Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Jacó
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara
Texto Áureo: “Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias” (Gn 49.1).
Verdade Aplicada: Como povo de Deus neste mundo, devemos nos ocupar com o futuro, mas nunca nos preocupar com ele.
Objetivos da Lição:
· Ensinar que o Senhor tem um futuro glorioso para o seu povo.
· Mostrar que a Palavra do Senhor se cumpre.
· Apresentar o glorioso caminho do Senhor.
Textos de Referência: Gn 49.3,8,19,20,22,27
Introdução: Nesta lição, serão estudadas as bênçãos impetradas pelo patriarca Jacó aos seus filhos. Um homem que viveu intensamente na companhia de Deus e sua família. Erros e acertos são mencionados na sua biografia. Que possamos ter a posse do que é construtivo para a formação de nosso caráter e dispensar de nossa agenda aquilo que de ruim ele deixou registrado na sua história.
A história de Jacó revela a vida de um homem transformado por Deus. De Jacó, nome este que significa enganador, suplantador, ele é transformado em Israel, príncipe de Deus. Sua história é marcada por acontecimentos onde Deus lhe ensina:
· Que tudo que o homem semeia, ele colhe de volta, e em proporções maiores (Gn 29.21-31.55).
· Que o homem deve reconhecer-se a si mesmo e as suas culpas e sendo assim, o único caminho a ser tomado diante de tal reconhecimento é o do arrependimento e da humilhação diante daquele com quem se errou (Gn 32.22-33.3).
· Que o caminho da obediência e da dependência de Deus é o caminho a ser tomado por aqueles que são tocados por Ele, ainda que a velha natureza relute contra isto (Gn 33.18-35.2).
· Que toda ação de Deus em favor do homem é fruto em primeiro lugar da grandeza, graça e bondade de Deus não somente em relação a si próprio, mas em relação a todos (Gn 34.1-35.6).
· Que uma vida consagrada a Deus é aquilo que o Senhor deseja de seus escolhidos, e toda e qualquer atitude do homem para com Ele deve ser decorrente desta vida de consagração, comunhão, gratidão e amor a Deus (Gn 35.7-15) e não decorrente de uma troca (Gn 28.20-22).
· Que o Deus Todo Poderoso é suficiente em si mesmo para cumprir seus planos e promessas no tempo determinado por Ele mesmo, por isso o homem deve saber esperar em Deus e caminhar sempre segundo a sua vontade (Gn 35.9-15).
· Que apesar da comunhão com Aquele que tem todo poder no céu e na terra, tristezas e sofrimentos decorrentes desta vida advém também aos servos do Senhor, no entanto o Senhor tem o controle de tudo em suas mãos e diante disto, em sua soberana vontade, Ele pode transformar o mal em bem (Gn 35.16-20; 37.1-35; 42.1-45.28).
· Que o único ponto de apoio que o homem possui para que ele veja seus planos concretizados não se encontra em si mesmo, mas em Deus, e sendo assim toda e qualquer situação em relação ao presente e futuro deve ser sempre apresentada diante de Deus, pois em suas mãos devem estar o querer e o efetuar de todas as coisas (Gn 46.1-6; 48.1-21; Hb 11.21).
Rm 15.4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”.
1. Tribos de Rúben, Simeão e Levi – Jacó profetizou para seus filhos Rúben, Simeão e Levi. Foram mencionados fatos históricos destes filhos que geraram alegrias e mágoas escondidas na sua despedida.
Nos momentos finais de sua vida, Jacó reúne seus filhos e profetiza a respeito do futuro que estaria reservado a seus descendentes. Algumas das profecias descritas em Gn 49 se cumprem por ocasião da posse da terra de Canaã pelas 12 tribos de Israel. Outras se cumprirão ainda no futuro, pois estão relacionadas à volta de Jesus quando então Ele reinará na terra sobre todo Israel e sobre as demais nações em seu Reino Milenar depois do período de Tribulação/Grande Tribulação, e daí Jacó se referir em sua fala aos “derradeiros dias”.
As profecias a respeito de Rúben, Simeão e Levi são as primeiras a serem anunciadas por Jacó, seguindo a ordem de seus nascimentos. Eles foram os primeiros filhos de Jacó que lhe nasceram em Padã-Arã, na casa de Labão, fruto de seu casamento com Léia, conforme descrito em Gn 29.32-34: “E concebeu Léia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi”. O nascimento de cada filho trazia sempre a Léia a esperança de ser amada por seu marido, e sendo assim, os nomes que lhes eram dados refletiam esta esperança. Assim, o nome de Rúben significa “eis um filho”; Simeão significa “ouvido” e Levi “juntar”.
