sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

LIÇÃO 11 - BARNABÉ, UM LÍDER COMPROMETIDO EM MANTER OS RESULTADOS

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Barnabé
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos” (Rm 16.25).

ARC: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém”.

O texto de Rm 16.25 é parte de uma doxologia, ou seja, de um hino de louvor a Deus, em que Paulo o reconhece como sendo Aquele que é poderoso para confirmar e manter seu povo firme, segundo o evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme pregado por Paulo aos judeus e também aos gentios. Paulo fala da revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que manifestou agora, sendo o mesmo notificado pelas Escrituras dos profetas. Tal mistério é revelado como sendo a pregação do evangelho a todas as nações, donde então, tanto judeus como gentios tornam-se co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio da obediência à fé. Este mistério estivera oculto no Antigo Testamento, apesar de fazer parte do plano de salvação elaborado desde antes da fundação do mundo, tornando-se então conhecido a partir da revelação do Novo Testamento. Paulo conclui a doxologia, elevando sua alma em louvor ao único Deus por sua sabedoria, e conclamando que lhe seja dada glória, por Jesus Cristo, para todo o sempre. Amém!

Verdade Aplicada: Não basta apenas conquistar as almas para Cristo, devemos propiciar que se mantenham a Ele ligadas através de um trabalho de confirmação.

Objetivos da Lição:

·   Estudar a estratégia de confirmação e fortalecimento de Barnabé e Paulo às igrejas.
·   Ressaltar a importância de prover uma liderança para manter o trabalho.
·   Apelar a um envolvimento maior na consolidação dos resultados evangelísticos

Textos de Referência: At 14.21-26

Introdução: Não faz sentido plantar uma grande lavoura e abandonar os seus frutos ao desperdício, isso seria pecar contra Deus. Semelhantemente, na colheita de almas, não convém conduzir as pessoas à salvação e deixá-las sem acompanhamento, sem instrução, para que não deixem de desenvolver-se por falta de assistência. Nesta lição estudaremos acerca dos líderes que buscam não somente resultados iniciais, mas que propiciam a outros o direito de serem acompanhados em seus primeiros passos no cristianismo.

Em Mt 4.17-22, quando Jesus chama seus primeiros discípulos, de certa forma, Ele deixa implícito os princípios do Reino de Deus quanto a colheita de almas. Jesus começa pregando o evangelho, mostrando a necessidade de arrependimento por parte do homem, donde então Ele diz: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 5.17b). Na seqüência, Ele andando junto ao mar da Galiléia vê dois irmãos, Simão, chamado Pedro e André, “os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores” (Mt 4.18b). Jesus os chama para vir após Ele, e Ele os faria pescadores de homens. Jesus mostra assim seu chamado aos homens para que estes lançassem as redes ao mar trazendo assim as almas até Ele. Adiantando-se dali então, Jesus vê outros dois irmãos: “Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes” (Mt 4.21). Jesus os chama, e “eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no” (Mt 4.22). Através do chamado de Tiago e João, quando então estes consertavam as redes, Jesus mostra seu chamado aos homens, para que estes não somente lançassem as redes, mas também se dedicassem a manter firmes as redes, ficando subentendido a necessidade da dedicação dos homens ao acompanhamento e instrução das almas que seriam trazidas a Ele, para que estas permaneçam firmes na presença do Senhor.

1. Trabalhando com a visitação – “E, tendo anunciado... e feito muitos discípulos, voltaram... (At 14.21). Os princípios utilizados numa colheita de grãos abundantes e na colheita de almas são muito semelhantes, ambos precisam ser conservados. Trabalhar na visitação de igrejas recém-plantadas, e de novos convertidos, é necessário para prover-lhes o acompanhamento e a motivação para que se mantenham firmes de coração na presença de Deus.

