Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Anônimos e Atalaias de Deus
Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara
Texto Áureo: “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará” (2 Co 9.6).
Verdade Aplicada: Aquele que contribui com alegria e amor na obra de Deus, colherá muitas bênçãos e milagres.
Objetivos da Lição:
· Conscientizar sobre o valor da oferta e do dízimo.
· Compreender que devemos ser sinceros e fiéis em nossas ofertas.
· Ensinar sobre a importância do dízimo e da oferta à luz da Bíblia.
Textos de Referência: At 4.36,37 e 2 Co 9.7,10
Introdução: Quando um servo de Deus consagra sua vida ao Senhor, isso inclui os seus bens (2 Co 8.5). No capítulo 5 de Atos dos Apóstolos são mencionados problemas internos e externos enfrentados pela igreja primitiva. Havia desonestidade (At 5.1-11), cobiça (At 5.3) e problemas administrativos (At 6.1-7). Externamente, a igreja era pressionada pela perseguição. Mas, em meio a tudo isso os crentes fiéis eram constantes na pregação e nas riquezas de sua generosidade (2 Co 8.2).
A passagem de At 4.32-37 apresenta Barnabé, levita natural de Chipre, quando então este vende uma herdade e deposita todo o valor da venda aos pés dos apóstolos. Na seqüência, o texto bíblico de At 5.1-11 apresenta o casal Ananias e Safira os quais também vendem uma propriedade, no entanto eles retêm para si parte do valor recebido, ao mesmo tempo em que simulam dar todo o dinheiro à igreja. O fato de serem mencionados em seqüência estes dois acontecimentos demonstra que um dos motivos para Ananias e Safira terem agido desta maneira foi o amor ao elogio, o desejo de serem vistos por toda a igreja como um casal generoso e prestativo. Conforme escreve Arrington (2003, p. 651): “Vender a terra foi motivado pelo desejo de ganhar a reputação de serem generosos, e não por uma preocupação genuína pelos necessitados entre eles.
Com relação ao problema administrativo descrito em At 6.1-7, este surgiu como resultado do crescimento da igreja. Assim, o texto bíblico registra a murmuração dos gregos contra os hebreus, já que as viúvas dos judeus de fala grega estavam sendo desprezadas quanto a distribuição de ajuda aos necessitados em relação às viúvas dos judeus de fala aramaica.
A descrição destes problemas de ordem interna na igreja primitiva mostra que problemas podem surgir no cotidiano da igreja. A igreja, no entanto, em ambos os casos teve seus problemas solucionados. O primeiro caso mostra a importância da igreja buscar os dons do Espírito Santo, pois foi através da revelação do Espírito Santo que Pedro teve ciência da hipocrisia na atitude de Ananias e Safira; o segundo caso mostra a importância da igreja buscar solução para seus problemas em conjunto já que foi através da convocação da multidão dos discípulos que foi sugerido que os discípulos escolhessem dentre eles, varões que pudessem ser constituídos sobre esse importante negócio.
At 5.3: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?”
At 6.2: “E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio”.
1. Conhecendo Barnabé – Barnabé é mencionado apenas três vezes nas Escrituras (At 4.36,37; 9.26,27; 15.36-41), e sempre dando encorajamento e apoio aos outros. Seu nome significa “Filho da Consolação”, muito adequado para ele. Como alguém que foi nomeado para ser pregador do Evangelho, ele se desembaraçou e de desprendeu dos assuntos desta vida. Foi ao encontro de Paulo (At 11.25) e, cheio do Espírito Santo, exortou e evangelizou eficazmente (At 11.23). Deu exemplo de firmeza (At 11.23), pois era um homem de opinião sólida (At 15.39).
