sábado, 20 de novembro de 2010

MADEIRA DE ACÁCIA COBERTA DE OURO – UMA FIGURA DA PLENA HUMANIDADE E DA PLENA DIVINDADE DE JESUS

A afirmativa de que Jesus é 100% Deus e 100% Homem é tão verdadeira ou coerente com a Palavra de Deus, que ela está muito bem figurada na analogia apresentada na construção do Tabernáculo, onde para construção da Arca, da Mesa dos Pães da Proposição, do Altar do Incenso, Deus ordenou que fosse utilizado madeira de acácia coberta de ouro puro, sendo que a madeira de acácia, pode ser vista como uma figura da Humanidade de Jesus, enquanto que o ouro, pode ser visto como uma figura da Divindade de Jesus (ver Ex 25.10,11, 23,24; 30.1-3). A analogia é perfeita e muito bem delineada pelo nosso Deus, pois nota-se ali a união (e não a mistura) entre o ouro e a madeira, exatamente o que a Bíblia nos mostra acerca da Pessoa de Jesus, ou seja, a natureza divina e a natureza humana unidas em Sua Única Pessoa.

De forma perfeita podemos perceber o cuidado do nosso Deus na figura apresentada, pois através do conhecimento da química, é certo afirmar que a natureza da madeira em nada é enfraquecida ou modificada pela presença do ouro, assim como a natureza do ouro em nada é enfraquecida ou modificada pela presença da madeira. Em outras palavras, isto significa dizer que na união apresentada (madeira de acácia coberta de ouro formando uma única peça), o ouro é substancialmente e essencialmente mantido intacto, ou seja, nenhuma alteração acontecerá apesar da presença da madeira, e assim o ouro continuará sendo ouro; e da mesma maneira, a madeira é substancialmente e essencialmente mantida intacta, ou seja, nenhuma alteração acontecerá apesar da presença do ouro, e assim a madeira continuará sendo madeira.

Ora, se as páginas das Sagradas Escrituras, divinamente inspirada pelo Espírito Santo nos apresenta tal analogia de forma tão decisiva, com certeza, nós podemos afirmar que na encarnação do Filho de Deus, onde a natureza divina se uniu a natureza humana, a natureza divina, substancialmente e essencialmente, em nada foi alterada pela presença da natureza humana, assim como a natureza humana, substancialmente e essencialmente, conforme foi criada por Deus, ou seja, sem o germe do pecado, em nada foi alterada pela presença da natureza divina, e sendo assim pode-se afirmar, que Jesus, como Homem, é igual a Adão, antes do pecado.

Mas será que estaríamos nós, quando dizemos que Jesus, como Homem, é igual a Adão antes do pecado, desmembrando a natureza humana de Jesus da sua natureza divina? Não, de maneira nenhuma, a natureza Divina/Humana de Jesus é inseparável, elas estão unidas em Sua Pessoa, porém pela analogia apresentada, nós podemos afirmar que ao dizer-se que Jesus, como Homem, é igual a Adão antes do pecado, nós estamos apenas fazendo uma caracterização da natureza humana de Jesus, atestando assim o fato de que Jesus é Verdadeiramente Homem, assim como Ele é Verdadeiramente Deus, ou, de forma equivalente 100% Homem e 100% Deus.

Voltemos então a analogia da madeira de acácia coberta de ouro formando uma única peça. É claro que estando o ouro cobrindo toda a madeira, se nós olharmos esta peça a partir do exterior, nós veremos o ouro, e vendo-o, nós distinguiremos que é ouro, e não teremos dificuldade nenhuma em expressar algumas características da peça baseada na presença do ouro. Então nós diríamos, por exemplo, a peça é constituída de metal, ela é brilhante, é pura, é amarela, é resistente à corrosão etc... Observemos bem, não foi necessário desmembrar o ouro da madeira para distinguirmos o ouro na peça e expressar com isto as qualificações da peça baseado nas características do ouro.

