sexta-feira, 25 de maio de 2012

LIÇÃO 9 - AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Apocalipse
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “E vi outro grande e admirável sinal no céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus” (Ap 15.1).

Verdade Aplicada: Só entenderemos as maravilhosas implicações de pertencer à igreja, quando formos arrebatados para estar para sempre com o Senhor.

Objetivos da Lição:

·   Exaltar a importância da igreja e o privilégio incomparável de pertencer a ela.
·   Enfatizar que estaremos prontos para julgar o mundo quando amarmos justiça e a santidade.
·   Deixar claro que só serão julgados por Deus aqueles que se recusarem a sofrer a disciplina do Senhor.

Textos de Referência: Ap 15.5,6; 16.1,7,17

Introdução: Você estudou na lição anterior que a pregação do Evangelho Eterno será, ao mesmo tempo, apelo à conversão, anúncio da destruição da sociedade fundada na injustiça e na soberba humana e aviso quanto ao destino último da Besta e de seus adoradores. Cumpridas estas etapas o julgamento divino sobre a terra e seus habitantes será concluído e as últimas sentenças serão executadas “porque nelas é consumada a ira de Deus”.

A lição anterior trouxe o relato quanto a visão que João teve dos cento e quarenta e quatro mil selados juntos ao Cordeiro no monte Sião. O monte Sião no texto de Ap 14.1 além de trazer um vislumbre quanto à sede do futuro Reino Milenar de Jesus Cristo, sendo esta em Jerusalém, é também uma figura de linguagem para o céu (ver Hb 12.22,23), o que indica a presença dos cento e quarenta e quatro mil selados junto ao Cordeiro no céu depois destes cumprirem o seu ministério na terra (ver Ap 14.2-5). O texto de Ap 14-15 prossegue apresentando ainda os seguintes acontecimentos antes de se ter início o derramamento das sete taças da ira de Deus:

·   Em Ap 14.6-13 João relata a visão de três anjos que proclamam o evangelho eterno e os juízos de Deus a todos os habitantes da terra, e a toda nação, e tribo e língua e povo.

·   Em Ap 14.14-20 a visão de João diz respeito a ceifa e a vindima, quando então no período dos três anos e meio finais da Grande Tribulação, gentios e judeus estarão sendo preparados para a batalha do Armagedom. João tem uma antevisão da batalha, porém o ajuntamento de judeus e gentios para esta batalha somente acontece depois do derramamento da sexta taça descrita em Ap 16.12-16, sendo o seu cumprimento final descrito em Ap 19.11-21.

·   Em Ap 15.2-4 a visão de João diz respeito aos salvos do período final da Grande Tribulação antes de se ter início o derramamento das sete taças da ira de Deus. Muitos são vistos no céu tendo saídos vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, tendo provavelmente sofrido o martírio por amor ao Senhor Jesus e a sua palavra (ver Ap 13.10; 14.12,13).

·   Em Ap 15.5-8 a visão de João diz respeito aos últimos preparativos no céu para que tenha então início o derramamento das sete taças da ira de Deus sobre a terra.

Esta lição fala da ceifa e da vindima, da antevisão que João tem da batalha do Armagedom; do anúncio feito pelos três anjos antes da visão da ceifa e da vindima; dos últimos preparativos no céu para dar início ao derramamento das taças e do derramamento de quatro taças dos juízos de Deus.
  
1. Curiosidades iniciais A seção intitulada “A ceifa e a vindima” (Ap 14.14-20) faz parte dos preparativos para o derramamento das últimas pragas da ira de Deus, por isso, foi incluída nesta lição. Nela aparecem quatro anjos que somados aos três de Apocalipse 14.6-13 perfazem um total de sete. Pelas suas características parecem apontar para os anjos das trombetas em Apocalipse 8.2, e para os que derramarão os sete cálices do furor de Deus sobre a terra.

Em Ap 8.2, João relata a visão de sete anjos que estavam diante de Deus aos quais foram entregues as sete trombetas do juízos de Deus: “E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas”. Na seção intitulada “A ceifa e a vindima”, posterior ao anúncio do evangelho eterno e dos juízos de Deus feito por três anjos em Ap 14.6-11, João vê assentado sobre uma nuvem branca “um semelhante ao Filho do Homem” e depois três outros anjos. As características destes sete em Ap 14.6-20, pelo menos em parte, não parecem apontar para os anjos das trombetas em Ap 8.2 e nem para os sete anjos que tem as sete pragas em Ap 15.1 “E vi outro grande e admirável sinal no céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus”, pois notadamente Aquele assentado sobre uma nuvem branca semelhante ao Filho do Homem é o próprio Senhor Jesus Cristo. O que estas passagens têm em comum é o número sete que traz em si o ensino quanto a perfeição de Deus em seus propósitos e na aplicação de seus juízos.

1.1 O anjo de coroa na cabeça e foice na mão – Apocalipse 14.14 e Daniel 7.13 indicam que esse [...] é o Senhor: Esse alguém como “Filho do Homem” é uma figura de Cristo, que está pronto para lançar a foice do julgamento, em um mundo já amadurecido pela maldade e perversidade. É bom observar que o anjo não dá ordem ao que está assentado, ele clama, como alguém que sabe o momento de agir. [...].

1.2 A colheita final – [...] Serão condenados os [...] habitantes da terra, os adoradores da Besta [...]. Os cachos de uvas serão colhidos e lançados no lagar da ira de Deus (Ap 14.19), “mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro” (Mt 13.30).

