficiência leva à mornidão espiritual – Quando o homem toma as rédeas e acha que pode tudo, o Espírito Santo começa a ser extinto...

Em 1 Ts 5.19,20 Paulo diz: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias”. O fato de Paulo trazer junto estes dois conselhos na carta aos tessalonicenses, nos conduz a entender que uma das causas que leva o Espírito Santo a se extinguir na vida do crente é o desprezo em relação às profecias contidas na palavra de Deus, bem como em relação a manifestação dos dons espirituais, os quais Ele reparte para aquilo que for útil à edificação da igreja (ver 1 Co 12.7,11). Existem, no entanto, outras causas que podem levar o Espírito Santo a se extinguir da vida do cristão, podendo ser citado, por exemplo:

·   A não importância dada a sua presença, voz ou direção - Is 63.10,11: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles”.
·   A não importância dada a soberania de Jesus Cristo por aqueles que confessam o seu nome como Senhor e Salvador de suas vidas - Lc 6.46: “E porque me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?”.
·   A banalização da manifestação e dos dons espirituais, algo que tem sido visto de forma exaustiva na igreja evangélica dos dias atuais - Mt 7.21-23: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”.
·   A glorificação do homem, não sendo dado importância a necessidade do homem diminuir, para que toda glória seja concedida a Jesus Cristo, único digno de toda exaltação, conforme disse João Batista - Jo 3.30: “É necessário que ele cresça e que eu diminua”.
·   O desprezo à santidade cristã, sendo esta totalmente oposta aos costumes mundanos, às práticas do velho homem conforme descrito em Ef 4.17-32, o que conduz ao entristecimento do Espírito - Ef 4.30: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção”.

2.1 À perda da humildade – A ausência de reconhecimento de Deus, de dependência do Senhor, de submissão e obediência às autoridades eclesiásticas constituídas geram mornidão...

Rm 13.1,2: “Toda alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação”.

Fp 2.3: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.

Tg 4.6: “Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.

1 Pe 5.5,6: “Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte”.

2 Pe 2.1: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”.

Jd 4: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”.

2.2 À mudança da visão espiritual – Pensar nas coisas terrenas e dar a elas prioridades é um grande erro...

Mt 6.19-21: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.

Mc 4.18,19: “E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”.

Cl 3.1,2: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”.

2 Co 4.16-18: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.

2 Pe 1.5-9: “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados”.

2.3 Ao pensamento de que as riquezas materiais substituem a vida com Deus – O apego à prosperidade material e o amor ao dinheiro são um fracasso...

1 Tm 6.9,10: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.

Com relação à igreja de Laodiceia, sua ausência de reconhecimento de Deus e de dependência do Senhor, de apego às riquezas e ao materialismo foi considerada por Jesus quando então Ele se dirige a ela mostrando-lhe sua arrogância e altivez pela auto-avaliação que ela fazia de si mesma - Ap 3.17: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”, Jesus, no entanto a exorta e lhe mostra a sua real situação quando Ele se dirige a ela com as seguintes palavras: “e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.

3. O aumento da iniqüidade leva à mornidão espiritual – A pós-modernidade chegou trazendo em suas bagagens a tecnologia de ponta, as invenções e sofisticações na área da cibernética...

Dn 12.4,13: “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias”.

3.1 Aos pratos oferecidos pelo mundo – Os prazeres crescentes, a concupiscência da carne como foco e a modernidade carregada de depravação, satisfazem a carne em detrimento do espírito...

Rm 8.5-8;12,13: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”.

3.2 Ao esfriamento do amor – O amor às coisas de Deus, à sua obra e aos irmãos de fé não pode esfriar...

Mt 24.12,13: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”.

Ap 21.7,8: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.

3.3 À conformação com o mundo – Paulo escreve aos romanos pedindo que eles não se conformassem com o mundo... misturar o santo com o profano, aceitar o impuro como puro...

Rm 12.1,2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

Ez 44.23: “E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro”.

Hb 10.29: “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”

Hb 12.16: “E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura”.

Ap 22.11,12: “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é santo seja santificado ainda. E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”.

Is 5.20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!”

Tg 4.4: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.

1 Jo 2.15-17: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

Ef 5.11: “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-a”.

4. A mornidão espiritual não tem aprovação de Deus – A igreja em Laodiceia foi severamente advertida pelo Senhor sobre a sua situação apática. Deus, conhecedor da situação do seu povo...

Sl 11.4: “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens”.

Hb 4.12,13: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”.