Gn 35.21,22: “Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além de Migdal Eder. E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. E eram doze os filhos de Jacó”.
O texto de Gn 35.16-22 relata a partida de Jacó e sua família de Betel, quando então antes de chegarem em Efrata, Raquel vem a morrer em seu trabalho de parto durante o nascimento de Benjamim. Depois de sepultar Raquel, Jacó e sua família passam a habitar em um local chamado Migdal Eder. Foi por esta ocasião que ocorreu o envolvimento entre Rúben e Bila, concubina de Jacó, serva de Raquel, o que trouxe profundo desagrado a Jacó, pois o ato de Rúben se constituía em uma desonra para Jacó, podendo ser considerado um ato de adultério. Em Gn 49.3,4, Jacó traz à sua memória, seu vigor quando mais jovem, por ocasião do nascimento de Rúben. Assim Rúben era a representação destas características na vida de Jacó. Ele reconhece qualidades no caráter de Rúben que demonstravam sua nobreza; tais qualidades, no entanto ficaram manchadas em seu ato incestuoso com Bila, o que leva Rúben a perder perante seu pai seu direito à primogenitura. Entre os atos de nobreza de Rúben encontra-se o fato de que foi ele quem aconselhou seus irmãos a não matarem José, sendo que ele também retornou a cisterna para libertar José (ver Gn 37.21,29). Também em Gn 42.37, Rúben oferece seus dois filhos a Jacó pela segurança de Benjamim. Rúben teve quatro filhos antes de descer ao Egito: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi (ver Gn 46.9). Por ocasião do primeiro censo feito no deserto foi contabilizado um número de quarenta e seis mil e quinhentos homens de vinte anos para cima integrantes da tribo de Rúben, o que indica que a mesma se multiplicara no Egito (ver Nm 1.21). No segundo censo o número foi de quarenta e três mil e setecentos e trinta o que indica que a tribo permaneceu numerosa (ver Nm 26.7). Em Dt 33.6, Moisés profetiza que a tribo de Rúben não desapareceria, e que ela seria numerosa. Tal fato mostra que apesar da tribo não ter ocupado o lugar de liderança na nação de Israel, ela não seria esquecida por Deus, o que indica a graça de Deus sobre os descendentes de Rúben. Na posse da terra prometida, a tribo de Rúben ocupou a região a leste do Jordão.
Gn 49.3,4: “Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o contaminaste; subiu à minha cama”.
1 Cr 5.1: “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado, na genealogia da primogenitura”.
Dt 33.6: “Viva Rúben, e não morra, e que os seus homens não sejam poucos”.
1.2 As Tribos de Simeão e Levi – A Bíblia, no Antigo Testamento, explica devidamente a diferença entre um massacre por decreto divino (Gn 15.16) e uma simples vingança (Am 1.1,6,9). É tão evidente, que não é necessário dizer que, entre os irmãos Simeão e Levi, houve uma simbiose de pecados, e suas armas são instrumentos de anarquia (6.11) e não de justiça de Deus. A violência praticada por eles em Siquém não lhes permitiu serem abençoados devidamente por Jacó. Levi não herdou a bênção da primogenitura; e a herança da terra que a tribo de Simeão herdou, ficava no extremo sul. A inclusão de Simeão, dentro do território de Judá, significou que as duas tribos foram misturando-se cada vez mais, e que Judá se tornou a tribo predominante dentre as duas. Cumpriu-se o que Jacó disse: Que essa tribo se espalharia.
Gn 34.24-26,30: “E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo o homem, de todos os que saíam pela porta da sua cidade. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, os dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todos os homens. Mataram também ao fio da espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram. Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e perizeus; tendo eu pouco povo em número, eles ajuntar-se-ão, e serei destruído, eu e minha casa”.
