segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

LIÇÃO 7 - ESTEVÃO, SERVINDO A DEUS COM A SUA MORTE

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Atos dos Apóstolos
Prof. Dc João Paulo Cruz – Classe Bereanos

Primeiro contato

Sinagoga – Era uma casa de oração. Local onde os judeus se encontravam para encontrar, adorar, orar e estudar a escritura.  Sua origem provavelmente ocorreu após a destruição do Templo em Jerusalém pelos babilônicos em 586 a.C., devido à vontade de continuar ensinando a lei e a mensagem dos profetas. Em Ne 8.1-8 a comunidade de exilados se ajuntou em Jerusalém e Esdras em um púlpito de madeira começa a ler a lei e a interpretar de forma que o povo entendesse, quando o escriba abençoou o Senhor, o povo abaixou a cabeça e adorou. Esses elementos tornaram-se básicos na sinagoga. A primeira evidência de sinagoga vem do Egito ano 3 a.C.
As Escrituras nos dão impressão de várias sinagogas existentes na palestina:

·   Jesus freqüentemente ensinava nas sinagogas (ver Mt 4.23; 9.35; Jo 18.20).
·   Sinagoga em Jerusalém (At 6.9), em, Damasco (At 9.2), em Chipre (At 13.5), em Antioquia(At 13.14), Macedônia e Grécia (At 17.1,10, 17; 18.4) e Éfeso (At 19.8).

Os Evangelhos e o livro de Atos geralmente falam da reunião do povo judeu no sábado para adorar na sinagoga. As pessoas também se encontravam para adorar no segundo e no quinto dia da semana. O culto na sinagoga começava com a confissão da fé recitando Dt 6.4-9, 11.13-21 e Nm 15.37-41, seguido de oração e leitura das escrituras. A leitura da lei era básica (veja Atos 15.21) e era feita de acordo com um ciclo de três anos. Os profetas também eram lidos, mas mais casualmente. Aí vinham as interpretações. Conforme o conhecimento do hebraico bíblico foi diminuindo na palestina, uma tradução em aramaico das escrituras era lida depois da leitura em hebraico. Depois disso um discurso era dado. Qualquer um que fosse qualificado poderia falar ao povo, como fazia Jesus e o apóstolo Paulo. O culto terminava com uma benção. O trabalho da sinagoga também incluía a administração da justiça. Aqueles que infringiam a lei ou que eram acusados de atos contrários a lei judaica eram trazidos diante dos anciãos da sinagoga. Eles podiam, em circunstâncias extremas, excluir o ofensor da sinagoga (ver 9.22, 34-35; 12.42) ou mandar que ele fosse açoitado. Jesus avisou os seus discípulos para estarem preparados para enfrentar qualquer uma das duas situações (Mt 10.17; Jo 16.2). Saulo, como perseguidor dos cristãos, enviou cartas endereçadas à sinagoga de Damasco. Foi-lhe dada autorização para prender cristãos e trazê-los de volta a Jerusalém (At 9.2).
A leitura da lei era o significado central de adoração. Os ensinamentos da lei, especialmente para crianças, eram intimamente associados com a sinagoga.
O Novo Testamento se refere (Mc 5.22, Lc 13.14; At 18.8,17) a dois cargos em particular na sinagoga. O "governador da sinagoga" que era responsável pela ordem e pela seleção do leitor da escritura. Um atendente (Lc 4.20) que tirava e guardava os rolos da escritura. Mais tarde uma pessoa foi escolhida como líder de oração.
A sinagoga dos Libertos era formada por descendentes de judeus levados cativos para Roma que foram libertos, junto com outros judeus das regiões de Cirene, de Alexandria, Cilicia e Ásia.

Texto Áureo

No contexto deste versículo, Jesus fala de sua morte na cruz em termos de glorificação e não de tragédia, mostra que o caminho da frutificação passa pelo sofrimento (Tg 1.2.4; Rm 8.28; Fp 4.13).