4.1 Deus não aceita mornidão em seu povo – A indiferença, a superficialidade, o formalismo, o conformismo, ficar em cima do muro, ser meio-crente, só parecido com cristão...

Is 29.13: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído”.

Mt 15.8: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

4.2 “Vomitar-te-ei da minha boca” – Antes de ser lançado fora da presença de Deus, somos repreendidos e disciplinados, porque o Senhor nos ama...

Ap 3.15,16: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.

A exortação de Jesus à igreja de Laodicéia encontra seu paralelo em Lv 18.28: “Para que a terra não vos vomite, havendo-a contaminado, como vomitou a nação que nela estava antes de vós” e em Lv 20.22: “Guardai, pois, todos os meus estatutos, e todos os meus juízos, e cumpri-os, para que não vos vomite a terra, para a qual eu vos levo para habitar nela”. A análise dos capítulos de Lv 18-20 nos mostra o Senhor exortando o povo de Israel quanto ao cuidado que eles deveriam ter em relação a diversos pecados, os quais teriam sido práticas comuns entre os povos cananeus que habitaram a terra prometida antes dos israelitas a possuírem. Assim os israelitas deveriam abster de se darem em uniões consideradas ilícitas pelo Senhor, uniões abomináveis tais como homossexualismo, prática de sexo com animais, idolatria, feitiçaria, sacrifício de crianças, profanação do nome do Senhor, adivinhadores no meio do povo de Deus, prostituição, adultério, desobediência a pai e mãe, incesto etc... O fato de Jesus utilizar-se da mesma linguagem descrita em Lv 18.28 e Dt 20.22 em sua exortação à igreja de Laodiceia, quando então Ele lhe diz que a vomitaria da sua boca, é, portanto, um indicativo da decadência moral e espiritual em que a igreja pode chegar quando ela se deixa ser tomada pelo estado de mornidão que se encontrava a igreja de Laodiceia.

Jr 6.7,8: “Como a fonte produz as suas águas, assim ela produz a sua malícia; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuamente. Corrige-te, ó Jerusalém, para que a minha alma não se aparte de ti, para que não te torne em assolação e a terra não habitada”.

Hb 12.5,6: “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho”.

4.3 Chamada ao arrependimento – Deus dá oportunidades aos mornos para voltarem a ser fervorosos e dinâmicos... O arrependimento deve ser acompanhado de atitudes positivas...

Ap 3.18-20: “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.

Jesus chama a igreja de Laodiceia ao arrependimento. Considerando que o estado espiritual de Laodiceia simboliza o último estado da igreja antes do arrebatamento, a igreja atual deve atentar com seriedade a exortação e o conselho que Jesus dá a sua igreja. Por causa da soberba, da vaidade, da arrogância espiritual, do materialismo, das riquezas, do humanismo, do relativismo, do egocentrismo etc... o Espírito Santo se afastou, sendo que tal fato não foi nem percebido pela igreja. É por isto que em Ap 3.20 Jesus aparece do lado de fora, à porta, batendo para que Ele possa entrar. Jesus aconselha a igreja a “comprar ouro provado no fogo”. Considerando que o ouro na Bíblia é símbolo de divindade, o fogo, símbolo de vida purificada pela presença do Espírito Santo e o termo “comprar” remete à necessidade de “se pagar o preço”, o conselho de Jesus conduz ao entendimento de que a igreja atual precisa retroceder em busca do genuíno evangelho de Jesus Cristo, o evangelho da cruz, da renúncia, da vida de comunhão com Deus, gerada não pelas inovações e modismos, mas pela vida de intimidade com Deus através da oração, jejum, santificação, consagração, verdadeira adoração, temor, reverência, obediência, separação, dedicação à Palavra de Deus etc... Jesus alerta também a igreja quanto ao estado em que ela se encontrava “nua”, despida da justiça de Cristo, o único meio através do qual o homem pode ser justificado diante Deus. Ele então aconselha a igreja a “comprar... vestes brancas”, símbolo da justiça de Cristo imputada ao pecador que se arrepende, “para que te vistas”, uma linguagem que remete, portanto a profunda necessidade de arrependimento, confissão e conversão dos pecados, acompanhado por frutos de justiça. Finalmente, Jesus aconselha também a igreja a “ungir os olhos com colírio, para que vejas”, linguagem esta que remete a profunda necessidade da igreja de buscar discernimento espiritual, pois ela perdeu totalmente a capacidade de discernir o que vem de Deus e o que não vem de Deus, o santo do profano, o puro do impuro, o certo do errado, o bem do mal, o verdadeiro do falso, tendo-se afastado completamente da simplicidade que há em Cristo Jesus. Apesar de tudo, o Senhor ainda demonstra seu amor pela igreja “Eis que estou a porta e bato”, o chamado, no entanto é individual, é para aqueles que se dispuserem a ouvir a sua voz e abrir a porta, conforme escreve Kelly W. (1989, p. 49):

“Pode, de fato, haver uma fé individual, sã e bem real, no meio do mais miserável afastamento da fidelidade e da dedicação gerais. E, aquele que, de fato, crer, não será julgado, porque ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (Jo 3.16).

