sábado, 22 de outubro de 2011

LIÇÃO 4 - BARNABÉ E A LIDERANÇA SINÉRGICA

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Barnabé
Prof. João Paulo Cruz – Classe Bereanos

Texto Áureo: “Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o Senhor lhos não entregara” (Dt 32.20).

O que este versículo está enfatizando é que se uma força invasora comparativamente pequena foi capaz de subverter toda uma nação, a conclusão deve ser que Yahweh, a Rocha de Israel, entregara seu povo ao inimigo. Podemos assim entender que para vencermos batalhas, e sermos prósperos no crescimento espiritual da obra do Senhor não precisamos, em primeiro lugar, de uma força sinérgica e sim da mão do Senhor a nosso favor, o que ocorrerá somente se estivermos em obediência ao Senhor e à sua Palavra.

Lv 26.8: “Cinco de vós perseguirão um cento, e cem de vós perseguirão dez mil, e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós”.

2 Cr 16.9a: “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele”.   

Verdade Aplicada: Há uma força multiplicada na sinergia praticada de coração que precisamos aprender a explorar.

Objetivos da Lição:

·   Compreender porque Barnabé foi buscar a Saulo para auxiliá-lo.
·   Ensinar o que é a verdadeira sinergia aplicada ao trabalho do Senhor.
·   Explicar as vantagens do desenvolvimento de um trabalho sinérgico em dupla ou em equipe.

Textos de Referência: At 11.25,26; Ec 4.9-12

Introdução: Veremos ao longo dessa lição as vantagens de um trabalho sob uma liderança sinérgica (conjunta), para que possamos destacar ainda mais a cooperação voluntária e sincera em nossas igrejas. Sinergia é a combinação de dois ou mais elementos que convergem seus atos para a realização de um determinado fim, possibilitando assim, grandes feitos. Essa convergência de elementos forma uma dupla ou equipe com um propósito comum. Quando unidos em torno de um alvo único, eles possuem um poder sobrenatural de concretização.

A combinação de dois ou mais elementos que convergem seus atos para a realização de um determinado fim possibilitando grandes feitos pode ocorrer em qualquer área, mesmo na área secular. Isto indica que nem sempre o efeito sinérgico está revestido de um poder sobrenatural, mas é simplesmente resultado do esforço conjunto. O poder sobrenatural de concretização só pode ser encontrado quando algum tipo de ação ou atividade é feita em conjunto com o Senhor, estando o homem em obediência a Ele.

Mc 16.20: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém”.

1. Barnabé sente o peso da obra – Sendo sinergia o efeito resultante da ação de vários agentes que atuam da mesma forma, o valor é superior ao conjunto desses agentes se atuassem individualmente. Precisamos entender que na igreja, a obra de Deus não é realizada por apenas algumas pessoas e as demais ficam observando e até criticando. Fomos convocados ao IDE de Jesus (Mc 16.15-18). Somos todos cooperadores de Deus (1 Co 3.6-9). Na unidade está nossa força (Sl 133)

Nem sempre o efeito da sinergia é resultante da ação de vários agentes que atuam da mesma forma, pois cada agente pode estar agindo de forma distinta, no entanto todos com o mesmo propósito. No caso da igreja, como membros do corpo de Cristo, há distinção quanto a forma de ação, no entanto, o propósito de todos deve ser o mesmo, ou seja, a edificação e o crescimento do Reino de Deus, é o que Paulo mostra, por exemplo em 1 Co 12, conforme segue-se abaixo:

1 Co 12.4-6: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”.

1 Co 12.12-18: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis”.

1 Co 3.6-9: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus”.

Somos todos cooperadores de Deus. Como despenseiros de Deus temos uma grande responsabilidade de zelarmos por sua obra e essa é uma responsabilidade de todos os cristãos e não apenas dos obreiros e obreiras que Deus colocou para zelar pelas ovelhas. Uns plantam, outros regam (trabalho de cooperação), mas o crescimento vem de Deus. O que entendemos com isso é a natureza da igreja. Somos o corpo de Cristo. Assim como Cristo é 100% Homem e 100% Deus, possuindo assim a natureza humana e divina, a igreja assim também é:

Igreja (instituição)
Igreja (corpo de Cristo)
Nome dos membros no livro de rol de membros
Nome escrito no Livro da Vida do Cordeiro.
Temos um pastor local responsável
Jesus Cristo nosso Sumo Pastor

Inaugurada na terra em Pentecostes
Coroada no céu no arrebatamento
Em processo de santificação
Totalmente santificada
Participa da Santa Ceia em memória
Participará das bodas do Cordeiro
Enfrenta perseguições, chora, sofre
Totalmente vencedora, Jesus já enxugou dos olhos todas as lágrimas.
 