Paulo e Barnabé seguiram firmes pregando o Evangelho da graça de Deus em todas as cidades por onde eles passaram na primeira viagem missionária de Paulo. Assim, o evangelho foi pregado em Salamina, Pafos, Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe. Após eles terem anunciado o evangelho em Derbe e feito ali muitos discípulos, eles tomaram o caminho de volta exatamente pelas mesmas cidades que já haviam antes estado, ou seja, Listra, Icônio e Antioquia. O princípio quanto a conservação dos grãos na colheita é desta forma aplicado aos discípulos feitos nestas cidades, pois assim como os grãos podem se deteriorar pela contaminação microbiana se não forem mantidos em condições adequadas após a colheita, assim também os novos convertidos poderiam se contaminar por más influências em sua infância na fé em Jesus Cristo. Paulo e Barnabé, no entanto retornam aos novos convertidos, exatamente para dar suporte às igrejas estabelecidas para que elas se sustentassem na fé em Jesus Cristo.

Mt 28.19-20: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.

1 Co 3.6-9: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus”.

1.1 O acompanhamento da obra – Conduzir muitas pessoas a Cristo é ter feito a primeira parte do trabalho. A outra, é prover-lhes algum tipo de acompanhamento espiritual. As igrejas da região da Galácia haviam sido erguidas com um elevado preço para Barnabé e Paulo. Eles atravessaram trilhas e montanhas perigosas, estradas com hordas de salteadores, foram banidos de Icônio, Paulo foi apedrejado em Listra... Por isso, assumiram risco ao voltar a esses lugares para dar assistência às neo-igrejas que surgiram literalmente das tribulações que ambos sofreram.

Apesar de todas as perseguições sofridas em Antioquia da Síria “mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos” (At 13.50); em Icônio “e havendo um motim, tanto dos judeus como dos gentios, com os seus principais, para os insultarem e apedrejarem, sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades de Licaônia, e para a província circunvizinha” (At 14.5,6); em Listra “sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto. Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se, e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe” (At 14.19,20), Paulo e Barnabé não se deixaram desfalecer e, a despeito de qualquer risco, eles voltaram a essas cidades a fim de fortalecer os irmãos a permanecerem firmes na fé.

1.2 Motivando a visitação – O motivo que reconduzia Barnabé e Paulo àquelas cidades era contribuir definitivamente para que os irmãos ficassem firmes. Era a alegria de revê-los que os motivava, de estar com eles, ouvirem seus testemunhos e poderem constatar que Deus estava-lhes dando crescimento espiritual.

1 Co 15.58: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.

Cl 1.21-23: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro”.

Cl 4.12: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus”.

2 Ts 2.15: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.

Hb 10.23: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu”.

1.3 Compartilhando as boas novas – Enquanto atravessavam as cidades, aproveitaram para anunciar a Palavra em Perge. Embora o autor de Atos não apresente detalhes, vemos o zelo missionário dos apóstolos em compartilhar sempre as boas novas. Não necessitavam de fazer esforço para testemunhar. Devemos aproveitar todas as oportunidades por onde passarmos. Os campos estão brancos para a ceifa (Jo 4.35).

Quando Paulo e Barnabé seguiram rumo a Antioquia da Psídia, eles passaram por Perge, mas parece que não se detiveram ali pregando o evangelho: “E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém. E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se” (At 13.13,14); no retorno, porém eles passam novamente por Perge e agora não deixam esta oportunidade passar e ali anunciam o evangelho conforme descrito em At 14.24,25: “Passando depois por Pisídia, dirigiram-se a Panfília. E, tendo anunciado a palavra em Perge, desceram a Atália”.

Mt 13.3-8: “E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na; e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta”.

Mc 4.26-29: “E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa”.

Jo 4.35: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa”.

Jo 10.16: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor”.

2. Fortalecendo os discípulos – Além de visitar as novas igrejas e rever os irmãos, era necessário fortalecê-los, porque as dificuldades permaneciam por terem se afastado do seu ponto de origem, a sinagoga. Por amor a Cristo, muitos estavam com seus lares divididos, sendo este, muitas vezes, um inevitável preço do discipulado. Entre tantas dificuldades, não seria parando de caminhar que a situação mudaria, mas prosseguindo para o alvo da suprema chamada agradariam a Deus (Fp 3.13).