Após o estudo da lição CLICK AQUI para ler a excelente mensagem do Pr David Wilkerson entitulada “A Mentira de Laodiceia”.

Referências Bibliográficas:
LaHaye, T.; Ice, T.; Glorioso Retorno, 2004, 1ª Ed., Abba Press , São Paulo, SP.
Lawrence, P., Atlas Histórico e Geográfico da Bíblica, 1993, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
Jenney, T. P.; Comentário Bíblico Pentecostal, 2003, 1a Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
Kelly, W.; Estudos Sobre a Palavra de Deus – O Apocalipse, 1989, Depósito de Literatura Cristã, Lisboa, Portugal.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

LIÇÃO 4 - A LUTA CONTRA OS EXCESSOS E A MODA EXTRAVAGANTE

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Prof. Dc João Paulo Cruz - Classe Bereanos

Na lição anterior estudamos sobre o tipo de evangelho que estamos vivenciando hoje conhecido como genérico: Crentes preferem as coisas efêmeras às eternas. Igrejas vendendo as bênçãos de Deus; valor exterior sendo mais valorizados que o interior, cultos antropocêntricos e a perda dos valores éticos e morais.
Nesta lição o tema é excessos e moda extravagante:

·   Excessos: Diferença para mais; falta de moderação (prudência); ação desmedida; cúmulo.
·   Moda: É a tendência de consumo da atualidade. A moda é composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. Uso passageiro que regula, de acordo com o gosto do momento, a forma de viver, de vestir, etc; tendência de consumo da atualidade; certo tipo de composição musical; valor que detém o maior número de observações.
·   Extravagante: Estranho, fora do comum, tolice; absurdo (disparate).

Quando pensamos em moda vemos, um estilo devido pela sociedade ou por estilistas que vivem para produzir roupas que valorizam o corpo, a sensualidade - vaidade.

Texto Áureo: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12).

Os gregos sempre se consideraram semideuses, especialmente em Corinto, a maior e mais cosmopolita das cidades gregas na época de Paulo. Assim, a liberdade para os gregos era parte do fato de se acharem “filhos dos deuses”. Era comum dizerem “tudo me é licito!”, numa demonstração de certa arrogância. Paulo, entretanto complementa o pensamento com uma frase de grande sabedoria, bem ao estilo grego “mas nem tudo é realmente proveitoso ou útil”. Um direito transforma-se num erro (pecado) se prejudica - de alguma forma - outra pessoa ou a nós mesmos.

Verdade Aplicada

Mt 5.13-16: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.

“Vós sois o sal da terra” - A primeira coisa que entendemos quando lemos esses versículos é que o mundo está decaído, possuindo tendência à imundícia e à poluição mais ofensiva. Assemelha-se a carne que tende por putrefazer-se e ficar poluída de germes. Parece-se com algo que só pode ser mantido puro através de preservativos e anti-sépticos. A segunda coisa é que o sal é essencialmente diferente do material ao qual é aplicado, e em certo sentido exerce suas funções exatamente por isso. O crente é totalmente diferente de todas as outras criaturas humanas assim como o sal é diferente do material em que será aplicado. O crente é sal da terra quando ele não se deixa corromper pela sociedade ao seu redor.

“Vós sois a luz do mundo”- O mundo tal como está, vive em grosseiras trevas. A partir do momento em que as pessoas começam a considerar seriamente as coisas, facilmente pode comprovar que isso exprime a mais pura realidade. Mesmo com todo conhecimento que o homem possa conseguir atingir, se ele não conhece a Deus continua sendo um leigo. E o crente comum, embora nunca tenha lido qualquer ensaio filosófico, compreende e conhece melhor a vida do que o maior pensador que não é crente.

Ef 5.8: “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”.

Tg 1.17: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.