O texto de Ap 14.14-20 pode ser dividido em duas partes. O trecho referente aos versículos 14 a 16 trata da ceifa estando esta relacionada, segundo escreve A. Gilberto (2000, p. 158) às nações gentílicas e o trecho referente aos versículos 17 a 20, segundo o mesmo autor, trata da vindima estando esta relacionada à nação de Israel. João começa trazendo o relato quanto a visão de “uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda”. Sendo o termo “Filho do Homem” uma linguagem referente ao Senhor Jesus (ver Dn 7.13) e o branco símbolo de justiça, a expressão utilizada por João identifica Aquele que estava assentado sobre a nuvem como sendo o próprio Senhor Jesus em sua majestade como Rei, estando Ele pronto a exercer justiça, e daí Ele ter em sua mão “uma foice aguda”. A sega que é então descrita no versículo 16 e que é realizada pelo próprio Senhor Jesus “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada” trata-se do julgamento do Senhor sobre as nações gentílicas amadurecidas então pela maldade, perversidade, iniqüidade etc..., sendo isto notadamente reconhecido pelo anjo que sai do templo e que clama com grande voz: “Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura”. Através da foice em suas mãos, Jesus faz separação entre os bons e os maus, e desta forma, as nações gentílicas sofrerão os juízos das taças que ocasionará a morte de muitos (vidas ceifadas), e além disto estas nações serão também conduzidas a se agruparem para a batalha do Armagedom que terá então ocasião no final dos últimos três anos e meio da Grande Tribulação. Acerca de Ap 14.14-16, W. Malgo (2000, v. 3, p. 83) escreve:

“‘...E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada’. Uma ceifa estranha, que não podemos compreender racionalmente! Essa ceifa de juízo engloba todas as catástrofes, que acontecerão em breve sobre esta terra. As taças da cólera de Deus serão derramadas; para horror de todo o mundo, Babilônia desmorona com grande barulho; são cortados os mais importantes nervos vitais, seus adornos reais, sendo coberta de pragas, miséria e fogo. Se João diz aqui: ‘...e a terra foi ceifada’, então ele fala da conclusão definitiva desta era da graça, como fez também o Senhor quando estava sobre a terra: ‘a ceifa é a consumação do século’ (Mt 13.39). Esse é o curto, mas gravíssimo, conteúdo da visão de João sobre Armagedom, sobre a luta final dos povos, que é descrita detalhadamente em Apocalipse [...]  16”.

Em Ap 14.17, João vê saindo do templo, “que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda”. Na seqüência, ele vê sair do “altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras” (Ap 14.18). A vinha da terra é uma figura de linguagem referente a nação de Israel (ver Sl 80.8-15; Jr 2.21; Os 10.1,2; Jl 1.7), e suas uvas maduras uma figura de linguagem para o Israel apóstata. A vindima que é descrita em Ap 14.19 “E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus” trata-se, portanto do juízo de Deus sobre o Israel apóstata da época da Grande Tribulação, sendo este constituído por aqueles que se recusarem a reconhecer o Senhor Jesus como o verdadeiro Messias de Israel. A nação de Israel estará neste período, também sendo conduzida a se agrupar para a batalha do Armagedom, sendo que esta acontecerá no vale do Megido (ver Zc 12.11), o qual é chamado em Ap 14.19 de o grande lagar da ira de Deus. O julgamento das nações gentílicas representado pela ceifa e da nação de Israel representado pela vindima, no grande lagar da ira de Deus é também mencionado pelo profeta Joel em Jl 3.11-13: “Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (ó Senhor, faze descer ali os teus fortes!); movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande”. Em Ap 14.20, João tem uma antevisão desta batalha quando então ele escreve: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”. Tal linguagem indica o grande número de mortes que acontecerá por ocasião desta batalha tanto no que diz respeito aos gentios agrupados contra Israel quanto no que diz respeito aos judeus que mantiverem os seus corações endurecidos. Acerca desta passagem, W. MacDonald (2008, p. 1011), escreve:

“As uvas maduras são colhidas e lançadas no grande lagar da cólera de Deus. O processo de pisar as uvas para fazer vinho é usado aqui para retratar um julgamento esmagador. A vindima se dará fora da cidade de Jerusalém, talvez no vale de Josafá. A carnificina será tão grande que o sangue correrá como um riacho a uma profundidade correspondente ao nível dos freios dos cavalos e por uma extensão de quase trezentos quilômetros, a distância entre Jerusalém e o sul de Edom”.

1.3 Os três anjos e a proclamação dos juízos (Ap 14.6-13) – Observamos mais uma vez outro vislumbre da graça divina, um último alerta, um último escape. Deus nunca se deixou a si mesmo sem testemunho. Antes de sua manifestação como o Messias de Israel, enviou João Batista (Mt 3.1). Observando o Apocalipse vemos que Deus tem pausado juízos para aplicar sua benigna misericórdia. Agora, os anjos saem antes que as sete últimas taças sejam lançadas na terra. O objetivo da mensagem é que toda tribo, língua e nação tema ao Senhor e lhe dê glória, porque vinda é a hora do juízo (Ap 14.6,7). Na seqüência, o segundo anjo traz a revelação antecipada da queda de Babilônia (a igreja falsa mundial), e o terceiro avisa que os que forem selados pela besta estarão perdidos para sempre (Ap 14.8-11). A conclusão da mensagem é paciência, morte e bem aventurança (Ap 14.12,12). Neste tempo não haverá a frase “sou evangélico”, como muitos apenas a declaram sem ter nada haver com Cristo. Neste tempo, ser cristão não será status, será renunciar a própria vida.

João relata em Ap 14.6-11, antes do relato acerca da ceifa e da vindima, a visão de três anjos que proclamam o evangelho eterno e os juízos de Deus sobre a terra. Tal fato indica que Deus ainda dará aos homens mais uma oportunidade para que estes recebam a salvação eterna antes que tenha início o derramamento das sete taças, nas quais é consumada a ira de Deus sobre a terra. O primeiro anjo é visto a voar pelo meio do céu, tendo “o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua e povo” (Ap 14.6b). Este anjo conclama todos a temerem a Deus e dar-lhe glória, advertindo quanto a vinda da hora do seu juízo. O anjo exalta a Deus como o Criador do céu, e da terra, e do mar, e das fontes de águas e desta forma, ele convoca os homens a adorá-lo em contraposição aos acontecimentos na terra onde muitos, encantados com o Anticristo, estarão a este falso messias prestando adoração (ver Ap 13.4). O segundo anjo segue trazendo uma antevisão quanto a queda do falso sistema de religião representado por Babilônia: “Caiu! Caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição!” (Ap 14.8). A queda, porém de fato de Babilônia é relatada somente em Ap 17, e sendo assim a queda sendo vista como já consumada no anúncio feito pelo anjo indica a oportunidade que ainda será dada aos homens para que estes fujam de todo falso sistema de religião, pois estes serão também alvos dos juízos de Deus. O terceiro anjo adverte os homens a não adorarem a besta, ou seja, o Anticristo e sua imagem e também a não receberem o sinal da besta na testa ou na mão, pois o destino daqueles que assim procederem será a participação nos juízos de Deus representados pelas taças. O anjo fala também do destino final daqueles que adorarem a besta, sendo este a perdição eterna, conforme fica subentendido em Ap 14.9-11: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não tem repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome” (Ap 14.9-11).
Em Ap 14.12, João mostra a importância dos santos, aqueles que ainda estiverem vivos e outros que se converterem durante este período final de Grande Tribulação, perseverarem na fé resistindo ao Anticristo e na obediência aos mandamentos de Deus em meio às perseguições e aos sofrimentos deste período. Na seqüência, João descreve uma voz que vinda do céu, ordena que ele escreva: Bem aventurados os mortos, que desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Ap 14.13). Este versículo indica que muitos salvos, tanto judeus como gentios, morrerão ainda antes do derramamento das sete taças da ira de Deus, sendo estes provavelmente aqueles que são vistos posteriormente por João no céu, conforme se descreve em Ap 15.2-4: “E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teu juízos são manifestos”.  
     
