Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Jacó
Prof. João Paulo Cruz – Classe Bereanos e Magda Narciso Leite – Classe Sara
Texto Áureo: “E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel; porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão” (Gn 35.7).
Verdade Aplicada: Não haverá nenhuma virtude em nosso despertamento se ele não nos levar a obedecer a Deus.
Objetivos da Lição:
· Ensinar o poder da Palavra de Deus.
· Mostrar que Deus sempre alcança seu objetivo.
· Acrescentar o desejo da busca do avivamento.
Textos de Referência: Gn 35.1-5
Introdução: A lição deste Domingo ensinará como a voz de Deus poderá provocar mudanças significativas na conduta do seu povo. Jacó e sua família são ordenados pelo Senhor a um realimento na sua jornada espiritual. Após assumir uma postura de obediência, a família da promessa volta mais uma vez a estar no centro da vontade de Deus.
Jacó e sua família deram ouvidos a voz de Deus e é exatamente isso que devemos buscar. Além de sermos obedientes a voz de Deus que nossa família também seja. Que nossas orações sejam incessantes em suplicar a Deus pelos nossos entes queridos. O capítulo em estudo traz dois eventos que se destacam: O retorno de Jacó a Betel e a renovação da aliança em Betel.
Dt 28.2: “E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus”.
Sl 29.3-5,7-9: “A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade. A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano. A voz do Senhor separa as labaredas do fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades. A voz do Senhor faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória”.
Jr 42.6: “Seja ela boa, ou seja má, à voz do Senhor nosso Deus, a quem te enviamos, obedeceremos, para que nos suceda bem, obedecendo à voz do Senhor nosso Deus”.
1. Deus fala com Jacó (Gn 35.1-15) – Deus disse a Jacó para que ele se aprontasse e fosse para a cidade de Betel e construísse um altar e dedicasse a Ele, lembrando o episódio em que o Senhor apareceu a ele em Betel quando estava fugindo de Esaú. Jacó então reuniu sua família e todos os que estavam com ele e pediu para que se apartassem de toda a idolatria e purificassem as suas vestes. É interessante que todo verdadeiro despertamento começa quando Deus fala conosco (Pv 29.18).
Gn 35.1: “Depois disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu, quando fugiste da face de Esaú teu irmão”.
Quando há fracasso ou alguma decadência, o Senhor chama novamente para si o seu servo: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.5). Este é o princípio da restauração. Quando somos restaurados ao padrão divino, Deus não nos manda lembrar de onde estamos e sim da posição elevada de que caímos. E é dessa maneira que reconhecemos a que ponto chegamos de decadência espiritual e quão grande é a necessidade de retroceder. Em Betel, Deus se revelou a Jacó, por ocasião de sua fuga de Esaú seu irmão, manifestando a sua graça em sua vida. Deus lhe deu garantia de que estaria com ele em quaisquer circunstâncias e o faria retornar. Jacó, no entanto não compreendeu a graça de Deus em sua vida, e sendo assim, ele fez um voto ao Senhor condicionando a ação de Deus ao seu voto. Jacó precisaria retroceder a Betel, avaliar a sua jornada, compreendendo que o Senhor cumprira tudo aquilo que lhe prometeu não por mérito algum da sua parte, nem tampouco porque ele cumprira o voto, mas unicamente por causa da infinita graça de Deus em favor do seu povo.
1.1 Despertamento de Jacó – Deus mandou Jacó a Betel e ordenou que, ali, construísse um altar. Jacó tinha prometido isso ao Senhor há vinte anos, e Deus lembrou o seu voto, despertando Jacó para o cumprimento da promessa que fizera a Deus. Na verdade, Deus está direcionando Jacó para o que de mais extraordinário pode acontecer na vida de um homem ou de uma mulher, seu retorno ao lar. Lar é muito mais que casa. Existem casas que não são lares, possuem mobílias, aspectos e estruturas modernas, mas são apenas estruturas frias. Voltar ao lar, remete-nos a sensação de estar no lugar certo, um sentimento de profundo pertencimento espiritual. O lar deve ser o local em que homens e mulheres possam experimentar a alegria de ter a companhia das pessoas que mais se ama independente das diferenças. O lar não é um campo de batalha, mas um oásis nos desertos deste mundo (Sl 68.6; Sl 107.41; Gn 12.3; Pv 10.1; Ef 6.1-4).
Gn 28.20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.