Textos de referência: 1 Tm 2.9,10; 1 Pe 3.3,4

1 Tm 2.9,10: Os apóstolos usavam a expressão original grega katastole,  que significa “traje”, para referir-se ao comportamento geral do cristão, e não apenas a um estilo único de se vestir. Paulo e Pedro, por exemplo, recomendam às mulheres, especialmente, que usem a moda e não sejam usadas por ela, pois a maneira que nos vestimos revela muito sobre o que pensamos de nós mesmos e como gostaríamos de ser tratados. Portanto as mulheres cristãs devem de certa forma, criar sua própria “moda”, testemunhando seu “bom senso cristão”, no original grego kosmios , “decência”. Paulo exorta a uma atitude marcadamente feminina, de bom gosto, sensibilidade e simplicidade, em contraste com o conceito de moda propagado pelo sistema mundial, e que sempre envolve luxo, exibicionismo, sensualidade apelativa e falsidade.

1 Pe 3.3,4: É natural e apreciável que as mulheres se arrumem de forma a valorizar a sua personalidade. A ênfase da instrução bíblica está no exibicionismo em geral, como os arranjos excêntricos para os cabelos, uso de roupas extravagantes ou luxuosas, os quais não conseguem superar e não devem – especialmente no dia a dia – a beleza e elegância de uma mulher graciosa, gentil, delicada, mansa, compreensiva e que não depende da sua capacidade de sedução e verbalização para realizar tudo o que deseja, pois sabe esperar confiante no Senhor.

Introdução

Nesta introdução aproveitamos para falar alguns pontos importantes sobre doutrina, usos e costumes.

·   Princípios Bíblicos: São bases estabelecidas por Deus para orientação da sociedade humana, que estabelecem parâmetros, dentro dos quais o homem é aceito e se relaciona com o Criador.
·   Tradição: É a transmissão de ensinos, práticas, crenças de uma cultura de uma geração a outra. A palavra grega para tradição é paradosis, usada biblicamente tanto no sentido negativo, como no sentido positivo.

Exemplo da sua utilização no sentido negativo:

Mt 15.2: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão”.

Exemplo da sua utilização no sentido positivo:

2 Ts 2.15: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.

Quando afirmamos que temos as nossas tradições, não estamos com isso dizendo que os nossos usos e costumes têm a mesma autoridade que a palavra de Deus, mas que os bons costumes, que por tradição recebemos dos nossos antecessores, devem ser respeitados com o propósito de manutenção da identidade de nossa denominação religiosa. O termo costume tem também sua origem no latim cosuetumen que significa prática antiga e geral, prática habitual, modo de proceder, jurisprudência baseada em uso, particularidade, moda, trajo característico, procedimento, modo de viver.
Não é biblicamente correto usar doutrina e costume como se fossem a mesma coisa. Os costumes vistos pela ótica cristã são linhas recomendadas de comportamento e formam a identidade estética da comunidade de fé. Estão ligados ao bom testemunho do crente perante o mundo. Estão colocados no contexto temporal e não estão comprometidos diretamente com a salvação.

Hb 5.14: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”.

Costumes são atitudes que permitem ao fiel manter o adequado “afastamento do mundo”.

1 Co 10.23: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”.

E o que podemos dizer acerca das doutrinas? As doutrinas são santas, divinas, universais e imutáveis. É fator altamente influente para o bem e para o mal. A sã doutrina é uma benção para o crente e para a igreja, mas a falsa corrompe, contamina, ilude e destrói. De forma geral podemos dizer que:

·   Quanto à origem:

Ø    A doutrina é divina
Ø    O costume é humano

·   Quanto ao alcance:

Ø    A doutrina é geral
Ø    O costume é local

·   Quanto ao tempo:

Ø    A doutrina é imutável (porque ela é divina e Deus não muda)
Ø    O costume é temporário.

A doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não geram doutrina bíblica.

1. A moda pode se tornar prejudicial

O vestuário do crente faz parte de seu testemunho ao mundo, quanto a uma nova vida transformada e diferente da moda do mundo. A santidade do crente consiste, não apenas em ser separado do mundo, mais principalmente em ser diferente do mundo (sal e luz).

1.1 A moda em geral dita costumes e condiciona pessoas

A maneira como o crente vive, o que ele come, bebe, veste, como ele trata sua família, patrão ou empregados, gasta seu tempo de folga, como pratica sua religião, o tipo de cristianismo que pratica, etc... revela qual a sua filosofia de vida, se baseada na cultura judaico-cristã (Bíblica) ou se nas filosofias humanistas do mundo em rebelião contra Deus. Isto se reveste de particular importância, pesando-se o fato, de que, a filosofia que norteia sua vida, a mesma revela para qual destino você está se encaminhando. Se pela filosofia da porta e caminho, ambos largos e sem muitas restrições ou da porta e caminhos, igualmente estreitos, porém, estreitados pelos ditames da palavra de Deus. Na realidade é mais que uma opção de estilo filosófico de vida, mas, uma escolha de destino: perdição ou vida.