O texto de Gn 34 trata da violação de Diná por Siquém, filho de Hamor, o que causou um profundo desgosto em seus irmãos. Apesar do erro, Siquém se dispõe a casar com Diná, e diante disto, Hamor propõe fazer uma aliança entre eles e os filhos de Israel. Os filhos de Jacó, considerando então o pacto da circuncisão feito entre Deus e Abraão, propõem que todos os homens de Siquém se circuncidassem como eles, o que prontamente eles aceitam fazer. Simeão e Levi aproveitam-se da fraqueza daqueles homens quando então eles são circuncidados, e num ato de vingança, eles promovem um sangrento massacre sobre toda a população de Siquém. A atitude de Simeão e Levi, no entanto não agrada a Jacó, assim como também não agrada a Deus o sentimento de ódio vingativo no coração de seus filhos; causa, porém espanto ver o evangelho hoje tomado por canções com gosto de sabor de mel, que estão continuamente estimulando o desejo de vingança no coração dos servos de Deus, contrariando aquilo que a Palavra de Deus diz, por exemplo, em Mt 5.44,45 ou em Rm 12.17-21. Em Gn 49.5-7, Jacó traz os fatos relacionados a Siquém à sua memória, e mais uma vez ele mostra seu descontentamento em relação aos irmãos que utilizaram suas espadas como instrumentos de violência, matando homens e arrebatando bois. Uma palavra de maldição é lançada sobre o furor e a ira de seus dois filhos, que ficariam então divididos e espalhados na terra de Israel, o que acabaria enfraquecendo as duas tribos. A maldição, porém é condicional (isto fica subentendido no fato da maldição ser referida sobre o furor e a ira de Simeão e Levi, e não sobre os irmãos diretamente), e sendo assim a mudança de comportamento de seus descendentes desviaria a maldição de sobre si.
Simeão teve 6 filhos Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma mulher cananéia (ver Gn 46.10). Por ocasião do primeiro censo no deserto eles totalizaram cinqüenta e nove mil e trezentos homens de vinte anos para cima (ver Nm 1.21,23). No segundo censo, no entanto o número de homens da tribo de Simeão era bem menor, sendo estes vinte e dois mil e duzentos homens, a menor das tribos que teve por isto sua herança diminuída (ver Nm 26.14,54). Sua sorte na possessão da terra prometida situou-se entre o quinhão dos filhos de Judá (ver Js 19.1,9), fato este que indica que eles estariam continuamente debaixo da influência desta forte tribo que acabaria absorvendo os simeonitas. Eles não desapareceriam, no entanto de todo e sendo assim descendentes de Simeão, nunca deixaram de ser listados nas genealogias de Israel, e desta forma, eles aparecem listados também entre aqueles que se converterão a Jesus no período da Tribulação/Grande Tribulação (ver Ap 7.7).
Gn 49.5-7: “Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó, e os espalharei em Israel”.
Mt 5.44,45: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”.
Rm 12.17-21: “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
Ex 32.25-29: “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. E os filhos de Levi fizeram conforme à palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens. Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai hoje as vossas mãos ao Senhor; porquanto cada um será contra o seu filho e contra o seu irmão; e isto, para que ele vos conceda hoje uma bênção”.
Conforme já visto no ponto 1.2, Levi é citado por Jacó juntamente com Simeão em Gn 49.5-7, pelo fato de ter estado junto a Simeão no massacre em Siquém. Sobre Levi estaria então a profecia de que em Jacó seriam divididos e espalhados em Israel, fato este que acabaria enfraquecendo também esta tribo. Em Ex 32.25-29, o registro bíblico mostra, porém a tribo de Levi se posicionando ao lado de Moisés no caso do bezerro de ouro, o que demonstra a disposição desta tribo em permanecer fiel ao Senhor. Por esta causa, a sorte da tribo de Levi seria mudada e assim ela seria separada para o ofício sacerdotal em Israel. Em Dt 33.8-11, Moisés faz menção à fidelidade de Levi por esta ocasião, quando então eles não estimaram a seus familiares por preferirem guardar a aliança com o Senhor. Os descendentes de Levi não teriam herança na terra (ver Dt 10.8,9), no entanto a eles seriam concedidas 48 cidades distribuídas ao longo de todo território de Israel, onde então eles estabeleceriam suas moradias (ver Js 21.41). Entre estas cidades estavam aquelas que foram designadas “cidades de refúgio”, sendo estas Quedes na Galiléia, na montanha de Naftali, Siquém, na montanha de Efraim, Quiriate-Arba (esta é Hebrom), na montanha de Judá, Bezer, no deserto, na