Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Anônimos e Atalaias de Deus
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara
Texto Áureo: “Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte” (Ez 3.17).
Verdade Aplicada: O atalaia deve ser usado por Deus, sendo sincero com espiritualidade e temor, um vigia fiel que avisa sobre o perigo que se aproxima sem vender o seu ministério.
Objetivos da Lição:
· Conhecer o atalaia de Deus.
· Compreender que os anônimos são usados como atalaias.
· Aprender a identificar o verdadeiro atalaia de Deus.
Textos de Referência: Ez 3.16-19
Introdução: Muitos têm sede e fome de poder e grande “necessidade” de fama no meio evangélico, a saída do suposto “anonimato” (2 Co 4.7-10). Muitas vezes temos visto pessoas até bem-intencionadas, incentivando a fama, a riqueza e a glória, coisas lícitas desde que sejam para o propósito de Deus.
Fama, riqueza e glória, foram exatamente estas três coisas que o diabo ofereceu a Jesus na tentação no deserto, conforme fica implícito em cada uma das vezes que ele se dirigiu a Jesus. Por exemplo, em Mt 4.5, o texto bíblico descreve que o diabo transporta Jesus à Cidade Santa e colocando-o sobre o pináculo do templo, ele tenta seduzir Jesus a exigir de Deus o cumprimento da sua Palavra quanto à proteção que lhe era garantida por Deus no Sl 91.11, o que renderia notoriedade e fama a Jesus diante de toda população de Jerusalém. Jesus, porém em sua resposta ao diabo mostra total confiança em Deus e disposição em seguir o caminho que lhe estava proposto, expondo assim que seu propósito não era usufruir da fidelidade de Deus no cumprimento de sua palavra para obter vanglória própria, mas sim submeter-se a vontade do Pai Celestial, ainda que este não fosse o caminho mais fácil. Na terceira tentação, o diabo transporta Jesus a um monte muito alto e tendo como base a vaidade e a ambição humana, ele mostra a Jesus todos os reinos do mundo e a glória deles e oferece dar tudo a Jesus, se Ele prostrado lhe adorasse. Jesus, mais uma vez, resiste à tentação do diabo, mostrando-lhe que antes de tomar a posição de realeza, Ele tomaria a posição de servo, sujeitando-se somente à Deus, o único a quem pertence toda adoração, donde então Jesus diz: “Vai-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Mais tarde, quando Jesus começa a mostrar aos seus discípulos que Ele deveria sofrer, ser morto e ressuscitar ao terceiro dia (ver Mt 16.21), Pedro, tomando Jesus a parte começa a repreendê-lo sugerindo-lhe que de modo algum deveria lhe acontecer isto (ver Mt 16.22). Pedro era assim usado pelo diabo que, mais uma vez, procurava afastar Jesus do caminho da obediência e da submissão para tomar o caminho da vanglória própria. Jesus repele a sugestão de Pedro (ver Mt 16.23), e na seqüência, Ele ensina aos discípulos que a cruz, é o único caminho, o caminho necessário, e quem quiser segui-lo deve tomar, não o caminho da fama, da riqueza e da glória, mas sim o caminho que Ele próprio tomou (ver Mt 16.24,25).
Mt 4.5-10: “Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.
Mt 16.24,25: “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á”.
Mc 10.35-37; 42-45: “E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos. E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? E eles lhe disseram: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.
Jo 13.16: “Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”.
Fp 2.5-8: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.
2 Co 4.7-10: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos”.
1. Conhecendo o Atalaia de Deus – Nos tempos bíblicos, o atalaia ficava sobre o muro para advertir a cidade sobre o perigo e a aproximação de mensageiros (2 Sm 18.24-27; 2 Rs 9.17-20). Os profetas também eram chamados de atalaias ou vigias (Jr 6.17; Os 9.8; Hb 2.1). O texto que tomamos por base mostra-nos que Ezequiel tem de alertar que cada pessoa é responsável por seu próprio comportamento.