O nome de Barnabé é mencionado não apenas três vezes nas Escrituras, mas diversas vezes, sendo que só no livro de Atos seu nome aparece ligado a pelo menos oito acontecimentos. Em diversos destes acontecimentos percebe-se seu caráter de encorajar pessoas e apoiar ministérios, o que justifica o significado de seu nome “filho da consolação”. Nas cartas de Paulo o nome de Barnabé é mencionado cinco vezes sendo estas em 1 Co 9.6; Gl 2.1; 2.9; 2.13 e Cl 4.13. A seqüência abaixo lista os acontecimentos em que o nome de Barnabé está presente sendo notável em algumas passagens suas atitudes de apoio a pessoas e ministérios:
· At 4.36,37 – Barnabé vende uma propriedade e deposita o valor da mesma aos pés dos apóstolos.
· At 9.26,27 – Barnabé traz Saulo até os apóstolos e encoraja-os a acreditar na veracidade da conversão de Paulo.
· At 11.22-26 – A igreja de Jerusalém envia Barnabé a Antioquia e ali ele anima os irmãos a permanecerem no Senhor. Depois disto, Barnabé parte para Tarso em busca de Saulo e assim eles permanecem juntos na igreja de Antioquia.
· At 11.27-30; 12.25 – Barnabé e Saulo levam socorro aos irmãos que habitavam na Judéia por ocasião da fome que aconteceu no tempo de Cláudio César. Depois disto, eles retornam para Antioquia.
· At 13.1,2 – A igreja de Antioquia obedecendo a voz do Espírito Santo separa Barnabé e Saulo para a obra missionária.
· At 13.4-14.28 – Barnabé e Paulo partem para a primeira viagem missionária.
· At 15.1-35 – Barnabé e Paulo sobem a Jerusalém para participarem do Concílio de Jerusalém, onde então ele testifica juntamente com Paulo a conversão dos gentios. At 15.12: “Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios”.
· At 15.36-39 – Paulo diz a Barnabé para juntos eles partirem em uma segunda viagem missionária. Barnabé apoia a idéia de tomarem consigo João Marcos, não havendo consenso, porém entre eles quanto a esta questão, Barnabé parte para Chipre levando consigo Marcos.
1.1 Barnabé, um homem útil na obra (At 11.24) – Está escrito ainda que Barnabé ajudou Paulo a ser aceito na comunidade cristã, pois a igreja havia recebido as novas de sua conversão com alto grau de desconfiança. Mas Barnabé levou Paulo ao reconhecimento e não descansou enquanto a obra não estivesse completa.
O fato descrito pelo comentarista está registrado em At 9.26,27 e não em At 11.24. Depois que Paulo se converteu no caminho de Damasco e foi batizado por Ananias (ver At 9.1-18), ele passou alguns dias em Damasco pregando nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus: “E logo, nas sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?” (At 9.20,21). Logo depois, Paulo partiu para a região árabe, para depois retornar novamente a Damasco, sendo, porém tal fato não registrado no livro de Atos, mas descrito por Paulo em sua carta aos gálatas: “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco” (Gl 1.15-17). É depois deste segundo período em Damasco que Paulo então parte para Jerusalém sendo levado por Barnabé aos apóstolos, já que todos ainda o temiam não crendo que fosse discípulo: “E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus” (At 9.26,27). Paulo permanece em Jerusalém por alguns dias, mas como os judeus procuravam matá-lo os irmãos o acompanham até Cesaréia de onde ele é então enviado para Tarso: “E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo. E falava ousadamente no nome de Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo. Sabendo-o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesaréia e o enviaram a Tarso (At 9.28-30).
1.2 Barnabé não era egoísta (At 11.25) – É importante lembrar que quando ninguém confiava em Paulo, Barnabé confiou. Na primeira viagem missionária, Paulo, Barnabé e Marcos partiram para Antioquia para pregar o evangelho por toda face do mundo então conhecido. As dificuldades foram tantas que João Marcos desistiu (At 13.13-15), voltando para Jerusalém. Mas, na terceira e última vez em que Barnabé aparece na Bíblia, somos informados de que ele ajudou João Marcos a sair desse estado de falta de apreço, encorajando-o a volta à luta (At 15.26-41).
