Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Jesus Cristo – O Mestre da Evangelização
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara
Texto Áureo: “E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Jo 14.27).
Verdade Aplicada: A resignação é o preço para o sucesso do discipulado, sem este preço não somos discípulos e muito menos multiplicadores.
Objetivos da Lição:
· Apresentar Jesus como o exemplo máximo de resignação.
· Demonstrar que os princípios apresentados por Jesus precisam ser postos em prática.
· Mostrar o privilégio e a alegria de evangelizar a humanidade.
Textos de Referência: Jo 12.20-26
Introdução: O mestre de Nazaré é o nosso exemplo máximo de resignação, que desceu de sua glória, fazendo-se carne para realizar a obra salvadora profetizada há muitos séculos antes dEle. Todos os princípios por Ele esposados são normativos para um trabalho evangelístico de sucesso hoje. Precisamos conhecê-los e pô-los em prática.
Segundo o dicionário da língua portuguesa um dos significados da palavra resignação é “submissão à vontade de alguém”. Jesus é o exemplo máximo de resignação, já que Ele submeteu-se totalmente à vontade do Pai Celestial a fim de consumar a obra de salvação na cruz do Calvário em favor de todos os homens.
Sl 40.6-8: “Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração”.
Mt 26.39-44: “E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados. E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras”.
1. O preço do discipulado – Morte não é para muitos um assunto agradável para se falar, ler ou escrever. A morte, no entanto, é algo comum, embora nunca nos acostumemos com ela. Na verdade, a morte é um elemento natural e indispensável à natureza. Ao olharmos para ela, na natureza ela não nos incomoda, mas a nós como indivíduos sim por que somos indivíduos que, apesar de sofridos, gostamos de viver. Mas Jesus nos convida a tomarmos a nossa cruz a cada dia, isso tem um sentido profundo que estudaremos a seguir.
Quando Deus criou o homem, Ele colocou no meio do jardim do Éden a árvore da vida para que desta o homem se alimentasse e vivesse perpetuamente (ver Gn 2.9; 3.22). A árvore da ciência do bem e do mal, no entanto também estava no jardim e dela, se o homem se alimentasse, ele experimentaria não somente a morte espiritual, mas também a morte física (ver Gn 2.17). O homem não foi feito, por conseguinte para morrer e daí a morte, apesar de um elemento natural e indispensável à natureza, trazer tanto incômodo aos indivíduos. A Bíblia mostra, portanto, a morte como resultado do pecado, e apesar da vida eterna ser garantida a todos que crêem em Jesus Cristo , a sua possessão não cancela a morte física e sendo assim, a morte é uma realidade a ser enfrentada por todos os homens, a não ser para aqueles que foram trasladados para o céu e para aqueles que não a experimentarão por ocasião do arrebatamento da igreja.
Gn 2.7-9: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal”.
Gn 2.15-17: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Gn 3.22-24: “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente o Senhor Deus, pois o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.
Hb 9.27: “Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”.
Rm 5.12: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”.
1.1 Morte do grão de trigo – Quando Jesus disse, “se o grão de tribo, caindo na terra não morrer...”, Ele estava falando profeticamente da sua própria morte que experimentaria, mas está implícito aí da resignação que o Filho de Deus teve a cada dia da sua vida. Jesus abriu mão da sua glória, nasceu numa família pobre, viveu uma vida comum inicialmente, e passou pelas coisas ou sofrimentos que um homem comum sofre. Tamanha foi a sua auto-humilhação! Uma escolha deliberada dele mesmo, altruísta que visava gerar muitíssimos frutos eternos. Como Ele fez, Ele exige que façamos também, ou seja, que tenhamos um caráter transformado que dê prazer a Deus, e que atraia os homens à comunhão com Cristo.
· Abriu mão de sua glória: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus , que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.5-8).
· Nasceu numa família pobre: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis” (2 Co 8.9).
· Viveu uma vida comum: “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.51,52); “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.3).
· Passou pelas coisas ou sofrimentos que um homem comum sofre: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.14,18).