De acordo com o estudo constante na Bíblia de Estudo Pentecostal (Stamps, 1995, pp. 1169-1171), Ezequiel, cujo nome significa “Deus fortalece”, era de família sacerdotal (ver Ez 1.3), tendo ele passado os vinte e cinco primeiros anos da sua vida em Jerusalém. Ezequiel estava se preparando para o trabalho sacerdotal do templo, quando foi levado prisioneiro à Babilônia em 597 a.C. Nabucodonossor levou cativos os judeus de Jerusalém para a Babilônia em três etapas:
· Em 605 a.C., jovens judeus escolhidos foram deportados para a Babilônia, entre eles Daniel e seus três amigos;
· Em 597 a.C., 10.000 cativos foram levados à Babilônia, estando Ezequiel entre eles;
· E em 586 a.C. as forças de Nabucodonossor destruíram totalmente a cidade e o templo, e a maioria dos sobreviventes foi transportada à Babilônia.
Uns cinco anos mais tarde, provavelmente aos trinta anos de idade (ver Ez 1.1), Ezequiel recebeu sua chamada da parte de Deus. A partir daí ele ministrou durante vinte e dois anos, sendo que parte do ministério profético de Ezequiel ocorreu durante os sete anos que precederam a destruição de Jerusalém em 586 a.C. (593-586 a.C.) e os quinze anos seguintes foram aqueles que sucederam a destruição de Jerusalém (586-571 a.C.). Ezequiel recebe de Deus, os nomes de “filho do homem” e “atalaia”. A expressão “filho do homem” aparece 93 vezes no livro de Ezequiel, e através dela, Deus enfatiza a natureza humana do profeta; já através do termo “atalaia”, Deus mostra a Ezequiel o seu papel como profeta, o de ser um “atalaia” em meio a um povo rebelde que não estaria disposto a lhe dar ouvidos, no entanto Ezequiel deveria falar-lhes a palavra de Deus “quer ouçam quer deixem de ouvir” (Ez 3.11b). Para ser usado por Deus, Ezequiel recebe a ordem de comer um “rolo”, no qual encontravam-se escritos os juízos que sobreviriam a nação de Israel. Ezequiel come o rolo como ordenado, o que indica que para ser usado por Deus, conforme escreve MacDonald (2010, p. 704) “todo profeta ou pregador precisa interiorizar a mensagem e torná-la parte da sua própria vida”. O texto de Ez 3.16-21 salienta a posição de Ezequiel como atalaia em meio ao seu povo. Ezequiel é trazido pelo Espírito a Tel-Abibe, aos do cativeiro que moravam junto ao rio Quebar (ver Ez 3.12-15) e depois de sete dias no meio deles, ele, como atalaia, é incumbido de mostrar a cada um a sua condição e responsabilidade pessoal diante de Deus. Assim, o dever do atalaia é o de advertir ao ímpio ou ao justo que se desviar da sua justiça, a sua condição e responsabilidade individual diante de Deus, caso contrário, Deus irá requerer daqueles que são por Ele comissionados, o sangue do ímpio ou do “justo” que morrer na sua maldade.
Jr 6.16,17: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas dizem: Não escutaremos”.
Ez 33.1-9: “E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, fala aos filhos do teu povo, e dize-lhes: Quando eu fizer vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um homem dos seus termos, e o constituir por seu atalaia; e, vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo; se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, e vier a espada, e o alcançar, o seu sangue será sobre a sua cabeça. Ele ouviu o som da trombeta, e não se deu por avisado, o seu sangue será sobre ele; mas o que se dá por avisado salvará a sua vida. Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia. A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão. Mas, se advertires o ímpio do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma”.
1.1 O Atalaia deve ter um bom caráter (Gl 5.17; Mt 7.20) – Todo ser humano tem caráter, seja ele bom ou mal. O caráter é a referência daquilo que é visível, tanto no aspecto moral (conhecido pelas ações), quanto espiritual (conjunto de virtudes presentes no ser). Mas é importante não confundir caráter, carisma e reputação. Carisma é habilidade de atrair pessoas em torno de si e reputação é o que os homens pensam de alguém; mas caráter é o que Deus sabe sobre a pessoa.