Paulo e Barnabé ao chegarem às cidades por onde eles passavam, se ali havia uma sinagoga judaica, eles se dirigiam inicialmente à mesma, anunciando assim o evangelho, conforme se deveria, primeiro ao judeu e então ao gentio. Estas sinagogas eram freqüentadas por judeus que encontravam-se então dispersos entre as nações; por prosélitos, gentios que haviam se convertido ao judaísmo e que, por conseqüência, tinham sido circuncidados; e por outros gentios, que apesar de serem simpatizantes do judaísmo e crerem no Deus de Israel, tendo assim abandonado o politeísmo, não queriam se converter ao judaísmo. A pregação de Paulo e Barnabé nas sinagogas atingia toda esta audiência e isto possibilitava a conversão de judeus à Cristo e também dos gentios prosélitos e dos gentios tementes a Deus, pois estes, mediante a fé em Jesus Cristo, não teriam de cumprir os rituais da lei mosaica, tais como por exemplo a circuncisão e nem deixarem a sua nacionalidade. É por esta causa que Paulo se refere em Ef 3.10,11 à multiforme graça de Deus “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor”, pois a partir de então, pela igreja, todos os povos são chamados a fé no Deus de Israel por meio de Jesus Cristo, não sendo, no entanto necessário deixarem a sua nacionalidade tornando-se judeus. A conversão de judeus, gentios prosélitos e gentios tementes a Deus, acabava, no entanto provocando uma divisão na sinagoga, e diante disto, aqueles que criam em Jesus como sendo o Messias, conforme prometido por Deus no Antigo Testamento, tinham que deixar suas sinagogas para darem início a uma nova comunidade de fé. Este era o inevitável preço do discipulado, e além disto, os novos convertidos estariam, desde então, sujeitos às perseguições, sendo estas provenientes, muitas vezes, da própria sinagoga por eles antes freqüentada. Conforme disse o Senhor Jesus Cristo: “Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.35-37).   

2.1 A importância do encorajamento – Todos aqueles que estão envolvidos em trabalho de liderança devem sempre estar animados (Jo 16.33). Paulo e Barnabé sabiam dessa importância, por isso, procuravam encorajar as novas igrejas. Com total segurança e cheios de autoridade espiritual, exortavam a que permanecessem firmes na fé (At 14.22). Diante dos apóstolos, exemplos vivos de coragem, ouvir as palavras de seus lábios era como tomar um banho de força no Senhor Jesus Cristo, que era o ânimo em potencial.

Rm 12.12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.

2 Co 6.4: “Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias”.

Fp 4.12,13: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”.

2 Tm 3.11,12: “Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”.

1 Pe 5.10: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá”.

2.2 No mundo tereis aflições – Os crentes daquela região onde os apóstolos pregavam, presenciaram as aflições, tribulações e angústias na comunicação das boas novas da salvação. E eles mesmos também sofriam por obedecerem a Deus, agora segundo a palavra do Evangelho. Mas sempre poderia surgir o problema de questionar por que sofriam, visto que agora obedeciam a Deus. Eram esclarecimentos que os apóstolos tinham de prestar. Entretanto, crendo em Jesus, tinham paz interior, mesmo que externamente padecessem por causa da fé que abraçaram. Porém, era importante ter ânimo, precisavam encarar o sofrimento como algo integrante à caminhada cristã e até um privilégio (At 14.22).

At 14.22: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”.

Rm 5.3,4: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança”.

Rm 8.35-37: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou”.

Fp 1.28-30: “E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim”.

1 Ts 1.6,7: “E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia”.

Hb 10.32-34: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente”.