Verdade Aplicada

Estevão honrou a Deus tanto em sua vida quanto em sua morte, visto que foi reconhecido nele, sabedoria, graça, poder e uma vida cheia do Espírito Santo.  Talvez muitos queiram que depois de sua morte seus ossos ressuscitem alguém assim como os ossos do profeta Elizeu. Mas o importante é fazermos enquanto há tempo e honrarmos o nome do Senhor já (Jo 4.23-24; Mt 25.14-31; Cl 3.23).
Não espere para honrar a Deus com sua morte porque pode ser tarde demais!

Introdução

Estevão era possivelmente um judeu helenista, ou seja, um daqueles judeus que falavam grego como única ou segunda língua, além do aramaico, por causa da diáspora (dispersão dos judeus devido a domínios estrangeiros).

1. Estevão, um homem notável

1.1 Foi o primeiro
1.2 Destacou-se por suas virtudes (At 6.5)
1.3 Admirado pelos sinais que operava (At 6.8)

Como estudamos semana passada, a eleição dos 7 primeiros diáconos foi dada a igreja, mas esta também recebeu a regra da eleição: Os eleitos deveriam ter boa reputação, sabedoria e ser cheio do Espírito Santo. Com base nisso e com o seu nome no começo da lista entendemos que nele havia as condições necessárias para exercer tal função. Entendemos que os primeiros diáconos eram revestidos de poder e fé de forma suficiente para que esses sinais e maravilhas que os seguiam testificassem do Cristo ressurreto.
Com habilidade literária, Lucas nos concedeu uma visão das condições da igreja antes de iniciar o relato do terceiro processo, de sangrenta gravidade. Pudemos tomar fôlego antes de presenciar atentamente o destino de Estêvão. “Estêvão”, esse nome aparece diretamente no topo da nova passagem. Acabamos de conhecê-lo na eleição dos “sete” como “homem cheio de fé e do Espírito”. Agora se afirma que era “cheio de graça e poder”. Os homens da Bíblia não são pensadores e teóricos, que desenvolvem sistemas de visão de mundo ou teológicos sobre Deus, mas são testemunhas do Deus vivo, por meio dos quais Ele atua. Porque a graça de Deus, por sua vez, tampouco é mera intenção amigável dele, e sim uma ação poderosa de socorro. “Graça e poder” formam uma unidade. Graça impotente de nada adianta, e poder sem graça é terrível. Porém “graça e poder” fazem “grandes prodígios e sinais entre o povo”. Curas e outros auxílios de cunho admirável na atuação de Estêvão dirigem o olhar para Jesus. Portanto, os apóstolos não são os únicos que Deus confirma através desses meios (Sl 34.19; Sl 132.1; 2 Co 6.4; Cl 1.24; 2 Tm 2.3; Hb 10.32; Jo 16.33; 2 Tm 4.5; 2 Co 1.5-7; Sl 25.17; Rm 8.18; 1 Pe 4.13; 2 Ts 1.4; 2 Tm 3.11; 1 Pe 5.9; 2 Tm 1.8; Hb 2.10; Tg 1.12; 1 Pe 2.19).

2. Estevão sofre oposição

Neste caso, entendemos o que o comentarista nos fala sobre “nova visão” uma mensagem diferente do que era ouvida nas sinagogas, mas temos uma preocupação com esse tipo de termo, vivemos numa era de um “novo evangelismo”, “nova unção”, “novo evangelho”, “novos adoradores”, “novos louvores”.
Não há nada de novo na igreja, pois tudo foi arquitetado desde a fundação do mundo.

Ef 1.4 – “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”.

Ef 3.9 – “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo”.

2 Tm 1.9 – “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos”.

2.1 A disputa com Estevão (At 6.9,10)

Nunca houve algo como uma “doutrina de Estevão”.
Nas sinagogas todo israelita poderia ler as escrituras e comentar alguma coisa a respeito de (Mt 9.35; Lc 4.16-22; At 19.8), foi exatamente isso que Estevão fez na sinagoga dos Libertos.