1.2 Morte, perdas ou esvaziamento – Pensemos um pouco na espiga de trigo, tão bonita, robusta, dourada e cheia de glória, dançando sob o espectro do vento como ondas douradas. Todos a admiram, e muitos há que ornamentam suas casas com lindas espigas de trigo, tamanha é a sua beleza. O curioso é que no mundo não há cereal mais cultivado do que o trigo. Todavia, é necessária a morte dele para si mesmo como grão, a fim de perpetuar a própria espécie. A morte para si mesmo implica em perdas dessa beleza e glória que representam a vaidade humana. Há, portanto, no trigo um esvaziamento de si mesmo, lembremo-nos da expressão de João, que demonstra isso, “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14); e de Paulo que disse, “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo” (Fp 2.7). Assim como Jesus esvaziou-se de si mesmo, de igual modo, devemos fazer para sermos discípulos autênticos.
Jo 12.24: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”.
O capítulo 12 do evangelho de João traz o relato quanto ao retorno de Jesus a Jerusalém seis dias antes da Páscoa quando então ocorreria a sua morte na cruz do Calvário depois dEle ser condenado em Jerusalém. Por esta ocasião havia acontecido a ressurreição de Lázaro o que levou muitos dos judeus a crerem em Jesus dirigindo-se assim ao seu encontro. Em Jerusalém, havia também gregos que tinham subido à festa. Dentre estes alguns desejam ver Jesus e estes manifestam seu desejo a Filipe. Filipe e André comunicam tal fato a Jesus, o que o leva a se pronunciar através das seguintes palavras: “É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado” (Jo 12.23). As palavras de Jesus ligadas ao desejo dos gregos de o verem mostram que o tempo da salvação de todos os povos por meio do sacrifício de Jesus era chegado. É neste contexto que Jesus fala de sua morte e de sua ressurreição, fazendo uma analogia ao grão de trigo que caindo na terra morre, para produzir então muito fruto. A morte e ressurreição de Jesus produziria frutos para Deus não somente dentre os judeus, mas também dentre os gentios, e neste caso, a aproximação dos gregos era um sinal quanto a este fato que já havia sido profetizado no Antigo Testamento, por exemplo em Is 66.1: “Fui buscado dos que não perguntavam por mim, fui achado daqueles que não me buscavam; a uma nação que não se chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui. Eis-me aqui”. Nos versículos seguintes, Jesus fala do preço do discipulado (ver Jo 12.25,26), mostrando que aqueles que nEle crê devem imitar o seu modo de viver morrendo para o mundo, para si mesmo e para o pecado, pois é desta forma que a vida de cada um será guardada para a vida eterna e que o mesmo será honrado pelo Pai Celestial o que conduzirá, por conseguinte, a produção de muito fruto.
Jo 12.25,26: “Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará”.
Mc 8.35: “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará”.
1.3 Com a morte, a nova vida – Quando cremos em Jesus de todo o nosso coração e entregamos a nossa vida a Ele, espiritualmente morremos e fomos com Ele sepultados para que o domínio do pecado seja desfeito (Rm 6.4). Então nascemos de novo, começamos uma nova vida agora ressuscitados com Cristo. Se morrermos com Cristo, morremos para as coisas da vida e ressuscitamos a fim de vivermos para Deus, pensando nas coisas que são do alto onde Cristo está assentado à direita de Deus Pai (Cl 3.1). Note que tal ensino se encontra, não apenas nos escritos de João, mas está fartamente exemplificado nas cartas paulinas. Logo está evidente que para viver para Deus, necessário é que morramos primeiro. Então a nova vida procede desta morte para nós mesmos, morte com Cristo.
Rm 6.3-6: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado”.
Rm 6.11-13: “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça”.
Cl 3.1-3: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”.