2.3 Explicando com clareza – Muitas pessoas estão sendo enganadas com retóricas descabidas, sem base bíblica, enquanto têm a verdade em suas próprias mãos, a Bíblia Sagrada. Ninguém está autorizado a oferecer o que as Escrituras não oferecem, e nem além do que elas prometem. Muitas famílias estão há séculos nas trevas, cheias de enfermidades, demônios e crenças equivocadas. Muitos, quando vierem a Cristo, serão curados, libertos e encontrarão a verdade. Todavia, não poderão evitar determinados sofrimentos peculiares à decisão que tomaram. É possível que alguns sejam mergulhados em tribulações cruéis, tendo em vista a vida que outrora possuíam. Mas tais pessoas precisam ser esclarecidas com ousadia, pois Jesus não prometeu vida fácil, mas uma cruz.

Em Mt 11.28,29 Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”. Também em Jo 10.10, Ele disse: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância”. Assim, as boas novas da salvação em Cristo Jesus traz alívio, descanso, paz, alegria, justiça, prosperidade, cura, libertação, esperança, porém em nenhum momento Jesus afirma aos seus discípulos que estes estariam totalmente isentos de problemas e que tais problemas seriam sempre solucionados no tempo presente. Também em nenhum momento, Jesus promete a seus discípulos que estes viveriam regaladamente em termos materiais por se tornarem seus seguidores, antes, o que Ele ensina, é que seus seguidores devem buscar viver segundo a justiça do Reino de Deus, sendo-lhes as demais coisas acrescentadas em suas necessidades temporais. Os benefícios provenientes da fé cristã é uma realidade na vida daqueles que seguem a Jesus, no entanto aqueles que o seguem não devem se esquecer que assim também é a realidade quanto ao chamado de Cristo para que seus seguidores estejam também dispostos a sofrer por Ele e pela causa do evangelho. 

Mc 8.34-36: “E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?”

Mc 10.21: “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me”.

Lc 14.26,27: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”.

Hb 12.2: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”.

3. Elegendo presbitérios locais – A primeira vez que é mencionada a palavra presbítero está veiculada à Antioquia da Síria, onde ainda estavam nessa época Barnabé e Paulo, quando se envolveram numa coleta social para os irmãos na Judéia, e ambos foram enviados pelo “presbitério” dali para conduzir o socorro alimentício (At 11.27-30). Apesar do silêncio acerca da existência de anciãos na igreja até esse momento, é evidente que em Jerusalém já existiam; foram eles que examinaram, junto aos apóstolos, a questão da obediência ao rito mosaico, chegando a uma solução satisfatória depois de amplo debate (At 15.2,4,6,22).

Segundo o Novo Dicionário da Bíblia (Douglas, 1995, p. 1314), no Antigo Testamento, os anciãos de Israel, do povo ou da congregação são freqüentemente mencionados. As sinagogas dos judeus eram normalmente governadas por um concílio de ancião, sob a presidência de um ‘diretor da sinagoga’ cujo ofício talvez fosse transmitido em rodízio. Uma organização semelhante foi naturalmente seguida pela igreja cristã, e o ancião do Antigo Testamento se tornou no “presbyteros” do Novo Testamento. Embora, no entanto o nome continuasse o mesmo, o conteúdo do ofício foi alterado. A visitação pastoral aos enfermos (Tg 5.14) é uma nova característica dos deveres do ancião cristão. Além disso, embora os anciãos judeus não fossem necessariamente pregadores, alguns de seus equivalentes cristãos labutavam na pregação da Palavra e no ensino da doutrina (1 Tm 5.17). A supervisão geral da congregação permaneceu como sua tarefa primária. Os anciãos da igreja de Jerusalém recebiam dons em favor da comunidade (At 11.30) e participavam de concílios juntamente com os apóstolos (At 15.4,6,23). Os nomes ‘presbitero’ e ‘bispo’ são intercambiáveis. O presbitério cristão agia como uma corporação, e a palavra “presbyterion”, presbitério, é empregada (1 Tm 4.14) a fim de descrever o conjunto de anciãos que ordenaram a Timóteo, onde Paulo, pelo menos nessa ocasião, deve ter ocupado a presidência (cf. 2 Tm 1.6).

Tg 5.14: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor”.

1 Tm 5.17: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”.

At 11.29,30: “E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo”.