Neste ponto o comentarista fala da importância do atalaia ser uma pessoa de bom caráter. Ele também mostra a importância de se distinguir caráter, carisma e reputação. Assim, o que o comentarista quer deixar claro é que não é o fato de uma pessoa possuir carisma que a define como sendo uma pessoa de “bom caráter”. Também não é o fato de uma pessoa possuir boa reputação que a define como sendo uma pessoa de “bom caráter”. De forma simples, “caráter” pode ser definido como sendo o conjunto de qualidades (boas ou más) que distingue uma pessoa. O verdadeiro caráter de uma pessoa só pode ser definido então por aquilo que ela é tanto exteriormente, quanto interiormente, o que está, de forma intrínseca, relacionado à intenção do coração. Em Mt 7.15, por exemplo, Jesus falou: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Jesus mostra assim, que existiriam no meio cristão, pessoas que se colocariam na posição de profetas de Deus, sendo que tais pessoas, aparentemente, aos olhos humanos, possuem “bom caráter”, no entanto, interiormente, as suas verdadeiras intenções as definiriam como sendo pessoas de mau caráter. No versículo 16 Jesus diz: “Por seus frutos os conhecereis”. Assim, Jesus mostra que apesar de tais profetas conseguirem enganar quanto ao seu verdadeiro caráter, tal engano não perdura continuamente, pois o fruto produzido, ou seja, os seguidores produzidos por seus ensinamentos acabam por demonstrar o seu verdadeiro caráter e a verdadeira intenção do seu coração, que na maior parte das vezes é produzir seguidores cuja lealdade é dedicada mais a eles próprios do que à Deus e a sua palavra.
2 Tm 3.1-5: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.
1 Pe 2.1-3,18: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção”
1.2 O Atalaia tem um grande responsabilidade (Ez 18.1-32) – Responsabilidade é a obrigação de responder pelas ações próprias ou dos outros. Na qualidade de servos de Deus, temos a responsabilidade de levar o Evangelho do Reino, a fim de que o ímpio possa reconhecer o seu pecado e receber a Jesus como seu Salvador. O Senhor nos deu esta grande missão, para que ninguém chegue diante do Senhor dizendo que não o conhecia (Ez 33.9).
Neste ponto o comentarista cita o texto de Ez 18.1-32, o qual é introduzido através da seguinte mensagem: “E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?” (Ez 18.1,2). Conforme pode-se perceber, o provérbio citado por Ezequiel (os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram) mostra o pensamento corrente em Israel, onde os habitantes colocavam sobre seus ancestrais a responsabilidade pelos pecados da nação, no entanto estariam sendo eles a pagarem por estes pecados através dos juízos de Deus que vieram sobre a nação naquele tempo presente. Deus, através do profeta Ezequiel refuta este pensamento mostrando que os filhos não seriam responsabilizados pelos pecados dos pais, assim como os pais não seriam responsabilizados pelos pecados dos filhos, mas cada indivíduo é responsável por seus próprios atos.
Ez 18.3,4,20-24: “Vivo eu, diz o Senhor Deus, que nunca mais direis esta parábola em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou viverá. Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Deus; não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá”.
Quanto a responsabilidade de levar o evangelho do Reino:
Mc 16.15,16: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.
Lc 3.8: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão”.
1 Co 9.16: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”
2 Co 5.18-20: “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.
1.3 O Atalaia deve ter espiritualidade (1 Co 2.14,15; 3.3) – Nenhum ser humano pode medir a espiritualidade de outrem, mas pelo fruto podemos conhece-la (Mt 7.15-23). No texto de Ezequiel 33.1ª está escrito: “Veio a mim a palavra do Senhor...”, isto é, não foi algo criado pela imaginação do profeta. Portanto, o atalaia deve ser uma pessoa cheia de amor, e muito temor a Deus, deve saber portar ante a dor e o sofrimento do seu próximo, nunca deixando a verdade (Ez 33.11).