2. Os anjos das sete taças da ira de Deus O capítulo 15 relata a detalhada preparação para o julgamento final. “E os sete anjos... saíram do templo” (Ap 15.6). O juízo provém do mesmo templo celestial. Os anjos saem não como servos ou mensageiros, mas como administradores reais do juízo, cingidos à altura do peito com cintos de ouro. A ira de Deus é repartida entre os sete anjos por um dos seres viventes e estará contida em sete taças de ouro.

Ap 15.5-8: “E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de ouro pelos peitos. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos”.

2.1 Eles saíram do Templo no Céu (Ap 15.5,6) – No presente texto, “o templo” que João viu se abrir” não foi na terra, mas no céu. O apóstolo contemplou o interior do “lugar” do testemunho de Deus. Os judeus criam que as coisas terrenas eram figuras das coisas celestiais (Hb 8.5; 9.23), de maneira que o templo terrestre era apenas uma cópia do celestial (Ap 3.12; 7.15; 11.19; 14.15). A grande lição que aprendemos aqui é que do templo procede a justiça e, sendo a igreja uma cópia do templo celeste, devemos estar prontos para combater a toda sorte de injustiças através de nossos agentes.

Em Ap 15.5, João olha e vê se abrir no céu, o templo do tabernáculo do testemunho. Esta linguagem traz em memória o Santo dos santos, onde no tabernáculo encontrava-se a Arca de Deus e em seu interior as tábuas da lei, as tábuas do testemunho no qual governo justo e moral de Deus é revelado. A abertura do templo do tabernáculo do testemunho neste momento indica o justo juízo de Deus sobre o mundo ímpio que amou mais as trevas do que a luz, e diante disto os sete anjos que tinham as sete pragas saem do templo de forma que nada mais poderá tardar o derramamento das sete taças da ira de Deus sobre a terra.

Sl 11.4-7: “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens. O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma. Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo. Porque o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos”.

2.2 Eles estão vestidos de linho puro – Observamos que os trajes dos anjos, no presente texto são semelhantes aos trajes de Cristo descritos no capítulo 1.13. Eles simbolizam a dignidade e o “elevado ofício”. O linho puro aponta para a justiça dos santos, roupagem que a noiva de Cristo vestirá (Ap 19.8). [...].

2.3 Peito cingido com cinto de ouro – Em Isaías 15.11 está escrito: “E a justiça será o cinto dos seus lombos”. Estas vestes e cintos só eram usados pelos sacerdotes e juízes da alta Corte. No caso dos anjos nesta seção, refere-se a função de “juízes” por eles desempenhada. Os sete magistrados da Suprema Corte estavam cingidos com cinto de ouro e a mesma coisa é dita acerca de Cristo (Ap 1.13). Eles eram uma comissão proveniente dos mais elevados céus. Seus trajes simbolizam poder, dignidade, retidão e verdade (Is 22.21; Ef 6.14).

Os trajes dos anjos semelhantes aos trajes de Cristo indicam o Senhorio de Cristo sobre os anjos que em tudo lhe obedecem, inclusive na execução dos juízos de Deus. Além disto, o linho branco indica a pureza e justiça de suas ações, já que o linho puro na Bíblia é símbolo de justiça. O fato dos anjos estarem cingidos com cintos de ouro pelo peito e não pela cintura indica que nenhuma intercessão poderá deter a ira de Deus sobre a impiedade dos homens. O cinto de ouro pelo peito fala do juízo de Deus, enquanto que o cinto de ouro na cintura fala da graça de Deus em função do ofício sacerdotal de Jesus Cristo no Santo dos santos. Em Ap 15.7, João observa que é um dos quatro animais que dá aos sete anjos as sete taças cheias da ira de Deus. Sendo os quatro animais, querubins representando a criação de Deus, esta entrega mostra os juízos de Deus também em resposta ao clamor de sua própria criação, pois conforme Paulo diz em Rm 8.20-22: “...a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua própria vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora”. O templo se enche “com a fumaça da gloria de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos” (Ap 15.8). Esta linguagem de Ap 15.8 indica, mais uma vez a impossibilidade de qualquer intercessão sacerdotal, conforme também compreende W. MacDonald (2008, p. 1011) de acordo com o seguinte comentário descrito abaixo:
                                       
“O ato de ninguém poder penetrar no santuário, enquanto não se cumprirem os sete flagelos significa que, agora, nenhuma intercessão sacerdotal poderá deter a ira de Deus”.

3. Os alvos das quatro primeiras taças No capítulo 16, à semelhança das pragas derramadas sobre o Egito, os sete anjos recebem ordem para despejar suas taças sobre a terra. Será o julgamento definitivo anunciado pela proclamação do Evangelho Eterno. Será também a última etapa do resgate do povo de Deus dos domínios do iníquo e da purificação do planeta. Um processo parecido com a colheita e o preparo do solo para um novo plantio. Depois virá o Milênio.

Ap 16.1: “E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus”.

Em Ap 15.7, João viu quando um dos quatro animais deu aos sete anjos as sete taças de ouro cheias da ira de Deus. Os sete anjos, porém apesar de já estarem em todos os sentidos prontos para a execução, não podem tomar nenhuma atitude, enquanto não é emitida a ordem vinda do templo. Este fato é importante, pois revela a total supremacia e soberania de Deus sobre toda sua criação e desta forma nenhum acontecimento sobre a terra e todo universo pode ocorrer senão sob a permissão do Deus Todo-Poderoso.