campina da tribo de Rúben, Ramote, em Gileade da tribo de Gade, e Golã, em Basã da tribo de Manasses (ver Js 20.1-9). Apesar de permanecerem assim espalhados, em suas mãos estaria a lei do Senhor e a incumbência de ensiná-la em Israel, e desta forma, pela presença de Deus em suas vidas, a tribo de Levi se manteria forte (ver Dt 31.9; 33.8-11). Levi teve três filhos Gérson, Coate e Merari (ver Gn 46.11). Os descendentes de Coate a partir de Arão formaram a linhagem sacerdotal. Os demais levitas foram encarregados de servirem aos sacerdotes (ver Nm 3.6; 18.1-7). Em Nm 3.39, no primeiro censo em Israel são contados entre os descendentes de Levi de um mês para cima vinte e dois mil homens, fato este que mostra o quão era pequena esta tribo, pois se fossem contados apenas os de vinte anos para cima, como no caso das demais tribos, o número seria menor ainda. No segundo censo, o número de levitas de um mês para cima foi de vinte e três mil homens (ver Nm 26.62); isto mostra que a sorte de Levi, aparentemente, não havia sido ainda mudada, no entanto por ocasião do reinado de Davi, o número de levitas de trinta anos para cima era de trinta e oito mil homens (ver 1 Cr 23.3) o que indica que a tribo se multiplicara, sua sorte, por sua fidelidade ao Senhor por ocasião do bezerro de ouro, de fato foi mudada, e assim a tribo manteve-se forte em Israel, conforme foi vaticinado por Moisés em Dt 33.8-11: “E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá. Aquele que disse a seu pai, e à sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos, e não estimou a seus filhos; pois guardaram a tua palavra e observaram a tua aliança. Ensinaram os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel; puseram incenso no teu nariz, e o holocausto sobre o teu altar. Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem”.
Em relação à pergunta feita pelo comentarista: “Será que existem Levitas na era da igreja?” Apesar dos cantores e músicos atuais advogarem este título para si, isto é anti-bíblico e contrário a revelação da palavra de Deus. Os levitas são exclusivamente aqueles que descendem dos três filhos de Levi, Gerson, Coate e Merari. No período da Tribulação/Grande Tribulação e do Milênio, com a reconstrução do Templo esta tribo estará novamente reunida em Israel exercendo o ministério sacerdotal (ver Ez 40-44). Os crentes pertencentes a igreja, sejam estes cantores ou músicos em nada diferem dos demais cristãos. Todos são vistos como sendo um em Jesus Cristo e todos são integrantes do sacerdócio universal dos crentes em Cristo, pois por meio dEle, o eterno Sumo Sacerdote, todos tem acesso ao Santo dos santos, à presença do Pai Celestial.
1 Pe 2.5: “Vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”.
1 Pe 2.9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Ap 1.6: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém”.
2. Judá, Zebulom, Isaacar e José (Efraim e Manassés) – Agora as bênçãos serão direcionadas aos da tribo de Judá, Zebulom, Issacar, Efraim e Manassés.
Em Gn 49.9-15, Jacó fala a respeito de Judá, Zebulom e Issacar. Somente depois de referir-se a Dã, Gade, Aser e Naftali é que ele se refere a José. O comentarista não segue a seqüência descrita na Bíblia, porém ela é importante porque traz em si um sentido profético, conforme o seguinte comentário feito por Jean Koechlin (2007, p. 84):
“Temos diante de nós outro capítulo de natureza profética. Nessas últimas palavras de Jacó a seus filhos, toda a história do povo de Israel é tratada como se fosse exibida antecipadamente e resumida aqui. Sob os juízes e reis, o povo se corrompeu como Rúben; o povo deixou o Senhor pelos ídolos. Então como no caso de Simeão e Levi, a violência é demonstrada na rejeição dos profetas e do próprio Messias, causando a dispersão do povo judeu entre as nações. Cristo é representado por Judá, a sua tribo de nascimento. O domínio e o cetro do reino são seus. Depois disto, encontramos Israel dispersada debaixo do juízo de Deus em atividades comerciais e ao mesmo tempo odiada pelas nações. Este período atual é personificado em Zebulom e Isaacar. Quanto a Dã, ele representa o anticristo, um judeu que, no futuro próximo, será recebido por Israel como seu Messias. ‘Serpente junto ao caminho’ (v. 17), esta é a terrível figura do poder satânico que então operará sem resistência. Antes desta horripilante perspectiva, o remanescente fiel só então poderá contar com o livramento do alto: ‘a tua salvação espero, ó Senhor!’ (v. 18)”.
Gn 49.8-12: “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite”.