Jacó fez um voto ao Senhor de fazer daquela coluna casa de Deus e de dar ao Senhor o dízimo de tudo. Ele não precisava ter feito este voto ao Senhor, pois o Senhor se manifestara a ele em graça e não por aquilo que Jacó poderia lhe dar em troca. Jacó , no entanto fez o voto, e sendo assim, ele deveria cumprir. Este cumprimento, porém deveria começar a partir da construção de “um altar”, ou seja, de uma vida consagrada ao Senhor em obediência a Ele. É isto que Deus requer de Jacó, ou de qualquer um de nós antes de qualquer coisa. Em Siquém, Jacó já havia levantado um altar o qual ele chamou de “Deus, o Deus de Israel”, porém este altar fora levantado em desobediência (Gn 33.20), e nenhum altar tem valor algum se não estiver alinhado a obediência. Betel, geograficamente ficava a 300 metros acima de Siquém e a subida geográfica de Siquém a Betel, simboliza a subida espiritual de Jacó em direção a Deus. Assim a obediência de Jacó começaria em Betel, o local em que Jacó deveria estar ao invés de Siquém.
Gn 31.3: “E disse o Senhor a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo”.
Gn 33.17-19: “Jacó, porém, partiu para Sucote e edificou para si uma casa; e fez cabanas para o seu gado; por isso chamou aquele lugar Sucote. E chegou Jacó salvo à Salém, à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando vinha de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade. E comprou uma parte do campo em que estendera a sua tenda, da mão dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro”.
Gn 35.5: “E partiram; e o terror de Deus foi sobre as cidades que estavam ao redor deles, e não seguiram após os filhos de Jacó”.
Deus ordenou que Jacó retornasse para a casa de seu pai. Jacó, porém depois de seu encontro com Esaú partiu para Sucote onde edificou uma casa e comprou uma parte do campo contrariando a aliança de Deus com Abraão e Isaque que ordenou que eles peregrinassem na terra da promessa, contemplando desta forma o futuro cumprimento da promessa terrena, porém com vistas para a cidade Celestial, a verdadeira pátria daqueles que crêem em Deus. Esta atitude de Jacó demonstra aquilo que é constante na vida de todo crente: A velha natureza em oposição a nova natureza. O encontro de Jacó com Deus no vau de Jaboque deu início a existência de uma nova criatura, porém o “velho homem” não morre, ele apenas está mortificado e assim muitas vezes, atitudes do “velho homem” acabam obtendo lugar se este em sua nova natureza não se mantiver em vigilância constante. Jacó acabou desobedecendo a ordenança de Deus, e isto trouxe trágicas conseqüências para ele e sua família (Gn 34). O Senhor, porém manifestaria mais uma vez sua bondade para com Jacó, pois apesar de sua desobediência, Ele lhe confere sua proteção em sua partida de Siquém para Betel.
O comentarista fala também da morte de Débora, a ama de Rebeca, evento este relatado nas Escrituras e não aquele relacionado a morte de Rebeca. A morte vem após a noticia de Gn 35.7 que traz em memória a fuga de Jacó de seu irmão, e por conseqüência as últimas palavras de Rebeca na fuga de Jacó descritas em Gn 27.5 “então mandarei trazer-te de lá” palavras estas que nunca se cumpriram. Assim percebe-se que o narrador de Gênesis relata a morte de cada patriarca e de suas esposas prediletas, menos de Rebeca e sim de sua ama como sinal de não honrá-la por haver enganado seu esposo.
Gn 35.7-8: “E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel; porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão. E morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho cujo nome chamou Alom-Bacute”
1.3 O despertamento na família – A família é o palco onde se desenrola os grandes dramas da vida. É lá que podemos ajustar os ponteiros para termos uma vida melhor neste mundo. Jacó após ouvir a voz de Deus decide também falar a sua família. Sua casa estava desarrumada. Para que Jacó pudesse continuar sua jornada de volta para o seu lar espiritual era necessário orientar a sua casa sobre o padrão de vida que Deus deseja. A família de Jacó deveria ser um sonho lindo e não aquele pesadelo infernal que estavam experimentando. O ambiente familiar é lugar de celebração, de vitórias e não de cultivarmos as amarguras que estavam tão presentes naquela casa (Pv 11.29).
Jacó precisou orientar sua família para que estes fossem participantes do avivamento que ele viveria. Busque um avivamento sim e este é muito importante, mas queira que também sua família seja participante, ore, clame, suplique e cuide dos seus para que todos unidos cheguem a Betel e edifiquem um altar ao Senhor.