3.1 O solo – O primeiro anjo despejará sua taça sobre a terra e atingirá todas as pessoas que trouxerem em seus corpos a marca da Besta. Os adoradores da Besta adoecerão de umas chagas malignas e dolorosas semelhantes a úlceras (Ap 16.2; Zc 14.12,13). Será o complemento da primeira trombeta (Ap 8.7), quando somente a vegetação foi atingida. Os servos de Deus nada sofrerão desta e das outras pragas, porque os que não tiverem morrido pelas mãos da Besta (Ap 13.7), gozarão de proteção especial do selo de Deus.

Ap 16.2: “E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem”.

Conforme foi visto no ponto 1.3, muitos salvos morrerão antes do derramamento das sete taças sendo estes assim poupados dos juízos vindouros das sete taças através da morte (ver Ap 14.13). Pode ser, porém que nem todos venham a morrer e desta forma, haverão ainda salvos vivos durante o período do derramamento das taças. A chaga má e maligna proveniente do derramamento da primeira taça, porém não os atinge, pois o texto de Ap 16.2 mostra esta atingindo somente aqueles que terão o sinal da besta e que estarão prestando adoração a sua imagem.

3.2 As águas – O segundo e o terceiro anjo derramarão as suas taças sobre as águas. O primeiro, no mar, ou seja, em todas as águas que separam os continentes. Morrerão todos os seres que habitam nas águas, que se tornará em sangue (Ap 16.3. A navegação se tornará impraticável. O segundo derramará sobre as águas potáveis que, feitas sangue serão dadas a beber aos assassinos dos santos e profetas (Ap 16.6). Estas duas pragas completam os julgamentos iniciados pelos toques da segunda e da terceira trombeta (Ap 8.8-11).

Ap 16.3-7: “E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente. E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos”.

A segunda trombeta levou a terça parte do mar tornar-se em sangue, ocorrendo a morte da terça parte das criaturas no mar e perda da terça parte das naus. No derramamento da segunda taça o mar como um todo é atingido transformando a água em sangue e isto afeta toda alma vivente no mar. O toque da terceira trombeta afetou terça parte dos rios e fontes de águas tornando as águas amargas. No derramamento da terceira taça toda água nos rios e fontes se tornam em sangue. O derramamento da segunda e terceira taças deve provocar um desequilíbrio sobre a economia mundial por afetar a navegação, além de desencadear mau cheiro, sede, fome, seca, doenças e tantos outros flagelos em decorrência dos efeitos de morte no mar e em decorrência da falta de água potável. Os juízos de Deus são reconhecidos como justos pelo “anjo das águas”, que vê neles a justa retribuição de Deus àqueles que foram responsáveis pela morte dos santos e dos profetas. A voz ouvida por João “do altar”, onde os juízos de Deus são considerados justos, mostra que o clamor dos mártires debaixo do altar de Deus, desde a morte de Abel, é agora respondido por Deus, depois de um longo tempo onde a graça de Deus prevaleceu dando oportunidade aos homens para se arrependerem.

3.3 O sol – O quarto anjo despejará sua taça sobre o sol que emitirá muito mais calor do que o habitual (Ap 16.8). Essa praga é o fechamento dos juízos começados em Ap 8.12 e exibirá de uma vez por todas o caráter dos ímpios. Debaixo do excessivo calor solar blasfemarão de Deus (Ap 16.9). É o recrudescimento da criatura contra o Criador, que já foi mostrado em Apocalipse 9.20. Assim, vemos que quando o homem rejeita a graciosa salvação em Jesus, traça, ele mesmo o seu próprio destino: A primeira morte e a segunda (Ap 19.21), que é o lago de fogo (Ap 20.15).

Ap 16.8,9: “E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória”.

A quarta trombeta afetou terça parte do sol e da lua e das estrelas. No derramamento da quarta taça o sol parece ser afetado causando alterações no universo, de forma que os efeitos solares atingirão os homens em grande proporção. O sofrimento atingirá os homens, porém ao contrário do que muitos dizem, aqueles que não vieram a Deus pelo amor, não virão também pela dor, antes pelo contrário,  de forma arrogante blasfemarão o nome de Deus.

Referências Bibliográficas:
A. Gilberto, Daniel e Apocalipse – Compreendendo o Plano de Deus para Estes Últimos Dias, 2000, 16ª Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
W. MacDonald, Comentário Bíblico Popular, 2008, Mundo Cristão, São Paulo, SP.
W. Malgo, Apocalipse de Jesus Cristo – Um Comentário para a Nossa Época, 2000, Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Porto Alegre, RS.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

LIÇÃO 8 - A PROTEÇÃO, A MISERICÓRDIA E OS JUÍZOS DIVINOS

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Apocalipse
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.7).

Verdade Aplicada: Hoje, mais do que em todas as gerações passadas, precisamos pregar o Evangelho.

O evangelho deve ser pregado de igual modo em todas as gerações, pois a vontade de Deus é que todos, a cada geração, venham a ser salvos. A geração atual deve conscientizar-se da sua responsabilidade para com os perdidos, assim como houveram aqueles no passado que se conscientizaram de sua responsabilidade, e desta forma cumpriram o chamado do Senhor deixando o exemplo de terem levado a palavra da salvação, sem, contudo corromper a sã doutrina do Senhor.

1 Tm 2.3-5: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.

2 Tm 4.1,2: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”.

2 Pe 3.9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. 

Objetivos da Lição:

·   Ensinar que aquele que tiver a marca do caráter de Cristo herdará o novo céu e a nova terra.
·   Exibir a perfeita unidade entre o Apocalipse e as profecias do Antigo Testamento.
·   Estimular a igreja e a pregação ousada dos juízos contidos no Evangelho Eterno.

Textos de Referência: Ap 14.1-3,6,9,10

Introdução: Em Apocalipse 14.1-13, Jesus mostra o destino dos selados e o ministério deles. Informa que eles são primícias para Deus e para o Cordeiro. Encoraja os judeus a permanecerem firmes no propósito de seguir a Cristo, pois os que receberem o selo de proteção sofrerão angústias indizíveis, mas sobreviverão a elas e seguirão o Cordeiro para onde quer que Ele vá. Informa, também, que não executará os últimos juízos antes que o Evangelho Eterno seja pregado a todos os habitantes da terra para adverti-los quanto ao fim dos que seguirem a Besta e aceitarem sua proteção.