2.2 O suborno contra Estevão (At 6.11)

Sinédrio – Escola judaica na antiguidade. Seu significado original vem do grego synedrium, que quer dizer “assembléia”.  Era composto, em sua maioria, por membros da nobreza e sacerdotes do Templo, que pertenceriam ao grupo dos saduceus – um segmento judeu ligado à classe dominante da época. O Sinédrio tinha como função primordial a aplicação da justiça do ponto de vista das leis judaicas contidas na Torah.
Assim sendo, além de representar o povo judeu próximo às hierarquias de poder daquele período, prosseguia na responsabilidade do processo ensino-aprendizagem do povo, na medida em que a Torah, tanto escrita quanto oral, era utilizada no desempenho de suas atividades diárias.
O que confirma esta atividade educativa dentro do Templo através do Sinédrio é a existência das principais escolas ao longo de períodos distintos na história do povo judeu: HilelShamai e Gamaliel.  Hilel e Shamai trabalharam na mesma época, criando, respectivamente, a “Casa de Shamai” e a “Casa de Hilel”: Duas escolas que desenvolviam metodologias e atividades educativas sob olhares distintos.
Segundo Cecil Roth, “Hilel fazia-se notar pela humildade e pela inclinação à tolerância. (…) Shamai tinha um ponto de vista rigoroso sobre questões morais e religiosas…” (1967, p.602 e 1083).  Gamaliel, além de neto de Hilel, foi Presidente do Sinédrio e apresentado no Novo Testamento, como professor de Paulo de Tarso. Hilel e Shamai fizeram parte da primeira geração de estudiosos e responsáveis pelo ensino de muitos, através dos preceitos da Torah e do Talmude. Suas escolas foram de extrema relevância educacional para o povo judeu. Entretanto, Hilel sempre teve maior destaque por suas características pessoais que repercutiam em sua metodologia e forma de trabalho. A presidência do Sinédrio aconteceu com o passar do tempo.

“Ele foi o primeiro dos autores da Mishná a afirmar que o judaísmo tinha como objetivo implementar o cumprimento dos deveres de cada indivíduo em relação a seu próximo e que todos os mandamentos são meios para alcançar esta finalidade. Também foi o primeiro a estabelecer o princípio do amor fraterno como condição principal para todos os mandamentos da Torá” (Morashá, edição 25)

O Sinédrio foi um espaço onde a pedagogia estava debruçada sobre os valores éticos e morais, através da Torah.  E Hilel, Shamai e Gamaliel foram responsáveis, cada qual em seu tempo, pela consolidação e sustentação das práticas educativas para crianças e jovens. Determinando que essas escolas rabínicas que funcionavam no Sinédrio, respondem pela edificação dos alicerces do processo de assimilação do ensino judaico.

2.3 Arrebatado dentre o povo e acusado (At 6.8-15)

“Blasfêmia contra Moises, Lei e o Templo.”