Quanto à questão relacionada à espiritualidade do atalaia e de outrem:
1 Co 2.13-15: “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”.
1 Co 4.5: “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor”.
Quanto ao atalaia portar-se ante a dor e sofrimento do seu próximo, nunca deixando a verdade:
Ez 33.11: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?”
Sl 85.10: “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”.
Jo 8.10,11: “E endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais”.
1 Tm 2.5: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”.
1 Jo 2.5: “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele”.
2 Jo 3: “Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor”.
2. Deus usa o servo anônimo – As Escrituras Sagradas estão repletas de pessoas anônimas, desde bons ou maus exemplos (1 Co 10.11-13). O inimigo das nossas almas está ludibriando os incautos para buscarem a glória deste mundo (1 Jo 2.15-17). Mas o nosso Deus usa aqueles que estão nos bastidores, mesmo que sejam ou estejam:
Bons exemplos de anônimos: At 11.19-21: “E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estevão caminharam até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor”
Maus exemplos de anônimos: 2 Co 11.13-15: “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras”.
2.1 Sem aparência – No livro de Isaías encontramos o seguinte registro a respeito de Jesus: “...não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (Is 53.2). Israel o menosprezou, julgando-o como homem comum. Quem poderia aceitar que o Eterno se proveria de um servo humilde e sofredor para salvar a humanidade, e não de um glorioso rei? Esse pensamento corresponde aos argumentos e idéias dos homens (1 Co 1.27). Quase sempre o Senhor opera através de meios que não esperamos. O poder e a força de Jesus são revelados por sua humildade, dores e misericórdia.
Mt 21.4,5: “Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: Dizei a filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho, filho de animal de carga”.
Jo 1.45,46: “Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê”.
1 Co 1.22-24: “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus”.
2 Co 13.4: “Porque, ainda que tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele pelo poder de Deus em vós”.
Hb 2.9: “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”.
Hb 2.17,18: “Pelo que convinha que, em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados”.
Hb 5.7,8: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem”.
1 Pe 1.10,11: “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir”.
2.2 Sem reconhecimento humano – É sempre bom lembrar que o verdadeiro reconhecimento vem de Deus, pois é Ele quem nos recompensa (Cl 3.24; Hb 10.30; 11.6,24-26; Ap 22.12). Não quero com isso dizer que homem não precise de motivação ou de algo que aumente a sua auto-estima, mas tudo deve ser feito para a glória de Deus (1 Co 1.31).
Quanto ao reconhecimento que vem de Deus:
1 Co 15.58: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.
Cl 3.23,24: “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis”.
Hb 11.6: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”.
Ap 22.12: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”.
Quanto à motivação para o serviço cristão, esta não deve ser nem a fama, nem as riquezas, nem a glória, mas dentre outras coisas, a motivação para o serviço cristão deve ser:
· A glória de Deus – Rm 11.35,36: “Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas, glória, pois a ele eternamente. Amém!”
· A presença de Deus – Gn 15.1: “Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”.
· O amor que é devido a Ele – 2 Co 5.14,15: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: Que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
· A gratidão que é devida a Ele – Gl 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”.
· A imutalidade da palavra de Deus em contraste a transitoriedade da glória humana – 1 Pe 1.24,25: “Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada”.
2.3 Sem holofotes – Se pararmos para retratar a ousadia e fé de Obadias ao executar a vontade de Deus, veremos como ele contribuiu para abençoar muitas vidas. O seu nome significa “servo de Deus”, nome comum no Antigo Testamento. Obadias se manteve na simplicidade e sem holofotes, cuidou de cem homens de Deus a pão e água (1 Rs 18.3-4), como se fosse comida de primeira; conservando sua posição de servo, fez o que lhe cabia fazer. Obadias não se poupou em benefício daqueles profetas, cuidando deles enquanto o profeta Elias encontrava-se encarando o seu medo.