O texto de Ap 14-15 descreve quatro passagens que podem ser vistas também como de natureza parentética, já que estas são apresentadas depois do toque da sétima trombeta que ecoou em Ap 11.15, porém antecedendo o derramamento das sete taças da ira de Deus que tem início em Ap 16.1. De forma geral, Ap 14-15 apresenta os seguintes acontecimentos:

·   Em Ap 14.1-5 João relata a visão dos 144.000 selados junto ao Cordeiro no monte Sião.

·   Em Ap 14.6-13 João relata a visão de três anjos que proclamam o evangelho eterno a todos os habitantes da terra, e a toda nação, e tribo e língua e povo.

·   Em Ap 14.14-20 a visão de João diz respeito a ceifa e a vindima, quando então no período dos três anos e meio finais da Grande Tribulação gentios e judeus estarão sendo preparados para a batalha do Armagedom. João tem uma antevisão da batalha, porém o ajuntamento de judeus e gentios para esta batalha somente acontece depois do derramamento da sexta taça descrita em Ap 16.12-16, sendo o seu cumprimento final descrito em Ap 19.11-21.

·   Em Ap 15.2-8 a visão de João diz respeito aos salvos do período final da Grande Tribulação antes de ter início o derramamento das sete taças da ira de Deus.

Esta lição fala dos 144.000 selados e dos salvos durante todo o período da Tribulação/Grande Tribulação.
  
1. Considerações preliminares A tendência geral entre os intérpretes é evitar explicar a preferência de Deus a Israel e por Sião, atribuindo significado simbólico a Apocalipse 14.1, porém isso não é necessário, pois os pensamentos de Deus são superiores aos nossos (Is 55.8,9; Jr 29.11). Portanto, podemos confiar que Deus, por razões próprias de Sua soberania e conhecimento ilimitado, elegeu a Israel para seu povo na Terra e a Sião para sede de Seu governo físico no Planeta. [...]

A eleição de Israel é um ato da soberana vontade de Deus e exatamente por isto ela não deve ser questionada. Em Gn 12.1-3, Deus chama Abraão dando-lhe a promessa de não somente a partir dele constituir uma grande nação, mas também de nele serem “benditas todas as famílias da terra”. Tal promessa deixa implícito a idéia de que seria a partir da descendência de Abraão que viria o Redentor da humanidade e desta forma a mesma é confirmada por Deus a Isaque e posteriormente a Jacó. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que constituiriam então a nação de Israel, a nação eleita por Deus. Mais tarde, em 1 Sm 7.12-16, Deus promete a Davi que a partir de sua descendência seu reino seria estabelecido para sempre. Deus deixa assim, também implícito a Davi a idéia de que seria por meio de sua descendência que viria o Messias de Israel. A promessa de Deus feita a Abraão e a Davi tem seu cumprimento com o nascimento de “Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão” (Mt 1.1); e desde então, o nome do Filho de Deus está para sempre ligado à nação de Israel, sendo impossível desfazer o parentesco entre Jesus e os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó (ver Rm 9.4,5). O texto de Ap 14.1 traz de volta exatamente a questão da eleição e da promessa feita por Deus a Abraão, Isaque, Jacó e a Davi. Deus elegeu a Israel para seu povo na terra e a Sião, a cidade de Davi (ver 2 Sm 5.7, Mt 5.35) para sede de seu governo e isto para sempre, pois conforme diz Paulo em Rm 11.29 “os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento”. Assim, depois de um longo tempo de endurecimento por parte dos judeus, tempo este em que os olhos do Senhor voltou-se para os gentios (ver Rm 11.25), e ocorrendo antes do início da Tribulação/Grande Tribulação o arrebatamento da igreja, o Senhor se voltará para seu povo, a fim de juntá-los novamente por meio da conversão a Jesus Cristo em torno de si, para desta forma, Ele cumprir os seus propósitos na terra. A visão de Ap 14.1 mostra o governo de Jesus Cristo prestes a se cumprir, e daí, em primeira instância a referência ao “Cordeiro sobre o Monte Sião”, pois Sião é outra forma de se referir a Jerusalém. Com Ele são vistos “cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai” (Ap 14.1b), tendo sido eles “comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4). Tal linguagem indica os cento e quarenta e quatro mil como possessão do Pai e do Filho, sendo eles os primeiros dentre muitos outros descendentes de Israel a se unirem no período da Tribulação/Grande Tribulação ao “Filho de Davi, Filho de Abraão”, ou seja, a Jesus Cristo, para que desta forma venha ter cumprimento o estabelecimento do Reino de Jesus a partir de Jerusalém, em virtude da eleição e da fidelidade de Deus às promessas feitas aos patriarcas da nação de Israel.

1.1 Uma festa no céu (Ap 14.2) – O Cordeiro e os selados estão sobre o Monte Sião e do céu se ouve a voz de um grande coral acompanhado de uma orquestra de harpistas. As vozes são tão jubilosas que parecem com o rebentar de muitas águas e com o ribombar de um grande trovão. São as celebrações da redenção. Finalmente a “vontade de Deus será feita na terra como no céu” (Mt 6.10). O Cordeiro resgatou a terra e sobre ela reinará para sempre (Zc 14.9).

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa” (Ap 14.1,2).

Conforme foi visto no ponto 1, a visão que João tem do Cordeiro sobre o monte Sião mostra o Reino de Jesus Cristo a partir de Jerusalém prestes a se cumprir na terra, sendo isto desde que a sétima trombeta ecoou em Ap 11.15. Satanás, no entanto estará tentando ainda manter o lugar por ele usurpado desde a queda de Adão, e neste período, sua resistência tornar-se-á maior através do Anticristo cuja ascendência em escala mundial é mostrada em Ap 13. Satanás e seus anjos serão lançados fora das regiões celestiais e diante disto, ele tentará destruir a nação de Israel bem como os judeus que estarão se convertendo a Jesus (ver Ap 12.6-17). Neste período os cento e quarenta e quatro mil selados já estarão pregando o Evangelho do Reino em todo o mundo (ver Mt 24.14), porém será permitido ao Anticristo “fazer guerra aos santos e vencê-los” (Ap 13.7a), e desta forma a paciência quanto ao estabelecimento literal e visível do Reino de Jesus Cristo será necessária (ver Ap 13.10). Assim, apesar do texto de Ap 14.1 ser uma referência, em primeira instância ao Reino de Jesus prestes a se cumprir na terra, o monte Sião neste versículo, pode ser também uma figura de linguagem para o céu (ver Hb 12.22,23), para onde então os cento e quarenta e quatro mil selados serão levados depois de cumprirem sua missão na terra durante o período da Tribulação/Grande Tribulação. A presença deles junto ao Cordeiro desencadeia vozes e um novo cântico no céu “diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14.3). A forma como os cento e quarenta e quatro mil serão levados para o céu é ponto não totalmente esclarecido; pode ser que eles venham a sofrer o martírio, assim como outros sofrerão durante o período da Grande Tribulação, ou pode ser que sejam arrebatados conforme já foi considerado na lição 3 no comentário feito por W. Malgo (2000, v. 3, pp. 65,66).