Como instituição precisamos de uma liderança sinérgica, com bons administradores. Como corpo de Cristo sabemos que cada um tem sua igual importância, apesar de funções diferentes, todos juntos cooperam para o resultado final lembrando sempre que o crescimento quem dá é Deus. Paulo foi o evangelista fundador da igreja em Corinto, Apolo foi o edificador, mas foi Deus que realizou a obra. O Salmo 133 nos revela que não devemos apenas ser unidos no propósito de Deus, mas devemos estar dispostos a “viver unidos”, isto é manifestar a nossa unidade na prática.

1.1 Barnabé reconheceu a dimensão do trabalho Não levou muito tempo para que Barnabé percebesse a magnitude do trabalho evangelístico que agora estava sob a sua supervisão. Os membros de Antioquia já estavam sensíveis à sua liderança, de modo que a grandeza do trabalho, por si só, exigia de Barnabé sabedoria para continuar conduzindo o rebanho do Senhor à plena satisfação em Cristo. Assim, percebendo o avanço e o peso do seu oficio, concluiu que não poderia continuar sozinho.  Daí, um princípio fica evidente, quanto maior a lavoura, mais devem ser os que nela trabalham para que tenham o melhor aproveitamento possível da mesma.

At 11.22-24: “E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor”.

Lc 10.2: “E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”.
 
1.2 Barnabé reconheceu suas limitações – Não demorou muito para que Barnabé reconhecesse também suas limitações pessoais.  Esse aspecto humilde revela a grandeza pessoal diante da igreja do Senhor, que o fortaleceu ainda mais como servo-líder. Ora, por outro lado, se o Mestre galileu, sendo o Filho de Deus, estruturou uma equipe para si, nós devemos ser humildes o suficiente para andarmos em Suas pisadas, no que tange à dimensão  de  Seu trabalho. Ninguém é completo sozinho, muito menos quando se trata de liderança.

O aspecto humilde de Barnabé revela grandeza espiritual...

Mt 11.29: “Tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossa alma”.

Cl 3.12: “Revesti-vos como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.

Pv 22.4: “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida”.
                                                                                                     
1.3 Barnabé reconheceu que precisava de uma liderança capaz – A grandeza do trabalho e nossas limitações pessoais devem nos conduzir a uma condição de humildade, isto é, saber que precisamos uns dos outros, visto que ninguém é completo. Por isso, devemos ser cooperativos, para que simultaneamente tenhamos cooperação num objetivo comum.  Isso se chama sinergia. Barnabé era um homem espontâneo e participante junto aos apóstolos. Agora, no entanto, era sua vez de liderar e supervisionar a comunidade cristã de Antioquia. Para isso precisaria de um ou mais elementos capazes que os ajudassem nesse mister (At 11.25).

Barnabé precisaria de elementos capazes que o ajudasse na igreja de Antioquia. Quais são as qualificações que indicam que tipo de homem deveria estar junto com Barnabé em Antioquia. Os textos abaixo nos mostram quais são as qualificações que definem alguém capaz na obra de Deus:

Ex 18.21: “E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez”.

At 6.3: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio”.

2 Co 3.5,6: Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica”.

2. Barnabé encontra um parceiro – A pessoa que Barnabé procurava deveria ser alguém que possuísse algumas qualificações chaves: 1) um companheiro que se harmonizasse com ele mesmo e com sua chamada, como um enviado apostólico. 2) alguém que entendesse sua visão de trabalho e pudesse ajudá-lo a influenciar a igreja segundo a orientação de Deus. 3) uma pessoa que pudesse desfrutar de comunhão com a liderança ali existente e causasse impacto sobre ela; e 4) um cooperador que demonstrasse maturidade cristã e buscasse excelência em tudo o que fizesse.

