sábado, 12 de março de 2011

LIÇÃO 11 - ANTIOQUIA, UMA IGREJA QUE ROMPE BARREIRAS

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Atos dos Apóstolos
Prof. Dc João Paulo Cruz – Classe Bereanos

Primeiro Contato

Em Atos 13 o horizonte de Lucas se alarga, pois o nome de Jesus seria maciçamente testemunhado além da Judéia e Samaria. A partir de Antioquia chegaria aos confins da terra. Os dois diáconos evangelistas prepararam o caminho. Estevão através de seu ensino e martírio, Filipe através de sua evangelização ousada junto aos samaritanos e ao etíope. O mesmo efeito tiveram as duas principais conversões relatadas por Lucas, a de Saulo, que também fora comissionado a ser o apóstolo dos gentios, e a de Cornélio, através do apóstolo Pedro. Evangelistas anônimos também pregaram o evangelho aos “helenistas” em Antioquia. Mas sempre a ação esteve limitada à Palestina e à Síria. Ninguém tinha tido a visão de levar as boas novas às nações além mar, apesar de Chipre ter sido mencionada em At 11.19. Agora, finalmente, vai ser dado esse passo significativo.

Verdade Aplicada

Quando estudamos a parte da teologia sistemática pneumatologia – doutrina do Espírito Santo – entendemos perfeitamente que é muito mais que um simples cartão de visita. Uma igreja pode muito bem viver sem um cartão de visita, mas o corpo de Cristo jamais seria vivo sem a presença atuante da Terceira Pessoa da Trindade. O Espírito faz muito mais que apresentar uma boa impressão para quem chega. Além de governar a vida da igreja, ele exerce ministérios pessoais na vida dos seres humanos, seja na esfera da redenção ou não:

·   Ele convence as pessoas Jo 16.8-11
·   Ele guia as pessoas a verdade Jo 16.13
·   Ele consola pessoas Jo 14.16; 15.26; 16.7
·   Ele inspira pessoas 2 Pe 1.21; 1 Pe 1.11
·   Ele comunica vida as pessoas 1 Jo 3.9
·   Ele santifica a vida dos pecadores 1 Pe 1.2

1. Antioquia a primeira igreja gentílica
1.1 A cidade de Antioquia
1.2 Antioquia uma igreja guiada pela mão do Senhor
1.3 Antioquia uma igreja impactante