Sl 101.2: “Portar-me-ei com inteligência no caminho reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um coração sincero”.
Pv 11.29: “O que perturba a sua casa herdará o vento, e o tolo será servo do sábio de coração”.
At 16.31: “E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”.
2. Tirando os deuses estranhos (Gn 35.4) – Antes de ir embora, Jacó volta a entender a construção de sua história com Deus e manda que todos os ídolos sejam retirados do meio de sua família. Não que necessariamente houvesse idolatria declarada, mas era comum a algumas famílias terem em suas casas objetos que eram mais superstição do que idolatria. Ele manda que se livrem inclusive dos brincos que usavam em suas orelhas. Eram mais que jóias ou enfeites, os brincos eram vistos como amuletos de proteção e eram usados também no culto a deuses estrangeiros (Ex 32.2,3).
Gn 35.2-4: “Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos, que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. E levantemo-nos, e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho que tenho andado. Então deram a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham em suas mãos, e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém”.
Quando Jacó chegou a Siquém, ele já tinha 12 filhos, o décimo terceiro, Benjamin nasceria posteriormente. Jacó permaneceu 20 anos na casa de Labão, e seu casamento com Léia parece ter sido após os sete primeiros anos em Harã. Assim , quando Jacó chegou em Siquém, provavelmente Diná, a sétima filha de Léia, ainda era uma criança. O capítulo 34 traz o relato quanto a violência de Siquém, o filho de Hamor contra Diná, o que indica que nesta ocasião ela já era uma jovenzinha. Percebe-se, portanto que Jacó permaneceu com sua família em Siquém por um bom tempo, e agora, em sua partida, Jacó ordena que eles tirassem os deuses estranhos que haviam em seu meio de entre eles. Este fato e a saída de Diná a ver as filhas da terra relatado em Gn 34 parece indicar que a família de Jacó já estava sendo influenciada pelo meio em que viviam, pela imoralidade e pela idolatria tão presente na sociedade dos cananeus. Os cristãos devem tomar isto como exemplo, para que não venham a se deixar influenciar pelo meio em que vivem, mas sejam luz em meio às trevas.
2 Co 3.18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
2 Co 4.6: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo”.
Fp 2.15: “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”.
2.1 Lançando fora os deuses estranhos – Havia no acampamento de Jacó deuses estranhos que precisavam ser removidos. Raquel os havia tirados da casa de seu pai quando saíra de Padã-Arã (Gn 31.9). Esses deuses, hoje, que estão escondidos no coração das pessoas. O que é mais importante em nossas vidas do que a glória de Deus?.
A Bíblia não relata se os deuses que Raquel furtara ainda estavam juntos a família de Jacó, mas o fato é que havia realmente “deuses estranhos” junto à família de Jacó, os quais foram entregues a ele, o que indica que sua atitude culminou na recuperação de sua liderança espiritual junto a sua família. É provável que a família de Jacó foi aprendendo a cultuar estes deuses devido a influência da sociedade onde estavam vivendo sobre suas vidas. A igreja evangélica hoje também tem se deixado ser influenciada pela presença de “deuses estranhos” tais como água ungida, rosa ungida, lencinhos ungidos, sapatos ungidos, correntes da prosperidade, campanhas para buscar a bênção, sete unções e tantas outras coisas que já não tem mais fim, sendo tudo isto muito mais próximo das práticas de feitiçaria e do catolicismo do que do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo.
Js 24.14,23: “Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao Senhor. Deitai, pois, agora, fora aos deuses estranhos que há no meio de vós, e inclinai o vosso coração ao Senhor Deus de Israel”.
1 Sm 7.3,4: “Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus. Então os filhos de Israel tiraram dentre si aos baalins e aos astarotes, e serviram só ao Senhor”.
1 Co 10.14: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”.
2 Co 6.14-18: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”.
Ap 2.14: “Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem”.
2.2 Purificação – Deus exigiu a purificação para Jacó (Gn 35.2), a purificação acontece quando deixamo-nos julgar pela Palavra de Deus (Jo 15.3). A esperança em Cristo nos conduz à busca dessa purificação (1 Jo 3.3). É necessário que não somente lancemos fora os deuses estranhos, mas também que nos deixemos purificar; se quisermos um despertamento. E se confessarmos os nossos pecados, Ele será fiel e justo para nos perdoar os pecados (1 Jo 1.9).