1.2 A mesma festa na terra (Ap 14.2,3) – O pecado quebrou a harmonia entre terra e céu. Por sua morte na cruz, Jesus edificou a igreja e deu a ela condições e autoridade para comunicar-se com o céu (Mt 18.18; Jo 15.7). Mas esta comunicação seria feita em meio a grandes tentações (Mt 4.3) e exaustivas batalhas espirituais (Ef 6.12). Por isso, diz Paulo: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus” (Ef 6.11). Mas, quando se cumprir Apocalipse 11.15 e 12.8, Satanás será destronado e não mais haverá interferência entre o Céu e terra. Haverá livre comunicação e perfeita harmonia.

O texto de Ap 14.2,3 não se refere a uma festa na terra e sim no céu, conforme já foi considerado no ponto 1.1. Além disto, apesar de Satanás ser expulso das regiões celestiais no período da Grande Tribulação (ver Ap 12.7-17) a luta espiritual na qual todos os cristãos de todas as épocas estão envolvidos não terminará, pelo contrário ela se intensificará, pois o diabo continuará a fazer guerra não somente “contra a mulher”, neste caso a nação de Israel, mas também “ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus Cristo” (Ap 12.17b).

1.3 O perfil do povo de Deus – O perfil dos fiéis (igreja) no céu se harmoniza com o perfil dos fiéis na terra (selados). O caráter dos santos que habitam no céu é demonstrado pelas roupas que receberam (Ap 6.11; 7.9; 19.8). Os israelitas cujas vidas serão guardadas da Besta aparecem aqui seguindo o Cordeiro (Ap 7.3 e 14.1). O termo virgens indica um sentido espiritual. Eles permaneceram “puros”, recusando-se a se conformar com o sistema mundial ímpio. São preservados por um ato soberano de Deus (Ap 7.3). Deus conhece a cada um de nós, é capaz de suspender o juízo para que não sejamos contados com os ímpios, Ele fez isso nos dias de Enoque, nos dias de Ló, nos dias de Noé. Fará antes e durante a tribulação. Ele tem compromisso com quem tem compromisso com Ele (1 Sm 2.30).

Os cento e quarenta e quatro mil aparecem pela primeira vez em Ap 7.1-8 no interlúdio entre a abertura do sexto selo e do sétimo selo. Este interlúdio acontece para que ocorra a selagem dos cento e quarenta e quatro mil e desta forma eles cumpram sua missão. Depois disto, os juízos de Deus terão continuidade através da abertura do sétimo selo (ver Ap 8.1) que introduzirá as sete trombetas (ver Ap 8.7-9.21). Os cento e quarenta e quatro mil não deixarão de ser também participantes dos juízos das trombetas; eles, porém serão preservados dos efeitos dos gafanhotos que serão soltos do abismo ao soar da quinta trombeta (ver Ap 9.1-6). A visão em Ap 14.1 dos cento e quarenta e quatro mil juntos ao Cordeiro no “monte Sião” parece também indicar o propósito de Deus de tirá-los da terra antes que tenha início o derramamento das sete taças da ira de Deus; e pode ser que outros demais salvos do período da Grande Tribulação venham também a ser preservados dos juízos das sete taças. Em Ap 14.13, antes de ter início o juízo das sete taças, João ouve uma voz do céu que diz: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”. Este texto parece indicar que muitos dos santos do final da Grande Tribulação serão poupados através da morte dos juízos das sete taças. Depois disto, a partir do momento em que os sete anjos que recebem as taças de ouro cheias da ira de Deus saem do templo, parece que já não haverá mais oportunidade para salvação (ver Ap 15.6-8).
Com relação ao caráter dos santos, as roupas brancas que estes recebem simbolizam a justiça de Cristo através do qual todos os santos de todas as épocas são justificados diante de Deus, pois conforme diz Is 64.6 “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam”. Assim, ninguém por sua própria justiça poderia ser justificado diante de Deus, no entanto todos os salvos são convidados a seguirem ao longo de suas vidas os passos de Jesus, e sendo assim, atos de justiça, de amor, de pureza, de santificação, de separação do mundo, de não conformação com o sistema mundial ímpio devem caracterizar a vida de todos aqueles que recebem a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas.   

2. Distinguindo entre mártires e selados Ainda não ficou esclarecido se a multidão dos mártires (Ap 7.9-14) fala de um grupo de salvos e os selados de outro agrupamento de remidos ou se ambos tratam do mesmo grupo de salvos, apenas designados por nomes diferentes. Entendemos que se trata de grupos distintos de remidos. Vamos às razões para esta conclusão.

2.1 O texto – Em Apocalipse 14.1 João viu os cento e quarenta e quatro mil no Monte Sião. Ao mesmo tempo ele viu uma grande multidão de salvos vindo da terra (Ap 7.9). São realmente dois grupos: “os selados, das tribos de Israel, chamados de primícias (Ap 14.4), e os gentios. O texto diz que eles eram: 1) uma grande multidão, que ninguém podia contar; 2) eram de todas as nações, tribos, povos e línguas; 3) trajavam vestes brancas; 4) lavaram suas vestes e branquearam no sangue do Cordeiro e vieram da grande tribulação (Ap 7.9,13,14).

2.2 O contexto – Em Ap 15.2, vemos os que saíram vitoriosos da besta em pé junto ao mar de vidro. Comparando com Apocalipse 4.6, o “mar de vidro espelha a divina beleza de Deus e sua transparência. Eles cantavam o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro (Ap 15.2). Fala da unidade essencial da Antiga e da Nova dispensação. Apresenta uma redenção que não conhece os limites de tempo, de espaço e de raça. Observe que mais uma vez, antes de iniciar o juízo, outro grupo de salvos chega da Tribulação (Ap 15.4).