Judá é o quarto filho de Jacó e Léia, tendo ele também nascido em Padã-Arã na casa de Labão. Por ocasião de seu nascimento, Léia expressa através de seu nome que significa “louvor”, o louvor que era devido ao Senhor que lhe concedera a bênção de ser mãe pela quarta vez. Assim, Leia diz: “Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá” (Gn 29.35a). Em Gn 49.8-12, Jacó se refere a Judá mostrando a proeminência que seus descendentes teriam sobre todas as demais tribos que o admirariam por suas vitórias sobre seus inimigos. Jacó compara a tribo de Judá a um leão que, conforme escreve MacDonald (2010, p. 48) “sai em busca da presa e depois retorna para seu lugar de descanso, onde ninguém o ousa perturbar”. Judá teve 5 filhos sendo estes Er, Onã, Selá, Perez e Zerá; Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã (ver Gn 46.12). Judá já era uma tribo numerosa por ocasião do primeiro censo no deserto, sendo o número dos homens de vinte anos para cima setenta e quatro mil e seiscentos (ver Nm 1.27). No segundo censo o total dos homens acima de vinte anos da tribo de Judá era de setenta e seis mil e quinhentos (ver Nm 26.22), assim a tribo permaneceu numerosa e ocuparia, portanto uma boa parte da herança na terra prometida. De Judá veio Davi que ocupou o trono de Israel e a partir dele o cetro não se arredou da tribo de Judá, conforme vaticinado por Jacó, pois mesmo depois da divisão do reino de Israel, a descendência de Davi continuou ocupando o trono sobre o reino de Judá até o cativeiro babilônico. O termo Siló segundo escreve C. F. Pfeiffer (1984, p. 61) significa “Aquele a quem pertence” neste caso, o direito de reinar, e sendo assim fica evidente que o Messias seria oriundo da tribo de Judá, sendo que a Ele se congregarão todos os povos, uma linguagem que parece se referir ao futuro Reino Milenar de Jesus Cristo na terra. Antes, porém dEle ocupar o trono, Ele “amarrará o seu jumentinho à vide”, uma linguagem figurada para Israel, a videira da terra, “e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente” uma linguagem que parece se referir a Jerusalém, a cepa mais excelente, onde então sua roupa seria lavada no vinho, e sua capa em sangue de uvas, linguagem que parece se referir ao sacrifício do Messias, que séculos mais tarde cumprir-se-ia na cruz do Calvário a partir da entrada de Jesus em Jerusalém, sobre um jumentinho, filho de uma jumenta (ver Mt 21.1-9). C. F. Pfeiffer (1984, p. 61) interpreta os versículos de Gn 49.11,12 como se referindo a futura prosperidade da tribo de Judá conforme se descreve abaixo:
“Paz, abundância e prosperidade prevaleceriam na terra de Judá. As vinhas seriam tão viçosas e as uvas tão abundantes que o cavaleiro conquistador poderia amarrar as rédeas do seu cavalo nos grandes ramos e desfrutar de seus frutos suculentos. O vinho seria tão abundante que os homens poderiam lavar suas roupas nele, se assim o quisessem. Uvas excelentes forneceriam o mais fino sustento. Os olhos de Judá não ficariam vermelhos com excesso de bebida (cintilantes de vinho, v. 12), mas ‘brilhantes de prosperidade’ (NBC) e seus dentes seriam ‘mais brancos do que o leite’ (brancos de leite). Isto é, a terra de Judá seria divinamente abençoada”.
Gn 49.13: “Zebulom habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios, e o seu termo será para Sidom”.
Zebulom, nome este que significa morada, o sexto filho de Leia, nasceu também em Padã-Arã, na casa de Labão, sendo que ela vê em seu nascimento mais um momento de esperança quanto ao amor de seu marido: “E disse Lia: Deus me deu uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom” (Gn 30.20). Em Gn 49.13, Jacó profetiza sobre o local de habitação e sobre as atividades comerciais de Zebulom na terra prometida, sendo que seu termo seria nas proximidades de Sidom. Zebulom teve 3 filhos sendo estes Serede, Elom e Jaleel (ver Gn 46.14). No primeiro censo foram totalizados cinqüenta e sete mil e quatrocentos homens da idade de vinte anos para cima da tribo de Zebulom (ver Nm 1.31) e no segundo censo foram contados sessenta mil e quinhentos (ver Nm 26.27). Em Is 9.1, Isaías se refere a Zebulom como que habitando junto ao caminho do mar, além do Jordão, na região da Galiléia. O Novo Dicionário da Bíblia (J. D. Douglas, 1995, p. 1675) se refere a terra de Zebulom como sendo uma terra frutífera (ver 1 Cr 12.40) e além disto diz-se de Zebulom que a tribo detinha uma altíssima reputação de patriotismo em Israel (ver 1 Cr 12.33).