Hb 10.16-22: “Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado. Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa”.
Quando o homem se converte a Jesus reconhecendo a sua condição de pecador e merecedor do castigo de Deus, crendo ele no sacrifício de Jesus na cruz do Calvário a seu favor, ele é purificado de seus pecados pelo sangue de Jesus e Deus nunca mais se lembrará de seus pecados. Sua consciência culposa é então purificada e assim este homem se sente livre para entrar na presença de Deus sem temor algum, pois Deus o vê em Cristo Jesus , ou seja, coberto pela justiça de Cristo, e isto abrangerá a vida deste homem por toda vida terrena e eterna, e diante disto nenhuma condenação poderá haver para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). O crente, no entanto enquanto estiver no corpo mortal não está livre de tropeçar e cometer qualquer tipo de pecado, e se assim for, isto gerará a “má consciência”, o que de fato deve acontecer, pois é tocando na consciência do crente que o Espírito Santo lhe convencerá do pecado. O crente deve buscar então a purificação da má consciência e isto acontece quando ele se deixa ser julgado pela palavra de Deus; reconhece a palavra de Deus como justa em seu julgamento; arrepende-se; confessa o seu pecado e se propõe diante do Senhor a abandonar o pecado. O crente recupera desta forma a sua boa consciência para com Deus e assim ele deve manter-se firme na presença de Deus em busca de sua pureza em todos os sentidos seja espiritual, moral, emocional e físico.
Jo 15.3: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado”.
1 Jo 3.3: “E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”.
1 Jo 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”.
Ap 22.11: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda”.
2.3 Mudando as vestes – A mudança de veste representa o arrependimento (Cl 3.9-10,12,14). As vestes é o testemunho que houve uma purificação. A purificação interna reflete na mudança das vestes que são externas. A Palavra de Deus diz: “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12.34). Mudar as vestes representa mudar as atitudes, mudar os hábitos, refletir o interior. Isso é deixar a velha natureza e ser uma nova criatura em Cristo Jesus.
Ef 4.22-25: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros”.
Cl 3.9-10,12-14: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição”.
Gn 35.6: “Assim chegou Jacó a Luz, que está na terra de Canaã (esta é Betel), ele e todo o povo que com ele havia. E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel; porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão”.
O retorno de Jacó a Betel o leva a entender um pouco mais acerca do Deus que se manifestara a ele em sua fuga de Esaú. Ele é o Deus de toda graça, Aquele que lhe respondera no dia da sua angústia e que fora com ele no caminho que até então ele tinha andado (ver Gn 35.3) e isto, apesar de todas as suas falhas. Em Betel, Ele reconhece o Senhor como “El-Betel” o Deus de toda casa, que se manifesta em graça em favor de todos, e não apenas somente a ele, conforme ele considerara em Siquém quando chamou o altar que ali ele edificara de “Deus, o Deus de Israel” (Gn 33.20b).
Ef 4.4-6: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós”.
3.1 Uma coluna de pedras – A coluna que Jacó ergue para adoração serviu de memorial, como as que ele havia levantado antes. Elas tinham a finalidade de ser o sinal das experiências que ele vivera, porém, no futuro, vemos a proibição na legislação mosaica, pois estas colunas memoriais tornavam-se objetos de adoração. “Não fareis para vós ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura, nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 26.1). Mas Jacó não agia desse modo, para levantar uma coluna para adoração, mas sim para testemunho, para ser um memorial de uma experiência vivida.
O texto de Lv 26.1 se refere a ídolos, imagens de escultura, estátuas e figuras esculpidas na pedra e não às colunas em si. Estas foram algumas vezes levantadas até mesmo em Israel como memorial a algum acontecimento, como por exemplo em 1 Sm 7.12 pelo profeta Samuel. O levantar destas colunas tinham um duplo sentido. Em um primeiro sentido elas serviam de memorial a um fato marcante na vida individual ou coletiva do povo de Israel. Em um segundo sentido, elas apontavam para o futuro, para a vinda de Jesus Cristo, sendo Ele a Pedra principal de esquina, ou seja, o fundamento da fé do povo de Israel, e da mesma forma, a fé nEle, também o fundamento sobre o qual a igreja está edificada. Assim, estas colunas eram “sombras do bem futuro”, e tendo a realidade já se tornado aparente pelo cumprimento da vinda de Jesus, elas hoje, literalmente falando, não precisam ser novamente levantadas.