A população cosmopolita de Antioquia se refletia nos membros de sua igreja e até mesmo em sua liderança, que consistia em cinco profetas e mestres que moravam na cidade. Lucas não explica a diferença entre esses ministérios, nem se todos os cinco exerciam ambos os ministérios ou se os primeiros três eram profetas e os últimos dois mestres. Ele só nos dá os seus nomes. O primeiro era Barnabé, que foi descrito com “um levita, natural de Chipre” (At 4.36). O segundo era Simeão que tinha o sobrenome de Níger, que significa negro, provavelmente um africano e supostamente ninguém menos que Simão Cireneu, que carregou a cruz para Jesus. O terceiro era Lúcio de Cirene e alguns conjecturam que Lucas se referia a si mesmo o que é muito improvável já que ele preserva seu anonimato em todo o livro. Havia também Manaém, em grego chamado o “syntrophos” de Herodes o tetrarca, isto é, de Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande. A palavra pode significar que Manaém foi “criado” com ele de forma geral ou mais especificamente que era seu irmão de leite. O quinto líder era Saulo. Estes cinco homens simbolizavam a diversidade étnica e cultural de Antioquia e da própria igreja[1]. Antioquia era a terceira cidade mais importante do Império Romano (depois de Roma e Alexandria). Nela surgiu a primeira igreja cristã constituída, em sua maioria por gentios convertidos. De Antioquia partiram três grandes viagens missionárias de Paulo (At 13.1-4; 15.40; 18.23). Barnabé era de Chipre, Lucio de Cirene e os filhos de Simão, bem conhecidos da igreja primitiva (Mc 15.21; Rm 16.15). É interessante notar que os fundadores das igrejas de Roma e Antioquia era leigos. Jesus Cristo passa a ser apresentado aos gentios como Senhor (em grego Kurios), pois o Messias e seu ministério estão mais relacionados com Israel e seu povo (At 2.36; 5.42; 8.5; 9.22).
Por legalistas entendemos serem todos aqueles que baseiam sua salvação em formalidades religiosas e boas obras. Os ensinos do Novo Testamento são claros e definitivamente contrários a esse tipo de comportamento, acusando-o de hipócrita e incapaz de produzir uma vida cristã que agrade a Deus. A livre interpretação da Bíblia na atualidade, com seu pragmatismo exacerbado, sobretudo com o advento da teologia da prosperidade, atingiu em cheio as instituições religiosas, sobretudo aquelas que tradicionalmente desenvolveram um modelo de fé evangélica do tipo “ortodoxa”, com apego a um alto padrão de conduta cristã que inclui uma moralidade rígida e adoção de usos e costumes. Modernas denominações religiosas que adotam a flexibilização de determinadas atitudes comportamentais, à revelia da Palavra de Deus, procuram justificar seus atos atacando todos quantos optem por manter um padrão de conduta de acordo com o modelo recebido das lideranças que os antecederam e que pautaram suas vidas pelos ensinos das Sagradas Escrituras. Esses indiscriminadamente são chamados de legalistas por uma nova geração de crentes que estão cada vez mais empenhados em produzir um modo de ser cristão à sua própria maneira. Lendo uma pequena obra literária publicada pela Imprensa Batista Regular,  o autor discorre acerca de Cristo e dos líderes religiosos da sua época, chamando nossa atenção para o contexto em que essas divergências atingiram seu ápice. Tanto Cristo como o apóstolo Paulo empreenderam muitos esforços em combater a religião de aparências e o formalismo que caracteriza a legalidade segundo a Bíblia. O que os líderes religiosos da época de Jesus e de Paulo ensinavam e acreditavam contradizia os princípios do Reino de Deus, mas eles estavam tão cheios de si mesmos a ponto de se considerarem bem sucedidos em ganhar a aprovação de Deus, viam a si mesmos como povo de Deus e especialmente favorecidos, orgulhosos de sua atuação religiosa. Mas o que exatamente fez com que todos esses fossem taxados de legalistas pelas Escrituras?

·  A aparência exterior: Eles limpavam “o lado exterior do copo e do prato” – Lc 11.39.
· Seu separatismo: Quando Jesus recebia publicanos e pecadores, eles murmuravam dizendo “esse homem recebe pecadores e come com eles” – Lc 15.2.
·  Seu dízimo sistemático: Davam o dízimo tão religiosamente que até dez por cento dos seus  temperos eles dizimavam, “porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças” – Lc 11.42.
·  Sua observância dos dias santos religiosos. Eles acrescentavam regras sobre o sábado muito além do requerido pela lei – Mc 12.1-13.
·  Sua veneração a líderes religiosos mortos: “Vós edificais os sepulcros dos profetas e adornais os túmulos dos justos” – Mt 23.29.
·  Zelo em testemunhar: Buscavam converter outras pessoas ao seu próprio modo de vida, “rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito” – Mt 23.15.
·   Suas orações públicas impressionantes: “Eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças” – Mt 6.5.
·   O desprezo para com aqueles que não seguiam as mesmas regras: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão” – Mt 15.2.

Não apenas isso, mas essa pequena mostra já nos induz refletir um pouco acerca do tipo de crente que devemos ser ou não. A falta de conhecimento da Palavra de Deus hoje é tão nociva quanto foi em épocas passadas e continua fazendo estragos irreparáveis. Há, em alguns círculos acadêmicos, uma ilustração muito utilizada para representar o perigo da falta de discernimento: “É preciso cuidado quando jogar a água da banheira fora para não jogar também o bebê”. Há cristãos legalistas em todos os meios religiosos e os excessos precisam ser combatidos, sejam quais forem as suas formas de apresentação, mas um adequado posicionamento cristão precisa ser defendido com amor e conhecimento das escrituras. Associar os usos e costumes à legalismo e combatê-los simplesmente pelo fato de serem humanamente constituídos é também uma forma de legalismo, e demonstra um grande desconhecimento do tratamento que a Bíblia dispensa a esse assunto. O melhor é permanecer “firmes na liberdade com que Cristo nos libertou” (Gl 5.1), servindo a Deus com inteireza de coração (1 Rs 9.4), na reta medida que Deus nos deu (2 Co 10.13), pois sabemos que “o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” Hb 5.14[2].