Mt 7.13,14: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Na questão da indumentária cristã ou aquilo e como o crente se veste, está envolvida muito mais que uma questão de gosto pessoal, mas, uma questão que revela toda a filosofia que orienta a vida.

1.2 A moda quase sempre é feita sem critérios e passa dos limites

O termo “mundo” pode ser definido como todo o sistema de filosofias e valores humanos que determinam como as coisas devem ser e acontecer na sociedade humana. Esta sociedade, por natureza secular (voltada prioritariamente para este tempo e século, com desprezo pela era vindoura), nunca foi um bom referencial para o crente, a não ser que este não teme a Deus e nem use a sua palavra como parâmetro de conduta. Entre os vários setores do sistema mundano, encontra-se a moda, que é a arte ou técnica de confeccionar o vestuário humano. A moda por natureza é volátil e descartável, por isso varia muitíssimo com o tempo, culturas, tendências, gosto, humor das pessoas e principalmente varia conforme o clima cultural e filosófico da época. Uma cultura mergulhada numa filosofia licenciosa e hedonista terá uma moda que refletirá está filosofia na forma da cultura do nudismo e de um vestuário voltado para a sedução e erotismo. Portanto, a moda mundana envolve muitissimamente mais que uma questão de gosto e preferência pessoais. De fato, a moda do mundo, e especialmente, do mundo pós-moderno de então, é a encarnação de uma filosofia que prega a total rebelião contra Deus e a sua palavra.
Entre outras coisas, o vestuário de uma pessoa revela o quanto ela teme a Deus e o quanto a palavra de Deus é realmente o seu referencial de conduta e vida ou, dizendo do modo clássico, o quanto a Bíblia é, não somente a sua única regra de , mas, também, e principalmente de prática. Lamentavelmente, para muitos ditos “cristãos” e “evangélicos”, os estilistas de moda é que servem de referencial para o seu vestir. A maioria destes estilistas, senão todos, são verdadeiros filósofos pragmáticos da cultura e doutrina hedonista e nudista do pos-modernismo.

1.3 A moda sempre se confunde com os extremos Os excessos e extravagâncias podem por tudo a perder...

Is 3.16-26: “Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião se exaltam, e andam com o pescoço erguido, lançando olhares impudentes; e quando andam, caminham afetadamente, fazendo um tilintar com os seus pés; portanto o Senhor fará tinhoso o alto da cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua nudez. Naquele dia tirará o Senhor os ornamentos dos pés, e as toucas, e adornos em forma de lua, os pendentes, e os braceletes, as estolas, os gorros, e os ornamentos das pernas, e os cintos e as caixinhas de perfumes, e os brincos, os anéis, e as jóias do nariz, os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e as bolsas, os espelhos, e o linho finíssimo, e os turbantes, e os véus. E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro; e por cinto uma corda; e em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, pano de saco; e queimadura em lugar de formosura. Teus homens cairão à espada e teus poderosos na peleja. E as suas portas gemerão e prantearão; e ela, desolada, se assentará no chão”.

Lc 17.1-2: “E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos”.

Mt 5.27-30: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno”.

2. A ânsia de andar na moda tem seu custo

2.1 Custo financeiro

Is 55.1,2: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura”.

Mt 11.7-10: “E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo,que preparará diante de ti o teu caminho”.

2.2 Custo da saúde

Ex 15.26: “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara”.

Pv 3.7,8: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isso será remédio para o teu umbigo e saúde para os teus ossos”.

3 Jo 2: “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma”.

2.3 Custo espiritual

Rm 8.4-9: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.

1 Co 3.16,17: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.

1 Tm 4.8: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir”.

QUEM SÃO OS CULPADOS PELOS MALES DA MODA MODERNA? 