2. As condições para frutificação – A genuína vida cristã é para ser expressada de uma única maneira, imitando a Jesus Cristo, sendo como Ele foi e fazendo o que Ele fez. Não se trata de algo sem graça, sem vida e nenhum pouco atraente. Sabemos que as pessoas tem temperamentos e personalidades diversos, o que torna muito interessante como Cristo é manifesto através dos membros pertencentes ao seu corpo. Mas para que estes discípulos tenham condições de frutificarem, ou seja, tornarem-se discípulos multiplicadores é necessário alguns requisitos.
1 Co 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”.
Ef 5.1,2: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”.
1 Ts 1.6: “E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo”.
Hb 6.12: “Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas”.
Hb 13.7: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver”.
A semente é o organismo presente nas diversas espécies de vegetais que permitem a espécie perpetuar-se. Diversas parábolas de Jesus trazem a idéia da semente como unidade de reprodução da vida vegetal. Na parábola do semeador, por exemplo, a semente é interpretada como sendo a Palavra de Deus “Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus” (Lc 8.11); na parábola do trigo e do joio “a boa semente” é interpretada como sendo os filhos do Reino “E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno” (Mt 13.37,38); na parábola do grão de mostarda a semente representa o Reino do céu “Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo” (Mt 13.31,32). Além da semente como unidade de reprodução da vida vegetal, a descendência da espécie humana também é reputada na Bíblia como “semente”. Desta maneira, Jesus é a semente de Israel (ver Sl 89.4; At 2.29,30), o qual foi concedido por Deus, para que através de seus discípulos, sua vida e seus ensinos se perpetuem entre todos os povos (ver Jo 15.1-5).
Sl 89.4: “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração”.
At 2.29,30: “Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono”.
Jo 15.1-5: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.
2.2 Boa terra – Os nossos corações representam a terra em que a semente, a Palavra de Deus, é depositada (Mt 13.18-23). Para que se torne uma boa terra, se faz necessário trabalhar duro; observemos como trabalha o agricultor para que tenha bom lucro no seu trabalho. Ele a limpa, arranca os tocos, ara a terra e em seguida a aduba. Nos dias de Jesus esse esforço era feito de maneira braçal e com a ajuda do gado, portanto, era um esforço enorme!
Conscientes disso pelo Espírito Santo devemos:
· Preparar a nossa mente: “Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5).
· O nosso coração: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).
· E vontade para Deus removendo os pensamentos e quadros mentais impuros através de uma entrega constante deles a Cristo: “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito é bom; guie-me por terra plana” (Sl 143.10).
Isso requer uma vigilância constante com aquilo que permitimos nos influenciar:
· Seja pelas conversas que temos: “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.2).
· Pelos programas que assistimos: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim” (Sl 101.3).
· Ou mesmo as más recordações que nutrimos: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus ” (Fp 3.13,14).
2.3 Uma parceria com Deus – No que diz respeito a frutificação para Deus devemos entender que primeiro tudo principia em Deus e tem a glória dele mesmo como objetivo fundamental. Não quer dizer que perdemos a capacidade de deliberar parcial ou plenamente, mas frutificar trata-se de um esforço combinado. Paulo diz que devemos ser operosos e que na verdade, é Deus que opera tanto o desejar quanto efetuar segundo a sua boa vontade (Fp 2.13; Is 14.24). Assim devemos nos empenhar na obra de Deus sabendo que é Ele quem realiza todas as coisas a seu tempo, através de nós.
Is 14.24: “O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará”.
Is 55.10.11: “Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”.
Fp 2.13: “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”.
3. Os muitos frutos – Não preciso ser muito inteligente para entender que numa lavoura nada acontece por acaso. Como vimos acima a frutificação é resultado de um esforço combinado entre Deus que dá a semente, o lavrador (evangelizador) que prepara a terra e a boa semente, etc... Devemos observar que esse processo leva tempo, porém os resultados de uma boa colheita seja para o fazendeiro ou o agricultor celestial concedem um prazer indivisível.
Sl 126.6: “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.
Ec 3.1,2: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou”.
Jo 15.8: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.