Conforme visto no item anterior, foi Barnabé que trouxe Paulo aos discípulos testificando a veracidade da conversão de Paulo. Foi também Barnabé que buscou Paulo em Tarso para que juntos eles estivessem na recém formada igreja de Antioquia: “E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia. O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor, com propósito de coração; porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia” (At 11.22-25). Depois disto, Paulo e Barnabé estiveram em Jerusalém levando socorro aos irmãos que viviam na Judéia já que o profeta Ágabo profetizou em Antioquia acerca da fome que haveria em todo o mundo, o que aconteceu no tempo de Cláudio César: “E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo” (At 11.27-30). Quando Paulo e Barnabé retornaram de Jerusalém para Antioquia, eles trouxeram consigo João Marcos que era sobrinho de Barnabé: “E Barnabé e Saulo, havendo terminado aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos” (At 12.25). Em At 13.1-3, a igreja de Antioquia obedecendo a voz do Espírito Santo separa Barnabé e Paulo para a obra missionária: “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. João Marcos os acompanha, porém quando eles partem de Pafos e chegam a Perge na Panfília, João Marcos desiste de acompanhá-los e retorna para Jerusalém: “E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém” (At 13.13). Por ocasião da idéia quanto a segunda viagem missionária, o intento de Barnabé era levar Marcos, Paulo, porém não era favorável a isto, o que vem a causar a separação entre os dois companheiros de viagem. Diante de tal fato, Barnabé parte levando consigo a Marcos e assim juntos eles navegam para Chipre: “E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão. E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre” (At 15.36-39).
1.3 Barnabé, um homem de opinião forte (At 15.38,39) – Na segunda viagem missionária, Paulo recusou-se a levar João Marcos (At 15.36-38). Tal acontecimento gerou uma contenda entre Paulo e Barnabé (at 15.39). Paulo levou Silas, mas Barnabé viajou com João Marcos. Que amor maravilhoso estava no coração de Barnabé! Mais tarde, o próprio Paulo solicitou: “... Toma contigo Marcos e traze-o, pois, me é útil para o ministério” (2 Tm 4.11). Marcos, mais tarde, escreveu um dos quatro evangelhos, tendo sido o primeiro a relatar a vida de Jesus.
Conforme já comentado no item anterior, João Marcos foi a causa de separação entre Paulo e Barnabé por ocasião da segunda viagem missionária, quando então Barnabé levou João Marcos consigo para a ilha de Chipre. Esta passagem ensina que conflitos e pontos de vista diferentes podem acontecer na vida de quaisquer pessoas envolvidas com a obra de Deus. Paulo e Barnabé tinham opiniões diferentes a respeito de Marcos, o importante, porém é que a obra não seria prejudicada com esta situação, antes pelo contrário, com a separação dos dois, o evangelho se espalharia por pontos diferentes, já que Paulo partiu com Silas para a região da Macedônia e Barnabé viajou com João Marcos em outra direção (Veja no mapa ao lado em vermelho a direção seguida por Paulo e em verde a direção seguida por Barnabé). Depois disto, no tempo em que Paulo escreveu a carta aos colossenses, por ocasião de seu primeiro encarceramento em Roma, Marcos estava em sua companhia, sendo seu nome citado por Paulo e referenciado como um cooperador do evangelho, além de sua presença lhe trazer também consolação, conforme se vê em Cl 4.10,11: “Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o; e Jesus, chamado Justo; os quais são da circuncisão; são estes unicamente os meus cooperadores no reino de Deus; e para mim têm sido consolação”. Tudo isto indica que o tempo seria necessário para que as coisas fossem colocadas em ordem e o perdão tivesse lugar tanto no coração de Paulo quanto no coração de Marcos. O nome de Marcos é ainda mais uma vez mencionado por Paulo em sua carta a Filemon, quando então, mais uma vez, ele se refere a Marcos como seu cooperador “Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores” (Fm 23,24), e também em 2 Tm 4.11 conforme citado pelo comentarista. Marcos escreveu um dos quatro evangelhos e segundo escreve D. Stamps (1995, p. 1459), ele teria escrito-o em Roma e o destinado aos crentes de Roma. Embora seja incerta a data específica da escrita do evangelho de Marcos, a maioria dos estudiosos colocam-na nos fins da década de 50 d.C. ou na década de 60, sendo possível que tenha sido o primeiro dos quatro evangelhos a ser escrito. Na década de 60-70 d.C., os crentes de Roma eram tratados cruelmente pelo povo e muitos foram torturados e mortos pelo imperador romano, Nero. Segundo a tradição, entre os mártires cristãos de Roma estavam Pedro e Paulo. João Marcos escreveu o evangelho então, com o intuito de fortalecer os alicerces da fé dos crentes romanos e, se necessário, inspira-los a sofrer fielmente em prol do evangelho, o que indica que ele próprio teria amadurecido e superado os temores que o levou a abandonar Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária quando o grupo chegou a Perge na Panfília.
