sexta-feira, 4 de novembro de 2011

LIÇÃO 6 - OS MISSIONÁRIOS PIONEIROS NO MUNDO GENTÍLICO

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Barnabé
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara e João Paulo Cruz – Classe Bereanos

Texto Áureo: “Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar” (Pv 24.11).

Não podemos ficar indiferentes com o sofrimento do nosso próximo é o que nos alerta esse provérbio.  Podemos aplicá-lo de duas maneiras, devemos socorrer aqueles que necessitam de um socorro físico como também espiritual. Na Bíblia podemos destacar três tipos de morte: física, espiritual e eterna.  Todos os homens são pecadores e por isso, sujeitos a morte física e espiritual (Rm 5.12). A morte física separa a alma do corpo. A morte espiritual separa o homem de Deus, sendo o pecado a causa de tal separação (ver Is 59.2). Essas duas mortes física e espiritual “morrem” quando estamos em Cristo Jesus. A morte que tanto nos aflige tem sua morte decretada em Cristo (ver Jo 3.15; 5.24). A vida eterna já nos é assegurada em Cristo nessa vida. Aqueles que morrem sem Cristo já recebem a morte eterna como recompensa pela vida em rebelião a Deus.

Verdade Aplicada: Quando uma igreja deixar de cumprir o seu papel missiológico, Deus levantará outra em seu lugar para que realize os seus propósitos de salvação.

Em Mt 28.18-20 Jesus disse: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém”. Estes versículos mostram o papel da igreja de pregar o evangelho a todas as nações, porém é importante notar a ênfase que Jesus dá ao ensino, pois é por meio deste que a igreja realmente fará discípulos de todas as nações. A igreja deve estar, portanto, em primeiro lugar buscando estar muito bem fundamentada na Palavra de Deus, pois é somente desta forma que ela poderá pregar o evangelho em conformidade com a revelação do Antigo e do Novo Testamento. Um trabalho de evangelismo e missões não estabelecido nos fundamentos da palavra de Deus, ainda que resulte no aumento do número de membros das igrejas não conduz aos propósitos de salvação em Cristo Jesus, mas apenas na presença de “crentes nominais” e de uma sociedade cristianizada, porém mais compromissada consigo mesma e com o presente século mundano do que com o genuíno evangelho de Jesus Cristo. Em lugar algum do livro de Atos ou de todo o Novo Testamento se observa Deus levantando uma igreja em lugar de outra porque esta teria deixado de cumprir o seu “papel missiológico”. O que se observa é uma única igreja sendo esta formada em primeiro lugar na doutrina dos apóstolos e no compromisso com a salvação eterna em Cristo Jesus, estendida inicialmente aos judeus e, de acordo com a vontade do Senhor, também aos gentios no tempo determinado pelo próprio Senhor, conforme fica implícito na visão que o Senhor concede a Pedro, quando ele vê o céu aberto e dele descendo um vaso contendo todo tipo de animais considerados como imundos pelos judeus (ver At 10.1-48; cf. Lv 11), o que conduziria a conversão de Cornélio, estando a partir de então a porta do evangelho confirmada como que estando aberta a todos os gentios.
  
Introdução:

A missão evangelizadora do mundo só poderia ser realizada quando a igreja estivesse muito bem fundamentada na Palavra de Deus tornando-se coluna e firmeza da verdade. O propósito de Deus com relação a igreja em Jerusalém, onde os discípulos deveriam então aguardar a descida do Espírito Santo (ver Lc 24.49) fica evidenciado pelas palavras de Jesus descrita em At 1.8, quando então Ele diz: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-mei-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. A igreja de Jerusalém cumpre o propósito de Deus quanto a sua vocação exatamente como lhe fora ordenado pelo Senhor, conforme pode se observar no decorrer do livro de Atos de acordo com as seguintes passagens descritas abaixo:

·   Pedro faz seu primeiro discurso, no dia de pentecostes, quando então judeus provenientes de várias partes do mundo ouvem a mensagem do evangelho (ver At 2.14-36), fato este que indica a extensão da obra realizada pela igreja de Jerusalém naquele dia: “E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu” (At 2.5); “Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia, e Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.8-11). O discurso de Pedro leva a conversão de quase três mil almas, sendo estas agregadas à recém formada igreja em Jerusalém (ver At 2.41).

·   A consolidação e o crescimento da igreja em Jerusalém são mostrados em At 2.42-47 como que ocorrendo em função da dedicação dos apóstolos e dos demais discípulos ao ensino, à oração, à comunhão e à obediência aos preceitos estabelecidos pelo Senhor: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações... E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.

·   Pedro faz seu segundo discurso (ver At 3.12-26) em função da cura do coxo à porta do templo (ver At 3.1-11), e isto conduz a conversão de quase cinco mil homens. A igreja começa a sofrer perseguições, porém apesar das mesmas, mantém-se no propósito quanto a sua vocação, conforme fica implícito na oração feita por eles descrita em At 4.24-31: “E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus e disseram: Senhor, tu és o que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há... Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra”.

·   A igreja em Jerusalém prossegue sofrendo perseguições de todos os lados, o que vem a culminar com a morte de Estevão (ver At 6.8-7.60). Em função disto, os discípulos são dispersos pelas terras da Judéia e Samaria, ficando os apóstolos em Jerusalém. Os discípulos, porém não se deixam desfalecer diante das perseguições e prosseguem no anúncio do evangelho que se estende então pelas terras da Judéia e Samaria: “Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (At 8.4,5).

·   Os apóstolos em Jerusalém ouvem que Samaria recebe a Palavra. A igreja de Jerusalém cumprindo seu zelo em relação ao genuíno evangelho de Jesus Cristo envia para lá, Pedro e João. Os apóstolos demonstram sua concordância com o trabalho que estava sendo realizado impondo suas mãos sobre os samaritanos, que então recebem o Espírito Santo: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo” (At 8.14-17).

·   Em Jope, Pedro recebe a revelação quanto a extensão do evangelho aos gentios o que o conduz a casa de Cornélio em Cesaréia. Ele prega o evangelho a Cornélio e a todos os demais que estavam reunidos. A vontade de Deus em relação aos gentios é confirmada quando todos os que ouviam a palavra recebem o Espírito Santo (ver At 10.1-48). A igreja em Jerusalém ouve que os gentios tinham recebido a palavra de Deus. A exposição de Pedro quanto aos fatos leva a igreja a entender a extensão do evangelho também aos gentios: “E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade, até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (At 11.18).

·   Os discípulos dispersos em função da perseguição por causa de Estevão prosseguem no anúncio do evangelho caminhando até a Fenícia Chipre e Antioquia. Eles pregam a palavra ainda somente aos judeus, porém alguns varões judeus de Chipre e de Cirene, impulsionados pela mão do Senhor, anunciam aos gregos o Senhor Jesus o que resulta em grande número de conversões. A igreja de Jerusalém, mais uma vez, cumprindo seu zelo em relação ao genuíno evangelho de Jesus Cristo e estando em concordância com o trabalho realizado envia Barnabé até Antioquia: “E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia, o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor” (At 11.22).

·   Barnabé é o instrumento que Deus usa para buscar Saulo em Tarso e juntos eles permanecem em Antioquia ensinando a palavra de Deus. Tal fato era necessário, pois o Senhor Jesus já havia revelado seu propósito em relação à Paulo, de que seria através dele, o vaso escolhido de Deus, que o evangelho se estenderia em maior amplitude aos gentios, conforme fica claro em At 9.15: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel”.

·   A igreja em Antioquia, sendo uma igreja diversificada em sua constituição, o que é indicado pelos líderes citados em At 13.1 (Barnabé, um judeu de Chipre; Simeão, chamado o Negro, provavelmente um judeu nascido na África; Lúcio, provavelmente também judeu, de Cirene, uma cidade da África do Norte; Manaém, irmão de criação de Herodes Antipas; e Saulo, um judeu da cidade romana de Tarso, criado em Jerusalém aos pés de Gamaliel) tem sua visão ampliada quanto a evangelização, e desta forma, seguindo a orientação do Espírito Santo, a igreja envia Barnabé e Saulo para a obra missionária em países estrangeiros, o que por conseqüência consolidaria o propósito de Deus quanto a extensão do evangelho até os confins da terra. A igreja de Jerusalém participa indiretamente deste trabalho através de Barnabé que fora por ela enviado a Antioquia, e através do apoio que seria concedido a Barnabé e a Paulo quanto a pregação do evangelho entre os gentios o que é evidenciado no relato de Paulo quanto a esta questão conforme descrito em Gl 2.9: “E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão”.

·   A igreja de Jerusalém recebe Paulo, Barnabé e outros irmãos enviados pela igreja de Antioquia para juntos eles se reunirem no Concílio de Jerusalém. A igreja de Jerusalém confirma a salvação estendida aos gentios não lhes sendo necessária a imposição dos rituais da lei mosaica, através da fala de Pedro (ver At 15.7-11) e através da fala de Tiago (ver At 15.13-21). Os apóstolos, os anciãos, bem como toda a igreja de Jerusalém elegem varões para serem enviados com Paulo e Barnabé a Antioquia, sendo estes Judas, chamado Barsabás, e Silas, o que confirma o apoio da igreja à pregação do evangelho entre os gentios (ver At 15.22). Judas e Silas acompanham Paulo e Barnabé até Antioquia detendo-se ali por algum tempo, quando então Judas retorna para Jerusalém, porém Silas permanece em Antioquia (ver At 15.23-35). Mais tarde, Silas acompanharia Paulo em sua segunda viagem missionária, o que indica a participação, de forma indireta da igreja de Jerusalém nesta segunda viagem missionária que atingiu as regiões da Galácia, Macedônia e Acaia, já que Silas havia sido enviado a Antioquia pela igreja de Jerusalém.  

·   Com a formação da igreja de Antioquia a igreja de Jerusalém não deixa de existir e nem deixa de continuar sua missão, pelo contrário, ela continua cumprindo sua vocação não somente de zelar pelo genuíno evangelho de Jesus Cristo, conforme já evidenciado nos textos acima, como também continua a pregar o evangelho entre os judeus. A extensão do evangelho entre os gentios teria continuidade através do apóstolo Paulo. Ambos os fatos ficam evidentes nas seguintes palavras descritas em At 21.17-20 por ocasião do retorno de Paulo a Jerusalém, quando então se daria seu encarceramento para que Paulo fosse enviado a Roma: “E, logo que chegamos a Jerusalém, os irmãos nos receberam de muito boa vontade. E no dia seguinte, Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali. E, havendo-os saudado, contou-lhes por miúdo o que por seu ministério Deus fizera entre os gentios. E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zelosos da lei”.

·   Muitos dos apóstolos e dos discípulos de Jesus Cristo posteriormente, estariam também envolvidos com a pregação do evangelho em outras nações, é o que mostra a tradição, conforme descrito por John Fox (2003, pp. 2-6) em o “Livro dos Mártires”. Assim, de acordo com John Fox:     

¨   André – Irmão de Simão Pedro. Foi o primeiro dos apóstolos a receber o título de “Pescador de Homens” e a recrutar novos discípulos para o Mestre. Após a ascensão de Cristo, a Escritura cala por completo a seu respeito. Pregou o evangelho a muitas nações da Ásia onde, pelo que consta, foi crucificado numa cruz em forma de X.
¨   Bartolomeu – São João o chama de Natanael ou Nataniel que, em hebraico significa “Deus (El) deu (nathan)”.  Nasceu em Caná, da Galiléia e foi apresentado a Jesus por Filipe. Pregou o evangelho na Índia. Foi cruelmente açoitado e crucificado pelos conturbados idólatras.
¨   João – Morreu por velhice. Segundo a tradição, sob o imperador Domiciano, em Roma, foi colocado dentro de uma caldeira com óleo fervendo, mas saiu  ileso. Em  Patmos,  para onde  foi exilado, escreveu o Apocalipse e, segundo consta, viveu e morreu em Éfeso, onde foi sepultado. As igrejas de Esmirna, Pérgamo, Sardes, Filadélfia, Laodicéia e Tiatira foram fundadas por ele.
¨   Tomé – Chamado Dídimo, pregou o evangelho em Partia e na Índia, onde, ao provocar a ira dos sacerdotes pagãos, morreu atravessado com uma lança.
¨   Judas (não o Iscariotes) – Escritor de uma das epístolas universais. Judas Tadeu nasceu na Galiléia. Foi crucificado em Edesa em 72 d.C.
¨   Mateus – Também chamado Levi, era coletor de impostos e foi o autor de um dos evangelhos. Os cenários do seu labor foram Pártia e Etiópia. Este último foi também o cenário de seu martírio; foi assassinado com uma alabarda, na cidade de Nadaba, no ano 60 d.C.
¨   Marcos – Serviu a Pedro e sob sua supervisão escreveu o evangelho. Foi arrastado e despedaçado pela população de Alexandria, na grande solenidade do ídolo de Serapis, tendo terminado sua vida terrena em mãos implacáveis.
¨   Pedro Foi martirizado em Roma e, a seu próprio pedido, crucificado de cabeça para baixo, por não se julgar digno de morrer da mesma maneira que o seu Senhor.
¨   Filipe – Natural de Betsaida. Trabalhou diligentemente na Ásia Superior e sofreu o martírio em Heliópolis, na Frígia. Foi açoitado, lançado no cárcere, e depois crucificado em 54 d.C.
¨   Simão Zelote – É o mais desconhecido de todos os apóstolos. Pregou o evangelho na Mauritânia, África, e até na Grã-Bretanha, onde foi crucificado em 74 d.C.

1. Uma igreja consolidada

At 11.21-30: “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo”.

1.1 Uma membresia numerosa

A igreja de Antioquia experimenta um grande crescimento sendo este em maior número de gentios, é o que fica evidente em At 11.21 e 24, onde o termo “gente” se refere aos gentios: “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor”. O crescimento por si só, porém não seria suficiente para fazer dela uma igreja missionária. A igreja deveria antes se fortalecer no conhecimento da graça de Deus trazendo salvação a todos os homens; manter-se firme no Senhor, haja vista a sociedade imoral e idólatra de onde foram tirados, e além disto ela deveria ser solidificada no conhecimento da palavra de Deus, o que se daria através de Barnabé e Paulo que ali permanecem todo um ano ensinando “muita gente” (gentios). A conversão genuína dos primeiros discípulos de Antioquia é testificada no fato de ali eles serem pela primeira vez, chamados cristãos, o que indica que notadamente eles foram reconhecidos como “seguidores dos ensinos de Cristo” e no fato de ali também os discípulos se interessarem em enviar socorro à igreja de Jerusalém. Um outro ponto importante na consolidação da igreja de Antioquia que contribuiria para sua vocação missionária é o fato de Atos 13.1 listar o nome de seus líderes nominando-os como profetas e doutores (mestres). Tal fato indica a capacitação que lhes era conferida pela presença do Espírito Santo, além de indicar o conhecimento da palavra de Deus que era transmitido por tais homens à igreja. É sob estas condições que a igreja servindo ao Senhor e estando, portanto sensível ao Espírito Santo, vai ouvir a sua voz, quando então Ele ordena: “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2b). A igreja imediatamente se prontifica a obedecer à ordem dada pelo Espírito Santo e assim eles “jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”, atitudes estas que demonstram o comprometimento tanto espiritual quanto material que a igreja teria em relação ao envio dos dois missionários.

1.2 Uma liderança diversificada

A citação destes cinco homens mostra que a igreja primitiva não fazia distinção de raça, cor, cultura ou nível social, e é esta diversidade que com certeza vai contribuir para a visão quanto a obra missionária que deveria ser realizada pela igreja de Antioquia. A igreja não deve fazer acepção de pessoas tanto em sua constituição entre os membros, bem como entre aqueles que são chamados para estarem a frente do rebanho.

At 10.34,35: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo”.

Rm 10.12: “Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam”.

1 Co 12.13: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito”.

Gl 3.28: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.

Cl 3.10,11: “E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos”.
                                                                                             
1.3 Um clima espiritual muito bom

O clima espiritual muito bom na igreja de Antioquia pode ser visto:

·   No fato da igreja valorizar o ensino da palavra de Deus: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pe 2.2).

·   No fato da igreja reconhecer o chamado de Deus na vida de seus líderes: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós” (1 Ts 5.12,13).

·   No fato da igreja valorizar a busca dos dons do Espírito Santo: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.1,26).

·   No fato da igreja não fazer acepção de pessoas: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Rm 1.16).

·   No fato da igreja demonstrar amor fraternal para com aqueles que não necessariamente estavam entre eles: “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro” (1 Pe 1.22).

·   No fato da igreja não tomar decisões sem antes se prontificar a jejuar e orar o que indica a sua total dependência de Deus: Perseverai em oração, velando nela com ação de graças” (Cl 4.2); Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho” (Ef 6.18,19).

2. Uma liderança sedenta de Deus

Ninguém em Antioquia estava pensando em ascensão pessoal, não esperavam ter seus nomes refletidos na mídia – Conforme se sabe, a igreja não é uma empresa. Empresas pensam em cargos, destaques, homenagens, fotos na parede com o titulo do funcionário do mês. Na igreja o processo é praticamente inverso, e Jesus Cristo mostra isso, através de seu próprio exemplo, quando Ele, apesar de ser Deus, assume a forma de servo fazendo-se semelhante aos homens. É este exemplo que a igreja deve imitar e procurar viver... servos de Deus e uns dos outros.  Uma liderança sedenta de Deus está pronta para servir, está pronta para dar, está pronta para ajudar, está pronta para sofrer... E quanto mais ela se aproxima de Deus, mais vê essa necessidade de servir uns aos outros.

Fp 2.13: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.

1 Co 13.4: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”.

Com relação aqueles que estão pensando em ascensão pessoal:

Tg 4.16: Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna”.

Realmente haviam experimentado um “novo nascimento” – O novo nascimento é o nascimento espiritual. O que nasce da carne é a velha natureza e esta já está condenada, o que nasce do Espírito, é a nova natureza e esta é eterna. Quando ocorre o novo nascimento as coisas velhas já são passadas e tudo se faz novo.

Jo 3.3,6,7: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”.

2 Co 5.17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

Viviam um Reino... onde o egoísmo cede lugar a humildade – Esse é um dos segredos de toda liderança que queira ser bem sucedida. Humildade, já que o egoísmo é uma das obras da carne e o fruto do Espírito é totalmente contrario a isso. O egoísmo cedendo lugar à humildade é indicativo de que Deus tem agido de maneira poderosa na vida daqueles que são seus.

Gl 5.19,20: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas (egoísmo), dissensões, heresias”.

Gl 5.22: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.

Cl 3.12: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.

Ef 4.2: Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”.

1 Pe 5.5: “Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.

Porque satisfazer a vontade de Deus está acima de qualquer desejo material – Qual é essa vontade? O que Deus requer de cada um dos seus servos? Dentre outras coisas pode ser citado que a vontade de Deus para cada um dos seus servos é:

·   Santificação: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.3).

·   Em tudo dar graças: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18).

·   Fazer o bem: “Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos” (1 Pe 2.15).

2.1 Eles serviam ao Senhor

Pastoreava-se o rebanho de Deus com todo cuidado:

Jr 3.15: “E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência”.

Esforçavam-se para ensinar a Palavra com esmero:

1 Tm 4.1,2: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”.

Rm 15.4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”.

Orientavam os obreiros e não se esqueciam da beneficência cristã:

1 Tm 2.1: E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”.

Hb 13.16: “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada”.

2 Co 9.11: “Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus”.

2.2 Eles jejuavam

Jejuar é se negar voluntariamente de comida por um período de tempo para ficar mais perto do Senhor e se dedicar a Deus sem a preocupação de fazer os cuidados de vida. É coisa boa de se fazer, pois Jesus e a sua igreja primitiva fizeram. Deve ser feito de uma maneira que ninguém saiba, sem chamar atenção para si mesmo. Os fariseus e escribas de forma hipócrita ao jejuarem, desfiguraram os seus rostos, não tomavam banho, nem ajeitavam o cabelo para parecer que estavam jejuando. Ao jejuar o cristão deve aparecer como normalmente aparece; ou seja, ele deve lavar o rosto, tomar banho, ajeitar o cabelo, sem dar evidências que está jejuando. Porque? Porque o cristão faz isto para Deus e Ele vê o coração, não para os homens.

Mt 6.16-18: “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”.

Em jejum buscavam ouvir uma Palavra específica da parte do Senhor, que promovesse a edificação de todos... 2 Tm 3.16,17: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.

2.3 Eles ouviam o Espírito

O que impediria a igreja de ouvir a voz de Deus? Pecado, mente cauterizada, apostasia, desobediência, sendo estas algumas das razões que leva o Senhor Jesus a advertir as sete igrejas da Ásia quanto a necessidade de se arrependerem e darem ouvidos ao que o Espírito diz às igrejas. Com relação à igreja de Jerusalém, esta jamais deixou de ouvir ou de atender prontamente a voz do Espírito Santo. Não existe nenhum relato no livro de Atos dos Apóstolos ou em todo Novo Testamento que testifica uma afirmação como esta. Conforme já foi dito anteriormente a missão não foi transferida da igreja de Jerusalém para a igreja de Antioquia, antes pelo contrário, a igreja de Antioquia dá continuidade ao trabalho desenvolvido e consolidado pela igreja de Jerusalém, e desta forma, ela também cumpre sua vocação, estando a igreja de Jerusalém em contínua cooperação com a igreja de Antioquia. A igreja de Jerusalém jamais deixou de cumprir a sua vocação é o que fica em evidência em At 21.17-20, quando já próximo dos anos 60, por ocasião do retorno de Paulo a Jerusalém, antes do seu encarceramento em Roma, Paulo é recebido em Jerusalém em casa de Tiago, juntamente com todos os anciãos que ali se encontravam sendo dado a Paulo o testemunho quanto aos milhares de judeus que criam no Senhor. Além disto, a última revelação do Novo Testamento, o livro de Apocalipse, é dada ao apóstolo João, um autêntico representante da igreja de Jerusalém, o que indica a igreja de Jerusalém, através de seus membros, onde quer que eles estivessem, mantendo seus ouvidos atentos à voz do Senhor, apesar de todos os sofrimentos e perseguições os quais eles tiveram que suportar em favor da obra e da honra devida ao eterno Nome do Senhor Jesus Cristo.   
 
3. A proeminência do Espírito Santo

O Espírito Santo sempre age com proeminência porque Ele é Deus, sendo por isso Ele soberano e onipotente. Dentre outras coisas, Ele não somente orienta a igreja quanto ao envio missionários, como também Ele ensina o que se deve falar; Ele impede que os missionários venham a se direcionar por si próprios e não segundo os seus propósitos e Ele revela situações.

Lc 12.12: “Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar”.

At 16.7: “E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu”.

At 20.22,23: E agora, eis que, ligado eu pelo Espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer, senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações”.

3.1 Ele falou

O plano de redenção não era restrito aos judeus, mas era também estendido aos gentios, sendo esta promessa incondicional de Deus, oculta no Antigo Testamento, porém revelada no Novo Testamento. O propósito de Deus em relação aos gentios cumprir-se-ia no tempo determinado por Deus, e sendo ele já visto na Pessoa de Jesus Cristo como um fato consumado, o Espírito Santo estaria agora, desde o momento da formação da igreja em Jerusalém até a formação da igreja em Antioquia preparando e aplainando todos os caminhos que conduziriam por fim a manifestação deste mistério de que os gentios são co-herdeiros e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho, segundo o eterno propósito de Deus em Cristo Jesus é o que Paulo escreve quanto a esta questão, conforme pode se ver em Ef 3.1-11: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios; se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi; por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor”.

3.2 Ele cooperou

Mc 16.20: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém”.

At 13.4,9: “E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele”...

Quando Deus fala e seus discípulos são obedientes, a certeza que se tem é que Ele está presente e a obra que foi confiada nas mãos de seus servos, prosperará, não por si mesmos, mas pela mão do Senhor.

3.3 Eles se despediram

Os propósitos de Deus não foram em momento algum impedidos, mas foram desde a formação da igreja em Jerusalém conduzidos para que de forma ideal eles se manifestassem. O propósito de Deus em relação a evangelização de todas as nações não é manifestado em função exclusiva da formação da igreja de Antioquia, mas é manifestado em função de todo o trabalho desenvolvido por todos os apóstolos e discípulos tanto aqueles que formaram a igreja em Jerusalém quanto aqueles que formaram a igreja em Antioquia.

Jó 42.2: “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido”.

Is 43.13: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?”

Rm 11.33-36: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.

Conclusão

Deixemos a comodidade que impede o nosso crescimento em Deus, e dificulta as realizações dos sonhos dEle por nosso intermédio. É importante deixar claro que Deus não sonha, Deus é Eterno, Onipotente, Onipresente e Onisciente e em sua onisciência Ele tem conhecimento do passado, do presente e do futuro, por isto Deus não fica “sonhando” com a realização dos seus propósitos, pois para Ele tudo já é um fato consumado.
A igreja de Jerusalém é de onde deveria ter partido originalmente a missão... Toda a missão da igreja partiu originalmente da igreja de Jerusalém, e não de qualquer outra. A igreja de Antioquia e posteriormente o apóstolo Paulo e seus companheiros de viagem dão continuidade àquilo que teve início na igreja de Jerusalém.
Se Jerusalém não obedece, Ele levanta Antioquia... Em nenhum momento a igreja de Jerusalém deixou de cumprir o seu chamado e a sua vocação, o que já foi comentado ao longo de toda a lição.
Só depois de muitos anos foi que todos os apóstolos se lançaram em diferentes direções no mundo, quando o cristianismo já estava firmado religiosamente. O cristianismo é firmado na doutrina dos apóstolos conforme ensinado na igreja em Jerusalém já desde a formação da igreja nos anos 30 d.C. e não somente muitos anos depois e é “na doutrina dos apóstolos” que o cristianismo deve prosseguir em todas as épocas e em todos os locais. No ano 70 d.C. a cidade de Jerusalém foi invadida por Tito, filho de Vespasiano (imperador romano), o que culminou com a destruição da cidade de Jerusalém e inclusive com a destruição do Templo. Muitos judeus morreram, sendo que de acordo com Almeida (1999, pp. 18,19) quando a cidade caiu, contou-se cerca de um milhão e cem mil mortos e apenas por uma das suas portas foram retirados 115 mil cadáveres. É por esta ocasião que ocorre “a grande dispersão judaica” e talvez sejam estes acontecimentos, ou mesmos outros anteriores a este, que levaram os apóstolos a se lançarem em diferentes direções do mundo. Os apóstolos, porém, e os demais discípulos em Jerusalém, cumpriram a sua missão em todo o tempo desde o dia de pentescostes, pregando o evangelho, resistindo às perseguições, zelando pela sã doutrina do Senhor, seja em Jerusalém ou em qualquer lugar onde eles estiveram.

Referências Bibliográficas:
Almeida, A.; Israel, Gogue e o Anticristo, 1999, 11ª Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
Fox, J.; O livro dos Mártires, 2003, 5ª Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ir. Magda, A PAZ DO SENHOR; Que Deus continue abençoando seu ministério, pois seus esclarecimentos são maravilhosos e enriquecedores. Para sua meditação ICor.15v58.

clecy disse...

Minha querida irmã,

Sou professora da EBD, e seu blog muito tem me ajudado no preparo da lição.
Conheci seu blog faz uns 15 dias, e já deu para notar o seu zelo e cuidado no preparo dos artigos.
Meu desejo é que o nosso querido Deus continue te abençoando mais mais e te fartando do conhecimento da Sua Palavra.
Grande abraço e fique na paz do Senhor Jesus.

Valdir disse...

Sou professor da EBD e admirador do seu blog, estou manifestando a minha alegria pelo o estudo do irmão pois têm sido uma benção na minha vida e da igreja também, que o Espírito Santo continue operando maravilhosamente em tí em nome do Senhor Jesus!!! medite LC 14:14.