3.1 São resultados de intenso trabalho – Uma vez que se há terra para plantar, e esse espaço físico de plantio da evangelização pode ser determinado estrategicamente de acordo com a dimensão. Lembremo-nos de Paulo, que disse acerca da obra missionária e evangelizadora em Corinto, “eu plantei (o evangelho), Apolo regou, mas Deus deu o crescimento” (1 Co 3.6). Embora o trabalho seja penoso tanto do que planta quanto do que rega, a verdade é que Deus dá o crescimento, porém cada um receberá o seu galardão de acordo com o que trabalhou. O trabalho é intenso, silencioso, exige paciência, mas teremos galardão apropriado (1 Co 3.8,14).
Pv 11.18: “O ímpio faz obra falsa, mas para o que semeia justiça haverá galardão fiel”.
Is 40.10: “Eis que o Senhor Deus virá com poder e seu braço dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e o seu salário diante da sua face”.
Jo 4.36: “E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem”.
1 Co 3.4,8: “Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão”.
Cl 3.23,24: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis”.
Ap 22.12: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”.
3.2 Levam tempo para colher – O trabalho da lavoura requer paciência a fim de dar frutos viçosos, pois tudo é ao seu tempo. Ao nos lançarmos no trabalho do Senhor, não devemos estar ansiosos por frutos rápidos, e sim por frutos de grande qualidade. Não devemos permitir que as pressões do momento nos afetem a ponto de querermos forçar um amadurecimento, por que isto não funciona. Frutos de elevada qualidade se manifestarão a seu tempo determinado, tempo esse que não podemos adiantar, se o fizermos, será para prejuízo nosso e da obra de Deus. O lavrador espiritual deve ser um homem, que demonstra grande paciência e esperança depois que tem plantado e regado.
Em 1 Co 3.9, Paulo compara a igreja a uma lavoura: “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus”. Conforme escreve o comentarista o trabalho da lavoura requer paciência e também ordem e no caso da igreja dependência de Deus é o que Paulo mostra em 1 Co 3.6: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”. Muitos hoje não têm paciência não apenas para esperar o amadurecimento do fruto, mas também para ver os frutos se mostrarem. Por esta causa, métodos antibíblicos têm sido utilizados como meio de evangelização. Isto se chama pragmatismo onde a idéia presente é a de que os fins justificam os meios. O que se observa, no entanto é um grande prejuízo para a obra de Deus, pois a qualidade espiritual dos crentes tem sido comprometida, havendo apenas inchaço nas igrejas e em muitas delas práticas que mais se aproximam da idolatria, do misticismo, da numerologia e da feitiçaria do que do evangelho de Jesus Cristo. Atos 2.43-47 mostra que a frutificação e o crescimento saudável de uma igreja ocorre quando esta cresce primeiro no sentido vertical, ou seja, para com Deus. Para isto, a igreja deve investir no ensino da Palavra de Deus de acordo com a doutrina dos apóstolos, na comunhão, na observância quanto aos princípios relacionados à participação na ceia do Senhor, nas orações, na busca do poder de Deus, na obra social, na reverência, no temor que é devido ao Senhor, no genuíno louvor e no anúncio da graça de Deus, pois é desta forma que a igreja poderá experimentar também o crescimento no sentido horizontal, já que conforme At 2.47 diz: “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.
3.3 Plantemos boas sementes – Quando plantamos as sementes em boa terra, elas retornam a nós de forma multiplicada. O Senhor Jesus disse, “a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mt 13.8), por exemplo, lembremos de André, que trouxe Natanael, da mulher samaritana, que trouxe os homens da cidade, de Lázaro, que muitos creram através do seu testemunho espetacular de ressurreição. E por que não dizer também de Pedro, no dia de Pentecostes e do diácono Felipe em Samaria e de Paulo em tantos lugares, etc... Não podemos nos acomodar em não ganhar almas para Cristo. Consideremos mortos e inúteis para Deus se isso estiver acontecendo em nossa vida cristã.
Pv 11.30: “O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio”.
Ec 11.1: “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás”.
Ec 11.6: “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas”.
Lc 17.10: “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer”.