Barnabé prova ser o homem certo no lugar certo. Ele se relaciona bem com o povo judeu, bem como com o povo que vive na capital Antioquia, é bilíngüe, ou seja, falava o aramaico e o grego, tem familiaridade com a cultura grega e talvez trabalhe em algum oficio para se sustentar. São estes fatos que harmonizam sua vida com Paulo, pois assim como Barnabé era de origem hebraica, porém nascido em Chipre, um país cujos habitantes eram de origem gentílica, Paulo também era de origem hebraica, porém proveniente de Tarso, cidade da região da Cilícia sendo seus habitantes de origem gentílica.

At 21.39: “Mas Paulo lhe disse: Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo”.

At 22.3: “Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de Deus, como todos vós hoje sois”.

Rm 11.1: “Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim”.

Fp 3.4,5: “Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu”.

2.1 Barnabé vai a Tarso em busca de um parceiro ministerial – O desenvolvimento de parcerias e de equipes de liderança está em todo o Antigo e Novo Testamento. Em Provérbios, Salomão escreveu acerca do princípio aperfeiçoador contido na parceria (Pv 27.17). Destacamos aqui a pessoa do Senhor Jesus, que transformou seus doze discípulos em seis duplas (Mt 10.2-4). Jesus os trouxe para si, mas os agregou aos pares e os enviou a evangelizar. Quando Barnabé foi procurar Saulo em Tarso, ele não estava inovando, mas pondo em prática aquilo que o Senhor Jesus havia feito.

Devido ao crescimento numérico da igreja de Antioquia, Barnabé precisava de auxílio. Ele sabe que Paulo reside em Tarso e é um professor bastante capaz para auxiliá-lo. Barnabé não apenas presta um bom serviço para a continuação da história da igreja considerada a primeira igreja de comunidade mista (gentios e judeus convertidos) cristã, como dá um outro passo importante: Busca Paulo para o trabalho em Antioquia.

Lc 10.1: “E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir”.

Pv 27.17: “Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo”.

At 11.25: “E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia”.

2.2 Barnabé e Saulo, uma perfeita harmonia – Sabemos que a aliança que Saulo e Barnabé formaram em prol da obra e as qualidades que juntos reuniram, fizeram de Saulo um associado importante o suficiente para agregar valor a Barnabé, à liderança e a própria igreja em Antioquia. Barnabé era o líder geral, citado em primeiro lugar e Saulo por último na listagem de profetas e doutores (At 13.1). Esse é mais um requisito que jamais deve ser desprezado ao fazermos a obra do Senhor ou outra atividade de liderança: precisamos de afinidades mútuas, que se complementem a fim de produzir resultados concretos, não importando quem seja o primeiro.

Em At 13.1, vemos o nome de Barnabé sendo citado em primeiro lugar, enquanto o de Paulo está em último lugar. Mais tarde, especialmente a partir de determinado ponto da primeira viagem missionária de Paulo, o nome de Paulo começa a ser citado em primeiro lugar indicando o lugar de proeminência que ele passa então a ocupar. Em Mc 10.29-31 está escrito: “E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna. Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros. Assim foi a vida de Paulo: Tendo deixado tudo por amor a Jesus Cristo, ele que anteriormente é visto como que ocupando o último lugar, passa a partir de determinado ponto a ser visto como que ocupando os primeiros lugares, cumprindo exatamente o que Jesus diz quanto aos muitos derradeiros que serão então os primeiros.

Fp 3.7,8: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo”.

2.3 Iniciaram um ministério doutrinário – Saulo uniu forças com Barnabé, para juntos proporcionarem àquela igreja o alicerce necessário para um crescimento maduro e frutífero. Essa liderança associada deu tão certo, que mesmo havendo outros doutores, o trabalho continuou tomando vulto naquela grande metrópole a ponto de pela primeira vez os discípulos serem chamados de cristãos.

Tanto Barnabé quanto Paulo ensinaram os crentes em Antioquia por um ano. Além disso, ensinaram um grande numero de pessoas. Essa informação mostra o grande crescimento da igreja cristã nessa cidade. Paulo era bem qualificado para ensinar ao povo o Antigo Testamento e como este se cumpria na vida de Jesus Cristo. Ele interpretava as profecias messiânicas do Antigo Testamento sob o tema de seu cumprimento na Pessoa de Jesus Cristo. Os ensinos de Barnabé e Paulo eram focados nos ensinos de Jesus Cristo durante seu ministério terreno e com certeza, a conversão genuína dos crentes de Antioquia, imitando Cristo em seu viver, foi o que levou os crentes a serem ali reconhecidos como cristãos, ou seja, seguidores de Cristo.