Supondo agora que nós resolvamos investigar esta peça a partir do seu mais profundo interior. Seria necessário então nós percorrermos a peça desde o seu exterior até ao seu interior, e se assim nós fizéssemos, nós veríamos a peça a partir do seu interior. Nós veríamos então a madeira, e não haveria dificuldade nenhuma de nós a identificarmos, pois madeira e ouro são materiais nitidamente distintos, ou seja, suas naturezas são completamente distintas. Observemos bem, não seria necessário separar a madeira do ouro para distinguirmos a presença da madeira na peça, e assim, a partir desta visão, do interior para o exterior, nós poderíamos expressar as qualificações da peça baseado nas características da madeira. Então nós diríamos, a peça é constituída de material orgânico, ela é lenhosa, ela não é brilhante, ela tem uma cor amarronzada etc...

Ora, tudo isto é extremamente instrutivo para nós, pois é exatamente isto que nós fazemos quando distinguimos a natureza divina de Jesus da sua natureza humana, nós apenas estamos identificando e caracterizando-as e para isto não é necessário a separação ou o desmembramento da natureza Humana/Divina de Jesus uma da outra. A distinção, no caso em questão, nada mais é do que o reconhecimento daquilo que é, e, portanto, a partir dela, nós podemos dizer frases tais como: Jesus, como Deus é imortal, pois Deus não morre, no entanto, como Homem, Ele morreu na cruz do calvário, no lugar de cada pecador. Vejamos outros exemplos de frases que podem ser elaboradas a partir da distinção das duas naturezas de Jesus (lembrando sempre que o termo distinção, no caso em questão, não equivale a separação, mas sim a uma identificação ou caracterização daquilo que é):

·   Como Deus, Jesus afirmou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30); como Homem, Jesus disse: “O Pai é maior do que Eu” (Jo 14.28).

·   Como Deus, Jesus é eterno (ver Is 9.6; Mq 5.2), como Homem, Ele foi gerado no ventre de Maria (ver Lc 1.31).

·   Como Deus, Jesus é maior do que os anjos (ver Hb 1.5-8), como Homem, Ele foi feito menor do que os anjos (ver Hb 2.7,9).

·   Como Deus, Jesus é o Todo Poderoso (ver Mc 4.41), como Homem, tendo vencido o pecado, a tentação, o diabo, o mundo, obtendo assim completa vitória em sua obediência ao Pai Celestial até a morte, e morte de cruz, Ele pode dizer: “É me dado todo o poder no céu e na terra...” (Mt 28.18).

·   Como Deus, Jesus jamais poderia ser tentado (ver Tg 1.13), como Homem, Ele foi tentado e resistiu à tentação num grau de resistência maior do que qualquer homem, o que de maneira nenhuma foi fácil, caso contrário, Ele não teria chegado a suar gotas de sangue (ver Lc 22.44).

·   Como Deus, Jesus não precisaria ser consolado, como Homem, Ele foi consolado no jardim do Getsêmani, para desta forma, suportar a tentação e assim cumprir o caminho que lhe estava proposto (ver Lc 22.43).

·   Como Deus, Jesus não precisaria obedecer (ver Jo 1.3), como Homem, Ele teve que aprender a obediência (ver Hb 5.8).

·   Como Deus, Jesus não precisaria orar ao Pai Celestial, como Homem, Ele orou, escolheu fazer a vontade do Pai Celestial, e a ela se sujeitou em perfeita obediência (ver Lc 22.42; Hb 5.7).

·   Como Deus, Jesus não precisaria ser ungido pelo Espírito Santo, como Homem, Ele foi ungido pelo Espírito Santo para assim cumprir seu ministério (ver Lc 4.18).

·   Como Deus, Jesus é substancialmente e essencialmente igual ao Pai Celestial (ver Jo 1.1-3), como Homem, Jesus é substancialmente e essencialmente igual a Adão, antes do pecado, ou substancialmente e essencialmente semelhante a nós (ver Jo 1.14; Rm 8.3; Fp 2.7; Hb 2.14,17), claro, neste caso, sendo usado o termo “semelhante” no sentido de preservar o fato de que em Jesus não havia pecado (ver 1 Jo 3.5), e de que Ele nunca pecou (ver 1 Pe 1.22), enquanto que, cada um de nós, a partir da queda, trazemos em nós o “germe do pecado” (ver Rm 3.23; 5.12,19, 1 Jo 1.8).