2. Ofertando para a obra do Senhor – Durante a sua terceira viagem missionária, Paulo recolheu uma oferta para os crentes necessitados de Jerusalém. As igrejas da Macedônia, Filipos, Tessalônica e Beréia contribuíram, embora fossem pobres, e doaram mais do que Paulo esperava (2 Co 8.2-5). Deus quer que façamos como essas igrejas: Por dedicação a Deus, amor aos companheiros, com alegria pelo fato de ser o melhor e o mais correto a fazer. Paulo recomenda-nos como devemos ofertar:
2 Co 8.2-5: “Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus”.
2.1 Não com tristeza (1 Co 9.7) – Quatro princípios de doação surgem aqui:
1) A vontade entusiasmada e cheia de fé é mais importante do que a quantia que será ofertada: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7).
2) Cada um deve esforçar-se para cumprir os compromissos financeiros: “Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça” (2 Co 8.7).
3) Quem doar àquele que necessita, será ajudado quando precisar: “E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra, conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça” (2 Co 9.9,10).
4) Deve-se ofertar como um ato de agradecimento e de adoração a Jesus, e não pelas vantagens que isso pode ocasionar: “Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus, visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos” (2 Co 9.12,13).
2.2 Nem por necessidade – O apóstolo Paulo indica alguns princípios a serem seguidos:
1) Cada crente deve cumprir suas promessas prévias: “E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas também querer. Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes” (2 Co 8.10,11).
2) Cada crente deve ofertar tanto quanto possa: “Porque se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem” (2 Co 8.12).
3) Cada um deve decidir quanto ofertar: “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2 Co 9.6).
4) Cada crente deve ofertar ou dizimar proporcionalmente ao que Deus lhe deu, mas o crente não deve ofertar por necessidade, ou seja, por desejar alguma coisa em troca. A verdadeira razão pelo qual cada crente deve ofertar é a gratidão que é devida a Jesus Cristo: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis” (2 Co 8.9).
2.3 Deus ama a quem dá com alegria (1 Co 9.7) – A doação sacrificial deve ser responsável, isto é, cheia de fé, porém consciente (2 Co 8.12). Não deixemos que a incredulidade nos impeça de ofertarmos alegremente. Aqueles que recebem nossa contribuição serão ajudados, louvarão ao Senhor e estarão sempre orando a nosso favor. À medida que abençoamos os outros, somos também abençoados.
Em 2 Co 8.13-15, Paulo deixa implícito a doação sacrificial, porém responsável tanto em relação àquele que receberá, quanto em relação ao próprio doador: “Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade. Como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos”.
3. O benefício de dizimar – O dízimo é um ato de fé nas promessas de Deus. A palavra hebraica para dízimo é “ma’sar” que significa literalmente “a décima parte”. Sua prática é mencionada nos relatos da vida de Abraão (Gn 14.20), Jacó (Gn 28.22), e foi codificada na lei de Moisés (Lv 27.30; Nm 18.26; Dt 14.22-29). O dízimo baseia-se no fato do Senhor ser o dono da terra e concomitantemente o doador de todas as bênçãos (Sl 24.1). De acordo com o Antigo Testamento, o dízimo pertence a Deus e a inadimplência é considerada roubo (Ml 3.8).