O comentarista cita como exemplo de alguém que atuou em favor do Reino de Deus, sem contudo ter os holofotes voltados para si, Obadias, o mordomo do rei Acabe. Obadias aparece no registro do texto bíblico quando Elias exercia seu ministério profético em Israel. Nesta ocasião Elias apresentou-se ao rei Acabe e anunciou-lhe que haveria grande seca na terra, um claro juízo divino, sendo este decorrente da idolatria e apostasia de Israel, promovida principalmente por Jezabel, a mulher com quem Acabe havia se casado, sendo ela filha do rei dos sidônios, adoradora do falso deus Baal. Três anos depois da seca, Elias recebe ordem para apresentar-se a Acabe. Por esta ocasião, a fome era tão extrema, que Acabe chamou a Obadias, seu mordomo para que ambos saíssem pela terra à procura de erva para os animais. É neste ponto que o texto bíblico mostra a atuação de Obadias, colocando desta forma em evidência o caráter dos verdadeiros servos de Deus, pois enquanto Acabe mostra sua preocupação quanto a conservação em vida dos cavalos e mulas, o que demonstra que sua preocupação, na realidade, era a de manter a sua glória perante o mundo, Obadias, sem fazer caso de sua própria vida, coloca-a em risco, salvando cem profetas do Senhor das mãos de Jezabel que procurava destruir a todos eles. Para conservar a vida dos profetas do Senhor, Obadias mantém-se na posição de risco escondendo os profetas de cinqüenta em cinqüenta numa cova e sustentando-os então com pão e água.
1 Rs 18.3-5: “E Acabe chamou a Obadias, o mordomo. (Obadias temia muito ao Senhor, porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os escondeu, numa cova, e os sustentou com pão e água.). E disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos os rios; pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os cavalos e mulas e não estejamos privados dos animais”.
3. O perigo da glória deste mundo – As Escrituras afirmam que “o mundo passa com toda a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.17). Nós somos advertidos pela Bíblia para não amarmos o mundo, pois “se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2.15). A glória deste mundo pode:
1 Jo 2.15-17: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.
Mc 4.19: “Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”.
3.1 Minar a verdadeira fé – A Bíblia afirma que a vitória que vence o mundo é a nossa fé (1 Jo 5.4), que é uma das armas do Espírito de Deus para nossas batalhas diárias (Ef 6.16). “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Ele é o autor da nossa fé, o canal por onde vem a salvação (Ef 2.8,9; 2 Co 5.7). Tem gente com fé mal direcionada, afastada do verdadeiro caminho. As más conversações, o pecado, a dúvida, a frieza espiritual e a murmuração pode minar a nossa fé (2 Co 4.13; At 16.30,31).
Se as tribulações, as más conversações, o pecado, a dúvida, as acusações, a frieza espiritual, o desânimo, a murmuração, a incredulidade, os escândalos tentam minar a fé, lembremo-nos da daquilo que a palavra de Deus nos diz:
At 14.21,22: “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia, confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”.
Rm 13.11: “E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé”.
1 Co 16.13: “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos”.
2 Co 13.5: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”.
Ef 6.16: “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”.
1 Tm 6.11,12: “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas”.
2 Tm 2.22: “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor”.
1 Jo 5.4: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo; a nossa fé”.
Hb 3.12-14: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim”.
Hb 4.1,2: “Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás. Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram”.
Hb 11.1,13: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra”.
Hb 12.2: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”.
3.2 Tirar do verdadeiro caminho – Jesus disse certa ocasião que era o caminho (Jó 14.6). É importante dar ênfase que Jesus é o “único” caminho (At 4.12). A verdade nas palavras do Mestre é a tônica que a Igreja deve usar nas suas mensagens evangelísticas (Jo 1.14). As Escrituras apontam muitos que perderam o verdadeiro caminho, tais como: Judas, Alexandre o Latoeiro, Demas, Ananias e Safira.
Observe o que as Escrituras mostram acerca daqueles que perderam o verdadeiro caminho:
Mt 26.24: “Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido”.
At 1.17,18,25: “Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar”.
1 Tm 1.18-20: “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar”.
1 Tm 5.11,12: “Mas não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé”.
1 Tm 6.20,21: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém”.
2 Tm 2.16-18: “Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns”.
2 Tm 3.8,9: “E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles”.
2 Tm 4.10: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia”.
2 Tm 4.14,15: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras”.
Diante de tais exemplos, como devem os crentes se portar:
Hb 10.36-39: “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma”.