1º) Satanás está por traz de toda maldade feita neste mundo, embora não seja o único responsável. Foi ele quem desnudou o primeiro casal e continua desnudando a humanidade através dos teatros, cinemas, televisões, vídeos, revistas, livros, praias de nudismo, vestuário mundano, que inclui a mini-blusa, mini-saia, decotes profundos, roupa transparente, roupa colada na pele, etc...
2º) O Mundo, como um sistema que jaz no maligno, é por natureza um sistema que tende a impureza e imoralidade. Moda e Mundo são sinônimos (1 Jo 2.15-17; 5.19).
3º) A Carne, a natureza depravada do homem, é inimiga de Deus e de sua santa lei, de modo que, sendo os ESTILISTAS em sua maioria, homens descrentes, farão sempre uma moda contrária a admitida pela palavra de Deus (Rm 8.4-10).
4º) Os consumidores descrentes, que compram e usam tais vestes (Ap 17.4; 18.15-16).
5º) Os consumidores crentes, que compram e usam tais vestes (Jd 22-23).

3. A moda extravagante leva a pessoa a ficar vulgar
3.1 O grande perigo da moda é que ela só mostra o exterior
3.2 Normalmente a moda desconsidera o bom senso
3.3 Os adornos e adereços devem ser usados comedidamente

Podemos observar em nossos dias que as igrejas evangélicas têm sido invadidas por uma onda de liberalização, no que diz respeito ao uso de adornos, roupas e cortes de cabelo. Os crentes, que antes se diferenciavam dos descrentes pela simplicidade e decência do vestuário, bem como ausência de atavios, hoje já começam a relaxar no cuidado, alegando que “Deus só quer o coração”. Sabemos que a entrega do coração é de suma importância, sendo indispensável à conversão, mas o Senhor quer muito mais do que isto. Ele quer dominar por completo todas as áreas de nossa vida, inclusive a nossa maneira de vestir. Este ensino se encontra corporificado em Rm 12.1, onde Paulo roga aos fiéis que apresentem seus corpos a Deus, bem como em 1 Ts 5.23 ao desejar que Deus santifique o espírito, alma e o corpo dos crentes de Tessalônica.

Rm 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

1 Ts 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Observe também o mesmo ensino em 1 Co 6.20:

1 Co 6.20: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”.

Ao contrario do que muitos têm dito, Deus requer do homem uma completa conversão, que começa com uma transformação interior, de longe a mais importante, mas que acaba por refletir-se também no exterior, o que inclui sua maneira de vestir, adequando-se aos padrões bíblicos. Jacó foi exemplo de servo de Deus que entendeu corretamente que a conversão extrapola os limites internos da alma, atingindo também a aparência exterior. Vemos isto ilustrado na passagem de Gn 35.1-4, onde Jacó ordena à sua família e aos demais que os acompanhavam que se purificassem e mudassem suas vestes, ao que o povo atendeu, livrando-se também dos brincos que traziam nas orelhas.

Gn 35.1-4: Depois disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu, quando fugiste da face de Esaú teu irmão. Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos, que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. E levantemo-nos, e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho que tenho andado. Então deram a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham em suas mãos, e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém”.