Gn 14.20: “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”.
Gn 28.22: “E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.
Lv 27.30: “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor”.
Nm 18.26: “Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos”.
Dt 14.22-29: “Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem”.
Sl 24.1: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”.
Ml 3.8,9: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação”.
Conforme pode-se perceber pelos versículos citados pelo comentarista, o costume de dar o dízimo é anterior a lei mosaica, pois quanto a Abraão é citado a oferta que ele fez a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, e quanto a Jacó é citado sua intenção de dizimar quando ele fez um voto diante do Senhor. A partir da lei mosaica a entrega do dízimo foi codificada, sendo que este se incidia sobre a semente da terra, o fruto da árvore e erva e sobre o rebanho. Com relação ao dízimo sobre o gado o proprietário que o entregaria deveria contar os animais conforme estes iam passando para o pasto, e cada décimo animal era dado a Deus. Dessa maneira não haveria possibilidade do proprietário selecionar animais inferiores para pagamento do dízimo entre o gado (ver Lv 27.30-32). Os dízimos deveriam ser entregues aos levitas, pois estes não tinham meios de renda, nem herança que lhes assegurasse o sustento. Assim, como recompensa pelo serviço que prestavam na tenda da congregação, eles receberiam os dízimos dos filhos de Israel. Os levitas, por sua vez deveriam também apresentar o dízimo dos dízimos, sendo que este seria dado ao sacerdote. Os israelitas deveriam trazer os dízimos em Jerusalém, e o seu oferecimento deveria tomar a forma de uma refeição ritual, onde o levita também tomaria parte (ver Dt 12.7,12). Se Jerusalém estivesse muito distante do local onde o dizimista morasse, o transporte do dízimo de suas colheitas poderia ser difícil, desta forma, ele poderia levar seu dízimo na forma de dinheiro. Em cada terceiro ano, os dízimos deveriam ser oferecidos na própria localidade em que habitava o dizimista, mas ainda assim o israelita deveria subir a Jerusalém a fim de adorar após ter oferecido seus dízimos em sua própria comunidade. No Novo Testamento, Jesus confirma a entrega do dízimo, porém Ele mostra que sua entrega não deve se constituir em apenas um ritual, mas deve estar alinhada a atitudes aprovadas por Deus de juízo, de misericórdia e de fé, caso contrário, sua entrega não passa de uma atitude de hipocrisia perante Deus, conforme Jesus denuncia em Mt 23.23: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23).
3.1 Abrir a janela dos céus (Ml 3.10) – A expressão “janelas dos céus” refere-se, em outras partes, à provisão abundante de alimentos (2 Rs 7.2,19; Sl 78.23,24). Nos dias de Malaquias, o povo não entregava os dízimos. Por esta razão, os levitas tiveram que trabalhar para ter o seu sustento e negligenciavam, deste modo, a responsabilidade que lhe fora dada por Deus de cuidarem do templo e do serviço de adoração. Diante do Senhor não haverá desculpas, pois o eterno conhece o intento de cada coração.
Ml 3.10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”.
Nm 18.20,21,23,24: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão”.