Dn 12.3: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente”.

Mt 7.24: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha”.

Mt 28.20: “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.

Ap 1.3: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”.

3. As vantagens da sinergia Trabalhando em dupla ou na liderança de uma equipe, quando há sinergia, isto é, o esforço coordenado na realização de uma função comum, as vantagens se multiplicam. A palavra “sunergeo” no grego, significa trabalhar junto, ajudar na obra, ser parceiro no labor. Essa palavra é traduzida como cooperar, ajudar e é encontrada no Novo Testamento em Mc 16.20; 1 Co 16.16; 2 Co 6.1; e Tg 2.22.

1 Co 16.15,16: “Agora vos rogo, irmãos (sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia, e que se tem dedicado ao ministério dos santos), que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha”.

2 Co 6.1: “E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão”.

3.1 A sinergia promove uma melhor produção e recompensa (Ec 4.9) – O esforço associado de duas pessoas gera uma maior produção no labor. Pensamos em termos de soma, mas o que acontece é uma multiplicação de forças. Quando Barnabé assumiu a supervisão da igreja em Antioquia, esta cresceu. Mas, a unidade de forças entre Saulo e ele produziu tanta qualidade que ela cresceu ainda mais e se popularizou tanto que os crentes receberam o título de “miniaturas de Cristo”.

Ec 4.9: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho”.

Em sua grande maioria os homens pensam em si mesmo. Em Ec 4 Salomão nos mostra por vários exemplos que isso não é bom e as vantagens de o homem não estar só. Ele recomenda tanto o casamento quanto a amizade, duas coisas que os gananciosos e avarentos rejeitam, por causa da responsabilidade delas. Mas os benefícios são tantos que se os dois forem bem administrados, os benefícios quitarão os custos. No paraíso o homem não poderia ser feliz sem a sua companheira. Salomão no versículo 9 vai afirmar que é melhor serem dois do que um, e eles são mais felizes juntos que separados, mais satisfeitos um do outro do que poderiam ser em si mesmo em seu bem estar. Eles têm melhor paga por seu trabalho em qualquer serviço que façam.

Jo 4.36-38: “E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”.

Desde o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes em Jerusalém, os seguidores de Jesus Cristo se referiam a si mesmo como irmãos, discípulos, crentes, santos e os do caminho. Agora chegou a hora de um nome definitivo e descritivo para o povo que aceitava Jesus como seu Senhor e Salvador. Em Atos este nome “cristãos” aparece duas vezes, em At 11.26 e em 26.28. Em 1 Pe 4.16 Pedro o usa no contexto de sofrimento e incita os leitores a não se envergonharem por carregar esse nome. O termo traz a implicação de que aqueles que são assim chamados são seguidores dos ensinamentos de Cristo e não “miniaturas de Cristo”. Devemos ter cuidado com esta definição de que somos “miniaturas de Cristo”, pois isto poderia implicar na divinização do homem, uma falsa doutrina que tem sido, nos últimos tempos, declarada por aqueles que defendem a teologia da prosperidade, conforme segue-se abaixo o comentário da Bíblia Apologética (2008, p. 7) a esse respeito:

Teologia da prosperidade: Vários escritores ligados a esta doutrina divinizam o ser humano. Algumas declarações que demonstram essa teologia: a) “A razão para Deus criar Adão foi seu desejo de reproduzir a si mesmo [...] Ele (Adão) não era um deus pequenino. Não era um semideus. Nem ao menos estava subordinado a Deus” b) “Você não tem um deus em seu interior, você é um deus” c) “Eu sou um ‘pequeno messias’ caminhando sobre a terra" d) "O homem [...] foi criado em termos de igualdade com Deus, e poderia permanecer na presença de Deus sem qualquer consciência de inferioridade [...] Deus nos criou tão parecidos com Ele quanto possível [...] Ele nos fez seres do mesmo tipo dele mesmo [...] O homem vivia no reino de Deus. Vivia em pé de igualdade com Ele [...] O crente é chamado de Cristo [...] eis quem somos; somos Cristo!" e) "Deus duplicou a si mesmo em espécie [...] Adão foi uma exata duplicação do tipo de Deus".