Ora, se esta última afirmação onde é feito a identificação da humanidade de Jesus à humanidade de Adão antes do pecado, ou à nossa humanidade (neste caso, porém preservando o fato de que Jesus não pecou e de que nEle não havia pecado) não pode ser feita, então nenhuma das anteriores pode ser feita, porém em todas elas é necessário fazer-se a distinção das duas naturezas para que os fatos possam ser compreendidos.

Outro ponto importante de ser esclarecido é o de que se nós não pudermos fazer a distinção entre as duas naturezas de Jesus, então nós estaremos correndo o risco de tratar a encarnação do Filho de Deus não como uma união entre a natureza divina e humana, mas sim, como uma mistura (uma falsa doutrina que já foi inclusive propagada por um homem chamado Witness Lee, fundador de uma seita). Porque isto seria um risco? Porque a união permite a distinção das duas naturezas de forma clara, plena e natural, a mistura, porém não permitiria esta plena distinção em todos os seus aspectos, e aí sim, seria necessário o desmembramento da natureza Divina/Humana de Jesus para que estas fossem plenamente identificadas.

Bem, a analogia nos permitiria traçar ainda outros paralelos. A partir do conhecimento da química da madeira poderíamos traçar, por exemplo, um paralelo com alguns fatores intrínsecos da natureza humana, mas penso que o que foi apresentado já nos permite ampliar o nosso entendimento, claro, somente até onde nossa limitação humana nos permite ir. Posso dizer ainda, para finalizar, que ao reler a declaração de fé do Concílio de Calcedónia (451 d.C), me maravilhei de ver que tudo isto que foi acima expresso, já estava, de certa forma, expresso nas linhas do que foi deixado para nós escrito, conforme pode-se verificar no presente texto abaixo:

“Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na divindade, perfeito na humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; (...) consubstancial ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado; (...) em duas naturezas inconfundíveis e imutáveis, indivisíveis e inseparáveis; a distinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor...”.

Tudo isto nos mostra que de forma grandiosa o nosso Deus, através do Espírito Santo e da sua Palavra, guiou a mente destes homens para que assim eles pudessem expressar a natureza Divina/Humana de Jesus de forma tão clara e tão harmoniosa com aquilo que a Palavra nos revela. Bendito seja para sempre o nome do Senhor nosso Deus, eternamente existente nas Pessoas do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

                                                                                 Magda Narciso Leite

6 comentários:

Esdras Costa Bentho disse...

Kharis kai eirene

Prezada Magda, meus parabéns pelo artigo. Acrescentei o su blog em minha lista de blogs preferidos.


Esdras Bentho

Magda disse...

Prezado Esdras,

Agradeço as suas palavras e sua honrosa visita em meu blog. Estarei também acrescentando o seu blog em minha lista de blogs preferidos.

Que a paz do Senhor seja contigo.

Magda.

Magda disse...

Prezado Francisco de Aquino,

Agradeço sua visita e suas palavras de apreço pelo blog. Já visitei o teu blog e encontrei diversos artigos que me interessam quanto a sua leitura. Também te parabenizo pelo conteúdo cristão ali contido. Estarei acrescentando o seu blog entre os meus favoritos. Que a paz do Senhor seja contigo.

Fernando disse...

A Paz, irmã Magda!

Muito esclarecedor o exemplo bíblico da madeira de acácia coberta de ouro! O ensino sobre as duas naturezas de Cristo não é um detalhe menor, como alguns poderiam pensar; é uma verdade fundamental, capaz de jogar por terra uma série de heresias!

Pb Jorge Luiz disse...

Prezada irmã Magda.
Parabéns pelo artigo

Que Deus Continue lhe abençoando com mais preciosos artigos.

Vou adicionar o seu blog na minha lista e indicar para o corpo docente da AdCruz

Pb Jorge Luiz
Superintendente
Assembléia de Deus
Cruzeiro Velho
Brasília-DF

Magda disse...

Irmão Pb Jorge Luiz,

Obrigado pelo incentivo, que o Senhor nosso Deus seja glorificado por meio do nosso amado Senhor Jesus Cristo.

Deus abençoe também todo o trabalho de vocês.

Na paz do Senhor,

Magda