Ali se providenciam imediatamente “falsas testemunhas”. Não precisam ter sido novamente homens que mentem conscientemente e apresentam afirmações arbitrárias; isso teria pouco peso. Quando declararam: “Esse homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei; porque o temos ouvido dizer que esse Jesus, o Nazareno destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu”, eles na realidade prestaram atenção nos pontos decisivos. Ao que parece, Estêvão argumentou com a misteriosa palavra de Jesus sobre o Templo (Jo 2.19-21; Mt 26.61; 27.40), que já tivera peso no processo contra o próprio Jesus. Da mesma forma poderia ter sido debatida a posição de Jesus frente ao sábado. Com quanta rapidez essas palavras podem ser entendidas equivocadamente! Por isso, na época da Reforma, muitos bons católicos podem ter pensado com sincera indignação que Lutero falava “blasfêmias” contra o papa e a santa igreja, arrasando e destruindo tudo em que se apega o coração de uma pessoa devota. Era evidente que, ao contrário dos inquéritos anteriores contra os apóstolos, essas declarações de testemunhas mostravam pontos de acusação concretos contra o Sinédrio, os quais forçosamente atingiam os dois grupos componentes, os saduceus e os fariseus, e os enfureciam contra Estêvão. “E todos os que estavam assentados no Sinédrio fitaram os olhos nele, e viram seu rosto como se fosse rosto de anjo.” Com certeza não nos cabe explicar esse dado erroneamente de forma psicológica. Aqui havia mais do que mero “brilho” humano. Contudo, como no caso de Ananias, Deus também pode ter usado, para o juízo, o susto súbito do culpado que foi desmascarado, assim também no caso de Estêvão faz parte de sua glorificação, nessa hora, tudo o que preencheu seu coração e sua vida com a alegria em Jesus, com a paz da plena certeza de salvação, com o amor que buscava e desejava salvar seu povo. Por essa razão, o Sinédrio não constata em seu rosto o medo da pessoa que se vê à mercê de uma turba agitada e do ódio de seus inimigos, nem a indignação de alguém que foi tratado com injustiça. Não a superioridade de alguém de maior conhecimento, mas o brilho de um mensageiro de Deus cheio de verdade, santidade e amor.

3. O martírio de Estevão

Hc 1.13 – “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?”

Hc 2.4 – “Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá”.

Pv. 14.5 – “A verdadeira testemunha não mentirá, mas a testemunha falsa se desboca em mentiras”.

Contra Moises, a Lei e o Templo:

Jo 1.17 – “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.

Jo 3.14 – “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado”.

2 Co 3.1 – “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.

Hb 10.38 – “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas”.

Hb 3.3 – “Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou”.

Rm 7.22 – “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus”.

Gl 5.18 – “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei”.

3.1 O sermão apologético

Mt 17.2 – “Jesus: E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz”.

Ex 34.35 – “Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que resplandecia a pele do seu rosto; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com ele”.

2 Co 3.7 – “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória”.

2 Co 3.13 – “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório”.

3.2 A sua severa repreensão (At 7.51-53)

Estevão diferentemente dos apóstolos não é acusado apenas de falar sobre Jesus e sobre a autoridade que estava sobre ele. Ele é acusado (mesmo que falsamente assim como foi Jesus) de blasfemar contra Deus, contra Moises, a Lei e o Templo. Estevão é levado ao Sinédrio e uma multidão alvoroçada esperava para condená-lo (Lv 24.16).
Ele também não consegue refutar as acusações contra ele, como Pedro fez, com uma síntese, justificando sua ação com breve testemunho.
No começo de seu discurso mostra que também é de Israel (irmãos), respeito “pais” do povo. Começa uma exaustiva descrição da História de Israel.
No entanto, tudo isso são detalhes pequenos que permanecem sem importância para o entendimento do próprio discurso de Estêvão. São duas grandes verdades que Estêvão lança contra seus acusadores e o Sinédrio, e com as quais o acusado se torna acusador, exatamente como Pedro, a partir da escritura. Como não pode deixar de acontecer num olhar tão intensivo para a escritura, em primeiro lugar e acima de tudo está diante de nós Deus com toda a sua soberania e liberdade. Estêvão começa assim: “O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão”. Nenhum “mérito” moveu Deus para manifestar-se justamente a ele. Naquele tempo Abraão ainda estava “na Mesopotâmia”, ou seja, no mundo gentio. A livre escolha de Deus o separou, começando assim a história de Israel mediante sua própria graça. Logo não existe nenhum “orgulho” justificado do judeu. Com essa afirmação Estêvão acerta imediatamente o ponto mais profundamente vulnerável, a partir do qual explode toda a fúria contra ele: É o orgulho falso que se rebela contra o chamado ao arrependimento. Também nesse aspecto Estêvão traçou a linha que mais tarde Paulo (ouvinte desse discurso de Estêvão!) retoma em Rm 9-11. Toda a vasta história de Israel situa-se sob esse poder determinante de Deus, que continua sendo, por meio de suas promessas e prenúncios na admirável história de José e no magnífico envio de Moisés, aquele que age e salva por livre iniciativa. Não é Estêvão que “blasfema contra Deus”, e sim seus acusadores, quando negam ao Deus da glória essa liberdade e o poder de sua graça, pelos quais voltou a agir quando enviou Jesus. Conseqüentemente, Estêvão de fato conduziu sua defesa “cheio do Espírito e de sabedoria” (At 6.10) à profundidade, destacando a questão realmente determinante. Não o fez com palavras próprias, mas inteiramente com a Bíblia, confiando que seus juízes versados na Escritura o entenderiam. Nisso ele necessária e involuntariamente passou para o ataque.
Na seqüência se revela em toda a história de Israel, como segundo ponto, a mesma oposição antagônica à liberdade e graça de Deus que agora irrompe plenamente na rejeição a Jesus.