Diversos textos do Antigo Testamento mostram que os sacerdotes bem como os levitas não receberiam herança dentre os filhos de Israel, pois eles deveriam se dedicar ao serviço no Tabernáculo e posteriormente, no Templo, sendo o Senhor a sua verdadeira herança. Os israelitas deveriam então entregar os dízimos ao levitas; o texto de Ml 3.9,10 mostra, no entanto que eles já não observavam mais este mandamento, o que levou a escassez de mantimento na casa de Deus, ficando os levitas desamparados de seu sustento. Os cristãos devem ser fiéis a Deus em seus dízimos e ofertas para que tal situação não venha a acontecer nos dias atuais com relação ao sustento da igreja do Senhor Jesus. Um dos pontos que chama a atenção com relação a Barnabé é o registro quanto ao mesmo ser levita e possuir uma herdade. O fato de Barnabé vender sua propriedade e depositá-la aos pés dos apóstolos indica que ele, como levita, compreendeu o verdadeiro propósito de Deus em sua vida, e assim, tendo ele se despojado daquilo que poderia lhe prender em tarefas diárias, ele pode, desde então dedicar-se ao Senhor pregando o evangelho por onde Ele lhe enviasse, sendo o Senhor a sua verdadeira herança, conforme fora já determinado em relação aos levitas por Deus no Antigo Testamento.
3.2 Haverá mantimento (Ml 3.10) – Os dízimos são para manter a casa de Deus. Se todos os crentes fossem fiéis no seu dízimo, não haveria necessidade de a igreja local lançar mão de campanhas financeiras para a execução de sua tarefa. O mantimento aqui é evangelização, sustento missionário, obra social, manter os seus obreiros e suprir o dia-a-dia da administração da igreja.
Rm 15.25-27: “Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais”.
Gl 6.6: “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui”.
1 Tm 5.17,18: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E digno é o obreiro do seu salário”.
3.3 Repreensão do devorador (Ml 3.11) – O Senhor nos sustenta nas horas difíceis. Deus conhece aquele que é fiel. Dízimo não salva, mas o crente que não dizima está se privando de receber da parte do Senhor grande milagres em sua vida. Muitos estão sofrendo e caindo nas armadilhas de satanás porque se negam a fazer o que é bíblico.
Ml 3.11: “E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos”.
Lc 6.38: “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”.
4. O perigo de não ofertarmos com sinceridade – Mesmo nas melhores sociedades terrenas há uma mistura de maus e bons. O joio cresce junto com o trigo até a colheita. Os sinais e as maravilhas que os apóstolos operaram até aqui eram milagres de misericórdia, mas agora ocorre um milagre de juízo. Ananias e Safira, por não ofertarem com sinceridade, sofreram graves conseqüências. Este é um exemplo de severidade que ocorre após exemplos de bondade, para que Deus seja amado e temido. Vejamos o resultado do engano:
Rm 11.22: “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado”.
4.1 Perderam a honra (At 5.2) – Ananias e Safira perderam a honra e o respeito da comunidade cristã e colocaram em dúvida a sua salvação, tendo em vista que a busca por glória pessoal ocasionou perdas maiores. Alguns pensam que por pequenas atitudes erradas não perdem a salvação, mas se analisarmos biblicamente, serão essas coisas que impedirão muitos de entrarem no céu pelas portas (Lc 13.24).
1 Co 10.11,12: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia”.
Hb 2.1-3: “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram”.
Hb 10.26,27,30,31: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”
4.2 Descobriram a mentira (At 5.3,4) – A fim de obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuições. As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser cristãos.
Sl 101.7,8: “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos. Pela manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade”.
Pv 1.19: “São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem”.
4.3 Receberam a morte (At 5.5-9) – Ananias e Safira estavam na casa de Deus, mas a casa de Deus não estava dentro deles. Iam à igreja, mas não conheciam o verdadeiro caminho (Ef 6.12; 1 Pe 5.8). A derrota total do inimigo de nossas almas é inevitável, mas não acontecerá até que o Senhor volte para julgar este mundo (Ap 20.10). Enquanto isso, a igreja deve lutar para se manter pura e fiel em tudo ao nosso Senhor Jesus Cristo.
At 5.5-10: “E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. E, levantando-se os moços, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram. E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido”.
Referências Bibliográficas:
Johnson, V.; Palma, A., Hernando, J.; Simmons, W.; Adams, J. W.; Demchuck, D.; Soderlund, S. K.; Glubish, B.; Gill, D. M.; Comentário Bíblico Pentecostal, 2003, 1a. Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
Stamps, D.; Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
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