Ao longo do Apocalipse desde o capítulo 4 até o capítulo 15, diferentes grupos de remidos chegam ao céu, o que indica a extensão da misericórdia de Deus ainda por quase todo período da Tribulação/Grande Tribulação. Assim, os seguintes grupos podem ser identificados:

·   Os vinte e quatro anciãos“E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre a cabeça coroas de ouro” (Ap 4.4). Este grupo de remidos representa os santos do Antigo Testamento e os salvos durante o período da igreja. Eles aqui já estão no céu em corpos glorificados e coroados, pois por ocasião do arrebatamento da igreja antes do início da Tribulação/Grande Tribulação os mortos ressuscitarão e os vivos serão transformados (ver 1 Ts 4.15-18).

·   As almas que são vistas debaixo do altar“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (Ap 6.9). Este grupo de remidos parece representar os salvos que se converterão a Jesus após o arrebatamento da igreja, já no início dos três anos e meio da Tribulação. Pode ser que sejam os desviados e aqueles que fizeram parte da igreja, porém apenas nominalmente, ou seja, não haviam experimentado uma real conversão. Eles sofrerão o martírio por amor ao Senhor.

·   Os cento e quarenta e quatro mil selados“E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap 7.4). Este grupo de remidos são os judeus que se converterão a Jesus ainda no período dos três anos e meio iniciais da Tribulação. Seu testemunho adentrará os três anos e meio finais da Grande Tribulação. Eles pregarão o evangelho do Reino durante todo o período até serem retirados da terra. São chamados primícias por ser o primeiro grupo de judeus a se converterem, vindo outros após eles.

·   Os gentios que vem da Grande Tribulação“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap 7.9). Este grupo de remidos são gentios de todas as nações, talvez resultante da pregação do evangelho pelos cento e quarenta e quatro mil selados. Ao longo do período da Tribulação/Grande Tribulação eles sofrerão fome, sede, angústia, tristeza e talvez também o martírio.

·   As duas testemunhas“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco” (Ap 11.3). Estes dois serão aqueles que virão no mesmo tipo de ministério de Moisés e Elias, provavelmente no final dos três anos e meio iniciais da Tribulação. Seu testemunho adentrará o período dos três anos e meio finais da Grande Tribulação. Terão grande influência na conversão de muitos outros judeus. Eles serão mortos pelo Anticristo, mas ressuscitarão e serão levados ao céu.

·   Os salvos do período final da Grande Tribulação“E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos Santos” (Ap 15.2,3). Deste grupo de remidos fazem parte muitos outros daqueles que se converterão a Jesus durante todo o período da Tribulação/Grande Tribulação e que estarão ainda vivos até próximo do final da Grande Tribulação, sendo que muitos destes vem a morrer talvez através do martírio, antes do derramamento das taças (ver Ap 13.7,10; 14.13). Neste grupo talvez estejam incluídos muitos daqueles que se converterão a Jesus através da proclamação do evangelho pelos anjos. Eles resistirão ao Anticristo e a sua imagem e ao seu sinal e também, provavelmente sofrerão o martírio. Faz parte deste grupo judeus, e daí ser mencionado o cântico de Moisés, pois este cântico traz em memória a Antiga Aliança, e gentios, e daí ser mencionado o cântico do Cordeiro, trazendo em memória o sangue de Jesus Cristo que foi derramado em favor tanto de judeus, quanto de gentios.

2.3 O motivo da selagem dos israelitas – O fato de serem selados por Deus não significa que estejam protegidos da morte nem do martírio resultante da perseguição de Satanás. No capítulo 13.7,15,16, o Anticristo espalha terror, perseguição e morte, tanto aos santos quanto aos que não o adorem. O capítulo 14.1, apresenta eles no céu perto do Cordeiro, e o versículo 4 apresenta a maneira “foram comprados da terra”. O motivo da selagem é claro “Foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14.4b). São as “primícias” indicando que muitos outros se salvarão. Logo depois destas coisas (Ap 7.9).

A selagem dos cento e quarenta e quatro mil ocorre devido ao fato deles se converterem a Jesus e esta tem como propósito capacitá-los para a pregação do evangelho do Reino. Além disto, através da selagem, os cento e quarenta e quatro mil são protegidos dos efeitos da praga dos gafanhotos que acontece ao toque da quinta trombeta. Se eles sofrerão o martírio por causa da perseguição do Anticristo ou se serão arrebatados não está totalmente esclarecido; o fato é que após cumprirem sua missão são vistos junto ao Cordeiro no céu.   

3. 144.000 selados Neste tópico, deter-nos-emos sobre os cento e quarenta e quatro mil selados, visto que a presença deles no Apocalipse desperta calorosas polêmicas. Inicialmente, é importante destacar que eles são reais, embora o número seja um número perfeito e completo de mil dúzias de dúzias. Neste caso, simboliza os crentes judeus fiéis na terra, que permanecem firmes no meio da calorosa perseguição do Anticristo, pois não se curvaram diante de suas ordens demoníacas. No entanto, para outros teólogos que não fazem distinção entre igreja e Israel, a multidão e os 144.000 são um mesmo povo, pois eles acreditam que a Igreja no Novo Testamento é o verdadeiro Israel de Deus (Gl 6.16).

Os cento e quarenta e quatro mil selados não podem corresponder a igreja, pois esta no período da Tribulação/Grande Tribulação já terá sido arrebatada. Além disto, a leitura cuidadosa de Gl 6.16 conduz a percepção da distinção que Paulo faz da igreja do “Israel de Deus”. Em Gl 5.15, Paulo argumenta que em Cristo Jesus, nem a circuncisão (ou seja os judeus), nem a incircuncisão (ou seja os gentios) “tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura”. Em Gl 6.16 ele diz “E a todos quantos andarem conforme esta regra”, “que regra?”, aquela por ele apresentada em Gl 6.15 “o ser uma nova criatura”. Assim neste ponto, Paulo está falando da igreja que inclui em seu corpo tanto gentios, quanto judeus “nascidos de novo”. Paulo deseja sobre estes, ou seja, sobre a igreja, paz e misericórdia e o mesmo ele deseja, na seqüência “sobre o Israel de Deus”, o que notadamente  distingue o Israel de Deus “de todos quantos andam conforme a regra”. Sendo assim “o Israel de Deus” é identificado, mesmo no Novo Testamento, como sendo a nação de Israel e não a igreja.