Existem dois princípios básicos que norteiam o procedimento dos servos de Deus no tocante a aparência exterior: O princípio da simplicidade e o princípio da diferenciação. Tomemos primeiramente o princípio da simplicidade, expresso no versículo já citado do evangelho de Mateus e também presente na primeira epístola de Paulo a Timóteo: “Quero que, do mesmo modo, as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos dispendiosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras” (1 Tm 2.9,10). Notamos neste versículo que Paulo exorta as mulheres cristãs a usarem trajes simples, dispensando qualquer ostentação através do uso de adornos exteriores. Aqui também são condenados os trajes indecentes (que equivalem hoje aos transparentes, decotados, sensuais, colantes, curtos, os quais expõem o corpo da mulher à cobiça dos homens), pois Paulo fala da necessidade de decoro (decência) nas vestimentas.
O princípio da simplicidade é visto não somente no Novo, mas também no Antigo Testamento. Notamos, por exemplo, em Ex 33.5,6 que uma das formas de demonstração de sujeição à Deus pelo povo de Israel seria pelo despojamento de seus atavios: “Porquanto o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento subir no meio de ti, te consumirei; porém agora tira os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer. Então os filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, ao pé do monte Horebe” (Ex 33.5,6). O mesmo princípio se observa em Ex 38.8 quando então o despojamento da vaidade por parte das mulheres (sugerido pelo uso do espelho) é visto no fato da pia de cobre ser feita a partir da entrega dos espelhos das mulheres que se reuniam a porta da tenda da congregação: “Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se ajuntavam, ajuntando-se à porta da tenda da congregação” (Ex 38.8).
Os enfeites eram tidos na época do Antigo Testamento como símbolos de luxúria e prostituição, sendo um costume herdado pelo povo de Israel na época em que habitou no Egito. “Também te despirão os teus vestidos, e te tomarão as tuas jóias de adorno. Assim farei cessar em ti a tua luxúria e a tua prostituição, iniciadas na terra do Egito. Não levantarás os teus olhos para eles, nem te lembrarás mais do Egito” (Ez 23.26,27) (Ver ainda Pv 7.10 e Ap 17.1-5.). Nos dias de hoje este costume ainda é verificado, pois as prostitutas modernas continuam apreciando bastante os enfeites, ao ponto de não podermos imaginar uma prostituta sem atavios.
O uso de pinturas também é associado à prostituição na Bíblia Sagrada. Jezabel, a famosa perseguidora dos profetas de Deus, é o símbolo típico de mulher que usava pintura (ver 2 Rs 9.30 e Ap 2.20; ver ainda Ez 23.40-49).
Pedro, em sua primeira epístola universal, ensina que o enfeite da mulher fiel a Deus não é o exterior, mas sim o interior: O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos” (1 Pe 3.3-5). Aqui Pedro não está se referindo a uma simples questão cultural, como alguns dizem, afirmando que este conselho se aplicava apenas àquela época, não sendo mais válido em nossos dias. Ao afirmar que o enfeite deve ser o interior e não o exterior, Pedro alcança todas as épocas e culturas, por mais remotas que sejam, pois aqui ele não trata de uma questão cultural especifica, mas sim de uma ética comportamental universal. Também o argumento que diz que a regra só se aplica à época da Igreja Primitiva é fraco, pois o mesmo apóstolo afirma que desde há muito a simplicidade é característica das mulheres santas: “Pois assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus...”. Vê-se assim que este princípio bíblico se estende e é aplicado a distintas culturas e épocas, inclusive aquela em que vivemos.
Aqueles que defendem o uso de atavios freqüentemente lançam mão de versículos do Antigo Testamento referentes ao uso de anéis, colares e outros adereços. Poderíamos citar aqui o caso do anel e do colar dados a José (Gn 41.42). No entanto, José não optou por usá-los como enfeites em momento algum, mas tão somente aceitou a oferta de faraó. Além do que estes itens tinham como função não embelezar José, mas antes diferenciá-lo na função em que o soberano máximo do Egito acabara de estabelecê-lo. Seria o equivalente hoje à faixa presidencial ou ao uso de roupas brancas pelos profissionais da área de saúde. Outras passagens com referência a objetos de adorno também são citadas como Pv 1.9, mas que tão somente ilustram simbolicamente a preciosidade destes objetos, usados metaforicamente para ilustrar a preciosidade de coisas subjetivas, tais como a instrução dos pais, como é o caso do versículo referido anteriormente. Uma outra referência em relação ao uso de objetos de adorno poderia ser aquelas relacionadas ao uso de jóias pelas noivas. Tem-se neste caso uma situação de exceção, já que na cerimônia de casamento era costume a noiva usar jóias (ver Is 61.10).
É importante notar que a Bíblia exige do fiel à Deus a simplicidade na aparência, mas permite e até estimula o cuidado com uma boa aparência, o que não implica no uso de atavios. O caso de Ester é ilustrativo disto. No segundo capitulo do livro de Ester menciona-se o uso de cosméticos, bem como de óleos e especiarias na preparação de jovens virgens para cerimônias especiais. O próprio Jesus foi ungido com um bálsamo precioso (Mt 26.6-13).
O segundo princípio que orienta o cristão no trato com a aparência exterior é o da diferenciação, o qual é inato ao ser humano e jaz no seu subconsciente desde a mais tenra idade, pois foi nele incutido pelo próprio Deus: E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. A sociedade corrompida tem tentado de muitas maneiras desconsiderar esta característica da criação divina. Particularmente os grupos de homossexuais e feministas têm tentado ao longo dos anos abafar as diferenças entre os sexos, e muitos têm aderido ao seu desvio. O referido princípio se encontra exposto claramente no livro de Deuteronômio: “A mulher não usará roupa de homem, nem o homem roupa de mulher, pois quem faz tal coisa é abominável ao Senhor teu Deus” (Dt 22.5). Aqui Deus considera abominação o uso de traje peculiar ao outro sexo. Vemos assim que o Senhor quer diferenciação no vestir, de forma que seja possível distinguir se uma pessoa é homem ou mulher pelo traje que veste. O mesmo princípio se aplica ao tamanho do cabelo. Paulo chega a afirmar que a própria natureza ensina que o cabelo da mulher deve ser maior que o do homem. Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (1 Co 11.14,15).
A sociedade em que vivemos perdeu os referenciais de diferenciação. As mulheres atualmente vestem calça comprida e tosquiam o cabelo como homem, ficando completamente descaracterizadas. No entanto, frente aos apelos tentadores do presente século, as mulheres santas devem zelar pela diferenciação de trajes, conservando a decência e a simplicidade cristãs. A simplicidade, característica de Jesus e de seus seguidores através dos tempos deve permear a mente e o coração de todo fiel a Deus. Satanás foi o primeiro a se envaidecer devido à sua beleza (ver Ez 28.17), e uma vez corrompido em sua vaidade, quis usurpar o trono do Todo-Poderoso, pelo que foi precipitado na terra e agora tenta o coração dos homens para que cometam o mesmo pecado. No entanto, Jesus afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam contra a verdadeira Igreja, a qual sempre guardou e sempre guardará na íntegra a palavra de Deus.