2. O desafio de Barnabé
2.1 A visão de Barnabé
2.2  Uma escolha acertada
2.3  O reconhecimento

Barnabé - Há muito mais escrito sobre esse homem do que sobre a maioria dos apóstolos e seu ministério público provavelmente se não se assemelha ao ministério da maioria dos apóstolos, ultrapassa-os. Provavelmente, muito do que há registrado sobre ele tenha sido escrito por causa de sua forte ligação a Paulo. Vendeu suas terras e deu tudo o que recebeu ao Senhor. Era também um homem que gostava de ajudar as pessoas totalmente desprovidas. Quando os apóstolos mostraram-se céticos com relação a reputação passada de Paulo (At 9.26), foi Barnabé quem falou por ele (At 9.27-29). João Marcos falhou miseravelmente com relação ao seu dever, na primeira viagem missionária (At 13.13). Por causa disto, Paulo não quis dar outra chance a ele (At 15.38). Barnabé, porém, insistiu que lhe dessem nova chance (At 15.37,39). O resultado da insistência de Barnabé foi um trabalhador muito produtivo na vinha do Senhor. Isso foi mais tarde reconhecido pelo próprio Paulo (2 Tm 4.11). Barnabé certamente estava entre os setenta enviados pelo Senhor em Lucas 10.1-12. Concluímos isso a partir de dois fatos: Primeiro, estava bem ligado aos apóstolos na época da conversão de Paulo (At 9.26,27). Segundo, tinha poderes apostólicos e participava com Paulo na operação de diversos milagres. Podemos tender a sentir alguma disputa contra Barnabé por causa de sua divergência inflamada com Paulo (At 15.37-39). Nesse caso Barnabé parecia estar certo e Paulo parece ter admitido isso em 2 Tm 4.11. Além disso, ao invés de um, surgiram dois grupos missionários da persistência de Barnabé (At 15.39,40)[3]. Podemos ver, portanto, que Deus transforma situações, em princípio vistas como não sendo boa, em benefícios para sua obra.

3. Antioquia, uma igreja sensível a voz do Espírito 

Primeiramente vamos entender o que o comentarista nos diz sobre “igreja dos sonhos”. Segundo ele, esta igreja seria formada por membros Barnabé, Ágapo, entre outros. Não desmerecendo estes personagens bíblicas que nos servem de exemplo, mas entendo como igreja dos sonhos aquela que será inaugurada com o arrebatamento. Nesta igreja não haverá erros, morte, pecado, e nenhum outro tipo de concupsciência, já que todos os seus membros já estarão com corpo incorruptível e glorificado. 

3.1 Em Antioquia havia uma direção sobrenatural

Precisamos entender também dom de profecia e ministério profético:

·  Profetas (ministério profético) são homens que falam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e a pureza da igreja. Possuiam funções como: Proclamar e interpretar as Escrituras. Sua mensagem visa admoestar, exortar, consolar e edificar.
·  Dom de profecia: Manifestação do Espírito, disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). Capacita ao cristão transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo, não se trata de um sermão previamente preparado.

3.2  Em Antioquia havia uma delegação sobrenatural

Delegação: É a atribuição de responsabilidade e autoridade a um nível hierárquico inferior (delegado), para que este execute determinada tarefa (delegada), a qual compete ao nível hierárquico superior (delegante)[4].
Uma igreja que estava com tudo perfeito contraria a verdade bíblica que precisamos sempre melhorar.

2 Co 3.18: "Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor".

Hb 6.1: "Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus..."

Fp 3.12: "Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus".

1 Pe1.4: "Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós..."

3.3  Em Antioquia o Senhor era Soberano

2 Tm 3.1-5: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te".

2 Pe 2.1: "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição".

4. Antioquia, o nosso modelo de igreja

Antes mesmo de Antioquia ser o nosso exemplo temos um paradigma maior: Jesus Cristo.

1 Tm 1.16: "Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna".

1 Pe 2.21: "Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas".

Rm 15.5: "Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus".

4.1 Antioquia, uma igreja que cumpria a grande comissão
  
Jo 8.32: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

Jo 17.17: "Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade".

4.2 Os crentes de Antioquia não viviam isolados

At 2.42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações".

1 Jo 1.7: "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado". 
     
4.3 Antioquia, servia ao Senhor com jejum e oração

2 Pe 3.18: "Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade".

Cl 4.2: "Perseverai em oração, velando nela com ação de graças".

Rm 12.12: "Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração".

Fp 4.6: "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças".

Is 58.5-7: "Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao SENHOR? Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?"

Conclusão 

At 11.21: "A mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor".

Quando buscamos sinceramente ao Senhor, fazemos sua obra com zelo e responsabillidade, adoramos em Espírito e em Verdade, temos em mente que dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas, vemos o agir de Deus em nossas vidas ministeriais como sinal de que sua mão é conosco.

"Quando a Palavra de Deus converte um homem, tira dele o desespero, mas não a capacidade de arrepender-se" (Charles H. Spurgeon).

Referências Bibliográficas:

quarta-feira, 2 de março de 2011

LIÇÃO 10 - A PALAVRA DO EVANGELHO ENTRE OS GENTIOS

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Atos dos Apóstolos
Profª. Dcª Linda Saraiva Arruda - Classe Bereanos

Texto Áureo: “A este dão testemunho todos os profetas de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43).

Texto de referência: At 10.34-37

Segundo a Bíblia Explicada, este texto nos mostra:

Primeiro: O que Pedro reconheceu depois da visão e após ouvir as palavras de Cornélio, de que Deus não fazia acepção de pessoas (v. 34). 1Sm 16.7b: “...Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”.
Segundo: O que agrada a Deus: “Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (v. 35). Sl 15.1-2: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente no seu coração”.
Terceiro: Qual foi a palavra que Deus enviou? “A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos)” (v. 36).
Quarto: Onde essa palavra foi anunciada pela primeira vez, e até onde se espalhou? “Esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois do batismo que João pregou” (v. 37).
Quinto: Duas coisas que Jesus de Nazaré fez (que resume seu ministério) – seu preparo espiritual e sobrenatural para esta obra: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (v. 38).

Introdução O número dos fiéis ia crescendo cada vez mais...

At 5.42: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.

At 2.47: “Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.

Muitos milagres eram operados entre o povo:

At 3.6,7: “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram”.

At 6.8:  “E Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”.

At 8.6,7: “E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia. Pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curado”.

A popularidade dos apóstolos estava em alta:

At 5.12,13: “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima”.

Mas, a mensagem do evangelho estava sendo levada somente aos judeus, embora tivesse uma dimensão universal.

Até este capítulo, o evangelho tinha sido pregado somente entre os judeus e samaritanos. Fazia, talvez, uns dez anos desde o pentecoste. A mensagem do evangelho era universal, no entanto é importante compreender que antes de atingir os gentios, a igreja deveria estar bem fundamentada na doutrina dos apóstolos, daí a importância do tempo que se passou desde o dia de pentecostes até a conversão do primeiro gentio, no caso, até a conversão de Cornélio.

Acerca da universalidade do evangelho:

At 1.8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”.

Is 49.6: “Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra”.

1. Deus prepara um encontro Era necessário estabelecer uma conexão entre igreja e gentios...

Conexão - Ligação; relação; peça ou dispositivo que liga dois condutos, ou que serve como passagem ou comunicação.

Mas esta conexão não acontecia. Por quê? Porque a iniciativa para a salvação dos homens é de Deus e não do próprio homem.

Deus fez com que gentios procurassem a igreja, representada por alguém como Pedro... Quanto a ser Pedro o representante da igreja, podemos observar  ele mesmo descrevendo esse privilégio:

At 15.7: “E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem”.

Em Mt 16.19 Jesus disse a Pedro: “E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. As chaves dadas a Pedro representam a essencial honra que lhe foi concedida: A de ser o 1º a anunciar o evangelho aos judeus (no pentecostes) e aos gentios (na casa de Cornélio), tendo sido o Espírito Santo dado do céu em cada uma destas duas ocasiões.

1.1 A Visão de Cornélio (At 10.1-7)

Centurião – Era o comandante; oficial de 100 homens entre o exército romano. Cornélio era um centurião da corte italiana e piedoso, cuja reputação era admirada entre os Judeus. At 10.1,2: “E havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da coorte chamada italiana. Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus”. Podemos observar que ele tinha muitas qualidades e boas obras, a passagem, no entanto, confirma que apesar das boas obras, nenhum homem pode ser salvo se não for por meio da fé em Jesus Cristo.


Gl 2.16: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”.

Ef 2.8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Não sendo por meio das obras que o homem pode ser salvo, pois estas não podem purificar ou livrar os homens dos seus pecados, Cornélio deveria conhecer o caminho que o levaria a Deus, e por conseguinte à salvação eterna: Jo14.6: "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

1.2 A Visão de Pedro (At 10.10-16)

At 10.11-13: “E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra, no qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come”.

O significado da visão:

·   Os animais impuros significavam os gentios.
·   As quatro pontas do lençol significa os 4 pontos cardeiais: Norte, Sul, Leste e Oeste.  Assim, Deus mostra a Pedro a universalidade do evangelho estendido a todas as nações de norte a sul, de leste a oeste.
·   Além disto, a visão mostra também o fim das restrições dietéticas, conforme era determinado no livro de Levítico. At 10.15: “E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou”. É exatamente isto que Paulo diz a Timóteo: 1 Tm 4.1-4: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.

1.3 Pedro vai a Cesaréia (At 10.23,24) Pedro questionou a visão.

At 10.14: “Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda”. Observemos que:

·   Pedro estava em oração quando recebeu a visão. Não é com vida de qualquer maneira que se recebe revelações de Deus, mas com a vida no altar do Senhor. Jr 33.3: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. 2 Co 12.4: “Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar”. Paulo ouviu coisas inefáveis que ao homen não é lícito falar; mas olha a vida que ele tinha com Deus e para Deus.
·   Foi natural Pedro questionar, pois era uma revelação que parecia contradizer um mandamento da palavra de Deus. Dt 14.3-27: “Nenhuma coisa abominável comereis. Estes são os animais que comereis: O boi, a ovelha, e a cabra. O veado e a corça, e o búfalo, e a cabra montês, e o texugo, e a camurça, e o gamo. Todo o animal que tem unhas fendidas, divididas em duas, que rumina, entre os animais, aquilo comereis...” Lv 11.4: “Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo”. Lv 20.25: “Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas”.
·   Pedro fez bem em meditar a respeito da visão. Ef 5.15: “Portanto, vede prudentemente como andais não como néscios, mas como sábios”.
·   Sua atitude demonstrou prudência. Pv 7.4: “Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e à prudência chama de tua parenta”.

Mas, Deus, repetiu a visão por 3 vezes confirmando a mesma e, quando Pedro ainda estava pensando acerca da visão, os varões, enviados por Cornélio, chegaram procurando por ele, e Deus confirma dizendo: At 10.19-20: “E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei”. Com a chegada dos varões, servos de Cornélio, Pedro encontra a interpretação. No dia seguinte, Pedro vai com eles, levando junto alguns irmãos. Note a coerência de Deus: Deus deu a visão a Pedro, mas antes tinha dado também a Cornélio. Assim, Deus deixa tudo esclarecido e Pedro não é desobediente à visão, pois Ele entende que Deus estava lhe revelando e dirigindo os acontecimentos.

Am 3.7: “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”.

1 Co 14.33: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos”.

2. O encontro entre Pedro e Cornélio Seria motivo para se preocupar, pois os de Jerusalém ficariam sabendo logo que esteve em companhia de gentios.

Isto realmente aconteceu: At 11.2,3: “E, subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão dizendo: Entraste em casa de varões incircuncisos, e comeste com eles”. Para os judeus em Jerusalém, a barreira entre judeus e gentios ainda existia, mas a Pedro já tinha acontecido à visão e a revelação de Deus. Deus o preparara e o capacitara para essa obra, por isto Deus deixaria um sinal para que a igreja em Jerusalém viesse a entender e a aceitar que aquela obra era de Deus e não do próprio Pedro. Este sinal foi o Espírito Santo que caiu sobre Cornélio e toda a sua casa antes mesmos que estes viessem a ser batizados em água. At 11.15-18: “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. Portanto, se Deus lhe deu o mesmo dom que a nos, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era, então eu, para que pudesse resistir a Deus? E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade, até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida”. Guiado pelo Espírito Santo e andando por fé não haveria quem pudesse vir a disputar com Pedro: Is 50.8: “Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? Compareçamos juntamente; quem é meu adversário? Chegue-se para mim”.
Observemos também que apesar da visão e da revelação já ter sido concedida a Pedro, ele não se fez arrogante com os irmãos judeus, mas como servo fiel, ele explicou o que acontecera. A atitude de Pedro provou o que ele aprendeu com Jesus.

Mt 11.29: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para a vossa alma”.

Mt 5.9: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.

2.1 Os primeiros momentos

Na casa de Cornélio estavam os familiares e amigos íntimos.

·   Um bom terreno preparado. Era só o semeador semear. Mt 13.8: “E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta”. Mt 13.23: “Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta”.
·   Quando Deus envia, Ele prepara caminho. Is 45.2: “Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro”.
·   Cornélio chama a família e amigos. Mostra a disposição em doar, dividir, o que certamente ele receberia. At 2.39: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a  todos os que estão longe; a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”.
·   Quanto a Cornélio tentar adorar a Pedro: Vemos em Pedro posição de servo. Não buscou glória de homens, assim como Jesus não buscou a glória dos homens. Jo 5.41: “Eu não recebo glória dos homens”.
·   Pedro reconhecia quem era ele e não se orgulhou. Ap 19.1: “E, depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus”. Salvação, glória e honra pertencem a Deus. Pedro sabia bem disto, assim como também os anjos que servem ao Senhor. Ap 22.8,9: “E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”.

2.2 A razão de sua chamada Pedro já sabia do que se tratava quando ali chegou... mas queria ouvir da boca do próprio Cornélio.

Pedro diz a eles: At 10.28: “E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo”. Com essas palavras, Pedro deixa claro que estava passando por cima de uma barreira da tradição judaica e do que recebera da lei, porque:

·   Deus falou com ele: Deus mostrou-lhe que a nenhum homem chame comum ou imundo. At 10.34: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas”.
·   Deus não faz acepção de pessoas e Pedro reconheceu isto, e nós também precisamos entender que só pensamos acertadamente em nosso semelhante quando nele pensamos como Deus pensa. Portanto, andemos guiados pelo Espírito Santo. Gl 5.18: “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei”.
·   Paulo fala da salvação como tendo sido manifestada em favor de todos os homens: Tt 2.11-14: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens. Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo. O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.”
·   Precisamos ser instruídos pelo Senhor. 1 Co 4.5: “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor”.

2.3 A explicação de Cornélio  Note bem, um pagão que ora, jejua, dá esmolas, tem bom testemunho, recebe visita de um anjo, era, sem dúvida, uma pessoa muito especial para Deus, mas carecia da mensagem salvadora em Jesus Cristo.


Ver ítem 1.1

3. A mensagem de Pedro  Estavam desejosos de ouví-lo.

Sedentos = Com sede de Deus; da sua palavra.

Sl 42.2: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?”

Is 44.3: “Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes”.

Is 55.1: “O vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite”.

Jo 7.37: “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba”.

Ap 22.17: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida”.

Pedro tinha uma declaração concisa de Boas Novas

Conciso: Em que há concisão. Resumido. Concisão: Exposição das ideias em poucas palavras. Preciso. Exatidão.

Is 52.7: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!”

3.1 O conteúdo da mensagem

A mensagem de Pedro era Cristo.

Quanto a ser agradável a Deus, aquele que o teme e faz o que é justo.

Pv 1.7: “O temor do Senhor é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”.

Ec 8.12: Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza, que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temem diante dele”.

Ec 12.13: De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem”.

Sl 34.17: Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias”.

Sl 34.19: Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”.
Sl 37.25: Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão”.

O comentarista diz acerca de 5 pontos principais que estavam na pregação de Pedro e que devem nortear a pregação do evangelho.

1) A mensagem de Jesus era de paz em seu ministério.

Jo 14.27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

Jo 16.33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.

Rm 5.1: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”.

Rm 14.17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.

2) Jesus de Nazaré foi um homem ungido por Deus; unção esta que lhe capacitava a curar e libertar todos os oprimidos do diabo.

1 Jo.3.8b: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo”.

3) Apesar de todo o bem que foi feito, Jesus foi condenado a morrer pendurado num madeiro.

Gl 3.13: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.

Is 53 4-5: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

4) Jesus ressucitou dentre os mortos ao terceiro dia.

Mt 28.5-6: “Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia”.

Ap 1.17-18: “E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”.

5) É através de Cristo Jesus que recebemos o perdão dos pecados.

At 2.38: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.

Jo 5.24: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”.
Jo 3.16-18: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

3.2 O efeito imediato da mensagem  Três coisas determinam o efeito imediato da mensagem.

1. Um pregador ungido:

Ef 5.18: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”.

Lc 24.49: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Pedro obedeceu a ordem de Jesus. Pedro era cheio do Espírito Santo:

At 4.31: “E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus”.

At 5.15: “De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles”.

2. Uma mensagem poderosa e apropriada:

Hb 4.12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.

1 Pe.4.11: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém”.

1 Co 2.4: “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder”.

Jr 23.29: “Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiuça a pedra?”

3. Um auditório ávido em ouvir Deus.


Nem sempre depararemos com um auditório ávido por ouvir, mas uma coisa é certa: A palavra não volta vazia.

Is 55.11: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”.

Mt 10.12-14: “E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; e, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés”.

Ez 33.4: “Se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, e vier a espada, e o alcançar, o seu sangue será sobre a sua cabeça”.

2 Tm 4.2: “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”.

E o Espírito Santo caiu sobre eles. Jesus cooperou com Pedro na obra a que o enviou (ver Mc 16.20).

Jl 2.28: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”.

3.3 O resultado da mensagem

O evangelho de Cristo é poder para a salvação. Rm 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”.

4. O episódio de Pedro e Cornélio

Deus se utiliza de vários recursos para alcançar o coração do homem. O recurso somos nós, com nossas vozes. Nos dias atuais precisamos ter cuidados com muitos dos recursos que tem sido utilizados, muitos deles estão profanando o Nome de Deus e a casa de Deus, pois não há nenhuma reverência à santidade de Deus. Além disto muitos destes recursos estão fora dos padrões bíblicos já que estes não anunciam, de fato, o arrependimento, a renúncia, a conversão genuína.

 Mt 3.3: “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas”.

4.1 Deus ama os homens e se utiliza de vários meios para alcançá-los 

Ver comentário acima

2 Co 5.20: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.

4.2 Todos devem estar comprometidos com a universalidade do evangelho

Todos os versículos, abaixo, citados na lição falam sobre a universalidade do evangelho: Gn 12.3; Sl 22.27; Is 42.4; 49.6; 56.3-7; 60.1-3; Jr 16.19-21; Zc 2.11; Ml 1.11; Rm 15.9-12.

Ver também: Jo 1.12.13: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.

Quanto à frase: Outros acreditavam que os gentios poderiam ser salvos, mas somente se seguissem as leis e tradições judaicas. Este pensamento veio a nortear a igreja, com o aumento dos gentios entre os salvos. O assunto será exposto provavelmente na próxima aula.

4.3 Deus sempre está a nossa frente

Mt 28.20: “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.

Conclusão

Família piedosa, porém carente da mensagem maravilhosa do evangelho. Jesus disse: Lc 10.2: “E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”.

Referências Bibliográficas:
Bíblia Explicada
D. Stamps, Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.