3.1 O selo de Deus Entendemos que o selo de Deus sobre um grupo de israelitas é literal e não simbólico. Trata-se do mesmo selo do Espírito, no qual todos os salvos são selados para o dia da redenção: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção” (Ef 4.30). A diferença é que em nós o selo já foi posto e nos protegerá, desde agora, até que atravessemos em segurança as regiões celestiais ao encontro de Cristo; nos israelitas, porém, será colocado depois do arrebatamento da igreja, e será proteção para seus corpos físicos e o salvo conduto deles nos domínios da Besta: “E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não tem na testa o sinal de Deus” (Ap 9.4b).

Os cento e quarenta e quatro mil receberão o Espírito Santo, selo da garantia da possessão de Deus (ver Ef 1.13,14), depois do arrebatamento da igreja, pois este grupo de remidos só se converterão a Jesus no período da Tribulação/Grande Tribulação. É óbvio que enquanto a igreja estiver na terra, ela proclama o evangelho da salvação aos gentios e também aos judeus (israelitas), e sendo assim, aqueles judeus (israelitas) que porventura virem a se converter antes do período da Tribulação/Grande Tribulação também recebem o Espírito Santo antes do arrebatamento da igreja. Com relação a proteção que será conferida aos cento e quarenta e quatro mil selados, em Ap 9.4 ela está relacionada aos demônios que serão soltos do abismo e que terão permissão para ferir os homens, e não ao Anticristo propriamente dito. Em relação ao Anticristo não está claro se ele terá poder para levar os cento e quarenta e quatro mil selados ao martírio ou não, o que já foi considerado nos pontos anteriores desta lição.

3.2 A virgindade dos selados (Ap 14.4) A primeira maneira de interpretar este ponto é analisando o sentido literal do texto. “Não estão contaminados por mulheres, porque são virgens”, está e uma das razões que os faz “primícias” à semelhança de Cristo as primícias dos que dormem (1 Co 15.20). A segunda maneira de interpretar é o sentido espiritual (Mt 24.1). “São virgens”. Em contraste com a igreja apóstata: “E o outro anjo seguiu dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição”! (Ap 14.8), que espiritualmente era uma prostituta (Ap 17.1). Significa que não foram desviados da fidelidade ao Senhor, conservando em si mesmos o amor virginal (2 Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 2.4).

No sentido literal, o texto de Ap 14.4 indicaria que os cento e quarenta e quatro mil selados não terão contato com mulheres, optando talvez como Paulo, a não se casarem, mas viverem totalmente em prol do Reino de Deus. No sentido espiritual o texto de Ap 14.4,5 indica que os cento e quarenta e quatro mil selados:

·   “Não estão contaminados com mulheres porque são virgens” – Através desta terminologia, João mostra que estes homens não se misturarão a nenhuma outra religião, especialmente as religiões idólatras e místicas, mas manter-se-ão puros, fiéis ao Senhor e a sua Palavra sem se contaminar com tudo aquilo que profana o Nome de Deus.

·   “Seguem o Cordeiro para onde quer que vai” – Através desta terminologia, João mostra que estes homens, à exemplo de Jesus Cristo, renunciarão às suas próprias vidas em favor do anúncio do Reino de Deus.

·   “Foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” – Através desta terminologia, João mostra que estes homens serão os primeiros dentre os judeus a se converterem no período da Tribulação/Grande Tribulação e por quase todo este período eles exercerão seu ministério levando muitos outros à conversão.

·   “Na sua boca não se achou engano porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus” – Através desta terminologia, João mostra que estes homens terão uma conduta segundo a verdade da Palavra de Deus tanto no que diz respeito a questões espirituais como a questões relacionadas ao seu comportamento moral.

3.3 O caráter irrepreensível dos selados – Os profetas do Antigo Testamento apontam para um tempo em que as sociedades ímpias serão eliminadas da terra (Is 34.2,3) e, os pecadores israelitas serão mortos (Am 9.10). Das nações sobrarão os mansos que observarem os juízos de Deus e buscarem a sua justiça (Sf 2.3). Elas adorarão a Deus em Jerusalém (Zc 14.16). Dos judeus ficará somente um remanescente humilde e pobre que confiará no Senhor (Sf 3.12). Este terá o mesmo perfil dos remidos do Apocalipse (Sf 3.13). As profecias que indicam uma terra literal, ocupada por nações literais e que literalmente terão Jerusalém como centro político-religioso ainda aguardam cumprimento.

Os cento e quarenta e quatro mil selados são vistos junto ao Cordeiro sobre o monte Sião. Além de todas as considerações já feitas acima quanto ao significado deste maravilhoso texto de Ap 14.1, este versículo indica também que os cento e quarenta e quatro mil selados estarão de volta com Jesus por ocasião do estabelecimento de seu Reino Milenar sobre a terra, assim também como estarão a igreja, e todos os demais salvos do período da Tribulação/Grande Tribulação. Este é o tempo apontado pelos profetas em que a glória Deus encherá toda a terra; as nações se converterão ao Senhor e em torno dEle se reunirão em Jerusalém para adorá-lo; Israel experimentará o futuro glorioso prometido por Deus a seus antepassados; a paz, a justiça, a verdade, e o caráter irrepreensível visto nos selados serão a características de todos aqueles que viverão em prol da honra do nome do Senhor Jesus Cristo, pois somente por causa de seu sacrifício na cruz do Calvário é que tudo isto será possível. A Ele seja o louvor, a honra, o poder eternamente, para glória de Deus Pai. Amém!

Is 34.2,3: “Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o seu furor sobre todo o exército delas; ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança. E os seus mortos serão arremessados e dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro; e os montes se derreterão com o seu sangue”.

Am 9.10: “Todos os pecadores do meu povo morrerão à espada, os que dizem: Não nos alcançará nem nos encontrará o mal”.

Sf 2.3: “Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor”.

Sf 2.12,13: “Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor. O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; mas serão apascentados, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante”.

Zc 14.16: “E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos”.

Referências Bibliográficas:
W. Malgo, Apocalipse de Jesus Cristo – Um Comentário para a Nossa Época, 2000, Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Porto Alegre, RS.