3.3 A reação imediata do conselho

Atos 7.54-8.1: Eis aqui um texto clássico sobre a ação da Trindade sustentando o cristão fiel: O Espírito Santo o enche com paz e verdadeiro amor (v. 60; Gl 5.22). A glória de Deus se manifesta evidente, trazendo firmeza e esperança (Jo 17.5,24; 1 Pe 1.5-8). Jesus Cristo, o Messias é exaltado. E, “em pé”, assim como o pai com muitos filhos pródigos, abre os braços e os céus para os crentes (Mc 14.62).
A palavra de Estevão, ao invés de gerar arrependimento, produziu mais ira e indignação, pois os argumentos foram os mesmos que levaram Jesus à cruz. A expressão aqui traduzida por atiraram-se, no original grego tem o sentido de “linchamento sumário”.  As “testemunhas”  isto é, as primeiras pessoas que acusaram Estevão tiveram o privilégio de atirar as primeiras pedras contra ele, e depositaram suas vestes aos pés de Saulo, membro do Sinedrio e que mais tarde seria convertido pelo próprio Jesus Cristo.

4. Condenação sumária de Estevão

4.1 Unânimes contra ele (At 7.54,47)
4.2 O apedrejamento (At 7.59)
4.3 O jovem Saulo na ocasião

Estevão morreu seguindo o exemplo de Jesus, seu Mestre (1 Pe 2.21.24) e teve o privilegio de nos legar a descrição sumarizada do momento mais almejado na vida de um cristão, o seu encontro com o Senhor no céu. Diante do sofrimento da morte e da glória que o vislumbrava, Estevão buscou forças para suplicar a Deus pela salvação de muitos daqueles que ali estavam (como Saulo, por exemplo), cujas mentes e os corações estavam completamente endurecidos para a verdade e o Reino, mas que careciam de mais uma oportunidade a fim de que não perdessem a glória eterna que Estevão já podia contemplar, enquanto sua vida na terra se esvaía, outro exemplo de Cristo (Lc 23.24).

Conclusão

Ao ser semeado em Jerusalém o sangue de Estevão frutificou para muito além dos seus muros, tratando-se de uma morte que conduziu muitos à vida (Jo 12.24), e, como conseqüência direta do seu martírio, pelo menos quatro situações podem ser enumeradas: a) a  jornada evangelística de Filipe (8.4-40; b) a conversão de Saulo (9.1-30; c) a viagem missionária de Pedro (9.32-11.18 e d) a fundação da igreja em Antioquia da Síria (11.19).

“O fogo de Deus não pode ser apagado pelas águas da perseguição dos homens” (A.W.Tozer).
Referências Bibliográficas:
Bíblia Ilumina
Centro de Pesquisa da Antiguidade. Sinédrio - Escola Judaica na Antiguidade. Disponível em: http://cpantiguidade.com/2010/07/30/sinédrio-escola-judaica-na-antiguidade/. Acesso em: 06/02/2011.
Boor, Werner de. Atos dos Apóstolos. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2003.

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