3.3 Roubar a verdadeira esperança – É triste saber que uma pessoa que teve uma viva esperança em Cristo, hoje se encontra afastada dos caminhos do Senhor, porque o inimigo roubou a paz e alegria que outrora tinha na presença de Deus e no convívio de sua igreja. As Escrituras afirmam que a esperança do hipócrita perecerá (Jó 8.13). Já os servos de Deus são enriquecidos com bênçãos “que acompanham a salvação” (Hb 6.9), tais como santificação, o batismo no Espírito Santo e o privilégio de servir ao Senhor: No porvir, o Senhor preparou coisas muito maravilhosas para aqueles que o amam (1 Co 2.9).
Quando o inimigo tentar roubar a esperança, firmamo-nos nos exemplos e exortações da palavra de Deus:
Jó 14.7: “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos”.
Sl 146.5: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus”.
Ec 9.4: “Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto)”.
Jr 17.13,14: “Ó Senhor, esperança de Israel, todos aqueles que te deixam serão envergonhados; os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas. Cura-me, Senhor, e sararei; salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor”.
Lm 3.25,26: “Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”.
Rm 4.18-21: “O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, nào atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer”.
Rm 4.12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.
Cl 1.21-23: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro”.
Hb 6.9-12: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis. Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas”.
Hb 6.18-20: “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.
Hb 10.22,23: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu e o corpo lavado com água limpa”.
1 Pe 1.7-9: “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas”.
1 Pe 1.21: “E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus”.
4. Quando os atalaias desanimam e perdem suas convicções – O profeta Elias é a figura de um verdadeiro homem de Deus (em Hebraico “Ish Elohim” que significa “cujo Deus é Jeová), mostrando sua fragilidade e ao mesmo tempo sua grandiosa fé. Predisse uma grande seca (1 Rs 17.1), e era conhecido por alguns como o leão dos profetas, pois em seu ministério são vistas muitas realizações de Deus, prodígios maravilhosos. Vemo-lo obedecendo ao Senhor, indo habitar junto ao ribeiro de Querite (1 Rs 17.5), os corvos o sustentaram miraculosamente (1 Rs 17.6), foi alimentado pela viúva de Serepta (1 Rs 17.9), mas parece que perdera por algum momento sua convicção. Três situações podem levar o atalaia ao desânimo. São elas:
4.1 Quando se sente sozinho – Elias sofreu um esvaziamento de poder. Quando chegou a Jizreel, cidade residencial do rei no inverno (1 Rs 18.46), ouviu a notícia de que Jezabel havia prometido mata-lo (1 Rs 19.1,2). Elias se sentiu só. E, por isso, fugiu “para escapar com vida” (1 Rs 19.3). É possível que tenha ficado sem forças espirituais após a luta no monte Carmelo (1 Rs 18.36,37), pela intensa oração para Deus mandar chuva (1 Rs 18.42-45) e pela corrida à frente do carro de Acabe até Jizreel (1 Rs 18.46).
4.2 Quando deixa a depressão atuar – Depressão é abatimento moral ou físico, sensação de sentir-se desalentado. O servo de Deus precisa manter-se vigilante contra os ataques de satanás (1 Pe 5.8). Elias fugiu, deixando de alguma forma que as suas frustrações dessem lugar a um estado de depressão, de abatimento, num contraste total com o estado no monte Carmelo (1 Rs 18.30-39). Porém, a Palavra do Senhor registra que “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo” (Jo 16.33). Pela misericórdia de Deus, Elias venceu esta situação e teve o livramento do Senhor (Sl 34.19).
4.3 Quando deixa o verdadeiro esconderijo – Elias fugiu antes que Deus pudesse renovar-lhe as forças (Ec 8.3). Quanto prejuízo não tem causado a precipitação na vida de muitos servos de Deus! “Aquele que crer não se apresse” (Is 28.16), pois “os que esperam no Senhor renovarão as suas forças” (Is 40.31). Devemos lembrar que Deus “trabalha para aquele que nele espera”.
1 Rs 19.1-4: “E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como totalmente matara todos os profetas à espada. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles. O que vendo ele, se levantou e, para escapar com vida, se foi, e chegando a Berseba, que é de Judá, deixou ali o seu servo. Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais”.
O ponto 4 fala do profeta Elias como exemplo de um atalaia que experimentou o desânimo e a “perda de suas convicções” e as causas que o levaram a isto. O capítulo de 1 Rs 17 apresenta o profeta Elias cujo ministério se estende até o registro de 2 Rs 2.11 quando então Elias é levado ao céu sem experimentar a morte, fato este que demonstra a aprovação de Deus em relação ao seu ministério. Elias permaneceu em tudo fiel à Deus, vivendo no decurso de todo seu ministério em prol da honra de Deus e em posição firme contra o pecado, a apostasia e a idolatria em Israel. Desde sua aparição, quando então Elias predisse uma grande seca perante o rei Acabe, a sua vida é marcada por grandes realizações que demonstram sua comunhão com Yahweh, o Deus de Israel, sua obediência, sua humildade, sua submissão e sua confiança na soberania de Deus. Um dos grandes momentos da vida de Elias foi quando ele, corajosamente, desafiou os profetas de Baal e os derrotou no monte Carmelo, levando assim, o povo de Israel ao reconhecimento de que “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus” (1 Rs 18.39b). A despeito, porém de todos os seus feitos, Elias, quando recebe a mensagem de Jezabel quanto a sua intenção de matá-lo, foge para escapar com vida, indo se refugiar numa caverna no monte Horebe. Não se pode dizer que Elias teria experimentado, neste momento, um “esvaziamento de poder” ou ainda, que Elias teria ficado sem forças espirituais após a luta no monte Carmelo, quando então ele se colocou em oração para que Deus enviasse chuva. Não se pode dizer também que Elias teria perdido suas convicções, e nem que ele teria agido de forma precipitada ao fugir da perseguição de Jezabel, caso contrário, a Bíblia não citaria entre os seus heróis da fé aqueles que “foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno) errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra” (Hb 11.37,38). O que se percebe então deste momento na vida de Elias é a fragilidade humana, fragilidade esta a qual todos os servos de Deus, em função das circunstâncias, perseguições e adversidades estão sujeitos. Observe que é exatamente à condição humana de Elias que Tiago se refere quando ele o cita como exemplo de “um justo” que teve sua oração respondida por Deus: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto” (Tg 5.17,18). Assim, o grande profeta Elias, grande em sua fidelidade a Deus, mas também participante da natureza humana não deixa de passar também por um momento como este. Em sua fuga, Elias, tomado pelo cansaço, pelo desânimo, pela tristeza e sentindo-se só em sua batalha pela verdade e pela honra do nome de Yahweh, chega a pedir que Deus lhe tirasse a vida; Deus, porém cuida de seu profeta e de modo compassivo e amoroso, Ele permite que Elias tivesse seu momento de descanso, fortalece o corpo físico de Elias e mais tarde, quando Elias já se encontrava escondido numa caverna, o Senhor vem a Ele e lhe traz o refrigério da sua presença. Naquele momento o Senhor mostra a Elias que seu ministério não terminara e assim Ele renova e restaura as forças espirituais de Elias para que ele desse então continuidade ao seu ministério. Além disto, Elias é fortalecido também na revelação de que ele não estava só, mas juntamente com ele havia um remanescente, pois o Senhor fizera “ficar em Israel sete mil; todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1 Rs 19.18). Que cada um de nós, possamos ser, neste tempo presente, em meio à apostasia, heresias, doutrinas falsas que se observa no meio evangélico, também um remanescente, que a exemplo de Elias, vela pela honra do nome do nosso Deus, nas Pessoas do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Hb 4.15: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”.
Is 40.28-31: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão”.
Referências Bibliográficas:
William MacDonald, Comentário Bíblico Popular – Antigo Testamento, 2010, 1a Ed. Mundo Cristão, São Paulo, SP.
Donald C. Stamps, Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.