Is 9.1: “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações”.
Mt 4.13-15: “E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações”.
Gn 49.14,15: “Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo”.
Issacar nasceu também em Padã-Arã na casa de Labão e por ocasião de seu nascimento, Leia o viu como sendo uma recompensa de Deus: “Então disse Lia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou-lhe Issacar” (Gn 30.18). Issacar teve 4 filhos sendo estes Tola, Puva, Jó e Sinrom (ver Gn 46.13). Por ocasião do primeiro censo foram contados de vinte anos para cima cinqüenta e quatro mil e quatrocentos homens da tribo de Issacar (ver Nm 1.29). No segundo censo o número foi de sessenta e quatro mil e trezentos (ver Nm 26.25). Segundo o Novo Dicionário da Bíblia (J. D. Douglas, 1995, p. 779) na partilha de Israel, Issacar ficou na região central da planície de Jezreel, sendo seu território localizado entre os montes de Gilboa e Tabor. Acerca da profecia de Gn 49.14,15, C. F. Pfeiffer (1984, p. 62) escreve:
“O quinto filho de Jacó com Lia, está representado como um forte amante, do descanso e do sossego [...]. A palavra hamor, literalmente, jumento [...] designa a forte besta de carga que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre para deitar-se sossegadamente, com tranqüilidade e conforto. Jacó estava predizendo que a Tribo de Issacar se submeteria a invasão dos cananitas que lhe colocaria um jugo. Em vez de lutar, os homens desta tribo submissamente se tornariam escravos dos povos da terra. Preferiram a vergonha e a escravidão em lugar da ação corajosa”.
Gn 49.22-26: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (de onde é o pastor e a pedra de Israel). Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos do abismo que está embaixo, com bênçãos dos seios e da madre. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros eternos; elas estarão sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos”.
José, primeiro filho de Raquel recebeu este nome, pois através dele Raquel expressou o seu desejo de ser mãe novamente. Assim, por ocasião de seu nascimento ela lhe chama José dizendo: “O Senhor me acrescente outro filho” (Gn 30.24). José também nasceu em Padã-Arã na casa de Labão e seus dois filhos Manasses e Efraim nasceram no Egito, fruto de seu relacionamento com uma egípcia de nome Azenate (ver Gn 41.50-52). José através de seus dois filhos recebe o direito de primogenitura herdando assim porção dobrada da herança de seu pai na possessão da terra prometida. Efraim seria uma tribo mais numerosa e, além disto, ela seria também uma influente tribo no Reino do Norte depois da divisão do reino. Efraim por ocasião do primeiro censo no deserto totalizava quarenta mil e quinhentos homens de vinte anos para cima (ver Nm 1.33). No segundo censo o total era de trinta e dois mil e quinhentos (ver Nm 26.37). Os filhos de Manasses contabilizados no primeiro censo foi de trinta e dois mil e duzentos (ver Nm 1.35); no segundo censo foram contabilizados cinqüenta e dois mil e setecentos (ver Nm 26.34). Estes números indicam que seria somente após a possessão da terra prometida que a tribo de Efraim começaria a se sobressair em relação a tribo de Manasses.
Em Gn 49.23,24, Jacó em uma linguagem figurada traz a sua memória os fatos relacionados à separação de José de sua família, quando então ele foi vendido ao Egito. José, porém foi fortalecido “pelas mãos do Valente de Jacó”, ou seja, pelo Deus de Israel. Em Gn 49.22, Jacó se refere a José como um ramo frutífero cujos ramos correm sobre o muro. Tal linguagem indica que a abundância dos frutos provenientes de José ultrapassaria as fronteiras de Israel, sendo assim compartilhados com o mundo. Sendo José “um tipo de Cristo” este versículo pode ser visto como uma figura do futuro Reino Milenar de Jesus Cristo, quando então o “verdadeiro José” estará reinando sobre a nação de Israel ultrapassando suas fronteiras para reinar sobre todo o mundo. Os descendentes de José recebem ainda a promessa de bênçãos abundantes, pois o Deus de seu pai, o Todo-Poderoso os abençoaria, de forma que, nas palavras de C. F. Pfeiffer (1984, p. 63) “de cima, eles teriam chuva e orvalho abundante. De baixo, o solo seria suprido com os ingredientes que produziriam o alimento e as colheitas. Por dom divino especial, a fertilidade entre os homens e os animais garantiria a fertilidade sem limites da família”.