A Bíblia Apologética refuta a falsa doutrina da divinização do homem através dos seguintes argumentos:

Resposta apologética: Todas as doutrinas que divinizam o ser humano repetem, de alguma forma, a mentira de Satanás (Gn 3.5). A idéia que defendem, de que Cristo teria ensinado em João 10.31-39 que os seres humanos são, de fato, deuses em miniaturas, não se sustenta, tendo em vista o que Jesus ensina em Mc 12.29. A Bíblia toda, Antigo e Novo Testamentos ensina que há um só Deus (Dt 6.4; Nm 23.29; 1 Sm 15.29; Is 43.10; 44.6; Os 11.9; Mc 12.29; 1 Co 8.4,6; Ef 4.6). É preciso observar, ainda, que, segundo as Escrituras, Satanás mentiu no Éden, e que toda doutrina que se fundamenta nessa mentira não é outra coisa senão “doutrina de demônios” (Jo 8.44; 1 Tm 2.14; 4.1).

3.2 A sinergia promove uma melhor recuperação na queda (Ec 4.10) – Caso haja acidentes durante o percurso de uma parelha ou equipe, a capacidade de recuperação por ela é muito maior do que se uma pessoa estiver só. A possibilidade de acidente, nunca deixará de existir, porém, são consideravelmente minorados quando se aprender trabalhar cooperativamente. Jamais se deve permitir a si mesmo falar mal do companheiro ou desrespeitá-lo, seja qual for a posição em relação ao outro e no departamento ou área que atue. Sempre se deve estender as mãos para ajudar a levantar o companheiro.

Ec 4.10,11: “Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante, também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará?”.

A Bíblia mostra o pecado na vida do cristão como sendo algo acidental. Se alguém cair em pecado, seu amigo ajudará a recuperá-lo com espírito de mansidão; se ele se envolver em problema, seu amigo ajudará a confortá-lo, aliviando o sofrimento. Uma boa sociedade estabelecida leva ao afeto, a caridade e as boas obras. No momento da frieza espiritual, um ajuda ao outro se aquecer.

Gl 6.1: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”.

Hb 12.12,13: “Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado”.

3.3 A sinergia promove uma maior capacidade de resistência (Ec 4.12) – Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. Os dois unidos serão mais fortes. Daí a importância de sempre que possível, defenderem-se mutuamente e evitar críticas desnecessárias, destrutivas, porque é neste curto espaço de tempo que o oponente ganha vantagem. Barnabé possuía uma visão de equipe, sabia que o trabalho exigiria conjunto, unidade, visão do reino e, acima de tudo, companheirismo. Deve-se entender também que o mais importante que ganhar a razão ou um debate, é ter respeito pelos cooperadores, sempre, porque a bênção de Deus está no companheirismo sincero.

Ec 4.12: “E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa”.

Forças unidas. Se um homem encontrar um inimigo sozinho, o inimigo estará propenso a prevalecer contra ele, com sua própria força única, eles não podem desempenhar bem seu papel, mas se tiver uma segunda força, eles podem fazer o suficiente: Os dois lhe resistirão. O cordão de três dobras nos lembra que nesta luta nós não estamos sozinhos, mas conosco está o Pai, e o Filho e o Espírito Santo, portanto, assim como as Três Pessoas da divindade vivem em uma unidade perfeita, assim também é desejo de Deus que nós vivamos em unidade com Deus e com nossos irmãos.

Jo 17.20-23: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”.

Referências Bibliográficas:
Bíblia Apologética de Estudo, 2008, Instituto Cristão de Pesquisa, Jundiaí, SP.

Um comentário:

Daniel Dias disse...

A paz do Senhor !!
Acompanho seus comentários das lições Betel a algum tempo e não pude deixar de perceber que este trimestre suas opiniões estão divergindo um pouco do comentarista da lição. Independente do que tinha em mente quando foi escrita esta lição, concordo que parece haver uma "materialização" dos assuntos abordados, como se a Igreja fosse drigida como uma empresa. Parabéns por seus comentários neste blog e que Deus continue te abençoando ricamente !!