Mt 16.15-18: “Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
Mt 21.42: “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram,essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos?”
1 Co 3.11: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”.
Ef 2.20-22: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito”.
3.2 Uma libação de azeite – A libação é uma forma de adoração em que o ofertante derramava um tipo de líquido em honra a alguma divindade. Entre outros povos as libações faziam parte essencial de sacrifícios e ritos solenes. À base das libações encontra-se o pensamento de que os líquidos que eram derramado (vinho, leite, azeite, etc.) deveriam agradar a Deus ou aos deuses aos quais eram oferecidos. Jacó derramou azeite sobre a coluna que levantou em Betel: “Então, levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela” (Gn 28.18), mas agora ele faz uma libação e em seguida derrama azeite: “E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação e deitou sobre ela azeite” (Gn 35.14). A libação na Bíblia significa alegria.
Gn 35.9-15: “Apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou-lhe Israel. Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos; e te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque, e à tua descendência depois de ti darei a terra. E Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele. E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação, e deitou sobre ela azeite. E chamou Jacó aquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel”.
Depois que Jacó levantara o altar em Betel, estando ele vivendo uma vida de obediência ao Senhor, Deus aparece novamente a ele, confirmando o nome que lhe havia sido dado no vau de Jaboque, sendo este Israel. O fato do Senhor trazer esta confirmação neste momento, e na seqüência, Ele reafirmar a sua aliança com Jacó, indica que esta aliança seria estendida também a seus descendentes, os filhos de Israel que dariam então origem a nação de Israel. Em memorial a este acontecimento e tendo fé na promessa de Deus, Jacó mais uma vez levanta uma coluna no lugar onde Deus falara com ele, e derrama sobre ela uma libação e deita sobre ela azeite. A oferta de libação normalmente era derramada sobre uma oferta que já existia. Freqüentemente um sacrifício com sangue era acompanhado pela oferta de alimentos e de libação. Em Gn 35.14, Jacó derrama uma oferta para demonstrar que ele está dedicando sua vida a Deus, consagrando-se a casa de Deus, "Betel". Jacó derrama assim a sua vida como oferta de libação “sobre o sacrifício já existente, o sacrifício de Jesus Cristo”, que séculos mais tarde cumprir-se-ia quando então Ele entregar-se-ia na cruz do Calvário em favor de seu povo, em favor da nação de Israel, a casa de Deus por meio de quem o Messias viria para ser então revelado ao mundo.
3.3 O testemunho do avivamento – Na primeira vez que Deus encontrou com Jacó, ele teve medo (Gn 28.17), mas agora ele demonstra alegria simbolizada da libação derramada sobre a coluna (Gn 35.14). Deus trouxe alegria ao coração de Jacó; manifestando-se a ele. Toda manifestação divina para o seu povo é para trazer despertamento espiritual. A alegria vem junto deste despertamento. A Bíblia diz que a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
É interessante notar como um verdadeiro avivamento acontece, pois não é algo produzido, programado ou mesmo induzido pelo homem. Não há formas de fazer avivamento, não existem pregadores ou cantores avivalistas. Avivamento é uma intervenção do divino no humano, do sobrenatural no natural. Marcado no céu e recebido na terra. Não se pode marcar o dia ou o culto em que este fenômeno acontecerá. A responsabilidade humana é ouvir, obedecer, santificar (tirar ídolos, purificar, mudar vestes), consagrar, adorar e assim estar pronto para receber o avivamento.
Sl 68.3: “Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e folguem de alegria”.
Is 12.3: “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação”.
Conclusão:
A trajetória de Jacó no santuário de Siquém para o santuário em Betel, destaca a necessidade de adorarmos a Deus segundo a sua vontade. O culto da igreja é a “face de Deus” no mundo. Não devemos desviar da forma bíblica de cultuar, pois estaríamos “mudando” a própria “face de Deus”. Uma igreja mundana ao invés de receber a benção de Deus, recebe o seu julgamento. Jacó convidou a sua família a pureza. Ele precisa encontrar um meio de estar entre os cananeus, mas sem se desviar da fidelidade ao Eterno. E o modo é como simbolizado com o altar: Separação do mundo e dedicação exclusiva a Deus. Assim como aconteceu com a família de Jacó, somos marcados por renuncia, um novo nome, um revestimento e finalmente o recebimento da promessa.