3. Dã, Gade, Aser, Naftali e Benjamim – O que Deus fez por meio de Israel tipifica o que ele quer fazer por meio da igreja. Deus quer que a igreja seja um instrumento abençoador na terra. Onde houver um salvo aí estará a bênção do Senhor. A incumbência da igreja é cumprir a obra restauradora de Deus. A igreja é o vaso de Deus na sua obra de restauração. Israel deveria ser uma bênção na terra para encaminhar as demais nações ao encontro de Deus e hoje a responsabilidade da igreja é pregar o evangelho para que todo o homem tenha conhecimento do Senhor Jesus.
2 Co 5.20: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.
Gn 49.16-18: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás. A tua salvação espero, ó Senhor!”
Dã, filho de Jacó com sua concubina Bila, recebeu seu nome que significa juiz, por parte de Raquel como resultado de seu sentimento por ocasião de seu nascimento em Padã-Arã quando então ela sentiu-se julgada por Deus que ouviu sua voz lhe concedendo um filho através de sua serva. Em Gn 30.6, Raquel se expressa quanto a este momento através das seguintes palavras: “Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome Dã”. Dã teve somente um filho Husim (ver Gn 46.23); a tribo de Dã, porém se multiplicou e por ocasião do primeiro censo eles eram sessenta e dois mil e setecentos homens acima de 20 anos (ver Nm 1.39) e no segundo censo sessenta e quatro mil e quatrocentos. A profecia de Jacó em relação a Dã começa mostrando a tribo julgando seu povo. Esta profecia se concretizou quando Sansão, um descendente de Dã (ver Jz 13.2) julgou o povo de Israel por um período de 20 anos (Jz 16.310). Jacó se refere então a Dã, na seqüência, como uma víbora junto à vereda, sendo que isto pode se referir à idolatria introduzida por Dã a qual fez muitos caírem por este caminho em Israel (ver Jz 18; 1 Rs 12.28-30). O versículo 17 é também considerado por muitos estudiosos como que fazendo uma alusão ao Anticristo que surgirá por ocasião do período da Tribulação/Grande Tribulação, o qual será recebido pelos judeus como se fosse o Messias (ver Jo 5.43). Supõe-se que ele será um descendente da tribo de Dã e daí a tribo não ser listada entre os 144000 assinalados em Ap 7.4-8. Isto não significa, porém que a tribo será de todo rejeitada, pois a tribo é listada em Ez 48.1 como que fazendo parte do Reino Milenar de Jesus Cristo. O Anticristo fará uma aliança com os judeus no período da Tribulação/Grande Tribulação (ver Dn 9.27), um remanescente dos descendentes de Israel, porém será fiel ao Senhor e desta forma, eles estarão, como Jacó se expressa no versículo 18, aguardando a salvação do Senhor durante este período de aflição o qual Israel estará sujeito sob o governo do Anticristo.
Gn 49.19: “Quanto a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim”.
Gade, filho de Jacó com Zilpa sua concubina nasceu também em Padã-Arã e recebeu seu nome por Leia, que se considerou afortunada com o seu nascimento (ver Gn 30.11). Gade teve sete filhos sendo estes Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli (ver Gn 46.16). A tribo de Gade era de quarenta e cinco mil e seiscentos e cinqüenta homens da idade de vinte anos para cima no primeiro censo (ver Nm 1.25). No segundo censo eles eram quarenta mil e quinhentos (ver Nm 26.18). A tribo de Gade recebeu sua porção territorial ao leste do Jordão juntamente com Rúben e meia tribo de Manasses (ver Nm 32.33). Jacó prevê em Gn 49.19 os constantes ataques que eles sofreriam em seu território, no entanto, por fim seriam vitoriosos sobre os seus inimigos.
3.3 As Tribos de Aser e Naftali – Aser foi o oitavo filho de Jacó, filho de Zilpa. O território que coube a essa tribo era extraordinariamente fértil. O nome Aser significa feliz ou abençoado, e o nome cumpriu suas expectativas. Essa prosperidade era tão grande que a tribo haveria de banhar os seus pés em azeite. Essa riqueza trouxe segurança para eles (Dt 33.25). Naftali foi o sexto filho de Jacó e o segundo de Bila. A palavra dita por Jacó sobre Naftali o compara com uma gazela, animal ágil e que se reproduz em grande quantidade. A igreja pode ser comparada com o que se diz de Naftali, porque como uma gazela é livre, a igreja tem essa liberdade e a palavra formosa é o que procede da boca dos que anunciam o evangelho (Sl 45.1).