1 Tm 4.14: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério”.

3.1 A necessidade de presbíteros em cada igreja – Barnabé e Paulo sempre trabalharam em conjunto e nunca visaram seus próprios ministérios como sendo ímpares ou especiais. Eles sabiam que Deus trabalha em conjunto e que a principal ordenança divina era fazer discípulos, ensinar alguém a preparar outros e assim sucessivamente (Mt 28.18-20). O crescimento da obra missionária forçou a escolha de líderes locais para sustentação e edificação das igrejas, os quais, geralmente, principiavam o trabalho em suas casas. Ao chegar, os apóstolos reuniam os líderes nomeados e vistoriavam como estava o andamento do trabalho.

At 14.23: “E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”.

1 Tm 3.1-7: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? ); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo”.

3.2 Encomendados ao Senhor em quem haviam crido – Nessa época a missão gentílica estava sob a responsabilidade da igreja de Antioquia. Ambos estavam de retorno onde tudo começou. Assim que Barnabé e Paulo terminaram aquela etapa de orações, jejuns e posses de líderes em cada igreja, os encomendavam à proteção de Deus, para que tivessem sucesso em seus trabalho na igreja local onde haviam sido estabelecidos. Apenas uma liderança comprometida em manter os resultados na obra do Senhor se ocupa em visitar, fortalecer, organizar e finalmente, encomendar os responsáveis aos cuidados do Senhor (At 14.23).

Paulo e Barnabé foram enviados pela igreja de Antioquia conforme descrito em At 13.1-3: “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. Depois de cumprida sua missão, eles retornaram a Antioquia e lá chegando reuniram a igreja, relatando “quão grandes coisas Deus fizera por eles e como abrira aos gentios a porta da fé” (At 14.27b). Paulo e Barnabé deixam assim o exemplo da obra missionária ordenada por Deus, pois em seu retorno eles demonstram o seu comprometimento não somente com as igrejas que foram estabelecidas em cada cidade como também o seu comprometimento com a igreja que os havia enviado. Todos aqueles que são chamados a prestar serviço ao Senhor, deverão um dia prestar contas a Ele da responsabilidade que lhes foi conferida.

Mt 24.45-47: “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens”.

Mt 25.19-21: “E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”.

Lc 19.24-26: “E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas.). Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado”.

3.3 Eles puseram os alicerces e prepararam o caminho – Quando Paulo e Barnabé, fundadores das novas igrejas na região da Ásia, decidiram voltar para sua base missionária inicial, fizeram-no depois de empossar vários presbíteros nas diversas igrejas por onde passaram, permitindo que eles se desenvolvessem como líderes, sem uma dependência emocional da igreja-mãe ou dos missionários fundadores. Noutras palavras, eles já tinham o trilho, ou seja, as Escrituras Sagradas, a palavra salvadora em Jesus e a comunhão com a igreja de Antioquia que legitimava as extensões da fé cristã naquelas terras.  

A obra realizada entre os gentios na região da Galácia contava com a legitimação não somente da igreja de Antioquia como também com a da igreja de Jerusalém, pois quando os judaizantes se envolveram com os gentios cristãos impondo sobre eles a necessidade de se circuncidar, Paulo, Barnabé e alguns membros da igreja de Antioquia subiram a Jerusalém, aos apóstolos e anciãos para ali eles resolverem a questão conforme se descreve em At 15.2,4,6,22,23: “Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão. E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos. E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cilícia, saúde”.
Com relação aos presbíteros que foram empossados nas igrejas estabelecidas, como corpo governante da igrejas locais, eles se desenvolveriam de certa forma, independentes da igreja-mãe, no entanto deveriam permanecer seguindo os trilhos da palavra de Deus quanto a responsabilidade que era agora colocada em suas mãos.

At 20.28: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”.

1 Pe 5.1-3: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”.

Referências Bibliográficas:
J. D. Douglas; O Novo Dicionário da Bíblia, 1995, 2a. Ed., Edições Vida Nova, São Paulo, SP.