4. A luta contra as modas que deixam marcas – Lipoaspirações, uso de silicones e cirurgias plásticas...

Pv 31.30: “Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada”.

Mt 6.27: “E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?”

Lc 12.25,26: E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?”

4.1 O perigo de ferir o corpo
4.2 O perigo das contaminações

Além dos perigos citados pelo comentarista aqueles que fazem tatuagem correm o risco de contrair o vírus HIV, contrair hepatite, infecções bacteriana e virais. Segundo a Clínica Mayo (EUA), numa pesquisa feita com 454 estudantes, um em cada dez usuários do piercing sofreu infecção. A Universidade de Yale informou que uma garota de 22 anos sofreu infecção no cérebro, causada por um piercing de língua. As bactérias da boca chegaram ao cérebro pelo sangue.

Lv 19.28: “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor”.

Roland de Vaux, ex-diretor da École Biblique de Jerusalém diz: “As leis antigas da Mesopotâmia presumem que o escravo seja marcado como uma rês, com uma tatuagem, um estigma feito com ferro em brasa ou ainda com uma etiqueta presa ao seu corpo [...] Sinal de identidade, como as tatuagens dos cultos helenísticos”.

Com relação ao piercing, a revista Época de 25/02/2002 aponta diversos perigos quanto ao seu uso:

·   Língua – Pode provocar fendas nos dentes e infecção geral
·   Sombrancelha – Inchaço e dor impedem a higienização correta do local e abre caminho para infecções
·   Umbigo – A pele pode ficar irritada com reações alérgicas
·   Nariz – Danifica os vasos sanguíneos e produz cicatrizes

Alexandre Farias[1] em um estudo feito acerca de tatuagens e pierceng diz:

Deus aprovaria algo que chega a mutilar o templo do Espírito Santo? Veja o alerta que a Bíblia faz em 1 Co 3.16-17. Existe a tese de que os locais mais perfurados estejam relacionados à salvação e que, co­mo certos adornos, o piercing constitui uma tranca que aprisiona a alma (Ez 13.18-21). Um sinal visível de escravidão espiritual. Leia os textos abaixo, faça sua própria avaliação e tire suas conclusões:

·   Nariz - fôlego de vida (Gn 2.7; 7.22-24; Is 2.22, 42.5; Ec 3.19, 21)
·   Boca - confissão (Rm 10.8-9; 1 Jo 1.9; Mt 15.18;21.16; Tg 3.10; Pv 21.23)
·   Sobrancelhas (olhos) - mente (Mt 6.22-23; Ef 1.17-18, 4.18; 2 Co 4.4)
·   Orelha - ouvir e crer (Rm 10.14-18; Hb 3.15; Is 6.10; Jr 17.23; Ap 3.6)
·   Umbigo (ventre) - sede da vida (Jo 7.38-39; 4.14; Fp 3.19; Rm 16.18)

Alexandre Farias, alerta ainda para o fato da prática do piercing ser proibida para menores [lei 9.828/97(SP)] e para o fato de que A. La Vey, fundador da Igreja de Satanás, defendia a tatuagem e o piercing, por entender que os mesmos são rejeitados em Lv 19.28 e Dt 14.1-2.
Por fim a palavra de Deus nos diz:

Rm 14.19,21: “Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”.

1 Co 10.32,33: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar”.

4.3 O perigo da estética

Pv 4.20-22: Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo”.

Para meditação: “Somos diferentes de tudo no mundo que não é cristão e esta contra-cultura cristã é a vida do Reino de Deus” (J. R. Stott).

“Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dEle e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela” (confissão de Westminst).

Referências Bibliográficas: