sexta-feira, 18 de novembro de 2011

LIÇÃO 8 - BARNABÉ, UM LÍDER QUE OUSOU MUDAR DE PARADIGMA

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Barnabé
Prof. João Paulo Cruz – Classe Bereanos

Texto Áureo: “Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (At 13.52).

Para os judeus a poderosa atuação de Paulo e Barnabé se tornava ainda mais intolerável. Através de senhoras de alta posição, que se mantinham fiéis à sinagoga e rejeitavam a nova mensagem como um abalo de toda a sua vida anterior, eles conseguiram influenciar sobre os “principais da cidade”. Era fácil explicar aos chefes da administração que a agitação que percorria toda a cidade e irradiava para toda a região representava um fato delicado, perturbador da paz. Conseqüentemente, ordena-se a expulsão de Paulo e Barnabé. Visto que em 2 Co 11.25 Paulo afirma que foi três vezes castigado com varas, conforme era o costume justamente dos magistrados “romanos”, enquanto Atos informa apenas um caso em Filipos (At 16.22), é possível que também no presente caso a expulsão de Antioquia da Psídia tenha acontecido dessa forma dura e dolorosa. A afirmação de Lucas, de que “levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé”, também pode indicar isso. Tanto mais maravilhoso é que os que abraçaram a fé não foram confundidos por esse episódio: “Quanto aos discípulos (do lugar), ficavam cheios de alegria e do Espírito Santo”. Isso corresponde à experiência em Tessalônica onde também receberam “a palavra com alegria do Espírito Santo” (1 Ts 1.6), ainda que em meio a muita tribulação. De tais coisas só Deus é capaz!
Paulo e Barnabé são obrigados a sair de Antioquia da Psídia. Agem de acordo com a instrução de Jesus “sacodem contra aqueles o pó dos pés”. Se por meio dessa expulsão a cidade declara que ela não quer saber dos mensageiros de Jesus, os mensageiros respondem com um gesto, por meio do qual também confirmam que nem sequer querem levar consigo o pó da cidade nos pés, entregando a cidade ao juízo de Deus. Para onde, pois? Se Paulo e Barnabé não quiserem retornar, abrem-se para eles três caminhos: para o norte, em direção do Mar Negro, onde, porém, não há localidades maiores; a rota comercial para oeste, em direção a Éfeso; ou a rota comercial para o oriente, rumo a Icônio. Nessa ocasião ainda não empreendem o avanço para o oeste. Contudo, precisam distanciar-se de Antioquia, motivo pelo qual optam por Icônio como alvo seguinte.
  
Verdade Aplicada: A grandeza de Barnabé se revela pelo fato de ser uma pessoa adaptável a mudanças positivas.

O comentarista nos afirma que a grandeza de Barnabé está no fato de ser adaptável a mudanças positivas, mas o que as Escrituras nos dizem é um pouco diferente. A grandeza de Barnabé está no fato de ser um homem de fé, cheio do Espírito Santo e bondade.

At 11.24: Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor”.
           
A questão que vamos abordar nessa semana é sobre mudanças. E discutiremos durante toda a lição quando esta é boa ou ruim. E quando devemos adaptar as mudanças ou não.

Objetivos da Lição:

·   Ensinar que, às vezes, é preciso que algumas lideranças sejam mudadas.
·   Mostrar quando mudar positivamente os paradigmas se torna necessário.
·   Apelar a aceitar de boa vontade mudanças, mesmo diante do elevado preço que elas apresentam.

Textos de Referência: At 13.44-47

Introdução

Podemos dividir At 13.16-52 em três partes, a saber:

A primeira parte (v.16-25): É o resumo da história de Israel (Antigo Testamento). O que podemos notar que é semelhante à fala de Pedro e Estevão.  Nessa primeira parte, Paulo assim como Estevão não diz nada sobre a ingratidão ou desobediência de Israel. No versículo 23, Paulo traz um assunto novo para seus ouvintes: Conforme a promessa, Deus trouxe a Israel o Salvador, Jesus Cristo. Essa promessa refere-se às promessas do Antigo Testamento quanto a vinda do Messias e a pregação de João Batista.
A segunda parte (v.26-37): Paulo afirma que sua mensagem é para os “filhos da linhagem de Abraão” e para “os que dentre vós temem a Deus” (13.26), ou seja, judeus e gentios. O assunto da rejeição de Jesus não é usado como acusação aos ouvintes, mas sim mostrando como os líderes do judaísmo não reconheceram Jesus como o Messias (rejeitando assim a promessa), agora essa mensagem de Boas Novas chega aos judeus da diáspora, ou seja, aqueles judeus que encontravam-se fora da região da Judéia e aos gentios.
A terceira parte (v.38-41): Paulo convida aos ouvintes a aceitar o que acaba de lhes ser dito. Paulo anuncia a eles o perdão dos pecados e convida-os a crer. Neste trecho, Paulo fala sobre a impossibilidade de libertar-se do pecado pela obediência a Lei e de que a única opção para isso é a fé em Jesus.

Com relação a questão do novo concerto, vamos definir o novo concerto:

Jr 31.31-34: Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

E então houve o rompimento com a antiga aliança? A continuidade entre as duas alianças se acha na própria promessa da nova aliança. O autor de Hebreus cita, em Hb 8.8-12, a profecia de Jeremias acerca da nova aliança. No versículo 10, lemos: “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. Encontramos um ponto de continuidade na expressão “minhas leis”. Na antiga aliança, Deus escreveu suas leis em tábuas de pedra (Ex 24.12). Na nova aliança, Ele as escreve no coração de seu povo, a fim de substituir o pecado que está gravado ali (Jr 17.1). No entanto, aquilo que está gravado no coração do povo de Deus é essencialmente o mesmo que foi escrito nas tábuas de pedra. O aspecto da lei que reflete mais fundamentalmente a justiça de Deus permanece o mesmo. Outra maneira de explicar a continuidade entre a antiga e a nova aliança é aplicar a ilustração que Paulo usou em Gálatas 3.24-25. Ele escreveu: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo à fé, já não permanecemos subordinados ao aio”. O ”aio” (no grego, paidagogos) era um escravo que tinha a função de levar o menino à escola, trazê-lo de volta e supervisionar sua conduta. Quando o menino crescia, o “aio” não era mais necessário. Essa analogia pode ajudar-nos a entender melhor os elementos de continuidade entre as alianças. O aspecto da ilustração que se aplica à continuidade é este: uma vez que o menino se tornava adulto, o aio ficava obsoleto, mas o que ele havia ensinado ao menino permanecia inalterado. Paulo usou essa analogia de crescimento da infância à maturidade como um meio de visualizar o povo de Deus através da história de redenção. A antiga aliança foi idealizada para o povo de Deus em sua ”infância”. Quando o povo de Deus chegou ao estado de “adulto”, ou, por assim dizer, chegando-se a maturidade dos tempos, o ”aio” não era mais necessário quanto a supervisão por ele exercida. Mas aquilo (“minhas leis”) que o “aio” ensinou “à infância dos tempos” permanece o mesmo, embora este tenha atingido a maturidade, cumprindo-se assim o tempo para a vinda de Jesus Cristo. Jesus Cristo é, portanto o ponto central onde a antiga e a nova aliança se encontram. A antiga aliança, como um aio, prepara o caminho e o povo para Ele. A antiga aliança incluía aquilo que tem sido descrito como “lei moral”, bem como aquilo que era simbólico. Aquilo que era simbólico sofreu mudanças quando chegou à realidade para a qual os símbolos apontavam. Quando a aurora raiou, as sombras desapareceram. Observe em Hb 9.10 que o autor de Hebreus fala daquilo que era simbólico como tendo sido necessário até o tempo da correção, ou seja, o que era simbólico se cumpriu com a vinda de Jesus, donde então a lei sofre sua correção, onde os símbolos já não são mais necessários; a lei moral, no entanto permanece inalterada já que ela aponta para o caráter perfeito de Deus e para a condição do homem como transgressor da mesma. A partir da nova aliança, o povo de Deus é definido em termos de sua relação com Jesus (cf. Gl 3.16,29), e não de sua relação com Jacó/Israel; a Terra Prometida é definida em termos da entrada no Reino Eterno de Cristo e não de um espaço geográfico na costa leste do mar Mediterrâneo; o templo é definido em termos de Jesus Cristo e o seu povo (cf. Jo 2.21; 1 Co 3.16; Ef 2.21), e não de um edifício de pedra e argamassa e as leis cerimoniais são definidas em termos da morte expiatória de Cristo (cf. Hb 9.11-10.11), e não do sangue de bodes e novilhos. A lei moral, no entanto – aquilo que revela os padrões eternos e universais de justiça – não muda. Embora esteja escrita no coração do povo de Deus, e não em tábuas de pedra, essa lei permanece a mesma. A alegria que sentiram já foi comentada na verdade aplicada, agora o que temos convicção é que essa alegria não foi motivada por mudanças de localidade.

1. Quando mudar é necessário

Com o passar do tempo muita coisa muda ao nosso redor: Isso é verdade. A cada geração que se levanta muitas coisas mudam. A moda, estilo musical, poesias e poemas, marcam e tem muito a falar da geração em que surgem ou são grandemente utilizados. No mundo as coisas são temporais e por isso essa grande variação de estilo a cada geração que se levanta. Muitas são as modernizações que tem acontecido e isso tem sido de grande valia até mesmo para a igreja do Senhor. Mas uma coisa é certa e não podemos abrir mão, essas mudanças no campo da igreja devem ser avaliadas e analisadas com muita cautela. Até porque o Dono da obra e a sua Palavra não mudam.

Sl 33.11: O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração”.

Is 40.8: Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente”.

Dn 6.26: “Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim”.

1 Pe 1.21-25: “E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus; purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre”.

Quando as mudanças são direcionadas pelo Espírito Santo podem até ter alguns desconfortos, mas não prejuízos e nem acarretam em situações que possamos chamá-las de negativas. Deus não é Deus de confusão e as suas bênçãos não acrescentam dores.

1 Co 14.33: Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos”.

Pv 10.22: “A bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores”.

1.1 Quando as regras do jogo mudam

Só de ler o titulo temos que definir duas coisas, a saber: regra e jogo.

Regra:
S. f.
1. Régua.
2. Norma; exemplo; prescrição; modelo.
3. Estatutos de algumas ordens religiosas.
4. Boa ordem; moderação; economia.
5. Linha (escrita ou impressa).
6. Operação aritmética.

Jogo:
(latim jocus, - i, gracejo, graça, brincadeira, divertimento) 
S. m.
1. Vício de jogar.
2. Exercício ou passatempo entre duas ou mais pessoas das quais uma ganha, e a outra, ou as outras, perdem.
3. O que serve para jogar determinado jogo.
4. Maneira de jogar.
5. Divertimento, exercício.
6. Manejo.
7. Determinado número de peças que formam um serviço ou coleção.
8. Brinco; escárnio.
9. Artes, astúcia; modo de proceder.
10. Habilidade.
11. Parte da carruagem que sustenta as rodas.
12. Transação de fundos.

Assim já podemos considerar as seguintes situações:

1.  A regra no caso da Igreja e da vida espiritual é a Palavra, assim sendo, nossa norma, exemplo, modelo não mudam... Assim como o Autor dessa norma não muda.

Ml 3.6: Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”.

Tg 1.17: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.

1 Sm 15.29: “E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa”.

Nm 23.19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?”

Sl 119.89: “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu”.

Sl 119.160: “A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre”.

2.  Não estamos em um jogo. Nem um jogo de diversão e muito menos um jogo de negócios, estamos em uma guerra e Paulo escreve na carta aos Efésios capitulo seis a partir do versículo 10 que é uma guerra séria e que aparentemente estamos em desvantagem, pois a guerra é contra seres invisíveis (principados, potestades, príncipe das trevas deste século e hostes espirituais da maldade) e em um lugar que também não alcançamos (regiões celestiais), mas Paulo nos fala da armadura de Deus que nos faz resistir e vencer nesta batalha. Concluímos assim: que não é um simples jogo de quem ganha e quem perde, mas uma guerra, que podemos chamar até mesmo de alto nível, mas em Cristo já estamos assentados nas regiões celestiais e profeticamente já vemos o nosso adversário vencido, porem no tempo presente precisamos continuar firmes para alcançarmos a bendita esperança, o arrebatamento da noiva do Cordeiro.

2 Co 10.4: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas”.

1 Tm 1.18: “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia”.

2 Tm 2.4: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra”.

Hb 11.34: “Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos”.
           
Que tipos de mudanças ocorreram na missão de Barnabé e Paulo? Mudaram o transporte, mudaram as cidades que proclamavam o evangelho, os cooperadores nas missões, no entanto em nenhum momento deixaram de cumprir Rm 1.16 “primeiro aos judeus e também o grego”. O mudar o meio como se evangeliza ou local a ser evangelizado não significa mudar o Evangelho, este é independente da cultura. O Evangelho pregado no Brasil é o mesmo pregado no mundo asiático, por exemplo. O que é pecado biblicamente falando para os mineiros, é pecado para todos os cristãos protestantes em todos os lugares, pois nossa regra de fé são as Escrituras que concordamos que são infalíveis e inerrantes.
            Não lemos em nenhuma parte que eles se ajustavam a cada auditório, aliás, se isto tivesse acontecido, eles não teriam sido perseguidos em todas as cidades por onde passaram. Paulo diz em 1 Co 9.19-22: “Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.” Através destas palavras, Paulo mostra o tipo de “mudança” a que ele se propõe quando fosse necessário. Apesar de ser livre, ele se coloca na posição de servo, ou seja, ele não agiria segundo a sua própria vontade, mas segundo aquilo que beneficiasse a pregação do evangelho ainda que lhe custasse sua liberdade. Além disto, ele demonstraria sua afinidade tanto para com os judeus, quanto para com os gentios, desde que isto não infringisse a lei de Cristo, debaixo da qual todos aqueles que lhe servem devem estar.

1.2 Precisamos assumir riscos para melhor servir

Hoje muitos estão preocupados em servir a seus membros, mas com a perspectiva do Evangelho a gosto do freguês, com o desejo de agradar ao auditório, aos homens, a satisfazer o ego daquele que já não sabe mais o que fazer para se sentir o super herói. O entretenimento está se tornando rapidamente a liturgia de muitas igrejas. Além do mais, muitos na igreja crêem que a única forma de alcançarmos o mundo é oferecendo o que eles querem.  A grande comissão da igreja não é um manifesto de marketing. O evangelismo não requer vendedores e sim profetas, homens e mulheres comprometidos com a Palavra de Deus. É a palavra de Deus e não qualquer sedução mundana que planta a semente que produz o novo nascimento. Nada ganharemos senão o desprazer de Deus, se procurarmos remover o escândalo da cruz.

1 Jo 2-16,17: Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

Gl 5.11: “Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois, perseguido? Logo o escândalo da cruz está aniquilado”. 

Com relação ao comentário feito pelo comentarista em relação a mudança de líderes, parece que ele está se referindo à saída de João Marcos. Apesar da mesma, Barnabé e Paulo prosseguiram para cumprir o chamado de Deus em suas vidas segundo a direção do Espírito Santo.

Ec 9.10: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”.

1.3 Para mudar é preciso ter competência

Habilidades humanas jamais podem ganhar pessoas para o Reino de Deus com maior eficácia do que o Deus Soberano.

Rm 1.16a: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”.

1 Ts 1.5: Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós”.

Gl 1.10: Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo”. 

2. Eles mostraram que toda liderança é transitória

Para atingirmos excelência em Cristo nos nossos ministérios precisamos de:

2 Tm 4.1-5: Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério”.

1º Lembre-se de seu chamado: pois cada um de nos daremos conta de nós mesmos (Rm 14.10,12)
2º Prega a Palavra: obediência a esse mandamento é o centro de um ministério de excelência.
3º Insta, quer seja oportuno ou não: devemos ser fiéis quando a pregação é tolerada ou não.
4º Corrige, repreenda e exorta: o pregador que deixar de corrigir e repreender não estará cumprindo o seu ministério.
5º Não se comprometa em tempos difíceis: em épocas difíceis que ninguém quer ouvir a pregação devemos insistir e ser ousados para anunciar a verdade.
6º Sê sóbrio em todas as coisas: um ministro excelente é firme e estável.
7º Suporta as aflições: não há ministérios que surjam sem dificuldades.
8º Fazer o trabalho de evangelista: pregar não apenas para o próprio rebanho, mas também para incrédulos.
9º Cumpre o teu ministério: realizar totalmente, não pela metade, mas com toda força.

2.1 A sabedoria de Barnabé

Paulo além de conhecer muito bem as Escrituras ensinava seu cumprimento na vida de Jesus Cristo. Paulo era fariseu, filho de fariseus (At 23.6), tinha uma grande habilidade para pregar em sinagogas, o que lhe possibilitava grande sucesso em seu ministério.  Barnabé era levita, mas Paulo foi chamado como apóstolo dos gentios. E por isso aos poucos foi assumindo o lugar. Entendemos com isto que mesmo quando temos a certeza de nosso chamado precisamos esperar o momento certo para que ele venha se realizar em nossas vidas.

Rm 11.13: Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, exalto o meu ministério”.

2 Tm 1.11: Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios”.

1 Tm 2.7: Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na fé e na verdade”.

Gl 2.8: “(Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios)”.

2.2 Aperfeiçoando gigantes

Barnabé não era um homem simples, a Bíblia nos mostra que ele tinha posses. A humildade de Barnabé está no fato deste ser cheio do Espírito Santo e manifestar assim o fruto do Espírito. Paulo por sua fez nunca se considerou como gigante da fé e na Bíblia este termo aparece somente em relação àqueles que não faziam parte do povo de Deus. A Bíblia nos apresenta os heróis da fé, porém nem mesmo este termo “herói” é citado na Bíblia em relação aos servos de Deus. Até o próprio Jesus nos chamou de pequeninos.

Mt 11.25: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”.

Mt 25.40: “E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

2.3 Os custos das mudanças

At 13.44-45: E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava”.

As conseqüências da pregação de Paulo e Barnabé são notórias. Lucas chega a relatar que no sábado seguinte quase a cidade inteira se reune para ouvir a palavra do Senhor. Lucas não conta se isso aconteceu numa sinagoga local com múltiplas reuniões ou numa reunião do lado de fora no anfiteatro da cidade. A população gentia não costumava guardar o sábado, mas o povo tira tempo para ouvir Barnabé e Paulo pregar o Evangelho de Cristo. A resposta que Paulo e Barnabé recebem da população gentílica prova que Deus está os abençoando como missionários ao mundo gentílico greco-romano, mas para os judeus essa reação parece demais. Já irritados pela Palavra proferida por Paulo no sábado anterior, os judeus agora se enchem de inveja. Eles se dão conta que os missionários colhem uma safra evangelística, depois de os judeus terem testemunhado à população gentílica durante anos. Ao contrario disso, os judeus deveriam ser os primeiros a aceitar o evangelho da salvação, mas passam a contradizer as palavras ditas por Paulo. Eles insultam a Paulo e o injuriam por falar a respeito de Cristo.

Mt 5.10-11: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”.     

2 Tm 3.11-12: Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”.

2 Co 12.10: “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”.

At 20.23: “Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações”.

3. Eles ousaram mudar o foco

At 13.46: Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios”.
 
Vamos destacar duas palavras desse versículo em questão:

A. Ousadia: Aparece repetidamente na postura dos apóstolos descrita por Lucas. Eles sabem que Jesus lhes disse para jamais temerem quando fossem chamados para falar por Ele: “Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós” (Mt 10.20). Paulo e Barnabé falavam ousadamente de Jesus e seguiam a regra: primeiro aos judeus e depois aos gentios.

At 1.8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”.
 
Rm 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”.

B. Prioridade: “palavra de Deus dita a vocês primeiro”. Os missionários mostram a necessidade da ação.  Por causa do amor e cuidado de Deus pelos judeus, que são considerados os destinatários e guardiões da Palavra revelada de Deus a mensagem era primeiro para os judeus. Eles receberam a Lei, as alianças e as promessas; tem adoração no templo, e honram o patriarca de quem descende o Messias. Mas os judeus recusam a ouvir a mensagem, os missionários irão então aos gentios.

Rm 11.1: “Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim”.  

Rm 9.4-5: Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”.

Rm 3.2: Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas”. 

3.1 Um público alvo prioritário

No evangelho segundo João, o evangelista escreve que Jesus veio para a sua própria herança e esta o rejeitou (Jo 1.11). Os embaixadores de Cristo experimentam a mesma coisa em Antioquia da Psídia. Já que os judeus rejeitam a mensagem, os gentios agora passam a ser os destinatários do favor de Deus. Os judeus por rejeitarem o Evangelho deixam de ser considerados dignos da vida eterna e isto conduz os missionários a voltarem-se para os gentios, os ramos de oliveira brava enxertados na oliveira, já que alguns ramos naturais (judeus) são quebrados.

Jo 1.11: Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. 

At 18.6: Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios”. 

Rm 11.17-21: E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também”.

3.2 O público alvo em transição

At 13.49-50: “E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província. Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos”.

O efeito que Paulo faz do Evangelho traz tanto resultado que em toda parte as pessoas falavam a palavra do Senhor. Cristãos gentios começam a proclamar o Evangelho a qualquer que desejar a ouvir. A igreja Cristã começa a crescer rapidamente. Depois de algum tempo começa uma grande perseguição. Os judeus da sinagoga local estão com inveja dos missionários por causa da resposta inesperada que tiveram dos gentios. A influência religiosa dos judeus estava diminuindo, pois também os judeus convertidos agora aceitam o Evangelho de Jesus Cristo. A inveja envenena a mente desses judeus e estes buscam apoio das mulheres de alta posição que freqüentam a sinagoga. Os judeus pedem que essas mulheres influentes persuadam os principais homens lideres da cidade a uma perseguição contra Paulo e Barnabé. Não se deram conta que o Evangelho já havia criado raiz na cidade e mesmo com a expulsão dos missionários a semente já estava germinando no coração de muitos que receberam a Palavra de bom grado. A igreja de Jesus Cristo continuou desenvolvendo. As autoridades locais expulsam Paulo e Barnabé, mas a obra tem continuidade com os novos crentes em Cristo Jesus.
Com relação ao comentário de que a perseguição nos mínimos detalhes é omitida... visando que o livro não se tornasse o livro dos “horrores dos apóstolos”, isto é completamente oposto ao que é mostrado ao longo das páginas das Sagradas Escrituras. Tanto o Antigo Testamento quanto o Novo Testamento mostram os sofrimentos pelos quais todos os servos de Deus passaram, o suficiente para nos mostrar que todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. Em Fp 1.29, Paulo mostra que o sofrimento pela causa de Cristo não deixa de ser um privilégio; também em At 5.41, os apóstolos tendo sido açoitados, ao serem libertos da presença do conselho, regozijam-se “de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus”.

3.3 A alegria dos gentios

At 13.48: “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna”.

A. “quando os gentios ouviram isso”: O evangelho tem sempre efeito duplo: para uns aroma agradável – o cheiro da vida e para outros desagradável – a fragrância da morte. Em Antioquia os judeus rejeitam, mas os gentios recebem o Evangelho de Jesus Cristo e se alegram no Senhor!

2 Co 2.14-16: E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo?”

B. “começaram a se regozijar e glorificar a palavra do Senhor”: A reação dos gentios é maravilhosa: eles se enchem de alegria porque sabem que a salvação que Deus prometeu, Ele concedeu a eles também.

Lc 10.20: Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”.

Rm 12.12: Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.

Fp 4.4: Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”.

Conclusão

Paulo e Barnabé e os demais servos fiéis de Jesus Cristo passaram por grandes dificuldades para levar a Palavra do Senhor. Em alguns momentos da historia do Cristianismo houve corrupções sim, mas em meio a grandes avivamentos, Deus sempre levantou pessoas para retornar ao Evangelho original e legítimo que garante a nossa entrada no céu. No caso de Paulo e Barnabé, eles não precisaram voltar a bases esquecidas, porque ainda estavam nos primeiros anos do cristianismo.
Não acredito que devemos ser elementos de transição, a não ser que estejamos vivendo outro evangelho. Mas se vivemos o Evangelho de Jesus Cristo devemos ser elementos de continuidade. Em algumas igrejas deve-se realmente haver uma mudança em Cristo, estas devem deixar o antropocentrismo, a teologia da prosperidade, a confissão positiva, o uso de objetos como pontos de contato, entre outras situações e voltar ao verdadeiro Evangelho.
            Sobre o vinho novo em odres velhos, segundo o comentário Bíblia de Estudo Pentecostal de Mt 9.17:

·   Vinho novo é o suco fresco da uva não fermentando, representando a mensagem salvifica original de Jesus Cristo e o poder do Espírito Santo demonstrado no dia de Pentecostes.  O empenho máximo de Jesus era que o Evangelho original, juntamente com o poder do Espírito Santo não sofressem qualquer mudança, corrupção ou perda... Não seja adulterado pelos ensinamentos (fermento) dos fariseus e do judaísmo (fermento como modificador da massa).
·   ...era necessário odres novos para estarem livres de qualquer contaminação fermentadora.

Quando uma denominação é conservadora, isto não significa que ela está usando odres velhos com fermento, pelo contrario, usa-se odres novos, que não se rasga e  conserva o vinho novo sem desperdícios. O fermento na verdade é a distorção da Palavra, o que muitos fazem em nome de um novo evangelho que Paulo nos alertou a considerar como anátema!

6 comentários:

Anônimo disse...

Quero parabenizar ao Prof. João Paulo Cruz por esta maravilhosa esposição.
Não posso deixar de parabenizar também à nossa irmã e serva do Senher Jesus Magda.

paloma disse...

agradeço a DEUS por saber que ainda existem verdadeiros servos que não falsificam sua palavra.Deus vos abençoe

Waldir disse...

Ev. Waldir, de Jaupaci-GO.
Irmã Magda, sou professor da ED e seus comentários têm me ajudado muito no preparo de minhas aulas.
Você é um canal de bênção. Prossiga nessa sua humildade de serva do Todo-Poderoso.

nando disse...

aprendi muito com a palavra de Deus

Anônimo disse...

Vcs têm sido bençãos em nossas vidas. Deus os abençoe também

Anônimo disse...

Irmã Magda, assim como você, também sou serva do Senhor e profa. universitária. Que Deus continue te abençoando e usando, pois você tem sido um grande exemplo para mim.