Gn 49.20,21: “De Aser, o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais. Naftali é uma gazela solta; ele dá palavras formosas”.
Aser, nome este que significa feliz, expressa o sentimento de Leia por ocasião de seu nascimento que ocorreu também em Padã-Arã na casa de Labão: “Então disse Lia: Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou-lhe Aser” (Gn 30.13). Aser teve 4 filhos, sendo listado entre eles também uma filha, irmã deles conforme Gn 46.17: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Sera, a irmã deles. O primeiro censo listou de Aser quarenta e um mil e quinhentos homens da idade de 20 anos para cima (ver Nm 1.41). No segundo censo foram listados cinqüenta e três mil e quatrocentos (ver Nm 26.47). A prosperidade proveniente das terras férteis de Aser produziria iguarias dignas da mesa de um rei, daí Jacó se referir a “delícias reais”.
Naftali, nome este que significa “lutando” expressa o sentimento de Raquel, já que ele é filho de sua serva, por ocasião de seu nascimento também em Padã-Arã, quando então ela diz: “Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e chamou-lhe Naftali” (Gn 30.8). Naftali teve quatro filhos sendo estes Jazeel, Guni, Jezer e Silém (ver Gn 46.24). No primeiro censo os homens de vinte anos para cima totalizavam cinqüenta e três mil e quatrocentos (ver Nm 1.43) e no segundo censo quarenta e cinco mil e quatrocentos (ver Nm 26.50). As palavras de Jacó em Gn 49.21 denotam um notável amor à liberdade por parte de Naftali, porém liberdade para servir ao Senhor levando as boas novas da salvação.
Gade, Aser e Naftali em Gn 49 são listados entre Dã e José. Sendo Dã uma alusão ao Anticristo do período da Tribulação/Grande Tribulação e José um tipo de Cristo em seu Reino Milenar , Gade, Aser e Naftali podem ser vistos como que tipificando o remanescente dos filhos de Israel que passarão pelo período da Tribulação/Grande Tribulação sendo fiéis ao Senhor, apesar da angústia que virá sobre Israel em função do governo do Anticristo. Eles, porém sofrendo perseguição (Gade), serão bem-aventurados crendo em Jesus como seu Messias (Aser), e desta forma, permanecerão firmes anunciando as boas novas da salvação em Cristo Jesus (Naftali).
Gn 49.27: “Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo”.
Benjamim, filho mais novo de Raquel é o único filho de Jacó que nasce na terra de Canaã: “E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim” (Gn 35.16-18). Ele simboliza, portanto dentro do aspecto profético de Gn 49, os descendentes de Israel que serão gerados em Israel durante o período do Reino Milenar de Jesus Cristo na terra, depois do dia de angústia de Jacó, ou seja, das dores de parto do período da Tribulação/Grande Tribulação. Benjamim teve 10 filhos sendo estes Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde (ver Gn 46.21). No primeiro censo no deserto foram contados da tribo de Benjamim trinta e cinco mil e quatrocentos homens acima de 20 anos (ver Nm 1.37) e no segundo censo quarenta e cinco mil e seiscentos (ver Nm 26.41). A profecia de Jacó a respeito de Benjamim mostra seus descendentes como corajosos guerreiros, sendo notável o fato de Saul e Jônatas, seu filho (dois guerreiros) serem descendentes de Benjamim (ver 1 Sm 9.1,2), e Paulo conforme escreve o comentarista (ver Rm 11.1; Fp 3.5).
Referências Bibliográficas:
C. F. Pfeiffer; E. F. Harrison, Comentário Bíblico Moody, 1984, 1ª Ed., Imprensa Batista Regular, São Paulo, SP.
J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia, 1995, 2ª Ed., Edições Vida Nova, São Paulo, SP.
J. Koechlin, Comentário Bíblico do Antigo Testamento, 2007, 1ª Ed., Depósito de Literatura Cristã, Diadema, SP.
W. MacDonald, Comentário Bíblico Popular – Antigo Testamento, 2010, 1ª Ed., Mundo Cristão, São Paulo, SP.
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